Archive for the 'Fotografia Digital' Category

Princípio da Variabilidade

Na obra The Language of New Media, Lev Manovich, um crítico de cinema e professor universitário que se debruçou sobre as áreas dos novos média, média digitais, design e estudos de software, propõe uma teoria dos novos média digitais que assenta em cinco princípios: a representação numérica, modularidade, automação, variabilidade e transcodificação cultural.

Focando-nos apenas no quarto princípio (variabilidade), é possível concluir que este conceito remete para as inúmeras versões que um objeto digital pode adquirir. Este princípio está estreitamente ligado ao princípio da representação numérica (os objetos digitais são compostos por códigos que podem ser descritos matematicamente, isto é, as unidades ou elementos são quantificáveis (código binário de 0s e 1s), e podem ser manipulados por algoritmos) e ao princípio da modularidade (os objetos digitais, sejam eles imagens, sons ou outras plataformas, têm na sua propriedade estrutural diferentes níveis ou «camadas» e são compostos por partes independentes que, por sua vez, são compostas por partes independentes de tamanho menor e assim sucessivamente, até chegar à unidade mais reduzida como o pixel, no caso de uma imagem). Estes dois princípios «alimentam» o conceito de variabilidade visto que, através deles, é possível criar um número potencialmente infinito de versões de um objeto digital. A manipulação destes objetos digitais pode adquirir duas formas: automática, quando é realizada por um algoritmo programado, ou humana, na medida em que parte da ação e vontade do próprio utilizador.

Observemos agora o princípio da variabilidade aplicado a diversos softwares:

1) Microsoft Word

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Neste software, o princípio da variabilidade é bastante simples de detetar. Basta escolher uma palavra e modificar o tipo de letra ou a cor, colocar em negrito ou itálico, aumentar ou diminuir o tamanho da letra, sublinhar… Através destes mecanismos (já automatizados pelo próprio software), podemos criar inúmeras versões visuais da mesma palavra, neste caso, a partir da manipulação humana.

2) Editor de imagem Pixrl

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Com este editor de imagem, é fácil obter uma versão diferente da mesma fotografia através da aplicação de um efeito. Os programadores tornaram este processo automático, isto é, basta apenas um clique (selecionando o efeito pretendido) para criar uma imagem diferente. Contraste, luminosidade, brilho ou cor são alguns dos elementos manipuláveis através destes softwares de imagem. A todas estas funcionalidades corresponde um algoritmo/código diferente.

3) Editor de vídeo Wondershare

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Tal como o editor de imagem, este software é muito semelhante, utilizando o mesmo método de edição. É possível acelerar ou diminuir a velocidade do vídeo, aplicar um efeito de cor, introduzir subtítulos ou adicionar efeitos visuais, por exemplo.

 4) Editor de som Audacity

Sem Títddulo

Este software de edição de som permite modificar, por exemplo, uma melodia tornando-a mais aguda ou mais grave, ou até aumentando a sua velocidade. Estes são apenas alguns dos exemplos que podem contribuir para criar várias versões da mesma peça musical. Podemos ainda adicionar batidas ou acordes para «reinventar» o mesmo som.

 5) Jogo Online Adventure Quest

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Este é um exemplo dos muitos jogos onde é possível criar um avatar personalizado. O jogador pode escolher toda a aparência física da personagem: formato e cor do cabelo, cor dos olhos, cor da pele, vestuário, calçado… Tal como acontece com todos os softwares anteriores, cada alteração/efeito/versão apresenta um algoritmo matemático programável e «invisível».

Assim, o princípio da variabilidade é, possivelmente, o mais «visível» ao olho humano, visto que percecionamos as inúmeras alterações e versões que são feitas na estrutura visual do objeto digital. Apesar disso, não observamos como são feitas essas alterações, isto é, não temos acesso direto aos códigos e algoritmos. Esse acesso seria, no entanto, inútil, visto que são necessários conhecimentos matemáticos e tecnológicos para conseguir programa-los. O software funciona, então, como «máscara» de todos estes processos digitais.

