Arquivo de 30 de Maio, 2014

Anti-insocial

Atualmente, não passa um dia sem surgir uma inovação ou a renovação do que outrora foi novidade. Tal efusividade tecnológica permite o constante aparecimento de novas e aliciantes formas de nos contactarmos. Formas essas que superam a própria interação “face-to-face”.

Qualquer rede social é hoje uma parte bastante considerável do quotidiano de uma enorme massa demográfica. Antes, algumas vezes, durante e depois do trabalho o ser humano “liga-se” ao mundo desconectando-se do mesmo. Esta ambivalência aparentemente recente, tem vindo a ser estudada na teoria pela socióloga Sherry Turkle desde os anos 80.

Em 1984, Turkle já definia o computador não só como uma ferramenta indispensável, mas também como parte vital do nosso quotidiano. Na obra The Second Self, a autora observa em que aspecto o computador afeta a nossa capacidade de introspeção e as nossas relações com outro. Assim, é com a certeza que a tecnologia modifica o modo como agimos que Turkle inicia o estudo da relação entre o Homem e máquina tecnológica, o “segundo eu”.

Com o aparecimento de redes sociais, a já fraca barreira entre o ser humano e o seu computador desmorona-se. Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other (2011), a ultima publicação de Turkle, esta fala-nos da queda deste muro e consequente construção de uma convivência insociavelmente social.

Concluindo, é nesta linha de pensamento que a socióloga alerta para ascensão de “robôs sociais” – símbolo da decadência das interações humanas. Até mesmo a preferência das mensagens curtas em detrimento da fala, uma característica que distingue o humano do animal, tem se vindo a verificar. A nossa clara adição relativamente aos aparelhos digitais (e apelativas aplicações) faz com que, mais cedo do que pareça, eles se tornem próteses do nosso corpo.

Eduardo Duarte

O registo sonoro

Inventado por Édouard-Léon Scott em 1857, o Fonoautógrafo foi o primeiro aparelho com a capacidade de gravar ondas sonoras, no entanto, este foi concebido com o único objectivo de registar sons e não de os reproduzir. Em 1860, Scott consegue gravar pela primeira vez a sua voz, e para seu espanto (apesar de pouco se perceber) para além de conseguir registar as ondas sonoras, este consegue também reproduzi-las. Após esta inovação de Édouard-Léon Scott, o ser humano começou a ganhar um certo interesse pelo processo de gravação de sons, o que o levou a uma tentativa de aperfeiçoamento de registo sonoro até que este correspondesse à realidade. Em 1877, Thomas Edison cria o Fonógrafo, um aparelho concebido com a finalidade de gravar e reproduzir sons e em 1878, este faz sua primeira gravação. O que ambos não sabiam, era a mudança que os aparelhos que tinham inventado viriam viria a provocar anos mais tarde.

Hoje em dia, quase todos os objectos tecnológicos têm a capacidade de gravar e reproduzir sons, com um simples telemóvel/computador é-nos possível captar momentos das nossas vidas de forma a podermos relembra-los anos depois. A invenção de aparelhos como interfaces transformaram de tal forma as nossas vidas que nos é possível gravar ondas sonoras que correspondem quase de forma perfeita ao que é ouvido pelo ser humano numa conversa de café.

Através deste registo “perfeito”, (devido ao facto de ao nos ouvirmos a falar numa gravação não reconhecermos a nossa própria voz, mas os outros reconhecerem-na) foi-nos possível concluir que ao falar-mos, as vibrações sonoras não passam só pelo ar à volta da nossa cabeça, mas também através dos ossos na nossa cabeça.

Sendo o som um dos principais causadores de emoções nas nossas vidas, a gravação do mesmo alterou-as radicalmente. Nos dias de hoje, é-nos possível colocar um ficheiro de som num aparelho com 5×5 cm de forma a podermos estar constantemente a ouvir o que queremos.

 

Francisco Frutuoso

“O meu telemóvel é a minha vida”

Desde os últimos dez anos que o avançar da tecnologia fez esta tornar a sua presença mais vincada na vida da sociedade, levando grande parte dos indivíduos a tornar-se cada vez mais dependente dela. Isto levou a que a separação entre o mundo real e o virtual acabasse, unindo-se num só, e porquê?

