Arquivo de Junho, 2014

Localização

Vivemos numa época em que as grandes potências tecnológicas reinam o nosso espaço social, a nossa rotina, as nossas práticas sociais. O mundo encontra-se de imensos sinais, que nos permitem e que facilitam a nossa comunicação com outros seres do outro lado do globo.
As novas tecnologias portadoras de muitas vantagens, tais como a presença de múltiplos dígitos, códigos, a ubiquidade, as diversas funcionalidades que apresentam, a mobilidade e a ligação permanente com as redes de comunicação. Mas o problema que se insere neste contexto é, o facto, de nos termos tornado numa sociedade facilmente influenciável, adaptando-nos aos meios que nos são proporcionados. A partir do momento de inserção de novos aparelhos, nós enquanto sujeitos passamos a ocupar e a possuir uma nova localização, somos como que relocalizados no nosso próprio espaço, mas com uma dimensão meramente digital. Nós somos o fruto/produto que provém da interferência entre a utilização efetuada pelo ser humano e a máquina.
As novas formas de sociabilidade que surgem partem para a questão do drama da incomunicabilidade e do isolamento social, que são problemas que advêm do uso excessivo dos aparelhos eletrónicos, que revolucionaram a nossa sociedade. Ao deixarmos que estes diapositivos modifiquem as nossas práticas culturais, hábitos e rotinas, não só nos estamos a ligar eletronicamente à era digital, deixamo-nos de sentir sozinhas a partir do momento em que entramos em contacto com alguém, mas por outro lado perdemos a necessidade de construir relações verdadeiramente interpessoais, que são deveras importante para o nosso desenvolvimento psicológico enquanto seres humanos.
Enquanto estamos conectados com o mundo social, como o facebook, o instagram, entre muitas outras redes, entramos numa espécie de jogo de autorepresentações definindo ou não a nossa personalidade, o nosso dia a dia, a nossa vida através de fotografias, preenchimento de dados pessoais, da partilha de imagens ou músicas, etc.
Em suma, a palavra controlo será a mais apropriada para representar a maneira como devem ser utilizadas corretamente estas tecnologias. Sejamos comunicáveis com o interior e com o exterior, perfurando um espaço digital e social, e criando relações interpessoais.

 

Maria Beatriz Nogueira

 

Novas Identidades

O ser humano do século XXI está sempre acompanhado por um dispositivo móvel. Com exceção das gerações mais antigas – embora não seja uma regra – é comum ver muitas pessoas em locais até bem frequentados com algum portátil, seja um celular, um computador, ou dispositivos de várias categorias e modelos. Mesmo quando estão em grupo, há sempre um momento em que é retirado o objeto da bolsa para uma averiguação rápida. Isto pode ser uma necessidade para muitos e é normal a não percepção dessa necessidade.

Ao estar sempre acompanhado por um dispositivo eletrônico, o sujeito adquire uma certa dependência, pois transfere muitas coisas da sua vida e situações em que está inserido para serem solucionadas via internet, como marcação de compromissos, situações de trabalho e estudo, etc. Os novos médias tornaram-se extensões do corpo como afirma Sherry Turkle.

E ela vai mais longe ao afirmar que o homem precisa se isolar para poder estar conectado. O sujeito está em uma espécie de jogo de auto representações via web. Os novos médias proporcionam novas formas de sociabilidade. Essas transformações atingem a própria definição do eu enquanto algo que pertence ao interior do sujeito e passa a estar fora deste.

O ser humano começa a construir outras identidades no meio virtual. Este serve como um espaço para as pessoas experimentarem novas formas de ser e de agir perante opiniões e assuntos diversos que surgem todos os dias. Há um exercício constante de auto projeção.

Acredito que esta nova realidade possa sim ser o cenário de uma crise de identidade e que o indivíduo esteja passando por um processo de redefinição dela. A transformação talvez culmine, segundo Turkle (1997), na formação de uma identidade múltipla. Basta pensar nas diversas máscaras que são construídas no facebook. Estas máscaras são distintas das máscaras sociais tradicionais da vida cotidiana, pois elas podem ser ativadas a qualquer momento, dependerá apenas do melhor momento para determinada máscara.

