Arquivo de Abril, 2012

Aura perdida

Podemos dizer que a aura é tudo aquilo que nos envolve, a nós e a tudo o resto que conhecemos e interagimos. A aura não é mais nem menos do que a nossa essência. Sendo assim a aura de todos as obras de arte, sejam quadros, manuscritos, poemas, livros, etc, toda essa aura acaba por ser perdida, por vezes no espaço, por vezes no tempo.

Acho muitíssimo bem que toda a gente possa ter acesso a todo o tipo de obras de arte já existentes, sejam do séc.XIX ou do séc.XXI, é de louvar a facilidade que toda a gente tem no que toca a alargar o seu conhecimento e a matar a sua curiosidade, desde sites de museus, de exposições, de concertos, de eventos de música, pintura, escultura, arquitectura até catálogos e livros onnline, mesmo não tendo oportunidades financeiras ou outras para o fazer, toda a gente pode ver a “Mona Lisa” de Da Vinci ou o quadro “Guernica”  de Plabo Picasso.

Toda esta informação, todo este conhecimento a que podemos ter acesso através de um click, é quase “falso”, na medida em que se tratam de cópias. Estas reproduções de obras originais nunca têm a aura que a verdadeira obra de arte tem na totalidade. Podemos ler um livro de Fernando Pessoa mas não podemos cheirar as folhas a novo, podemos ver uma escultura de Ron Mueck mas não podemos ver como quem vê quando a está a olhar de frente, não conseguimos sentir, na maior parte das vezes, aquilo que o autor da obra sentiu e quis transmitir quando a executou,  por exemplo o realismo de umas das esculturas de Mueck ou toda a genialidade das obras de Pessoa.

Com isto, podemos concluir é claro, que a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte. Tendo toda a gente acesso a todo o tipo de obras de arte, toda a gente pode criar também as suas próprias obras de arte ou até reproduções de obras de arte já existentes, porque afinal, tudo é considerado arte, se é de qualidade ou não, se tem valor ou não, isso é com cada um, isso é com cada autor e com a aura que inserem na sua obra de arte. Sendo assim, a arte expande-se pelo mundo mas também perde imenso valor – já não é vista com os mesmos olhos, tornou-se comercial, deixou de ser natural, de ser própria e, essencialmente, deixou de ser genuína.

Soraia Lima

Reprodutibilidade Técnica e Arte

Com a reprodutibilidade técnica a natureza e a função social da obra de arte mudou. Enquanto antigamente a obra de arte era utilizada num contexto ritualístico e religioso, e onde eram os ‘senhores do poder’ que tinham digamos o controlo sobre os artistas e sobre a obra de arte, hoje em dia com a reprodutibilidade técnica e a ‘massificação’ da arte, isso mudou. Também já não é só aquele grupo restrito de pessoas que tem acesso à chamada “arte”. Os novos média vieram mudar isso e as pessoas tem acesso à “arte”. Pessoas que por exemplo não tem dinheiro para viajar podem graças a Internet visitar um museu virtualmente. É claro que nunca é a mesma coisa do que ir lá ao sítio, ver e sentir a “obra”. Hoje em dia a obra de arte também é descontextualizada, mas a própria pessoa pode recontextualiza-la procurando a história dessa mesma. De qualquer forma com a passagem do tempo as pessoas já não olham para uma obra da mesma forma que as pessoas que por exemplo viveram no tempo em que ela foi criada, tal como cada pessoa tem uma abordagem diferente em relação à obra.

Como já referi, a função social da obra de arte mudou. Já não são só aquelas elites que podem criar uma chamada “obra de arte” porque hoje em dia graças ao avanços tecnológicos tornou-se fácil criar uma obra. O próprio povo, qualquer pessoa que deseja pode criar uma “obra de arte”. A arte tornou-se nesse sentido uma arma política, onde o povo ganhou um poder que não tinha antes. Como o explicou Walter Benjamin, ao dar o exemplo da fotografia:

 

A partir de uma chapa fotográfica é possível tirar um grande número de cópias; não faz sentido interrogarmo-nos sobre qual será a autêntica. Mas no momento em que o critério de autenticidade deixa de ser aplicável à produção da arte, então também toda a função da arte se transforma. A sua fundamentação ritualística será substituída por uma fundamentação numa outra prática: a política.

A chamada “arte” foi questionada. As pessoas perguntaram-se, mas o que era arte afinal? Um belo quadro? Um música bonita ou um poema engraçado? Veio a fotografia e com ela mais tarde o cinema, etc. Uns criticavam dizendo que aquilo não era arte, não era “puro” e outros ficaram fascinados com as novas descobertas.

Hoje, na minha opinião, já não é dado tanta importância “a obra”, ao objeto em si, mas à mensagem que está por detrás, ao conteúdo ou o que o artista quer transmitir ou demonstrar com aquilo. Aquela doutrina de arte pela arte, de arte “pura” já não faz grande sentido.

Walter Benjamin há umas décadas atrás explicou de forma clara como a reprodutibilidade técnica veio mudar a natureza e a função social da obra de arte. Com isto também se impõe a questão “O que é arte?” Desde então as pessoas continuam a fazer inúmeros debates sobre o que é arte e o que não é arte. Ainda não é bem claro. Eu não vou comentar sobre esse tema, porque teria de expor muitos outros aspetos, mas já que toquei nele queria ao concluir o artigo deixar aqui uma citação dum célebre artista, escultor e pintor alemão já falecido, Joseph Beuys, como reflexão sobre o tema: “Libertar as pessoas é o objetivo da arte, portanto a arte para mim é a ciência da liberdade.”

Nunca uma cópia!

‘Como se reconhecem atualmente (isto é, com os novos média) os efeitos da reprodutibilidade técnica na obra de arte (que Walter Benjamin identificou na fotografia e no cinema em 1935)? O que acontece à aura quando um manuscrito é digitalizado (cf. Espólio de Fernando Pessoa no sítio web da Biblioteca Nacional) ou quando uma pintura se torna acessível através de uma base de dados que virtualiza a visita ao museu?’

O mundo evoluiu a nível social, cultural e político. Física e abstratamente o mundo foi-se alterando, crescendo e desenvolvendo. Não é o mesmo do tempo dos meus pais, dos meus avós e não será o mesmo no tempo das gerações futuras. Ao crescimento cultural e socioeconómico aliam-se o crescimento intelectual e tecnológico. Desenvolvendo-se softwares, programas e tecnologias que cada vez mais excluem a possibilidade de unidade e unicidade ao mundo que nos rodeia.

Walter Benjamin escreve um ensaio em que aborda o efeito da reprodutibilidade técnica na arte, na era do crescimento de outras formas de arte nomeadamente a fotografia.

Será que esta possibilidade de reproduzir obras até à exaustão lhes retira a aura? Ou será que a possibilidade de reprodução cria novos conceitos?

A reprodução permite a massificação. E será que esta massificação questiona aura de uma obra de arte no século XIX e XX? E no século XXI?

