Telemóvel com 3 ecrãs apresentado no Mobile World Congress
Publicado por Casa dos Bits às 10.38h no dia 19 de Fevereiro de 2011
Chama-se Flip e é um telemóvel composto por três ecrãs. Só isto já seria suficiente para captar a atenção do leitor mais distraído, mas o facto de estarmos a falar de ecrãs Super AMOLED – conhecidos pela qualidade de imagem – e de um equipamento flexível ajudam a “alimentar” o interesse pela história. Para já não passa de um conceito e também não é propriamente um segredo bem guardado, uma vez que as primeiras imagens do dispositivo foram divulgadas no início deste ano, mas voltou a dar que falar depois de ter sido apresentado durante uma palestra sobre “o futuro dos telemóveis”, no Mobile World Congress, uma das maiores feiras internacionais de comunicações móveis, que decorreu esta semana. Este smartphone Android foi concebido pelo dinamarquês Kristian Ulrich Larsen, especialista em design interactivo, que defende que este tipo de aparelhos poderiam adaptar-se melhor às necessidades dos utilizadores. Na ausência de muitos detalhes sobre o dispositivo e porque neste caso as imagens podem mesmo ser muito mais úteis que as palavras, reproduzimos abaixo o vídeo que apresenta o conceito.
What is being creative? from Kristian Ulrich Larsen on Vimeo.
in http://tek.sapo.pt/multimedia/telemovel_com_3_ecras_apresentado_no_mobile_w_1131001.html
No passado dia 19 de Fevereiro vi o título desta notícia aqui transcrita e, com o interesse a brotar de todos os meus poros, cliquei na hiperligação (link) para abrir a notícia e lê-la por completo. Fiquei ainda mais interessado ao ler todo o artigo no sítio (site) da “Casa dos Bits”, mas o que mais me fascinou foi o vídeo (clip) que acompanhava a notícia.
Este vídeo de promoção do “Flip”, elaborado pelo supra mencionado Kristian Ulrich Larsen, leva-nos numa viagem por dois caminhos distintos, o das funcionalidades da sua invenção, e o da questão sobre o que é ser criativo hoje em dia. Estes caminhos acabam por culminar numa meta coincidente: a presença dos novos média no nosso dia-a-dia.
Segundo o raciocínio do texto, muito bem conseguido, a criatividade é algo que se pode encontrar em qualquer um de nós, deixando de estar reservada aos artistas ou músicos, isto pela capacidade que hoje temos de aceder a programas (software) de criação e partilha de pensamentos, conhecimentos ou ideias.
Então vimos no vídeo uma rapariga que, com o novo telemóvel, faz uma enormidade de tarefas como: ouvir música; fazer um post no seu blogue (blog); comunicar com os amigos por voz, por vídeo ou mensagens escritas; ver vídeos na Internet; gravar os próprios vídeos ou fotografias; partilhar hiperligações com os amigos; ou ler livros digitais. No fundo tarefas que acabam por já nos ser completamente banais e das quais muitos de nós somos já dependentes.
Ao pensar no papel e influência que os novos média têm na sociedade e na forma como me podem modificar a mim enquanto indivíduo, este vídeo, mais do que o dispositivo em si, parece-me perfeito. De facto, até que ponto é que a criatividade, ou o conceito de criatividade foi alterado graças aos novos dispositivos digitais? Ou estamos na mesma e nada mudou? A resposta correcta talvez será: sim, mudou, mas não tanto.
Isto é, se lermos o texto que acompanha o vídeo isoladamente, podemos ou não introduzi-lo em qualquer época histórica? A criatividade não é algo que sempre pôde ser encontrada dentro de cada um? Contudo, o que realmente acaba por mudar é a capacidade que hoje qualquer um tem de concretizar essa criatividade e partilha-la com o mundo inteiro. Esse é que acaba por ser o grande marco da era digital. Arriscar-me-ia a dizer que nunca o chamado “efeito-borboleta” fez tanto sentido como na era actual, a era digital. Exemplo disso é a situação de instabilidade e revolta vivida actualmente no Mundo Árabe, provocada ou impulsionada graças às comunicações via internet (ex.: com manifestações convocadas via Facebook) e televisivas (ex.: as transmissões ininterruptas da televisão Al Jazeera).
Por fim, na última parte do texto, há uma ideia de vínculo entre o conceito de “novo” e “progresso”, onde somos incentivados a arriscar, seguir por outros caminhos, a errar para conseguir melhorar. Se por um lado esta é uma ideia que conseguimos encontrar em muitos outros vídeos de propaganda de dispositivos digitais, por outro, não deixa de estar correcta. No fundo é no erro que se descobrem as fragilidades das coisas e se pesa o que é mais importante. E no meu entender o que mais positivo há nestes novos ou nos antigos média é a capacidade, cada vez mais crescente, de divulgação e acesso à informação. No fundo é esse o seu objectivo inicial e, ainda hoje, principal. Os aspectos negativos que possam ter, podemos tomá-los e olhar para eles como os erros que nos fazem repensa-los (aos novos média) e nos fazem progredir (a nós sociedade e aos novos média), como comunicadores, difusores e protectores de informação.
O que é facto é que, se ainda existem muitas ditaduras neste planeta, o acesso à informação e a capacidade de viajar e atingir alvos nunca foi tão democratizado, demonstrando uma força capaz de mudar sociedades e mentalidades.
Deixo-vos então com a transcrição (feita por mim) do texto do vídeo:
What is being creative?
Creativity is no longer a word reserved for the musician our the artist. Is something you can find in any one. It’s the ability and the art to make something available. It could be big, it could be small. But making something new, something different, something that surprise us, something that makes you think, something that makes you smile, it’s making something beautiful. It’s telling a story… it’s telling your story. Expressing yourself. It’s about being passionate. It’s creating something that other people can use. Sharing your creativity. It’s about realizing that there is not always a right or a wrong way of doing things. There’s not always a correct answer, only the answers that we create. What form the creativity it’s what come from the inspiration. Inspiration founded in the world we live in and then the people we live with. It’s founded we share with them, building what was given on the diversity of people thoughts and perspectives. So try and drop this options that we know who to do things and already know the solution. Stay away from the right path, take risks, don’t be afraid to make mistakes, because it’s only from the mistakes that we learn and it’s from the mistakes that than really interesting things happening. We maybe not always create or invent, but we always learn when we try.
João Miguel C. Pereirinha