Referência:

TURKLE, Sherry. A vida no Ecrã: a identidade  na era da internet. Lisboa: Relógio D”Água. 1997

Allan Moscon Zamperini

Não te sinto, mas consigo ver te democracia

É confortável promover a democracia através de um meio de comunicação como a internet, mas é difícil selecionar o que é de facto verdade e o que foi corrompido pelas forças políticas menos liberais que têm o intuito de dominar as massas. O internauta democrático terá então que lutar pela verdade exposta na internet, numa contradição ao que é a verdade empírica exterior aos media.

Temos o caso da Primavera Árabe que foi um dos mais notáveis exemplos desta explosão democrática nos media. Foi entusiasmante para todo o mundo assistir no conforto das suas casas a um momento histórico de mudança desta envergadura no Médio Oriente. A queda de um sistema ditatorial como este, hoje em dia pode ser visto em directo de diferentes perspectivas. Isto acontece pois a maioria da população de hoje das diferentes classes social tem a informação a um click, colhe essa informação em outro click e faz dela noticia por toda a aldeia global num click final.

 Porém toda esta facilidade em dar e receber informação não é de todo linear pois existe a censura. Infelizmente existem países que investem para controlar a liberdade de expressão como a China e o Vietname. Este facto vai criar um clima de medo em utilizar essas ferramentas. Ou seja, a censura não vai fazer com que existam noticias a circular, mas vai simplesmente distorcer o assunto de forma a que seja menos perceptível e não lhe prestemos atenção.

Vivemos numa época em que os princípios da democracia encontram nos recursos tecnológicos um ampla participação político-social. Os meios de comunicação ajudam a que se alarguem as forças políticas sobre o povo, vencem barreiras geográficas ao mesmo tempo que se impõem. Para que este objectivo seja alcançado, a utilização dos meios de comunicação neste caso a internet assumem um papel fulcral. Isto porque os cidadãos expõem todos os seus medos, desejos e aspirações o que auxilia a formação de uma opinião pública ampliada e de uma cultura política activa.

Luís Nunes

Fonógrafo

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A criação de uma máquina que registrasse e reproduzisse som foi a ambição e objecto de estudo de muitos cientistas. A história começa em 1877, quando Thomas Alva Edison tentava projectar um aparelho de telégrafo que gravasse os traços do código Morse num disco. Edison montou então um modelo que possuía um tambor cilíndrico rotatório, coberto por uma folha de estanho e que foi o primeiro aparelho a reproduzir um som gravado que realmente funcionou. O fonógrafo de Edison ficou conhecido como o “fonógrafo de folha de estanho”.

Na sua primeira demonstração, Edison cantou “Mary had a little lamb” no bocal da corneta do aparelho e é respectivamente a primeira gravação reproduzível de voz humana. A corneta estava ligada a uma agulha, que gravava os padrões sonoros em sulcos na folha de estanho e depois reproduzia o som gravado, estranhamente abafado. No entanto, o impossível tinha-se realizado e a voz humana tornara-se imortal.

Nos anos seguintes, outros cientistas tentaram melhorar a tecnologia do fonógrafo. O próprio Edison, associado a Charles Tainter, fez uma versão melhorada de seu aparelho em 1886, mas somente em 1887 o alemão Emil Berliner conseguiu substituir o cilindro do aparelho de Edison por um disco recoberto por zinco, recebendo a patente do modelo que chamou de gramofone. E tornou-se a grande concorrência de mercado do fonógrafo.

Uma curiosidade é a origem da marca registrada da Victrola (Victor Talking Machine Company, empresa de Emil Berliner): um cão próximo a um gramofone, imagem eternizada pelo pintor inglês Francis Barraud do terrier de seu irmão, Nipper, que, ao ouvir a voz do dono gravada nos cilindros de um fonógrafo, se aproximava do aparelho.