 Diogo Martins

Luz como identidade

A primeira fotografia.
[link na imagem]

Joseph Nicéphore Niépce, 1826/1827 (?)

Estamos no século XXI e permanece uma incógnita a importância da fotografia. A habituação à imagem, nos seus inúmeros registos, proporcionou um espaço para aquela que se tornou uma ferramenta de representação mais próxima do real, daquilo que o olho humano observa na sua essência. Pondera-se ao longo dos anos toda uma vertente artística, mais do que documental ou científica. São traços breves e que não fazem jus ao crescer da fotografia, mas que nos dão a ideia da sua evolução.

Parece-me sobretudo importante falar da identidade na fotografia.
A representação da personalidade na fotografia, não tem de ser necessariamente um retrato, ou um autoretrato. O “eu” assinala a sua presença de inúmeras maneiras. O “eu” que fotografa, que dá o cunho pessoal e individual à fotografia, o “eu” que é fotografado, o “eu” que estuda o trabalho fotográfico e que o encomenda – sendo este a alma de uma fotografia, por exemplo.

Ainda assim, o registo da imagem foi fulcral em muitos aspectos do nosso dia-a-dia: a importância da fotografia como registo de identidade e qualidade de cidadão (o Bilhete de Identidade), como meio de fixar no tempo a imagem de pessoas e seus contextos geográficos (que, de algum modo, sentenciam a efemeridade da vida), como meio de aprendizagem e conhecimento do passado (relativamente ao aspecto anterior), como movimento artístico e cultural (representativo de dezenas de nações).

Teremos inevitavelmente de referenciar aquele que é dos movimentos actuais mais marcantes desta sociedade tecnológica – a difusão das selfies; e as variantes que agora vão surgindo, numa tentativa de quebra de registo, que mais não é do que uma variação do registo, seja ele individual/colectivo, realista/criativo, entre outros. Este facto pode estar intimamente ligado à lógica da remediação de Bolter e Grusin que, aplicada neste contexto, se traduz na presença do conteúdo e da matéria da fotografia, inseridos nestas que são as novas práticas tecnológicas baseadas nos princípios da fotografia.

É importante considerar a fotografia como elemento fundamental nesta que é a conjuntura social e tecnológica do século XXI; e como esta permitiu e, diga-se, ainda permite ao ser humano adquirir uma percepção do mundo que arrebatou certos padrões de vida antes de esta ter nascido. Ingrato seria negar o seu uso.

Maria Miguel

But First, Let Me Take A Selfie

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   Desde que a primeira fotografia apareceu, em meados do século XIX, o mundo começou a revolucionar-se a uma velocidade estonteante. As famílias poderiam deixar de contratar pintores para fazer retratos que nem sempre correspondiam ao real, passando, assim, a contratar fotógrafos que eram ainda pioneiros nesta nova área, que, anos depois, se começou a afirmar como arte. Deixando de parte a função artística da fotografia, concentremo-nos nesta como um simples registo de um acontecimento, reduzindo-a ao seu simples significado: foto-luz ; grafia-escrita.

     Qualquer todo o ser humano pertencente às camadas mais jovens sente a necessidade de tirar fotografias, quer seja para publicar em redes sociais, quer seja para recordar momentos importantes, ou, até mesmo, tirar uma fotografia só porque sim. A fotografia está tão banalizada que a população não se apercebe do seu verdadeiro valor, deixando cair no esquecimento anos de experiências efetuadas, pretendendo aperfeiçoar uma imagem num suporte físico ou digital. Se recuarmos 3 ou 4 gerações, não mais do que isso, verificamos claramente que quase não existem registos fotográficos dos nossos antepassados; isto porque ainda era um tanto ou quanto difícil ter acesso a equipamentos fotográficos e a pessoas que possuíssem conhecimentos para os utilizar.