Quando falamos de aura temos de ter em conta, primeiramente, o século em que nos vamos situar. Nos séculos XIX e XX, esta questão torna-se bem mais emblemática do que na atualidade. Nos séculos anteriores ao em que vivemos uma obra de arte era feita uma vez com um único efeito. (excluindo por exemplo as fases por que passa uma escultura). Seria ou uma encomenda, ou uma expressão do interior do artista. De qualquer das formas, o artista empregava sempre a alma no que fazia. Talvez seja desta ideia que surge a aura da obra de arte.

No século XXI e tendo em conta que a reprodutibilidade técnica é intrínseca à obra de arte, a questão da aura deixa de ter lugar na sociedade. Por exemplo, a ideia da música ao vivo é criada pela reprodução, sem a reprodutibilidade o conceito de ‘ao vivo’ seria inexistente. O registo de um concerto/espetáculo ao vivo é um processo de remediação. Remediação essa que é eminente.

A fotografia e o cinema são obras de arte intrinsecamente reprodutíveis. Fosse essa reprodutibilidade negada, seria quase impossível o lançamento de um filme à escala mundial, ou exposição da fotografia em vários sítios ao mesmo tempo.

A reprodutibilidade não pode ser vista apenas como a cópia de um original, deve ser vista como uma matriz com outra origem. Qualquer coisa acrescentada, nunca uma cópia. A reprodutibilidade dá origem a novas formas de arte e possibilita a distribuição das mesmas. Não fosse este o caso, teríamos de viajar sempre que quiséssemos ver um filme, não português, ou ouvir um álbum de uma banda estrangeira.

Inês Lopes

O conceito de aura na obra de Walter Benjamin

O conceito de aura na obra de Walter Benjamin insere-se no âmbito da obra de arte. Este conceito está ligado à reprodutibilidade técnica da obra de arte. Desde sempre existiu a possibilidade dos homens copiarem o que os outros tinham feito. Num primeiro momento, essas cópias eram feitas por discípulos dos artistas e, num segundo momento, eram copiadas para fins lucrativos. No entanto, a arte deixa de ser reproduzida manualmente quando, a entrada da fotografia possibilita uma mudança na mentalidade das pessoas. Benjamin escreveu que “com a fotografia, a mão liberta-se pela primeira vez, no processo de reprodução de imagens, de importantes tarefas artísticas que a partir de então passaram a caber exclusivamente aos olhos que vêem através da objectiva. Como o olho apreende mais depressa do que a mão desenha, o processo de reprodução de imagens foi tão extraordinariamente acelerado que passou a poder acompanhar a fala.” O cinema, por exemplo, surgiu como um complemento dessa percepção visual mais rápida e do olhar.

Todavia, a reprodução da obra de arte relaciona-se com a sua autenticidade. Para Benjamin, por mais perfeita que fosse a cópia, jamais seria igual à obra de arte original. Ou seja, uma obra reproduzida não capta totalmente o “aqui e agora” de uma obra de arte. Já a reprodução técnica possui maior autonomia do que a reprodução manual, por isso, para a reprodução técnica, o objecto não necessita ser reproduzido exactamente como ele se encontra no seu estado natural. “A autenticidade de uma coisa é a essência de tudo o que ela comporta de transmissível desde a sua origem, da duração material à sua qualidade de testemunho histórico.” 

Para Walter Benjamin, “tudo o que aqui se disse se pode resumir no conceito de aura, e pode dizer-se então que o que estiola na época de possibilidade de reprodução técnica da obra de arte é a sua aura. O caso mais sintomático: o seu significado aponta para além do próprio domínio da arte. Pode dizer-se, de um modo geral, que a técnica da reprodução liberta o objecto reproduzido do domínio da tradição. Na medida em que multiplica a reprodução, substitui a sua existência única pela sua existência em massa. E, na medida em que permite à sua reprodução vir em qualquer situação ao encontro do receptor, actualiza o objecto reproduzido.” Com efeito, a aura é uma figura singular, composta de elementos especiais e temporais, é a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja.

Em suma, o factores que determinam o fim da aura estão ligados ao movimento de massas. Por isso, não é desapropriado dizer que, um dos factores que determina o fim da aura da obra de arte é o desejo que as massas possuem de se aproximar dos objectos. Assim, podemos dizer também que, possuir uma imagem da obra de arte, e retirá-la de um lugar comum, acaba com a aura da obra de arte, porque a obra de arte tem apenas um sentido e, mesmo com a mudança das circunstâncias históricas, esse sentido é sempre único.

Ana Carolina Rodrigues

“Aura”, onde estás tu?

The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction é um ensaio do filósofo alemão Walter Benjamin sobre a arte no século XX, que analisa a sua existência na era da cópia, da fotografia.

Sempre foi possível reproduzir a obra de arte, mas a sua reprodução técnica é, contudo, um fenómeno novo. O processo histórico revela a aceleração da passagem da reprodução manual para a reprodução mecânica/técnica, e é fundamental reconhecermos a diferença entre estes.

A litografia, no século XIX, permite pela primeira vez às artes gráficas não só entregar-se ao comércio das reproduções em série, mas também produzir obras novas. O  processo de reprodução das imagens foi tão acelerado que passou a poder a acompanhar a fala, com a passagem da fotografia ao cinema e ao cinema sonoro.

A singularidade tem a ver com a História, uma vez que a passagem do tempo e o consequente efeito que tem na obra de arte (a degradação) manifesta-se fisicamente. Para Walter Benjamim: “o aqui e agora do original encerra a sua autenticidade”. A marca da autenticidade está escrita na singularidade do objecto.

A reprodução técnica torna a obra mais independente do original e pode pôr a cópia em situações que não estão ao alcance do próprio original. Há uma ânsia de reprodução, que visa propiciar um domínio maior do objecto, uma necessidade irresistível de possuí-lo, de tão perto quanto possível, na sua cópia, na sua reprodução. As massas querem superar o carácter único de todos os factos através da sua reprodutibilidade. Sendo assim, será que essa reprodutibilidade técnica, com a retoma do sempre idêntico,  pode atingir a aura da obra de arte, contribuindo para a destruição do seu carácter único, autêntico? Na minha opinião sim. Apesar da reprodução poder fazer parte do processo artístico, como é o caso do cinema, não podemos deixar de ter em conta que a autenticidade advém do seu carácter único. Exemplificando: Hoje, a capacidade de reprodutibilidade torna a experiência do concerto ao vivo menos importante, pois a obra é descontextualizada. A reprodutibilidade destrói aquilo que confere autoridade e autenticidade da obra de arte no tempo: a sua aura, perdendo também a sensação da obra de arte como algo mais inacessível e especial, que nos “diga algo”.

Para Walter Benjamin, apesar do cinema exigir o uso de toda a personalidade viva do homem, este priva-se de sua aura. A aura dos intérpretes desaparece com a substituição do público pelo aparelho, ao contrário do teatro, onde a aura de uma personagem liga-se à aura do actor que a representa,  e é sentida pelo público.

Através do conceito de aura, o filósofo Benjamin observa as mais profundas transformações, não apenas da arte, mas do homem e da vida na era da reprodutibilidade técnica.

Daniela Fernandes

Benjamim, Reprodução e “Aura”

De que forma a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte?