Luís Nunes

Redes (anti)Sociais

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Esta semana, curiosamente, no facebook deparei-me com uma publicação de um amigo que tinha com o título “These 29 Clever Drawings Will Make You Question Everything Wrong With The World”. Abri imediatamente, e enfrentei várias imagens que realmente correspondiam ao seu título e aliciavam à reflexão. Apreciei de um modo especial a imagem anexada, e quis publicar a mesma por achar que satiriza na perfeição as redes sociais.

Usamos as redes sociais para tudo e mais alguma coisa hoje em dia. Publicar fotos, músicas, vídeos, estados de espírito, pensamentos e sentimentos, até mesmo de luto. Caracterizando o que somos, o que queríamos ou julgamos ser, usando máscaras, procurando conforto e compreensão. Sentamo-nos no conforto da nossa casa ou em qualquer outro lado e podemos ir onde quisermos e ver praticamente tudo o que queremos. Mas , na minha opinião, não passará tudo isto de uma ilusão? Não passará tudo isto de apenas um vislumbre da vida real ? Somos o que experienciamos. E será que não precisamos de sentir a pessoa e o espaço visual e sonoro para experienciar de verdade ? Eu creio que sim.

Cada vez mais, somos mais distantes e mais frios uns dos outros fisicamente. Vemos frequentemente pessoas na mesma sala sem se encararem, sem se olharem nos olhos, por estarem a “brincar” com os telemoveis, tablets e computadores. Exponencialmente estamos a trocar o contacto interpessoal pelo digital. É o medo da solidão que nos causa, de facto a solidão.

Luís Nunes

Vidas Virtuais

Provavelmente um dos maiores horrores para o ser humano é a solidão, por isso vivemos em sociedade e temos interações sociais entre nós, no entanto séc. XXI com a divisão da realidade num mundo offline e um online cada vez mais vivemos á base de “falsas” interações, vivemos numa dualidade repartida do que somos e do que gostaríamos de ser através de avatares nas nossas redes sociais, videojogos, chats e outros. Vivemos cada vez mais numa utopia de vida que foge à realidade. Embora esta utopia tenha vantagens, pelo que a partir desta vida alternativa online podemos explorar-nos, a que não temos coragem para demonstrar no mundo online, podemos controlar o que dizemos e fazemos e ainda viver situações que provavelmente nunca estaremos envolvidos, uma oportunidade de ganhar importância e sentido de individualidade e de real libre arbítrio. Um exemplo muito concreto destas vantagens pode observar-se em videojogos online, em especifico RPG’s( Role Playing Game) Sandboxes, que fornecem aos jogadores nada mais do que o seu personagem (avatar) que é totalmente costumizável a vontade do jogador , o mapa e os utensílios que necessita, sendo o objetivo marcado por cada jogador , permitindo que se criem relações sociais realistas embora numa vida virtual. No entanto por mais vantagem que qualquer vida alternativa tenha será sempre uma vida virtual algo falso, e estamos de fato a criar falsas relações sociais, uma mera remediação para evitar a solidão ou para o fato que se perdeu o valor do contacto humano real.

 

Eduardo Freire

Eu, tu e os telemóveis

Sherry Turkle, uma importante psicóloga que estuda a relação da tecnologia com o ser humano, tem conduzido diversos estudos e produzindo várias teorias acerca das consequências desta relação.
Assim, estudando não só a relação da tecnologia-humanos, como também a relação entre humanos com a influência ou pelo meio da tecnologia, torna-se relevante o facto de a interacção social humana directa já quase ter sido erradicada. Cada vez menos existe o factor da experiência de conviver com os outros, de partilhar momentos e informação “real”.
Derivado disto vem a questão da conotação emocional e pessoal que é dada aos objectos tecnológicos, que por si só já fazem parte de quase todas as relações humanas em países desenvolvidos ou sub-desenvolvidos; enfim, estes dispositivos interferem de modo bastante demarcado em quase todas as relações em que existam utilizadores dos mesmos. A imagem que criamos de uma certa pessoa, hoje em dia, depende muito da interacção tecnológica que exista. E não havendo a experiência de lidar com alguém realmente, mesmo que só temporariamente, modifica as possibilidades de auto-controlo, uma vez que uma das acreditadas principais vantagens das tecnologias é precisamente a de não haver margens para erros, para defeitos, como existe num contexto de interacção natural.
As características individuais passam agora a ter de incluir os objectos de comunicação mais pessoais, pois é neles e através deles que se vê um grande reflexo da própria pessoa-até na maneira de como essa pessoa os usa, os exibe ou esconde (…); a maneira como a mesma se comporta uma vez tendo-os adquirido. Muitas vezes estas mudanças no sujeito ocorrem sem serem planeadas, derivando do avanço no tempo. Creio que este é um desses casos.
Como conclusão, os sentimentos, algo tantas vezes defendido como sendo natural e completamente espontâneo, parecem estar também a sofrer de/com algum virtualismo. Será que vai chegar a altura em que até eles vão ser totalmente computorizados?