     Somos bombardeados diariamente com fotografias publicadas no Twitter, Facebook, Instagram e afins, apenas com a finalidade de aumentar a popularidade dos respetivos utilizadores; tal coisa seria impensável aquando do surgimento que certas redes sociais, as pessoas limitavam-se a publicar fotografias para poderem ser encontradas na rede, para partilhar com parentes e amigos, ao contrário do que se sucede hoje. Uma fotografia era um registo do primeiro passo do filho de um casal, do primeiro dente caído, do casamento, da primeira viagem em família, do aniversário da prima, da tia, do irmão. Hoje são apenas um passatempo, um hobby enquanto estamos no carro, no comboio, a comer, à espera da próxima aula. O número das tão conhecidas selfies tem aumentado exponencialmente nos últimos meses, apenas porque achamos engraçado tirar uma foto em frente ao espelho ou com um amigo.

     Fazendo parte da população jovem, sim, admito que sou vítima de todos estes fenómenos mundiais e modas que se propagam rapidamente, que publico imensas fotografias na internet, que registo vários momentos do meu quotidiano com as pessoas com quem me relaciono; contudo, não deixo de reconhecer o valor que a fotografia tem e continuará a ter (embora posto de parte) no decorrer do tempo, não deixo de ter a noção das várias dificuldades que obstruíram o caminho da descoberta dos pioneiros desta área, bem como a sua importância na história da humanidade.

Ruben Alexandre Ferreira

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Quando é que nós nos lembramos da complexidade existente em todas as formas de software que usamos no nosso dia-a-dia? Quando é que nós perdemos tempo a pensar nisso?
A verdade é que, a não ser que seja um dos nossos interesses/hobbies ou que esse assunto tome algum tipo de papel na nossa vida profissional, provavelmente pensaremos nisso uma vez por ano (se tanto!) e é quando o nosso computador tem alguma avaria.
Para nós é um dado adquirido que, ao escrevermos um texto para postar no nosso blog ao fim do dia, quando carregarmos na tecla “E” apareça um “E” no ecrã; bem como ao editar uma foto, ao querer fazer crop, tomamos como certa a resposta depois de clicar no ícone que tem o desenho de uma tesoura; ou o simples scroll que fazemos com o rato… Esperamos sempre uma resposta imediata e faze-mo-lo de forma mecânica até, esquecendo todos os passos e procedimentos estabelecidos previamente pelo software.

O software permite-nos escrever um texto legível e com uma fonte bonita, mesmo que a nossa letra pareça hieróglifos; permite-nos fazer uma ilustração da Mona Lisa, mesmo que o nosso traço pareça mais um Picasso de 72 do que um Leonardo da Vinci; permite-nos parecer modelos numa foto* mesmo que na vida real a nossa única hipótese fosse na categoria XXL… e de preferência na Disneyland onde nos põem uma máscara; permite-nos compôr música e criar samples ainda que a nossa noção de pautas e notas e tempos seja nula; permite-nos visualizar a rua Y no país X, ainda que nem nos levantemos da nossa cadeira, na nossa casa na rua D, no país B; e por aí fora…

O software tornou-se o nosso melhor amigo. Uma segunda parte do nosso cérebro, uma parte mais eficiente. O software tornou-se uma parte de nós.

Arrisco até dizer que, nos dias que correm, haveria gente que não o seria sem softwares.

Lígia Breda Melo


* opção unicamente disponível aquando os 30 dias de trial do Photoshop ou ilimitada mediante a aquisição de um bom key cracker.

” A good snapshot keeps a moment from running away.”

Eudora Welty tinha razão.