Walter Benjamim foi um ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo, e sociólogo judeu alemão. Entre muitas obras conhecidas, ele escreveu a “A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica” em 1936. Nesta obra Benjamim reflectia essencialmente sobre o advento das tecnologias de reprodução que produzia obras de arte universalmente acessíveis ao público, de um modo como nunca antes havia sido possível. Ele considerou que a proliferação de reproduções artísticas aniquilava a singularidade das obras de arte, a sua “aura”, a sua originalidade, a sua autenticidade. A reprodução retirava a “aura”, afastava o objecto do domínio da tradição e, segundo Benjamin, provocava a “liquidação do valor de tradição na herança cultural”.

A fotografia, que torna absurda a noção de “obra autêntica”, substituiu as raízes rituais da arte tradicional autêntica, com uma base na política.

No seu ensaio, Benjamin afirma que antes do advento da reprodutibilidade técnica das imagens, a obra de arte singular possuía – em parte como função da sua autenticidade original e singularidade enquanto artefacto físico – uma “aura”, um eco distante das origens da arte, “ao serviço de um ritual, primeiro mágico e depois religioso”. A “aura” é o vestígio do “valor de culto”, que as tecnologias modernas de reprodução de imagem não têm capacidade de preservar, liga o artefacto ao domínio da tradição e continha em si o testemunho autêntico da nossa história individual.

Benjamin liga a percepção da “aura” à sugestão de uma identificação retrospectiva, dentro da autenticidade do objecto histórico, das raízes do que era – ou talvez do que ainda é.

Por fim, Benjamin definiu a autenticidade da obra de arte no “aqui e agora”, no presente. Deste modo, a autenticidade subtraía-se à reprodução técnica, mas ao relacionar-se com o “aqui e agora”, dependia do seu efeito sobre o espectador (o que o artista pretendia que afectasse o observador não era importante). Através deste filme http://www.youtube.com/watch?v=yDEm9tAbO1k&feature=related podemos ver “A obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica”.

 

Cátia Gouveia

Superficialidade da Era digital

Tema de escrita: “De que forma a reprodução técnica altera a natureza e a função social da obra de arte?”

Pensar obra de arte nos dias atuais significa pensar na forma como ascendemos à elas, porque é a forma pelo qual tomamos contato com a obra que influencia nossa percepção e apreciação do objeto artístico.Hoje em dia não precisamos correr o mundo e visitar museus e galerias para ver uma obra que nos interesse, ir as principais salas de espetáculos para ver uma encenação à diversos concertos e apresentações para usufruir das diferentes produções e práticas artísticas que desenvolveram-se no mundo ao longo de séculos de criação.Podemos conhecer um objeto independentemente de sua localização ou época em que fora criado, a medida em que retiramos o objeto de seu tempo e espaço e disponibilizamos em outros canais que mediam esse contato, trazendo até nós esses objetos.

Durante muitos anos os museus serviram como canais que proporcionavam o encontro do homem com as produções artísticas de diferentes tempos e lugares, e já ele, de certa forma,retirava a contextualização das peças que ali se encontram expostas.O individuo que vai até esses espaços tem a oportunidade de estabelecer contato com peças artísticas que ali foram reunidas para essa finalidade, portanto independe da função ou contexto pela qual foi criada, e assim sua significação genuína perde-se.

Hoje, para alem de vermos uma obra de arte apenas como uma peça artística, com valor estético e sujeita a fruição e analise intelectual (independendo muitas vezes do contexto e da motivação que levaram os artistas a produzirem), a exploração da obra tende novamente a ser remodulada, a mediada em que, se por um momento deixamos de ir ao local para o qual a obra fora feita e articulada para irmos á grandes salões que reúnem diferentes peças , hoje nem isso mais tendemos a fazer.Não vamos até o objeto.Ele vem até nós.Com a reprodução técnica das obras de arte temos acesso a produções que sem essa intermediação se calhar jamais conheceríamos.Mas, ao mesmo tempo em que temos á nossa disposição um grande numero de informações e uma proximidade no contato com as obras, é essa mesma proximidade que de certa forma nos afasta da verdadeira matéria.

Considero que os médias possuem e produzem sobre o ser humano um efeito bastante ilusório, que nos afeta em todos os segmentos- nossas relações , forma de ver , pensar e representar o mundo e nossa própria existência.Estamos em constante conectividade mas cada vez mais presos em uma realidade paralela onde o dinheiro, os amigos, as relações tornaram-se virtuais, e vivemos cada vez mais em um mundo pouco concreto mas que recebe efeitos concretos da virtualização.

Nossa relação com a obra de arte através de reproduções é tão frágil quanto qualquer relação do homem da era digital.Nos tornamos superficiais e perdemos a noção de originalidade.Acreditamos apreciar uma obra quando baixamos em nossos computadores os melhores ângulos dos quadros expostos no Louvre, e nossa ingenuidade e falso intelectualismo ainda nos fazem pensar que somos apreciadores da verdadeira obra de arte.Temos contato com a obra de arte tal como é, mas mediada por um meio digital, portanto o que conhecemos das peças do Louvre ( se nunca lá fomos) é na verdade a representação digital de uma obra original.Não conhecemos a matéria, mas seu espectro representado.

E é exatamente pela característica volátil do mundo moderno e pela não concretização das coisas que é reafirmado pela velocidade com que as coisas se propagam, e a facilidade com que os indivíduos têm para chegarem á elas. Podemos assistir a um concerto musical em tempo real e em simultâneo sem que toda a orquestra esteja dentro dos nossos quartos, mas a experiência de estarmos frente a um dispositivo que media essa relação entre a performance e o espectador causa-nos a ilusão de apreciação da obra, enquanto o que presenciamos não é a obra pura e genuína em si mesma, mas a forma como se faz efetivar e representar através de um dispositivo.É uma obra artística enquanto elemento remediado e não enquanto elemento original que efetivamente oferece a possibilidade de exploração bastante diferentes dos que uma remediação digital possa oferecer por mais fidedigna que seja, a medida em que retira sua materialidade.

Amanda Gomes

A obra e a sua reprodutibilidade.

como se reconhecem atualmente (isto é, com os novos média) os efeitos da reprodutibilidade técnica na obra de arte (que Walter Benjamin identificou na fotografia e no cinema em 1935)? O que acontece à aura quando um manuscrito é digitalizado (cf. Espólio de Fernando Pessoa no sítio web da Biblioteca Nacional) ou quando uma pintura se torna acessível através de uma base de dados que virtualiza a visita ao museu?

Aura, existem vários significados para esta pequena palavra, contudo não pretendo escrever sobre o que esta consta, mas sim fazer uma pequena reflexão de como a aura pode ser manipulada, abolida, ou não, através da reprodutibilidade.

O ser humano evoluiu, a sociedade evoluiu, as tecnologias evoluíram e nós somos meros espectadores, que anseiam, buscam, esperam e observam, de perto ou de longe, a essas mesmas evoluções/alterações. Neste caso estamos a falar de uma evolução tecnológica que nos permite, por exemplo, visitar um museu, ou galeria de arte, sem estarmos, na realidade, fisicamente presentes. Isto, é claro, veio-nos ajudar em diversas formas, não temos que nos deslocar nem pagar para explorar estas obras de arte, o que nos tempos de crise que decorre é uma grande ajuda, nem estamos condicionados aos quatro cantos de uma fotografia, o que, na minha opinião é uma grande ajuda, uma vez que podemos explorar muito mais sobre determinada obra, coisa que a fotografia não nos permitia. Contudo, apesar de todas estas evoluções, não há nada melhor do que ver a peça/obra original ao vivo e a cores.