 

Maria João Sá

Ilusão óptica

Viajar através de simulações ópticas pode ser uma mais valia, especialmente num contexto económico como o de Portugal, nem sempre somos capazes de viajar como gostaríamos, por vezes não é possível viajar de todo.

Para familias numerosas viajar torna-se despendioso, e nem sempre a viajem corre como esperado, haver a possibilidade de viajar sem sair de casa significaria que a acessibilidade da mesma seria real e constante.

Porém há que ter em consideração que, por muito realista que esse tipo de viajem podesse ser, nunca seria, practicamente, uma viajem real. Isto porque na verdade qualquer pessoa que recorra a esse método de viajem, está, na realidade, mais próxima de ver um filme, por exemplo, do que está de viajar, uma vez que o corpo não ocupa outro espaço físico que não o habitual, logo a experiência não é vivida, pois os cheiros, a temperatura, o local para onde se pretende ir acabará por não ser sentido, pelo menos da maneira que o seria caso houvesse uma deslocação física da pessoa em questão.

Em suma, parece-me que a simulação óptica seria perfeita para, por exemplo, conhcer ligeiramente um possível destino que o viajante possa ter em mente. Porém, este tipo de experiência não deve ser visto como uma “viajem” propriamente dita.

 

Bernardo Lousada

Mundo Virtual

O ser humano tem em si uma necessidade de preservar a sua própria história e cultura e de demonstrar os seus feitos, e com essa necessidade advém a necessidade de os expor e dar a conhecer as suas gerações futuras. Com estas necessidades são criados espaços para expor estes conhecimentos com o intuito de as visitar, no entanto com a evolução dos aplicativos multimédia é possível visitarmos estes locais sem sairmos de casa, podemos ter completo acesso a estes locais como museus e galerias a partir de modelos 3D e fotografias, designadas de visitas virtuais, que nos proporcionam uma experiencia semelhante a de realmente estarmos no local, acompanhado de diversas informações e curiosidades sobre o local no entanto permanecemos privados das outras sensações que não a visão e por vezes a audição se disponível. Este meio proporciona uma visita interativa por norma gratuita, instantânea, proveniente de uma total liberdade e disponível todo o dia todo o ano, permitindo assim acesso a muitos que não tenham disponibilidade de acesso ao local ou capacidade monetária. No entanto também estes projetos falham em entregar uma visita “completa” ou até “real” pelo que somos apenas apresentados com uma réplica digital da obra original e apenas uma sensação visual limitada desta, limitados ao modelo 3D ou fotografia dados pelo instituto que a apresenta da forma mais real possível. Podemos questionarmos se ao ver esta mera representação se a podemos considerar de facto uma obra de arte, o que leva de facto a falha principal deste tipo de projetos.