Há quem diga que a fotografia é uma arte cruel e irónica; devolve-nos as recordações, o passado, e por vezes impede-nos de viver o presente ao continuar a reavivar os cantos da nossa memória. Eu não penso assim.
Claro que quando Joseph Nièpce concebeu a primeira fotografia não pensou nisso também. Nem, uns anos mais tarde, Daguerre. Nem nenhum dos que lhes sucederam durante pelo menos a década seguinte. Porque o que importava na altura era a descoberta em si – o poder capturar o momento, congelar o presente e poder transpô-lo para algo táctil – e o seu aperfeiçoamento através de enumeras tentativas. Mas a fotografia é muito mais que isso.
A fotografia é a fracção de segundo do momento em que estávamos presentes. A fotografia é a nossa memória posta num papel. A fotografia é a alma de alguém, congelada. A fotografia guarda por nós aquilo que sabíamos que a nossa mente não iria conseguir manter delineado e fácil de aceder. A fotografia somos nós.

Mas, a fotografia e a sua arte não é só poesia. Ou pelo menos já não o é mais. Existe todo um lado obscuro e mesquinho na fotografia que surgiu nos anos 20 – aquando o inicio da época dourada do fotojornalismo – em que esta se tornou um dos alicerces políticos e sociais. E todo este lado foi explorado até aos dias de hoje, pela média.
Diariamente a sociedade é confrontada com fotografias tiradas de contexto ou até manipuladas de forma a sustentar determinada ideia porque, actualmente, apesar das pessoas terem a noção de que a fotografia pode não representar a verosimilhança dos factos, esta continua a valer mais do que um texto repleto de argumentações válidas – quanto mais não seja pelo facto de pertencermos hoje em dia a uma sociedade preguiçosa que ao invés de ler notícias, lê cabeçalhos e vê as fotos enquanto desfolha as páginas, quer seja do jornal, quer seja da revista cor-de-rosa.
A fotografia tem poder. Não tanto quanto um vídeo, é certo. Mas continua a ser soberana no que toca a apelar ao sentimento do Homem – seja de que espécie for o sentimento. Além do mais, (não querendo puxar a brasa à minha sardinha, como se costuma dizer, mas já a fazê-lo) convenhamos que a fotografia tem muito mais classe… Existe toda uma panóplia de paradoxos na fotografia que nós tentamos desvendar ao olhar para ela.
Quando a fotografia é simples, sem manipulações, a fotografia é subtil, mas cruel na sua verdade. Pode ser velha e sem cor e ser mais bela que um objecto novo e colorido.

Para mim, que nutro uma paixão acima da média por esta arte, a fotografia mais poderosa é o retrato.
É extraordinária a forma como, quando estamos perante uma camera, o nosso rosto nos trai e desvenda tudo o que nós somos, mesmo o que não queremos mostrar aos olhos do outro. Toda a nossa essência fica nua no retrato.
Eu costumo dizer que eu queria que as pessoas e o sentimento durassem para sempre, por isso comprei uma camera.

Lígia Breda M.

Uma fotografia vale mais que mil palavras?