Perguntam-me o que é que acontece à aura de uma obra quando esta é digitalizada ou multiplicada, a verdade é que desconheço, apenas posso falar sobre o que penso. E o que penso é muito simples, uma obra de arte é uma obra de arte, e isso é indiscutível, independentemente do que possa acontecer, fica e ficará para a história. Agora se a aura, após ter sido multiplicada ou digitalizada, permanece, se querem a verdade, eu não acredito que isso aconteça, é claro que se pode sentir certa empatia pela peça, mas nada se compara ao prazer de poder ver o original, de poder estar no sítio onde ela foi construída, se estamos a falar de arquitetura.

Para finalizar quero apenas esclarecer que estou a dar a minha opinião e sei, perfeitamente, ver o quanto o facto de as obras ser digitalizadas facilita, a nossa vida profissional ou pessoal, em vários aspectos, apenas quero salientar que por nem sempre o que nos facilita favorece, quer isto dizer que nos ajuda imenso, mas só nos deixa explorar e acima de tudo sentir em determinados assuntos, condicionando-nos nos restantes.

Carina Fernandes.

A aura de uma obra de arte.

O que é uma aura?

Uma aura, em certas religiões e práticas espirituais, é uma espécie de campo que envolve um ser vivo ou objecto. Diz-se ter várias camadas, e uma cor que muda consoante o estado de espírito daquilo que envolve, apesar de ser invisível.

Seja lá como for, exista ou não existir, põe-se a questão da aura de um objecto artístico desaparecer ao ser reproduzido e massificado. Ou melhor, essas reproduções não têm a aura do original. Ou não têm aura. Ou sei lá. O que sei é que podemos levantar uma questão: Isto de um objecto ter aura ou não é um pretexto para se vender o original nos leilões por valores astronómicos ou de facto há qualquer coisa que se perde com a reprodução de uma obra?

Eu penso que pode ser um pretexto, mas também acho que, de facto, há algo que o original tem que a cópia não tem. Não sei se lhe chamaria aura (demasiado místico, talvez). Chamo-lhe antes “essência”, ou autenticidade, ou unicidade, ou algo do género. Por exemplo, numa pintura original podemos ver as pinceladas feitas pelo artista, as diferentes camadas de tinta, umas com mais relevo que outras, as cores originais, o tamanho, etc. Estamos diante não só da obra, como de grande parte do processo pelo qual a obra foi feita. É mais que arte, é História, ainda que o ser humano não tenha capacidade para detectar todas essas variações e nuances e coisas tais. Mas independentemente disso, reconhecemos que o original tem algo que distingue das cópias. Tem lá a mão do artista. Tem a sua história. O original é único, ainda que por vezes não saibamos bem porquê. Ainda que com o passar dos anos a tinta caia, ou leve uma nova camada de tinta como manutenção, continua a ser o original. Continua a ser “aquele”. Pelo menos no meu ponto de vista.

Enfim, a cópia não tem a aura do original? Depende da maneira como vemos as coisas, como interpretamos essa aura. Penso que é uma questão de História. O original tem o suor e sangue do artista (literalmente ou não…), a cópia não. É claro que, por este ponto de vista, não podemos atribuir o mesmo conceito de aura a todas as obras de arte. Por exemplo, um álbum de música, que é pensado especificamente para ser massificado. Não existe original. É claro que há quem atribua grande valor à edição limitada do LP que saiu no ano X e nunca foi posto a tocar, ou coisa assim, mas mesmo assim, não é nem de perto nem de longe o original. O “original”, neste caso, é o momento em que os músicos se juntaram para tocar, mas mesmo assim, muitas músicas foram primeiro editadas no computador antes, e o álbum não seria a mesma coisa se não fosse assim, por isso não há um original. Mas não significa que não vejamos na obra, ou no CD, ou no vinil, uma aura. Podemos ver o nosso exemplar como parte do grande conjunto das coisas, parte da história do artista que a editou.

Assim, o que se perde com uma reprodução em relação ao original? Depende da importância que damos a certas coisas.

Fernando Gil

Reproduzir ou não reproduzir?

(…) “Mas o espantoso desenvolvimento dos meios ao nosso dispor, no que refere à sua capacidade de adaptação e precisão, coloca-nos num futuro próximo perante transformações profundas da antiga industria do belo”(…) Paul Valéry

As transformações na estrutura do capitalismo, depressa se impuseram aos domínios culturais, a industrialização e a criação de novos meio de reprodução técnica veio dar resposta à crescente necessidade comercial do mercado e a arte passa a números, já não interessa o conteúdo obra de arte, mas interessa antes quanto vai vender. A arte consumida pelas massas, adquire grande reprodutibilidade técnica para chegar a todos os potenciais consumidores… a Internet conseguiu abalar esta compra desenfreada, (não tão desenfreada porque estamos a perder poder de compra).

O artista assemelha-se ao proletariado que trabalha e vê o seu trabalho explorado e mal remunerado, enquanto que produtores e editoras ganham fortunas com a reprodutibilidade de um original construído aqui e agora, sobre o qual o artista deixa de ter poder, esse aqui e agora é muito efémero e deixa de o ser a partir da conclusão da obra, que uma vez concluída, já não é o artista que trabalha sobre ela, mas sim o tempo que a vai transformar na sua passagem.

As novas tecnologias vieram agravar esta situação de perda e transformação do original, ao a mesmo tempo que garantem a divulgação da obra de arte. Podemos pensar na reprodutibilidade de um obra, em que o original é de difícil acesso, ou até já nem existe, a reprodutibilidade tem a vantagem de nos colocar em contacto com a imagem da obra, que de outra forma não seria possivel. Mas quando a reprodução vive no mesmo espaço temporal do original, essa função altera-se e a reprodução passa a rivalizar com o original.

“Sempre os Homens puderam copiar o que os outros tinham feito. Essa imitação foi também praticada por alunos que queriam exercitar-se nas artes, pelos mestres para divulgação das suas obras, enfim, por terceiros movidos pela ganância do lucro.” Walter Benjamin.