Segundo Sherry Turkle os dispositivos tecnológicos tornaram-se objectos evocativos porque os indivíduos aproximaram-se deles de tal maneira que estes ganharam um significado pessoalmente importante, nomeadamente os telemóveis. Isto é, tornaram-se parte dos sujeitos. Muitas pessoas usam até a expressão ” o meu telemóvel é a minha vida”, levando a crer que sem eles não serão a mesma pessoa. Tornaram-se extensões dos próprios indivíduos, carregando uma carga importante na sua vida.

Por exemplo, são eles, os telemóveis, que guardam grande parte das nossas conversas quando não temos a oportunidade de falar pessoalmente com as pessoas. São eles que estão lá quando queremos gravar um momento. São eles que nos fazem companhia enquanto esperamos pelo autocarro. São eles que nos permitem manter uma relação de amizade diária com alguém que está longe. São eles que nos lembram, pelo alarme, que temos uma consulta no dia seguinte. São eles que não nos deixam chegar atrasados ao emprego. E são eles que nos dão acesso a todo o mundo através de um clique. São a chave para o mundo virtual.

Portanto, pode admitir-se que as tecnologias ganharam lugar no nosso dia a dia. Enraizaram-se no mundo real. A população tornou-se dependente delas. É por isso que a qualquer sitio que formos temos o telemóvel no bolso, é por isso que dormimos com o telemóvel na cabeceira e que quando acordamos é das primeiras coisas em que mexemos. Estes dispositivos tornaram-se uma droga.

A consciência pessoal do que nós somos, o nosso eu subjectivo, tem em si a rede de comunicação que é criada a partir da tecnologia no mundo virtual. Logo, os dispositivos tecnológicos, na nossa ideia, contribuem para fazer de nós aquilo que somos. São ainda estes dispositivos que nos permitem estar entre o mundo digital e físico.

Concluindo, a relação entre o indivíduo e a tecnologia aumentou imenso nos últimos anos, tornando-nos dependente delas e levando os dispositivos digitais a tornarem-se objectos evocativos. São estes dispositivos que comandam em parte a nossa vida, fazendo parte dela. E são ainda eles que dão uma percentagem de si para aquilo que subjectivamente nós achamos de nós próprios. Nós precisamos deles tal como eles precisam de nós.

 

Catarina Santos

Ir ao museu sem sair de casa

 

 

Imagem

 

O Google Art Project é uma plataforma online que proporciona ao público visitar a partir do conforto da sua casa alguns dos mais prestigiados museus de arte do mundo.

Este projeto foi lançado a 1 de Fevereiro de 2011 pela Google e veio de certa formar mudar a maneira como as pessoas interagem com a arte.

Do meu ponto de vista este projeto tem mais fatores positivos do que negativos. Um dos fatores positivos mais importante é o económico. Com a situação económica que vivemos, a oportunidade de se poder ver um leque enorme de obras de arte sem ter que gastar rios de dinheiro a viajar pelo mundo fora é sem dúvida um ponto a favor.

Em contrapartida o único fator negativo que encontro tem a ver com o sedentarismo inerente ao mundo online, sendo mais um razão para as pessoas não saírem de casa.

Pessoalmente prefiro ir aos museus e ver com os meus olhos, poder vadiar pelos corredores e poder ver ao vivo as obras de arte, mas em contrapartida no Google Art Project tenho a possibilidade de poder ver detalhes que são impossíveis a olho nu.

Em suma o mais importante é o facto da Google dar toda esta informação gratuita a um grande número de pessoas que de outra forma não teriam acesso a ela.

 

 

 

Vasco Assis

Seres automáticos.