Tema de escrita: O que significou ver uma fotografia pela primeira vez? O que acontece quando se regista a imagem?
Retratar a realidade sempre foi um desejo do ser humano e, em 1826, Joseph Niépce realizou esse desejo com a primeira fotografia. Iniciou-se então uma rápida evolução e, mais tarde, democratização que atualmente faz da fotografia acessível a todos e omnipresente na nossa vida.
Antes desta invenção, a pintura era utilizada como uma das formas de representação da realidade, seja para documentação como também para retratos familiares. Após o nascimento da fotografia, este processo tornou-se mais fácil, mais rápido à medida que ia evoluindo e mais fiel à realidade. Também surgiu uma nova profissão – fotógrafo, – que ocupava-se essencialmente de retratos ou da  fotografia como arte. Fascinava as pessoas a possibilidade de serem recordadas eternamente, num retrato fiel e cuidadosamente preparado. As fotografias são memórias vivas, registos do passado que é revivido ao olhá-las, como se o contexto em que foram tiradas pudesse ser vivido novamente e esta sensação, imagino, também estava presente no século XIX.
Ser fotógrafo, hoje em dia, é uma profissão de risco, a nível económico e a nível pessoal. Recorremos ao fotógrafo atual para documentar eventos importantes da nossa vida (mesmo neste aspecto,  os próprios familiares podem encarregar-se dessa tarefa) ou para tirar fotografias de carácter mais formal, e este dedica-se sobretudo à fotografia como documentação ou como arte.
Uma imagem vale mais que mil palavras, e isso torna-a importante na nossa vida. Fornece-nos a informação necessária que mais facilmente tomamos como realidade do que se fosse lida num texto. Por exemplo, as fotografias que retratam a pobreza em África ou a guerra na Síria – textualmente não teriam o mesmo impacto. Há fotógrafos que arriscam a vida para nos mostrar outras qualidades do ser humano, qualidades diferentes daquelas que mostra em fotografias familiares. Imagino que esta revelação do outro lado da fotografia, possivelmente no pós-I guerra mundial, tenha ajudado na mudança de mentalidades, mas continuamos a cometer os mesmos erros, ainda que com maior fluxo de imagens.
A fotografia pode alertar como também insensibilizar, e este é um problema para o qual devemos estar atentos. Há fotografias que podem mudar tudo, mas para reconhecermos isso é necessário não banalizarmos o seu apelo à mudança.

1968, Eddie Adams, World Press Photo of the Year

2012, Samuel Aranda, World Press Photo of the Year.

Tatiana Simões

Reproduction of Museums

Writing topic: What does it mean to travel in space via optical simulations? What points of view am I being given by the devices?

As we go to the “Google Art Project”, we already take an opportunity to travel in a space, to travel using the technology of 3D. There are different views how we can use the Google Art Project – as a 3 dimensional sphere, which have a rotation in the museum rooms, or the simple artwork view without going to the “3D museum”. It not only provides  the representation of artworks as they stand in the museum, but also takes the aura of the whole museum, as it was at the moment when the devices were used to make the museum 3D in the Web.

“A zoom in” posibility connects with the mediation of the aura of object. It’s more visual, than material. We can see a brush strokes, the damages made over time, but as there isn’t the real presence of us in the museum, we can’t see the material of the artwork. The reproduction of the museum is in 3D, but the presence of 3D in the artworks still lacks. It’s a good way to analize the artwork, but as we know the time passes and the artwork changes in the conditions of time. For most of people this project gives a posibility to discover and analize, as well as just view the artworks, still we should understand, that the picture of artwork has been made in the specific moment of time, in the specific place. It doesn’t renews. It’s constant.

The difference between movie about museum and the real life experience in the Google Art Project is chance to stop at one museums’ place to look more at any time you want and than walk further. It’s more enjoyable “to walk” through the museum meanwhile feeling yourself at it.  The Google Art Project provides not only this experience, but also the information about artwork – the name, artist, a time, when it’s made – what we could see in the real museums’ information near the artwork.

The Google Art Project is a reproduction of museums and artworks in the digital way using a digital devices. It could be used as a material of studies or just for discovering the beauty of art, but the aura of place and artwork is less objective – as we know the light in the museum and to light used to make photos of artworks could change. Everything what is made through the digital devices ( in this case – camera), has lost it’s primar aura.

Agnese Rudzite

A Obra de Arte, a Reprodutibilidade técnica, o Contexto histórico e Cultural.