Durante a antiguidade clássica a moldagem e cunhagem eram os meios de reprodução técnica possíveis, bronzes, terra-cotas e moedas eram produzidos em massa, mais tarde a xilogravura veio permitir a reprodução de imagens, e a imprensa a reprodução de textos, esta nova técnica transformou o acto de escrever, alterando aquilo se escreve e como se escreve, de modo a captar a atenção dos leitores. Poucos anos depois da invenção da litografia, que aproximou a reprodução de imagens à reprodutibilidade técnica da imprensa, é inventada a fotografia, que vem representar uma revolução na reprodução de imagens, e  fazer alvoroço juntos dos artistas, e daqueles que se interessam por arte ou vivem da arte. A fotografia veio rivalizar directamente com a pintura realista, que pretendia obter um resultado o mais fiel possível da realidade, a fotografia apresentou-se de um modo tão rápido e eficaz, contra o qual o Realismo não foi capaz de combater. Dado isto, assistimos ao nascimento de novas estéticas pictóricas, que vieram alterar de forma decisiva a imagem que é criada no quadro, e a maneira como olhamos para esse mesmo quadro. Já não faz sentido retratar a realidade tal como a vemos, uma vez que a fotografia o faz na perfeição. Os pintores viram-se obrigados a encontrar outras formas de inspiração que não o retrato da  Natureza ou do Homem, o inconsciente e sonho ganham lugar nas artes… como se representa o sonho? Digamos que aqueles que querem continuar a trabalhar com as mão, sentir a obra a ser criada entre dedos, dar forma à estrutura, criar com as próprias mãos voltaram-se para o impressionismo, expressionismo, surrealismo e pintam algo que já não é a realidade mas algo que habita o mundo dos sonhos. Este processo lento perde, para a rapidez do clik da maquina, e zás em segundos temos uma reprodução fiel da realidade…que pode ser reproduzida num numero quase infinito de vezes, o olho comanda agora, ele é muito mais rápido que a mão. Mas a máquina não é capaz de dar forma ao sonho, porque este não tem uma imagem visível, mas nós somos, porque temos capacidade de imaginação e reprodução, enquanto que a maquina não imagina limita-se a reproduzir.

A autenticidade não é imitável, uma vez que esta não é reproduzível. Existem aspectos positivos e negativos relativamente à reprodução técnica. Negativo, quando aliada a ideias capitalistas, que não respeitam o artista, e exploram o seu trabalho e positivo, quando pode por exemplo ajudar a preservar um original frágil que está guardado e o publico apenas pode vislumbrar a imagem através da copia. Para não falar naquilo que a reprodutibilidade veio a contribuir como ferramenta de trabalho para músicos, actores, pintores enfim todos os artistas interessados em criar.

Não menos importante que isto tudo, é o que representa esta reprodutibilidade no cinema, que se revelou a arma mais poderosa de todas para transmitir uma mensagem e chegar as massas, daí que seja importante que o artista não se esqueça, e não se divorcie da sua função social como educador das massas, que não deixe tudo nas mão dos políticos e homens de negócios, que apenas apreciam o dinheiro que a arte lhes pode dar, assim como são perigosos os artistas que o querem ser pela fama e pelo dinheiro e não assumem a sua função essencial junto da sociedade Um sistema democrático e passivo deve acarinhar o seus artista deixa-los produzir, patrocina-los, mas o artista deve exerce a sua função de criador e educador e não entrar no niilismo que infelizmente nasceu da guerra e da representação de um sofrimento que não possibilitava aos artista criar algo constitutivo e feliz, uma vez que viviam na destruição, se bem que eu ache que quando tudo está mal não devemos desistir e tentar sempre até às ultimas forças. “A esperança é a ultima a morrer”

Dar sentido à Arte e à Vida porque ambas tem muito sentido, a guerra é que não tem sentido nenhum.

Cristina Lopes

A Obra de Arte, a Reprodutibilidade técnica, o Contexto histórico e Cultural.

Walter Benjamim vem nos trazer questões a respeito da obra de arte e sua reprodutibilidade técnica. Então pensemos sobre o que é uma obra de arte. Hoje, imediatamente associamos obras de arte a pintura, cinema, escultura, etc. Se pesquisarmos na internet, a Wikipedia nos dá a seguinte descrição:

Obra de arte (trabalho artístico ou somente obra) é uma obra criada ou avaliada por sua função artística ao invés de prática. Por função artística se entende a representação dum símbolo, do belo. Apesar de não ter como principal objetivo, uma obra de arte pode ter utilidade prática. Pode consistir num objeto, uma composição musicalarquitetura, um texto, uma apresentação, um filme, um programa de computador, entre outros. Entretanto, o que é considerado uma obra de arte depende do contexto histórico e cultural, e do próprio significado de arte. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Obra_de_arte)

Tomando esta definição e pensando na abordagem feita por Benjamim sobre a reprodutibilidade técnica da obra de arte, a perda de sua aura, e as complexidades da reprodução mecânica, com a massificação e os questionamentos de sua autenticidade, levaremos em conta dentro da definição acima colocada de que a Arte depende do Contexto Histórico e Cultural em que se insere.

Vemos ao longo de anos o avanço tecnológico que abarcou nossa sociedade e fenômenos como globalização, internacionalização e consequentes difusões em massa. Então, as próprias características da obra de arte hoje se inserem neste contexto. Se no século XIX o acesso aos quadros se dava somente presencialmente, para uma burguesia que frequentava os salões de exposições, no século XXI, podemos acessar algumas destas obras pela internet uma vez que os museus estão “digitalizando” seu acervo de exposição.

Em uma determinada época, a fotografia e cinema foi algo de inovador, de polêmico e levantou questões em torno de seu valor artístico. Acontece que o avanço tecnológico possibilitou o nascimento de uma arte relacionada à tecnologia. Temos a reprodução fotográfica, a cópia de filmes, CDs, DVDs, enfim, artes com características próprias a este meio, apontando agora para uma massificação da arte, é uma arte mais acessível, que se difunde, que chega a lugares antes não imaginados.

Podemos ter acesso a determinadas obras, como um quadro de Renoir que esta em um Museu de Paris, via internet. É claro que se trata de experiências distintas. Apreciar um quadro de Renoir ao vivo não é a mesma experiência de aprecia-lo por foto ou no ecrã do computador. E é em torno destas experiências que se tratam questões como autenticidade, do frescor do aqui e agora da obra de arte e sua relação com o espectador. Estamos então a falar da questão da recepção. Porém, é inegável que se torna uma ferramenta importante para o acesso à cultura a possibilidade de conhecer uma obra via digital, pois, pelo contrario poderia nunca conhecê-la.

Desta forma, é preciso nos ater a especificidade de cada obra de arte em questão. Se o Teatro é uma arte efêmera, que se faz no aqui e agora perante seu publico o cinema vai se “eternizar” em películas que serão exibidas em diferentes lugares do mundo. Se uma escultura é uma obra singular a fotografia é sinônimo de reprodução, esta em sua natureza a  multiplicidade. O mesmo acontece com os CDs que registram músicas que hoje, comumente foram feitas para serem gravadas, diferentes das Óperas e Sonatas compostas em determinada época somente para serem ouvidas por poucos, em determinados dias e local.

Buscamos assim pensar a reprodutibilidade técnica e a obra de arte dentro de suas especificidades artísticas e expressivas e levar em conta todo processo de evolução tecnológica e sócio – cultural vivida ao longo dos anos. Se a reprodutibilidade técnica favoreceu, foi boa ou ruim para as artes, não abordaremos neste momento, mas para pensar neste sentido temos que elucidar O que É uma Obra de Arte?, compreendendo primordialmente O que é Arte?, questão que se encontra em constante debate na atualidade.

Vânia Silvério

A singularidade da arte na Era da Reprodutibilidade

Tema de escrita: De que forma a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte? 