No correr dos tempos, foram várias as fases de desenvolvimento do ser humano. Há media que foi “crescendo”, foram-se formando juntamente com ele inúmeros meios tecnológicos com os quais teve que aprender a lidar.
Inicialmente notava-se o receio de contacto e uma certa distância em relação a todas essas tecnologias, hoje em dia, nota-se a ânsia pela chegada de algo totalmente novo ou de uma simples inovação. E com isto podemos perceber o funcionamento e a posição do ser humano, este que antes tinha as novas tecnologias presentes e ao mesmo tempo mantinha uma relação social num ambiente totalmente normal, mas que hoje em dia vive para elas, relacionando-se através delas, fazendo a sua vida com base nelas.
Pegando em algumas palavras de Sherry Turkle, psicóloga, que tem desenvolvido muito este assunto aqui posto em causa, percebemos como ela própria e muitos de nós, certamente, temos vindo a mudar a nossa opinião em relação ao contacto que o ser humano mantém com as novas tecnologias.
Tal como Turkle defende “cada vez esperamos mais das tecnologias e menos dos humanos” e esta é a realidade social. São raras as pessoas que nos dias de hoje conseguem estar um dia inteiro sem ver o telemóvel, porque sentem que lá é que têm o contacto com as pessoas, mesmo que tenham uma exatamente à frente delas, ou então refugiam-se no aparelho para simplesmente se afastarem de qualquer assunto, ou por não se sentirem bem no momento em que se encontram, o que prejudica, claro, o convívio social.
Em pleno século XXI e realçando uma vez mais o estudo de Turkle, o ser humano já está tão automatizado que é instantânea a utilização do telemóvel ou de outro meio digital para aceder ao email ou enviar mensagens, o que é claramente prático, mas ao mesmo tempo é como que se fosse um dever que há para cumprir e que não se pode deixar esperar. Seria então correto criar espaços onde fossem proibidos os dispositivos tecnológicos e se mantivesse uma relação de contacto cara a cara, mas muitas vezes haveria um toque de uma chamada ou mensagem o que despertaria a curiosidade e incentivava logo a que se quebrassem as regras.
Em suma, é importante ter-se em atenção aquilo que nos rodeia e os erros que se calhar estamos a cometer, pois quase que podemos considerar que agora há, não seres humanos, mas seres automáticos, que funcionam comandados por um “click” que está instalado e que reage imediatamente ao que é pensado pelo cérebro.
E é assim, já não conseguimos controlar a nossa entrada e saída dos meios, estamos de tal forma interligados, que muitas vezes colocamos apenas uma pausa, pois o botão de desligar, parece já nem estar ativo.

Inês Pina

Os princípios dos Novos Média

Na obra “The Language of New Media!, Lev Manovich contextualiza historicamente o aparecimento dos novos média e faz uma reflexão sobre os mesmos. Nesta obra, Manovich formula cinco princípios para os novos média, princípios estes, que, apesar de não poderem ser chamados de regras absolutas, são vistos como um guia para a informação informatizada. Os cinco princípios são: a reprodução numérica. a modularidade, a automação, a variabilidade e a transcodificação.

A reprodução numérica consiste na manipulação algarítmica dos objectos digitais, de forma a que estes possam ser quantificáveis.

Chamado de “estrutura fractal dos novos média”, a modularidade tem diferentes escalas. Esta permite que os elementos média (tais como som, imagem e forma) possam ter diferentes tamanhos sem que percam a sua independência.

A automação permite que muitas das operações envolventes nos novos média não necessitem de ter uma intenção humana, isto é, que exista uma certa autonomia nos novos média. Esta só é possível devido aos dois pontos referidos acima e pode ter dois níveis: o nível baixo (correspondentes as funções pré-definidas na maioria dos programas informáticos) e o nível alto (criação e acção da inteligência artificial). Esta é limitada consoante ao que está programada a responder.

Em contraste com os “antigos média”, onde várias cópias idênticas eram feitas de um determinado objecto, os novos média, através da variabilidade, permitem-nos fazer várias versões diferentes desse mesmo objecto. Em vez de criadas pelo ser humano, estas versões são elaboradas pelo computador automaticamente. Dado esta automação tecnológica, podemos concluir que a variabilidade também só nos é possibilitada pela existência da reprodução numérica e da modularidade.

Por último, visto por Manovich como a consequência mais substancial dos novos média, a transcodificação consiste na transformação dos média em dados de computador.

 

Francisco Frutuoso

Netspeaker

À medida que a tecnologia foi evoluindo ao longo dos anos, o ser humano, sendo um ser que tem como necessidade estar sempre em movimento e em comunicação com outros, foi como que obrigado a acompanhar esse avanço tecnológico. Como consequência, este criou uma espécie de dicionário virtual que facilitasse as conversações em redes sociais (Facebook, Myspace, Instagram, etc), em jogos online, em Chatrooms, nas mensagens de texto (sms), etc; à qual deu o nome de Netspeaker.