 

Eduardo Freire

Tecno-arte

Em pleno séc. XX a tecnologia continua a evoluir e a arte contia a ser criada, muitas vezes estes processos entram em sinergia, dando aso a novas criações artísticas.
Por um lado pode dizer-se que a tecnologia veio abrir caminho para novos processos e criações artísticas, no entanto também acontece esta criar facilitismos no campo artístico, por exemplo no teatro. O prestígio que advém do trabalho árduo de um interprete já não se pode dizer estar tão presente como estava há um século atrás, isto acontece uma vez que o trabalho de um actor acaba por ser ofuscado com a presença de engenhos tecnológicos articulados em espectáculos. Da presença de luzes brilhantes ao uso de imagens distractivas o actor é “perdido” ao longo da performance.
No entanto, há ainda uma vertente positiva da sinergia entre a arte e a tecnologia. No âmbito das artes plásticas a assistência tecnológica tem vindo a provar-se imprescindível. Trabalhos e obras de arte são feitas em âmbitos digitais, uma fotografia por exemplo, a captação de um momento de grandeur, o registo de um acontecimento estatisticamente improvável, tudo coisas feitas a partir de um engenho digital que mais tarde será alterado num programa de computador próprio, as suas cores talvez sejam mudadas, as luzes realçadas e as sombras esmorecidas.
Em conclusão a tecnologia veio desempenhar um papel activo no desenvolvimento da arte, mas esta deve ser vista como uma espada de dois gumes, pois esta tem o poder de potenciar a criação artística, no também pode esmorecer o trabalho do artista.

 

Bernardo Lousada

“Evolução” Técnologica

A medida que o ser humano evolui a tecnologia as suas necessidades evolui também este evolui com elas. Inicialmente o ser humano trabalhou a tecnologia como uma forma de recurso, uma forma de auxiliar as suas atividades e necessidades, como a comunicação, a exposição e partilha de informação e conhecimento, cálculo e outras muitas utilidades que foram desenvolvidas. No entanto com este desenvolvimento destas tecnologias e sistemas e a sua receção aos utilizadores a longo prazo tornaram se mais do que meros utensílios para passar a ferramentas na sua integridade. Hoje em dia uma simples procura seja para um trabalho universitário ou pessoal parte de uma pesquisa do Google e em poucos casos alguns terão ainda o interesse de pesquisar por mais informações num livro, um qualquer calculo, por mais fácil que seja, é por norma resolvido numa calculadora ou numa calculadora de um computador em vez de ser feito de cabeça e cada vez mais tudo é adaptado ao mundo digital e o mundo “concreto” é abandonado como recurso, até no mundo da arte tudo começa a ser “sobredigitalizado”, pelo que se vê uma preferência pela realização de uma ilustração ou pintura através de softwares. Temos softwares praticamente para tudo, o que não refiro que seja mau, pelo contrário , este mundo de software digital tem uma vantagem sobre o mundo “analógico” é dado a qualquer pessoa a oportunidade de criar uma obra de arte sem ter essa “capacidade” tudo o que basta e ter alguma imaginação e aprender o software em questão, tomamos uma consciência de sociedade deferente da real um mundo em que nos tornamos bastante mais participativos pelo sentido que temos de uma comunidade
Global real. O mesmo se aplica a muitos outros softwares que de facto alteram a nossa vida para algo melhor no entanto existe um lado negativo neste mundo digital , perdemos o contacto com o mundo fora do digital, perdem se capacidades sociais pois maioritariamente hoje em dia preferimos falar por chat pois nos permite a um maior poder de discurso e ficamos desamparados em dialogo pessoal , ficamos dependentes do mundo digital para realizar pequenas ações do dia a dia pois os dispositivo.

 

Eduardo Freire

Nova Era da Comunicação

No mundo moderno não nos é estranho a existência do telemóvel/telefone ou até o conceito deste, muito menos às gerações mais recentes como a minha. Vemos este dispositivo como algo indispensável a nossa vida, um dispositivo capaz de na sua ausência nos dificultar a comunicação do dia-a-dia. No entanto poucos ponderamos como realmente seria a vida sem esta forma de comunicação e os impactos que esta causa nela. Este meio na altura da sua criação foi visto como um fenómeno ou magia pois não cabia no conhecimento de ninguém como seria possível a voz ser enviada por informação digital. Este meio vem substituir outros meios de comunicação como a carta ou o telégrafo, facilitando comunicações à distância pois nem todos poderiam ter acesso a um telégrafo e vem a tornar a comunicação em algo instantâneo e quebra a sensação de distância, a pessoa do outro lado passa a estar quase que na nossa divisão, temos uma maior perceção e compreensão do diálogo do outro pois conseguimos ouvir a entoação e ritmo do seu discurso. No entanto perde o sentido de significado de uma conversa, pelo que não podemos reler uma chamada como fazemos uma carta, não é algo de concreto como uma carta, fator que a torna mais pessoal e significativa. Exemplos são estes das desvantagens de uma conversa por voz, que ainda hoje no mundo moderno se mantêm presentes e visíveis pela banalidade de uma chamada e pelo momento inédito que nós e proporcionados quando raramente enviamos uma carta.