“Obra de arte: pode ser definida como uma criação humana com objetivo simbólico, belo ou de representação de um conceito determinado; uma obra de arte se difere de um objeto comum, pois o objeto comum possui apenas uma função prática e útil na sociedade e, geralmente, é produzido em série por indústrias, enquanto a obra de arte tem como característica ser especial.” (fonte)

A apreciação da arte durante muito tempo ficou restrita a uma pequena parte da sociedade. As obras de arte carregavam em si uma aura de idealização muito forte, eram únicas, especiais e difíceis de alcançar. Tanto o artista, quanto a sua obra eram super valorizados pelo seu caráter exclusivo e incomparável. Enfim, a arte era para poucos.

Mas hoje a situação é diferente. Como explicita Walter Benjamim, no século passado sugiu a reprodutibilidade técnica e com ela a massificação da reprodutibilidade. Agora, todos podem ver as cópias das grandes obras, todos tem acesso à arte. Mas isso é bom? Essa reposta não é fácil, é um assunto muito polêmico. Para alguns essa “supermassificação” da arte faz com que o objeto original  perca a sua aura, perca o seu caráter único e especial. Para outros, isso é a democratização da cultura; pra quê uma arte que apenas atinge um pequeno grupo?, a arte deve ser universal.

Pessoalmente acredito que sim, o objeto original perde um pouco da sua singularidade, mas ele nunca vai deixar uma obra de arte. As cópias, por mais perfeitas que sejam, nunca conseguiram se igualar à original, pois “o aqui e o agora do original encerra a sua autenticidade” (Wlater Benjamim). Ou seja, o contexto da criação do original, as marcas dos efeitos e transformações ocorridos ao longo do tempo são únicos, exclusivos e escapam à possiblidade da reprodutiblidade técnica.

Na era digital, temos também a reprodução digital das artes, que é, acredito, a forma que mais resguarda a aura da obra de arte. O Google Art Project por exemplo reproduz todo o museu na qual a obra de arte está guardada e ainda traz recursos extras que possibilitam uma pesquisa online instantânea sobre aquela determinada obra de arte ou artitsta. Essa ferramenta permite ainda que você analise as obras com um zoom para ver os mínimos detalhes; recursos como este trazem outras questões à mente sobre a reprodutibilidade. Para alguns não há sentimento igual ao de estar presente em frente a uma obra de arte original, mas pensando bem será que analisar a “La Gioconda” em aplicações digitais, como a do Google Art Project, por exemplo, não é melhor do que vê-la em uma sala do Museu do Louvre lotada de turistas na qual você não consegue nem chegar a 5 metros de distância do quadro?

A reprodutibilidade técnica das obras de arte e a sua massificação serão sempre assuntos polêmicos, mas a questão é que nenhuma técnica de reprodução é (ou será) tão avançada e perfeita que consiga captar e copiar uma obra de arte a ponto de substituí-la. As obras de arte e os artistas continuam a ser singulares, especiais e exclusivos.

Larissa Guedes

A música e a Indústria Cultural

Indústria cultural é o mecanismo pela qual a cultura se tornou capaz de atingir as grandes massas por meio da produção em série, mesmo que este público não esteja intelectualmente preparado para assimilar o conteúdo proposto.

A função da indústria cultural de reproduzir em massa manifestações artísticas (músicas, pinturas, livros) faz com que a arte seja transformada em mais um dos produtos ofertados em um mercado popular, porém, lucrativo. Essa massificação da cultura proposta por essa indústria busca atender apenas os interesses do capitalismo, sem levar necessariamente em consideração sua originalidade e qualidade.

A indústria cultural é definida através de duas faces opostas: o bem e o mal. O bem, tido como o lado positivo da indústria cultural, seria o fato de que ela permitiu que um público de baixo poder aquisitivo tivesse acesso ao conhecimento.  O mal, seu lado negativo, estaria no fato dela estar trocando conhecimento por dinheiro, assim, colaborando com o capitalismo.

Os produtos dessa indústria possuem a característica de transitar pelas classes sociais, sendo assim, não existem barreiras intelectuais ou econômicas que impeçam um sociólogo de ler uma obra popular ou um operário de ouvir uma música erudita.

A indústria cultural é um dos meios pelo qual o produto musical alcança o seu público consumidor. Por esse motivo, não demorou muito para que essa indústria percebesse que a música teria êxito como um dos seus produtos e a utiliza-se a seu favor.

Uma considerável parte do sucesso comercial da música deve-se a condição de ídolo que os artistas tendem a assumir ao longo de suas carreiras, além de fatores fundamentais como qualidade, originalidade e o alcance popular que ela atinge.

Rafaela Christi

Reprodutibilidade

A reprodutibilidade técnica, isto é, a capacidade de fazer várias cópias de algo através de meios técnicos e tecnologia feita para tal, torna hoje em dia mais difícil saber a originalidade e a origem de algo. Assim no meio artístico hoje em dia e com a tecnologia digital torna-se cada vez mais difícil saber qual foi o trabalho inicial, visto que podem-se fazer várias cópias de músicas, imagens, fotografias, vídeos e tudo isso pode ser modificável vindo a criar algo novo. Porém existem novas práticas artísticas que são reproduzíveis pela sua própria natureza, tal como a fotografia e o cinema, como tal a aura de alguma obra artística é apercebida de acordo com as características dela que remetem para o autor, características únicas deste, tal como uma assinatura, assim a obra pode ser muitas vezes reproduzida, se tiver essas características não deixa de estar lá a presença do autor e da obra original. A reprodução de alguma obra sempre foi possível, ainda que de forma manual, um a pintura por exemplo poderia ser copiada se alguém pintasse uma diferente copiando a primeira, este género de reprodução não seria minimamente tão fiel ao original quanto o que se pode fazer hoje em dia com o uso de tecnologias, porém já se poderia pôr em causa questões como a originalidade e a aura. Assim a essência de alguma obra, isto é, aquilo que a torna única está presente e pode se verificar nesta, provando a originalidade da mesma. Ao contrário da pintura, á qual hoje em dia há a possibilidade através de tecnologia, de verificar todas as alterações que sofreu até ser obtido o produto final, na fotografia digital não existem muitas formas de saber quais as alterações que sofreu e qual a sua origem, de qualquer forma pode se verificar nela alguma marca da versão original, mantendo algum de seu valor apesar de possíveis alterações que pode ter sofrido.

Multiplicando auras

Tema de escrita: De que forma a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte?

A obra de arte tem uma função artística, de representação do belo, do único. Talvez por essa característica, sempre se procurou copiá-la e reproduzi-la na tentativa de alcançar o mesmo valor da peça original. Essa reprodutibilidade existe desde quando alunos imitavam, por admiração, pinturas que estudavam nas aulas, ou mesmo artistas que queriam lucrar fazendo cópias e plágios de telas, esculturas, por exemplo. O que mudou com o tempo foi a forma com que as obras passaram a ser reproduzidas.