Com esta nova forma de escrita, a comunicação virtual tornou-se mais rápida e mais fácil para quem a conhece. Este tipo de linguagem consiste no uso de expressões como LOL (lots of laughlots of love); na omissão de letras em determinadas palavras como: n (não), cmg (comigo), qqr (qualquer), agr (agora) q (que); no uso excessivo de pontuação para dar enfase às frases tais como “…..”, “!!!”, “???”; na utilização de onomatopais como “ahahahah” (para indicar risos); no uso de símbolos e smiles para expressar sentimentos tais como 🙂 (feliz), 😦 (triste), 😥 (choro), ❤ (amor), 😮 (surpreendido), etc.

No entanto, nem todos os aspectos do netspeaker são positivos: apesar desta linguagem poupar tempo a quem a escreve, esta demora duas vezes mais a ser compreendida por quem a lê. Outro aspecto negativo é o facto de um pequeno (mas existente) número de pessoas não conseguir diferenciar a linguagem virtual da linguagem formal, e pela mesma razão deixarem que esta as afecte no seu dia a dia (nas aulas, no trabalho, etc).

Pessoalmente, não sou adepto desta linguagem chamada de Netspeaker (especialmente aquela em que se usam K em vez de Q e Y em vez de I), no entanto, tenho consciência de que esta veio dar algo de novo à sociedade onde vivemos e de que existe muita gente que a aprecia.

 

Francisco Frutuoso

A importância da Fotografia

 

Quando Niépce tirou a primeira fotografia em 1826, estaria longe de imaginar as proporções e a influência que a sua descoberta iria ter na sociedade moderna.

Hoje em dia para se tirar fotografias basta ter um telemóvel ou uma câmara digital. É quanto basta para captar todo e qualquer momento sem nenhuma relevância, seja para quem as tira ou para as centenas de pessoas com quem as partilham nas redes sociais.

Falando de modo mais sério, a fotografia foi uma das maiores descobertas do milénio passado e uma das mais influentes. Com a fotografia começámos a conseguir captar os momentos com uma autenticidade que nos era impossível a partir da pintura. Mudou de tal forma as nossas vidas que nos passou a ser possível datar os acontecimentos mundiais com provas concretas do que tinha acontecido e passar esse conhecimento para as gerações futuras. E foi a partir dela que surgiu o tão amado cinema que ainda melhor conseguiu captar o movimento e o momento, e todos os pormenores que de certa forma nem a própria fotografia conseguia.

Concluindo, a fotografia não só influenciou o nosso passado como irá com toda a certeza influenciar o nosso futuro.

 

 

Vasco Assis

A extinção da Carta

 

A meu ver, uma das invenções mais importantes de todos os tempos, foi sem dúvida alguma o telefone.
O telefone veio de certa forma substituir a carta, um meio de comunicação muito mais moroso e bastante diferente na sua essência. Acho que durante toda a minha vida, só uma vez recebi uma carta de um familiar distante e foi algo combinado por telefone. Veja-se a ironia!

Como já referi, a essência de ambos é bastante diferente, na carta é tudo mais premeditado e menos espontâneo. Todavia é graças à escrita que conseguimos ler os outros não só pelas palavras mas também pela caligrafia, que funciona quase como uma extensão da alma de cada pessoa. É algo que nos é querido e nos acompanha para o resto das nossas vidas.
No telefone existe uma enganadora sensação de presença com a pessoa com quem falamos e uma espontaneidade bastante maior naquilo que se diz. É mais difícil esconder o estado de espirito e aquilo que se sente. Porém é muito mais prático e rápido e existe ainda a vantagem de termos comunicação instantânea com qualquer parte do mundo.

Creio que todas estas vantagens do telefone façam com que a carta pareça um sistema cada vez mais datado, escasso e perto da extinção.

 