Eduardo Freire

A Era dos Avatares

Cada vez mais se criam maneiras de ocuparmos presenças que não as que ocupamos corporalmente. Interagimos com os outros tendo a opção de realmente não o fazer, para além disso é-nos ainda dada a opção de sermos outrém ao fazê-lo , através de avatares virtuais e da digitalização da nossa presença.

Chegamos à era da virtualização, estamos no tempo dos avatares e na cultura da medição. Prestamos mais atenção ao avatar do jogador desconhecido do MMO que jogamos do que ao colega presente do nosso lado.

Torna-se simplesmente mais interessante imaginar “e se” num mundo fantasiado onde a pessoa que joga connosco e que comunica connosco a partir de sua casa, muitas vezes a longos kilómetros de distância. Porém torna-se mais apelativo imaginar a infindade de interações moderadas por nós que podemos ter com um avatar de alguém por quem na verdade não estamos interessados em conhecer pois isso implicaria por de parte um mundo, que não o nosso, no qual já estamos imersos e no qual nos representamos com um avatar, um “boneco” que não existe corpóreamente. Inserimo-nos numa sociedade digital, deixando de lado a sociedade que nos rodeia.

Fazemo-lo porque na verdade procuramos sentir a experiência de ser o personagem principal de uma história, mesmo que não seja a nossa, pois na verdade, aquilo que todos queremos é um mundo que gire em nosso redor, mas onde haja outros como nós, com os mesmos objectivos.

No final, por muito que não o vejamos ou não o queiramos admitir o que realmente acontece é que vivemos a vida de alguem que não existe, pois a nossa parece demasiado aborrecida para ser vivida, e trocamos a realidade monótona por um mundo irreal extravagante.

 

Bernardo Lousada

Sobre homens, macacos e Walter Benjamim

daniel+alves+banana+racismo

Durante um jogo do Barcelona, um espectador atrevido decidiu atirar uma banana ao campo, direcionada ao jogador brasileiro Daniel Alves, este imediatamente em resposta apanhou a banana e a comeu, a imagem captada em vídeo por dezenas de câmeras de TV e celulares correu o mundo, tendo as mais diversas consequências, se o nosso jogador puder ser considerado um ator em cena, assim como seu ato uma performance, teríamos aqui exemplos da teoria da obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica de Walter Benjamim.

No emotivo campo do futebol, nem sempre veremos bons exemplos de uma boa educação, ou ações de cordialidade, como uma nova moda que surgiu algum tempo em campos de futebol europeus, o ato de atirarem bananas para os jogadores negros, claramente uma ação racista comparando os jogadores de cor com macacos. Mas há sempre maneiras elegantes de se responder a isso, como no caso do nosso ator-jogador em campo Daniel Alves que foi registrado pelas câmeras.

O registro cinematográfica da realidade, segundo Benjamin, é muito mais significativo do que um registro pictórico, mas o que aconteceu aqui foi que houve resultados interessantes voltados a arte, campanhas, criações de logos e cartuns a respeito do assunto, em apoio ao jogador.