A passagem da reprodução manual para a técnica causou uma diminução da distância entre a imagem exposta e o tempo em que essa é documentada. Se a arte gravada em bronze, as xilogravuras, os produtos de terracota forem comparadas com as mais atuais, como a fotografia e o cinema, pode-se observar a aceleração no acompanhamento do cotidiano e da fala. Ou seja, a reprodutibilidade técnica permite uma modificação da função da obra e a criação de novas formas de arte. Por causa da reprodução em massa, a peça de arte se torna atingível para um número muito maior de pessoas. Segundo Walter Benjamin, o acesso  mais democrático à arte, nem que seja através de cópias, gera uma politização da estética, que é capaz de moldar o senso crítico daqueles que entram em contato com ela. Assim, o observar da obra deixa de ser um privilégio da elite e passa a ter outro valor social, estando ao alcance de todos que quiserem estudá-la, observá-la.

Ao mesmo tempo que isso acontece, o caráter autêntico da arte entra em questão. Como o objeto artístico deixou de ser único por causa da reprodução, perdeu sua singularidade; de acordo com Benjamin, “o aqui e agora do original encerra sua autenticidade” e há uma perda da aura da obra quando essa é reproduzida em massa. Acredito que devido às reproduções técnicas a natureza da arte é alterada, pois ela poderá estar presente em diferentes contextos, mas a aura da original está preservada. Podemos buscar por fotocópias de manuscritos, por pinturas em livros, por esculturas em museus virtuais, mas, aquela obra primitiva, que deu origem a todas as outras, será sempre a mais valorizada e sobre a qual se conseguirá ver uma aura pura. E as cópias artísticas, sejam essas produzidas em qualquer meio, terão que construir as suas próprias auras para que cada uma tenha seu valor exclusivo. A reprodutibilidade, então, multiplica auras artísticas.

Bruna Fernandes

Uma nova experiência artística!

 

O que acontece à aura quando uma pintura se torna acessível através de uma base de dados que virtualiza a visita ao museu?

É assombrosa a dimensão que as novas tecnologias adquiriram nos últimos tempos. Indispensáveis no nosso dia-a-dia, tornam possível o mais improvável dos acontecimentos. Exemplo disso é o Google Art Project. Lançada em Fevereiro de 2011,esta plataforma online permite a qualquer pessoa analisar virtualmente uma obra de arte e visualizar os demais museus e as suas colecções. Resultado da parceria entre a Google e 151 instituições de todo o mundo, que vão desde o The Metropolitan Museum of Art ao Palácio de Versailles, este projecto, que começou com apenas 1000 trabalhos e já atingiu os 32000 em apenas um ano, representa uma variação naquilo que é a apreciação de uma obra de arte. Com a ajuda da  Google Street View technology, é-nos proporcionada uma experiência virtual em alta definição. As funcionalidades apresentadas são muitas: compete-nos a nós escolher o museu que pretendemos visitar, as suas obras correspondentes, analisar ínfimos detalhes em alta resolução, recorrendo ao zoom, escutar guias em forma de áudio, visualizar vídeos no youtube do próprio museu e até organizar a nossa própria colecção de arte, a qual podemos partilhar com amigos. Aquando o aparecimento da plataforma temeu-se que as visitas a museus registassem um declínio, face a esta lufada de ar fresco. Pelo contrário. Ao que parece, após esta experiência virtual, os internautas ficam com mais vontade de visitar o museu e a respectiva obra no seu estado mais puro. Uma das questões que se levanta perante esta inovação é o que acontece à aura da peça. Sendo uma representação virtual, perde a mística que a pintura ou escultura apresentam, já que grande parte da experiência artística resulta da admiração in loco de determinada obra de arte. Apesar de permitir uma análise pormenorizada, recorrendo à tecnologia mais avançada, não deixa de ser uma experiência um tanto ou quanto impessoal, já que não temos a própria obra perante os nossos olhos, mas sim uma representação virtual. Por mais avançados que sejam os artifícios digitais, não conseguem providenciar ao espectador a verdadeira fruição artística, mas sim uma ilusão, ainda que muito próxima da real identidade da obra. Este projecto é muito interessante e revelador da evolução constante da tecnologia, na medida em que permite ao internauta ter total controlo sobre a sua visita e ao seu dispor as mais variadas ferramentas. Concluindo, representa uma mais-valia para a divulgação da arte, uma vez que incita as pessoas a conhecê-la de maneira pessoal e transmissível, suscitando nelas, quem sabe, a vontade de visitar os museus em carne e osso.

 

Bastidores do Google Art Project :

 

 

Vídeo que enumera  todas as funcionalidades desta plataforma :

 

 

Link para esta plataforma digital:

Google Art Project

 

Ana Filipa Leandro

Arte num clique

De que forma o software, isto é, a camada computacional da tecnologia digital condiciona as práticas sociais, culturais e artísticas?

  Longe vão os tempos em que uma fotografia precisava de horas e uma série de processos complicados para ser revelada, e quem diz uma fotografia, fala de filmagens e tantas outras coisas. Ainda me lembro de quando ia a lojas e deixava os rolos fotográficos para depois a uma certa quantia receber as fotografias, que estivessem elas como estivessem, assim o ficariam.
Hoje não é assim. O processo é fácil, rápido e económico. Basta-nos ter uma máquina fotográfica digital, um cartão de memória capaz de armazenar centenas de retratos, que num minuto podemos ver no nosso computador e editar como bem entendemos. Os programas de edição são cada vez mais fáceis de adquirir e manusear, e por isso mesmo hoje em dia podemos criar a nossa própria arte à distância de uns cliques e um tempinho em frente a um computador.
Este é um desenvolvimento que desencadeia todas as condicionantes da camada computacional nas artes e na cultura. O conhecimento destes “engenhos” é cada vez mais vasto e garante acessibilidade a todos. Desta forma, podemos fazer filmes, captar fotografias e editá-las de formas ainda mais artísticas (ou pelo menos, “floreadas”) do que o eram antigamente, nos seus primórdios. Mas não nos fiquemos por aí.
Outro exemplo é a publicidade, a divulgação de eventos ou mesmo a exposição da arte.
Já não se vêm hoje em dia, cartazes manuais espalhados pelas ruas a anunciar um concerto, um teatro ou a estreia de um filme. Não. A tecnologia permite tornar tudo muito mais apelativo, e por meio de efeitos minuciosamente preparados em programas especiais: softwares que facilitam dar às letras, imagens, vídeos e sons, aquilo que as mãos não podem dar.
E ainda há mais. Hoje, através de uma pequena pesquisa no Google, podemos visitar o Louvre ou o MoMA, sem mesmo nos deslocarmos do conforto de nossas casas. A arte está ao alcance de todos, seja para a fazer, para a viver ou para a contemplar.
Acredito que a sociedade está profundamente condicionada aos avanços tecnológicos. Tirar tudo isto ao mundo era como reduzir o conhecimento a zero, coisa que alguns iriam ironicamente avaliar como…voltar “às cavernas”.

Ana Vilarinho

A (Re)produção da arte

De que forma a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte?

Walter Benjamin foi um crítico literário, filósofo, sociólogo, tradutor e ensaísta alemão. Escreveu A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica em 1936. Aqui analisa a potencialidade artística (essencialmente a nível político) a partir da reprodutibilidade técnica. Fala-se da “aura”, ou seja, a veracidade da obra. A fotografia começa, de certa forma, a “destruir” essa aura.