Vasco Assis

#Ntspik

teaching

Netspeak, também conhecido como Internetês, é um neologismo atribuído à forma de escrita utilizada por grande parte das pessoas online. Nesta “linguagem”, as palavras foram abreviadas até o ponto de se transformarem numa única expressão, onde há “um desmoronamento da pontuação e da acentuação”, pelo uso da fonética em detrimento da etimologia, com uso restrito de caracteres e desrespeito pelas normas gramaticais. Tudo isto, caminha par-a-par com o conceito da “geração dos polegares”, de forma a permitir a escrita mais rápida e acessível (mesmo que por vezes se torne incompreensível aos mais leigos na matéria). No entanto, devido ao uso crescente de plataformas online de chat e rede social, esta trend do calão da internet vem a tornar, cada vez mais, as pessoas incapazes de escreverem de forma correcta, causando sérios distúrbios escolares e no dia-a-dia comum. Isto provoca várias críticas ao uso da world wide web e encoraja a uma remodelação e relocalização na interação à distância. Tudo isto começou com os “nerds” da internet, há vinte, trinta anos. E eles eram rebeldes. Viam a rede como uma revolução, uma alternativa democrática às formas de comunicação mais formais. Estes pioneiros não pontuavam, não se preocupavam com ortografia, criavam formas estranhas de grafar as palavras. Quando a internet se espalhou, a informalidade popularizou-se também.
O principal motivo para esse crescimento é a assimilação cultural por causa da globalização.
Algumas das expressões mais conhecidas do netspeak expandiram-se assim para os quatro cantos do mundo, e para campos extrínsecos ao discurso online, adaptando-se em publicidade, mass media, merchandising, etc. principalmente na questão do emoticon; que consiste num conjunto de pontuações que juntos criam um “avatar” representativo das emoções que o utilizador pretende transmitir.

Exemplos de expressões e emoticons da netspeak:

OMG – Oh my god
LOL – Laughing out loud
🙂 – Happy Smile
😦 – Sad Smile

“howz r u 2day m8!!! :D”  – Obviamente que ao receber um cumprimento destes só se pode concluir que essa pessoa tem um QI de 20 –

Luís Fernandes

Copresença/M.M.O.R.P.G.

Os M.M.O.R.P.G. (Massive Multiplayer Online Role Playing Games) são cada vez mais um fenómeno de sucesso, popularidade e causa de vício nas sociedades contemporâneas e será a copresença um dos fatores responsáveis por isso?

Os jogadores dos M.M.O.R.P.G. tendem a ser cada vez mais, o número disponível desse tipo de jogos aumenta constantemente e a facilidade de acesso aos mesmos segue o mesmo caminho. Neste tipo de jogos os jogadores podem sem dúvida ser absorvidos por uma tal copresença, através da interação com os outros jogadores. No caso do League of Legends, um dos jogos mais famosos do género, os jogadores podem estabelecer contacto escrito, auditivo (muito comum através de plataformas externas ao jogo como o Skype, embora que a finalidade seja discutir e partilhar informação sobre o jogo em tempo real), contacto visual (através de sinais visuais do jogo já pré-definidos) e um contacto pessoal que engloba todos os tipos de comunicação anteriores no caso da L.A.N. (Local Area Network). Esquecendo um pouco esta última opção que é até menos frequente, os jogadores dos M.M.O.R.P.G. podem experienciar verdadeiramente a noção de copresença na “solidão” do seu quarto ou escritório quando comunicam em tempo real com os outros jogadores das diferentes formas que referi. Isto permite portanto aos jogadores que no seu próprio quarto, diante do computador consigam criar “amigos”, “inimigos”, e estabelecer contacto entre eles para resolverem o problema em comum, (superar a equipa adversária).

Vemos assim que o conceito de copresença estabelecido por Beth Coleman está presente e pode ser uma das causas do sucesso, popularidade e fatores de vício neste tipo de jogos.

Rafael Marques

Google Earth, à espreita num ecrã perto de si

maxresdefault
Google Earth e Google Maps tratam-se de duas das maiores e mais inovadoras iniciativas da Google.inc no campo da cartografia. Consistem em programas que reúnem biliões de variadas imagens provenientes de satélites, fotografia aérea e SIG’s, trabalhadas de forma a criar modelos tridimensionais da superfície terrestre, da lua e até mesmo de Marte. Estas tecnologias permitem uma melhor compreensão topográfica disponível a toda a gente, e proporcionou grandes avanços nos campos da ciência e da geografia, como a descoberta de crateras em África que podem ter sido provocadas por impacto de um meteoro, como ruínas romanas até então desconhecidas, etc. e, também, no campo da espionagem. Sim, os media estão uma vez mais na vanguarda da conspiração. Principalmente tratando-se de uma empresa como a Google, cujas acusações e boatos de origem duvidosa existem aos montes. Como por exemplo:

Who Needs Spy Satellites? Google Earth Pinpoints Where Missile Targeted Taliban

Outros casos relativos à privacidade das pessoas também foram, e vêm sendo postos a tribunal, por vezes, causando grandes custos à empresa. No entanto, é o único espaço virtual com tal pormenor, e o pioneiro nesse contexto, causando que com o seu lançamento, vários utilizadores se interessarem em adquirir o programa, que é constituído por imagens da NASA e outros fornecedores, feitas por satélites artificiais. Esta popularidade formou várias associações criadas na internet para troca de informações, tornando assim o Google Earth a maior plataforma de mapeamento na web.