Enquanto o nosso ator jogador encontra-se em uma situação bastante especifica, realizando a representação de seu papel, bem distinta de um ator de teatro ou ator cinematográfico que tem de lidar com a intervenção de um numero de especialistas (diretores, produtor, técnicos, editores, etc), tendo de repetir cenas e filmagens por diversas vezes. A reprodutibilidade técnica aqui neste exemplo, se dá através de um momento único, que não se repetiria, mantendo sua originalidade, sua aura, feito pelo jogador que ao ser captado pelas câmeras provocaria reações diversas pelo mundo, apreciadas por uma coletividade artística que se manifestaria artisticamente, sendo é claro que não tardaria aparecer aqueles que tentariam se aproveitar de forma comercial do tema,

Volney Nazareno

A linguagem do Netspeak

O netspeak, foi um conceito criado por David Crystal, que o defendia como um tipo de linguagem que as pessoas utilizavam para comunicar com outras através das redes sociais.
Atualmente muitas pessoas que comunicam através de meios digitais utilizam linguagem abreviada, ou símbolos para tentar apressar a comunicação,. Este Netspeak é mais usado pelos jovens e é de tal forma intensa que no dia a dia deles, eles não conseguem parar de abreviar quando estão a escrever.
Outro conceito que David Crystal aborda e muito bem, são as máximas conversacionais, que são quebradas através deste tipo de comunicação. Estas quatro tipos de máximas conversacionais são a qualidade, a relevância, a quantidade e o modo.
Estas máximas são quebradas essencialmente pela ausência do outro. Nos quando lemos a mensagem temos tempo para pensar no que se vai dizer, corrigir, ou até simplesmente não responder. Com este tipo de comunicação a pessoa que esta do outro lado não percebe que tipo de reação teve ao ler essa mensagem, e não consegue ver o seu estado de espirito.
Contudo desde o surgimento deste tipo de comunicação existiu a tentativa de transmitir um estado de espirito ou sentimento. esse estado de espirito era transmitido em forma de smiles, no entanto não deixa de ser duvidoso esse tipo de sentimentos.
Com a evolução das tecnologias, hoje já existe formas de se poder comunicar sem quebrar as máximas defendidas por Crystal, essas formas podem ser o audiovisual. Este tipo de comunicação já aproxima da comunicação face a face, reforçando o sentido de presença.
Em suma desde o surgimento das formas de comunicação mediadas por dispositivos, sempre existiu a tentativa de acentuar a presença do outro, seja através de sms, mms, smiles ou videoconferência. Isto leva-nos a pensar realmente na extrema importância de se ver as expressões faciais do outro.

Henrique Escada

#IANM

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Actualmente vivemos numa era tecnológica, em que muitas vezes usar os dispositivos tecnológicos (como o telemóvel, o PC, o Ipad), é algo comum enquanto estamos com alguém ao nosso lado. Tornou-se mais preocupante estar ligado que conviver realmente.

Há a preocupação de qualquer momento minimamente mais importante seja gravado, publicado, catalogado com os chamados “hashtags”, na medida que às vezes nem aproveitamos completamente a essência do momento real, em prol de o tornar-mos numa memória digital que achamos ser imortal.

Sherry Turkle afirma que os dispositivos tecnológicos são agora também objectos evocativos do indivíduo, visto que a sua importância aumentou de tal forma que ultrapassou a fronteira emocional. São os aparelhos electrónicos que nos permitem comunicar com quem precisamos/gostamos, que nos acordam, que nos lembram de um aniversário/compromisso, que nos dão acesso a uma quantidade de informação inacreditável, com a qual nos identificamos, nos distraímos, nos expressamos, nos rimos e até choramos. Tornando-se assim extensões psíquicas e emocionais do ser humano.

Quanto ao “Netspeak”, conceito criado por David Crystal, bem, hoje em dia, baseada no que conheço, deixou-se de usar o “k” e o “x” e as abreviaturas são agora maioritariamente em inglês, como idk (i don’t know), idc (i don’t care), lol (laugh out loud), nmv (nevermind), wtv (whatever), ikr (i know right). Pessoalmente procuro sempre escrever como se fosse um texto formal, com vírgulas, acentos e toda a restante pontuação, apenas usando as abreviaturas antes nomeadas. Contrariamente à minha forma de escrever, tenho conhecimento que em vários países onde se fala inglês, a pontuação é por vezes inexistente e as abreviaturas são usadas de uma maneira um pouco assustadora, chegando a não haver nenhuma palavra completa em várias frases, e o mais estranho é que estas exigem um esforço intelectual para serem descodificadas, a quem não está familiarizado com as mesmas. 

Maria Dias


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