Mas é através da dita reprodutibilidade, que é possível democratizar as obras e, assim, a arte.

Para o autor, as coisas vistas pelos olhos são diferentes das vistas através de um aparelho (por exemplo, a câmara).

Há dois tipos de reprodução:

  1. Reprodução manual
  2. Reprodução mecânica/técnica

Há uma aceleração na passagem da reprodução manual (por exemplo, xilogravura) para a reprodução mecânica/técnica (por exemplo, fotografia ou cinema). A reprodução mecânica/técnica é imediata, ao contrário da manual, que leva tempo a ser produzida.

Apesar de as reproduções serem, na maioria dos casos, exemplos perfeitos de cópias dos originais, faltam-lhes o aqui e agora do original. O simples facto de ser A obra de arte. A história formou-se sobre o original, a passagem do tempo incidiu sobre o original…

O aqui e agora do original encerra a sua autenticidade. – Benjamin.

Com o fenómeno da reprodutibilidade facilitada, verifica-se a perda da aura dos objectos artísticos, esvai-se o sentido da tradição e da história que a obra original encerra e assistimos à sua massificação.

Na minha opinião, a reprodutibilidade é uma “espada de dois gumes”, com as suas vantagens e desvantagens.

É certo que a natureza da obra de arte original é afectada, pois perde o estatuto de singularidade, de ser “a única”, mas ao mesmo tempo penso que isso não é de todo negativo, pois permite que a maioria das pessoas possa ter acesso à obra, mesmo que seja “apenas” uma reprodução. Temos uma cultura de massas? Sim, o que faz com que não haja grande diversidade do meio cultural e que sejamos, de certa forma, obrigados a que todos gostem das mesmas coisas. Mas isso vai ao encontro do que disse anteriormente, pois dá a possibilidade a que todos (ou quase todos) possam ter um maior contacto com a cultura, não estando esta cingida a uma “elite”.

Penso que este vídeo se adequa à temática aqui apresentada:

Beatriz Barroca.

Reprodutibilidade técnica, aura e massificação da arte

Quando, em 1935, Walter Benjamin, identificou os efeitos da reprodutibilidade técnica na fotografia e no cinema, estava muito longe de pensar nos efeitos que ela teria na actualidade com a profusão dos novos média a nível planetário.

Desde a xilografia, passando pela litografia, em que as artes gráficas tiveram a possibilidade de ilustrar o dia-a-dia a par e passo, foi com a fotografia que a mão se libertou pela primeira vez, “no processo de reprodução de imagens, de importantes tarefas artísticas que a partir de então passaram a caber exclusivamente aos olhos que vêem através da objectiva”. A fotografia veio possibilitar o cinema sonoro.

Foi através desta evolução que a obra de arte se foi massificando e, consequentemente, perdendo a sua aura e a sua autenticidade. O mesmo acontece à aura de um manuscrito quando é digitalizado. Perde o seu cunho pessoal e personalidade da pessoa que o escreve com a sua própria mão. Perde a sua originalidade e autenticidade. Mas a massificação dessa mesma obra de arte não é necessariamente negativa, pois através dela, com as novas tecnologias, podemos ter acesso a ela mesmo em nossa casa. Esta realidade só se tornou possível devido à reprodutibilidade técnica e consequente massificação das obras de arte.

Apesar da obra de arte, “perder” a sua aura que lhe confere o aqui e agora, não se pode concluir que devido à reprodutibilidade ela a perca na totalidade, pois apesar da sua massificação ela contém sempre marcas dessa mesma aura e autenticidade, uma vez que essas marcas estão inscritas na sua própria história.

Walter Benjamin diz que “o aqui e agora do original encerra a sua autenticiade”, mas a reprodução técnica é mais independente do original do que a própria reprodução manual. E uma vez que a autenticidade não é reproduzível, levou à penetração em força de certos peocessos de reprodução técnica e este foi o pretexto para a diferenciação e classificação de autenticidade.

Em jeito de conclusão, diria que toda a obra, apesar de sujeita a reprodução, nunca perde na totalidade a sua aura, pois ela é contém sempre elementos intrínsecos que a identificam. Metaforicamente falando, diria que é como os genes que os pais (originais) passam aos filhos (cópias). Apesar dos filhos não serem uma cópia fiel de nós próprios, incorporam nos seus genes traços intrínsecos que nós lhes transmitimos.

O mesmo se passa com a obra de arte em relação à reprodução técnica.

E há alguma “obra de arte” mais original que o próprio homem?

Pedro Oliveira

(R)evolução

À luz da necessidade humana, imergiu um novo mecanismo  de interacção no nosso mássico ecossistema de intelectuais, que à semelhança de qualquer  organismo vivo ,  também estes seres média necessitam de um processo evolutivo para persistirem no mundo humano.

A forma lógica à qual designo por processo evolutivo trata-se por Remediação, sendo esta a forma como os novos média derivam, se transformam e coexistem com os médias anteriores, segundo Bolter e Grusin. Isto é, em prol de uma perfeita adaptação ao quotidiano, um sistema média está sempre intimamente ligado a um ou mais antecessores,  adquirindo e inovando as suas capacidades ao ponto de se transformarem completamente, coexistindo sempre com os médias antecessores. Por exemplo, o telefone, que surgiu como meio revolucionador dos meios comunicativos da escrita e da fala,  introduziu na nossa sociedade uma realidade completamente inovadora no século XIX. E como tal compreende a lógica implícita pela  Remediação, uma vez que deriva de meios outrora existentes, transformando-se num sistema média completamente distinto, coexistindo perfeitamente com os média anteriores.

Com o passar do tempo e das necessidades, cada vez maiores, de uma comunicação móbil, abrangendo assim uma maior comunidade activa, surgiu o telemóvel, introduzindo o conceito de comunicação móvel e tornando possível o diálogo com qualquer individuo em qualquer canto do globo, uma híper-rede de comunicações no mundo humano.

E este não é um exemplo único. A pintura que nos tempo mais remotos, antes de existir qualquer sistema de escrita, servia para retratar, identificar ou até mesmo expressar acções, conduziu à descoberta da escrita pela luz, a fotografia, que por sua vez levou-nos a descobrir o cinema,  e por consequente a realidade virtual,  o descortinar da quarta parede, entrando na geração tridimensional, o 3D.

Este é também um processo que pode ser reversível, não tem uma ordem concreta. Cada meio média é desenvolvido com base num já existente, convergindo num novo, direcionando o olhar e imaginação enraizados na nossa comunidade para o seu desenvolvimento, deslumbrando e preenchendo, seja pelo ansioso e voraz consumismo  humano ou pelo auxilio nas tarefas do dia-a-dia.

É por isso como que um processo evolutivo numa “comunidade” criada pelo ser humano, que a par e passo nos acompanha, fixando-se cada vez mais nos mais pequenos hábitos diários do individuo comum. Podendo ainda muitas vezes ser tomado como bem essencial, dado adquirido , ou até mesmo “parte de nós” em situações extremas.

Veremos então o próximo passo, a futura inovação, a (r)evolução deste organismo média.

Até já, aos confins do mundo.

 

Inês Arromba


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