Luís Fernandes

Google Art Project

Em 2011, a Google lançou uma plataforma online vocacionada para as obras de arte expostas nos maiores museus do mundo chamada Google Art Project. Desde então, o Google Art Project tem chamado a atenção e levantado diversas questões naquilo que é o contacto do apreciador com o objeto artístico.

O Google Art Project começou por ser um produto de um novo projeto criado por um grupo de amantes de arte funcionários do Google que tiveram a oportunidade de usar vinte por cento das suas horas de trabalho semanais para aplicar as tecnologias do Picasa, Street View, YouTube e Google Maps para permitir que os museus de todo o mundo atravessassem as fronteiras geográficas e as restrições de tempo e pudessem assim mostrar suas coleções de arte para ao mundo através de consultas online a qualquer hora e em qualquer lugar. Após dois anos de crescimento constante, o número de museus participantes no Google Art Project ultrapassou os duzentos e sessenta em dois mil e treze, e o número de imagens de coleções de museus atingiu mais de quarenta e seis mil quinhentas e cinquenta.

Temos portanto aqui a importância de conseguir viajar no espaço através de simulações óticas para o desenvolvimento e expansão da arte, cultura e conhecimento, sendo possível estudar peças de arte e visitar museus com informações detalhadas sobre cada obra e a possibilidade de as visualizar, embora que digitalmente com grande qualidade e detalhe.

Rafael Marques

O Meio Talvez Seja a Mensagem

O texto de seguida apresentado é sobretudo uma reflexão pessoal sobre a visão de Marshall McLuhan e tema de escrita deste texto: “O meio é a mensagem”.

Será sempre de destacar a importância do meio para a difusão de uma mensagem, a mesma notícia pode ser captada de maneira diferente se difundida por um jornal, na rádio ou televisão, como uma mensagem de afecto pode ser acolhida de maneira diferente se recebida por meio digital ou pessoal, o que não me parece ainda assim que o meio passe por isso a representar uma importância digna de ultrapassar a do próprio conteúdo da mensagem.

A meu ver a mensagem integra o meio da mesma forma que integra o conteúdo, formando portanto um todo ainda que com a sua respectiva importância individual. Diferente será acompanhar aquilo que conhecemos como “concurso televisivo” através de um jornal, ainda assim a ambiguidade da questão permanece até no facto de podemos ver cinema através da televisão e, sendo possível fazer com que essa experiência seja praticamente similar com a de ir de facto ao cinema.

Não retirando o valor ao “meio” parece-me apenas que este e a mensagem coexistem com diferentes papéis de semelhante importância, no entanto a visão de Marshall McLuhan de que “o meio é a mensagem” faz-nos precisamente reflectir sobre esses mesmos papéis, diria até que, mais do que isso, repensar a importância deles.

 Rafael Marques

(Ligação) telefónica

Possuir um telefone, telemóvel ou qualquer outro tipo de equipamento que nos permitam comunicar à distância é, nos dias de hoje, algo de cariz praticamente obrigatório.

Todos esses equipamentos trouxeram de certa forma influências à própria sociedade, alterando por vezes os rumos das mesmas como aconteceu com a generalização do uso dos telefones e telemóveis no século XX na sociedade portuguesa. A partir desse ponto, todo o sistema de comunicação foi ligeiramente modificado pela possibilidade de acesso geral a mais um meio de comunicação entre os próprios elementos da sociedade, bem como com elementos de sociedades diferentes, o que significa que assumiria uma posição de responsabilidade sobre aquilo a que me atrevo a chamar de “ligeira miscigenação” da sociedade portuguesa no século XX.

Possuir um aparelho do género de um telefone fixo ou telemóvel, significa de certa forma estar em permanente “contacto”, (apenas sonoro mas ainda assim em contacto), com quase qualquer outra pessoa a tempo inteiro se assim o desejarmos, (embora que sejam polémicos os benefícios ou prejuízos do abuso deste tipo de tecnologias o factor de (ligação) é visto aos meus olhos como uma mais-valia).

Outro dos factores implícitos com a generalização do uso destes meios de comunicação é a quebra da quase obrigatoriedade de uma presença física para a resolução de um problema ou, como é óbvio, para o estabelecimento de um contacto verbal.

Todas estas mudanças causadoras de tamanho impacto social não podem ser descritas como uma mera consequência positiva ou negativa no meio ou no próprio sujeito ,cabendo depois ao mesmo decidir qual o aproveitamento que retira voluntária ou involuntariamente do uso do fruto de toda a própria mudança.

Rafael Marques

Meio, Mensagem, Mcluhan

“O meio é a mensagem” significa, em termos da era electrónica, que já se criou um ambiente totalmente novo. O conteúdo deste novo ambiente é o velho ambiente mecanizado da era industrial. O novo ambiente reprocessa o velho tão radicalmente como a TV reprocessa o cinema.”
(McLUHAN, 1974: p. 11)

A obra de Marshall McLuhan apresenta um conteúdo chave para a compreensão dos meios de comunicação como ferramentas para compartilhar informação e conhecimento que se redimensionam na era electrónica; portanto, dos meios de comunicação como (necessárias) extensões do homem através dos novos media.
Mcluhan defende na sua teoria que o meio não se limita aos meios de comunicação, mas abrange todo o instrumento que sirva de extensão de uma capacidade humana. “Os suportes da comunicação e as tecnologias são determinantes na mensagem: os conteúdos modificam-se em função dos meios que os veiculam” (Marshall McLuhan). Desta forma é afirmado que o meio e a mensagem são veiculares entre si. A mensagem depende do meio para se difundir, e vice-versa.
Existem inúmeros meios capazes de propagar a mensagem e que tiveram (e têm) enorme importância em inúmeros papéis do dia-a-dia, desde sistemas de comunicação como o telefone, a meios de informação e lazer, como a televisão. Além de todos terem diversas funcionalidades e utilidades, têm também mensagens e conteúdos em comum e opostos entre si.
No entanto, cabe a cada um de nós saber filtrar e escolher quais as mensagens importantes a reter desses meios, visto que os meios são também grande fonte de conteúdo indesejado, como spam, publicidade e má informação. Vejamos o caso dos noticiários televisivos, por exemplo. Uma declaração de um político ou de um membro de um governo, são em geral mensagens com caractér de liderança que procuram transmitir uma boa imagem para o povo e ditam alguma linha de pensamento ou actuação para com a sociedade. Dito isto, é de esperar que os políticos percebam que podem controlar a mensagem, mas não querem controlar os meios (apesar de terem toda a influência sob qualquer media), até porque vivemos numa democracia livre e onde a liberdade de criação de conteúdos e de expressão ainda existe. No entanto, a maior parte tratam-se de sujeitos políticos que não possuem qualquer “perfil” para com o papel, como inúmeras declarações do Sr. Alberto João Jardim podem ser exemplo. Na minha opinião estas declarações são um perfeito disparate, típico de governos totalitários da América do Sul.
Uma simples “entrevista” importante como esta é capaz de conseguir 15 minutos de tempo de antena e manchete na maior parte dos jornais, tanto em formato papel como online. No entanto, se o tema é uma tragédia, então ai as notícias correm em 5 minutos, ou menos, como relatos de acidentes ou criminalidade. Ou seja, o que de facto tem valor informativo perde sempre frente a temáticas “à-la revista Maria”.
Em resumo, o meio pode ser a mensagem, mas por vezes, (tal como neste caso) a mensagem é só uma idiotice, como podem ver aqui.

Luís Fernandes

Thumb Generation

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Desde os finais do século XX, o uso crescente do telemóvel e outras tecnologias fez com que as pessoas começassem a dar cada vez mais uso aos dedos polegares. Os dispositivos electrónicos tornaram necessário o uso do polegar para escrever, e, assim restabelecendo a supremacia do polegar na hierarquia da mão. Desde os primórdios da vida, nós, homo sapiens temos usado os polegares para várias coisas, que nenhum outro animal pode fazer. Desde manejar armas e ferramentas rudimentares, desde tomar decisões, como forma de mostrar o nosso desagrado, para pedir boleia, etc. o polegar sempre nos tem definido e tornado humanos. No entanto, é claro que não quer dizer que, sem os polegares não sejamos humanos, mas com certeza que ajuda…
Ao longo dos anos temos encontrado novos usos para o polegar, e esta época de alta tecnologia não é excepção. O polegar é a ferramenta preferida da comunidade do século XXI. As gerações mais novas, principalmente as japonesas são muitas vezes referidas como “sedai oya yubi”, ou seja, a geração do polegar . Esta geração cresceu a enviar mensagens de texto através de telemóveis e ao jogar consola , onde o dedo que é mais usado para jogar o jogo, é o polegar. Alguns pesquisadores descobriram que os jovens japoneses, habituados a usar os polegares para enviar mensagens, estão agora a usá-los para fazer outras tarefas como apontar ou tocar nas campainhas. Da mesma forma, o uso de telemóveis e consolas desenvolveu habilidades em ambas as mãos, podendo fazer com que as gerações vindouras sejam ambidextras. Essa mudança , de acordo com a lei da natureza , deve ter levado anos ou mesmo gerações para desenvolver essas habilidades de forma a incorporá-las no gene humano.
No entanto, esta não é necessariamente uma boa notícia. Algumas pesquisas têm levantado preocupações sobre os “adolescentes cibernéticos”, um termo cunhado para descrever os jovens que não conseguem abster-se do uso excessivo dos telemóveis e vêem o telemóvel como uma extensão do próprio corpo. A popularidade do telemóvel é tão difundida entre os jovens, que estes sentem-se “perdidos” quando não têm o telemóvel consigo.
Estudos destacam o facto de que o uso de chamadas de telemóvel e mensagens de texto tem uma correlação directa em detrimento das suas habilidades de comunicação.
Os adolescentes enviam em média 50 mensagens por dia, sem qualquer conteúdo relativamente importante. As mensagens simplesmente contêm descrições do seu ambiente ou emoções. Assim, já não sentem a necessidade de interagir com os outros, a sua comunicação é superficial e torna-se um processo mecânico. Esta tendência é ainda mais impulsionada pelo desenvolvimento de uma linguagem de código, onde são usadas palavras abreviadas, em vez das palavras completas, o que contribui para a falta de
conteúdo em sms. O telemóvel é o primeiro gadget que oferece possibilidades ilimitadas para interagir com os outros. Mas o que é que isso significa para o futuro da comunicação?
Será que vamos começar a falar em frases abreviadas, ou será que iremos eventualmente perder a nossa capacidade de falar num ambiente social, porque vamos ser viciados em dispositivos de comunicação?
Seja qual for o caso, estou certo de que, no futuro, teremos de ser vigilantes e ensinar aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos, que não obstante o quão próximos se sintam com uma pessoa através de sms, nada se pode comparar a ter uma conversa cara-a-cara num ambiente social.

Luís Fernandes

League of Legends

Immediacy, Hypermediacy, and Remediation in League of Legends.

First of all we all have a clear idea of what Immediacy, hypermediacy and remediation is.

“Bolter, Jay David, and Richard Grusin. Remediation: Understanding New Media. The MIT Press, 2000.”

League of Legends is no doubt being the most played game in the world, but what does it have different from other video games?

First of all LoL was created by the gaming community using level tools provided by blizzard. Today League of Legends is more then a simple game its also a way of life its the forerunner for remediating video gaming into an E-sport (Electronic sport), already successfully remediating its video into consumer televisions via twitch tv with its own ads. Through effort of its audience and gamers feedback they have made an effort of improving its level design. This further expands the game proving to be a Immediacy project. The user/player erases himself that he is in use of a media he is no longer aware that he is confronting a medium thus bonding with the game itself. This overlapping collection of concepts makes league of legends also a hypermediacy. The player is aware of what he is doing he is aware of his actions in participating in Twitter, Streaming, Facebook, Tournaments, surveys etc. From what i have seen in the world of gaming there is indeed a “microgame” of Immediacy vs hypermediacy. You see when you enter a game you are launched in a world with infinite possibilities but you know that but the game itself makes you forget that. This makes your own sub conscience fight with rationality. We do not know for sure how to label League of Legends based on the Media but we do know one thing we like the result .

 

Clive Castro

 

 


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