Walter Benjamim vem nos trazer questões a respeito da obra de arte e sua reprodutibilidade técnica. Então pensemos sobre o que é uma obra de arte. Hoje, imediatamente associamos obras de arte a pintura, cinema, escultura, etc. Se pesquisarmos na internet, a Wikipedia nos dá a seguinte descrição:

Obra de arte (trabalho artístico ou somente obra) é uma obra criada ou avaliada por sua função artística ao invés de prática. Por função artística se entende a representação dum símbolo, do belo. Apesar de não ter como principal objetivo, uma obra de arte pode ter utilidade prática. Pode consistir num objeto, uma composição musicalarquitetura, um texto, uma apresentação, um filme, um programa de computador, entre outros. Entretanto, o que é considerado uma obra de arte depende do contexto histórico e cultural, e do próprio significado de arte. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Obra_de_arte)

Tomando esta definição e pensando na abordagem feita por Benjamim sobre a reprodutibilidade técnica da obra de arte, a perda de sua aura, e as complexidades da reprodução mecânica, com a massificação e os questionamentos de sua autenticidade, levaremos em conta dentro da definição acima colocada de que a Arte depende do Contexto Histórico e Cultural em que se insere.

Vemos ao longo de anos o avanço tecnológico que abarcou nossa sociedade e fenômenos como globalização, internacionalização e consequentes difusões em massa. Então, as próprias características da obra de arte hoje se inserem neste contexto. Se no século XIX o acesso aos quadros se dava somente presencialmente, para uma burguesia que frequentava os salões de exposições, no século XXI, podemos acessar algumas destas obras pela internet uma vez que os museus estão “digitalizando” seu acervo de exposição.

Em uma determinada época, a fotografia e cinema foi algo de inovador, de polêmico e levantou questões em torno de seu valor artístico. Acontece que o avanço tecnológico possibilitou o nascimento de uma arte relacionada à tecnologia. Temos a reprodução fotográfica, a cópia de filmes, CDs, DVDs, enfim, artes com características próprias a este meio, apontando agora para uma massificação da arte, é uma arte mais acessível, que se difunde, que chega a lugares antes não imaginados.

Podemos ter acesso a determinadas obras, como um quadro de Renoir que esta em um Museu de Paris, via internet. É claro que se trata de experiências distintas. Apreciar um quadro de Renoir ao vivo não é a mesma experiência de aprecia-lo por foto ou no ecrã do computador. E é em torno destas experiências que se tratam questões como autenticidade, do frescor do aqui e agora da obra de arte e sua relação com o espectador. Estamos então a falar da questão da recepção. Porém, é inegável que se torna uma ferramenta importante para o acesso à cultura a possibilidade de conhecer uma obra via digital, pois, pelo contrario poderia nunca conhecê-la.

Desta forma, é preciso nos ater a especificidade de cada obra de arte em questão. Se o Teatro é uma arte efêmera, que se faz no aqui e agora perante seu publico o cinema vai se “eternizar” em películas que serão exibidas em diferentes lugares do mundo. Se uma escultura é uma obra singular a fotografia é sinônimo de reprodução, esta em sua natureza a  multiplicidade. O mesmo acontece com os CDs que registram músicas que hoje, comumente foram feitas para serem gravadas, diferentes das Óperas e Sonatas compostas em determinada época somente para serem ouvidas por poucos, em determinados dias e local.

Buscamos assim pensar a reprodutibilidade técnica e a obra de arte dentro de suas especificidades artísticas e expressivas e levar em conta todo processo de evolução tecnológica e sócio – cultural vivida ao longo dos anos. Se a reprodutibilidade técnica favoreceu, foi boa ou ruim para as artes, não abordaremos neste momento, mas para pensar neste sentido temos que elucidar O que É uma Obra de Arte?, compreendendo primordialmente O que é Arte?, questão que se encontra em constante debate na atualidade.

Vânia Silvério

Need of permanence / existence beyond mirrors

According to the excavations and researches, can be seen that ‘photograph’ fact is so old as mankind’s history. Men have asked for the permanence of their life and themselves. That’s why they have drawn themselves and what they had been doing on the walls. These pictures or drawings on the walls are the first indications of that feeling. Also these drawn with the quality of a photograph are the products of this idea and curiousity. This time process refers to the reality of that photograph is not something which has emerged suddenly. That is, we mention the time of the beginning of the mankind.

In the light of the information of “shadow” or “reaction” desire of people it is not so hard to understand why they have struggled to discover a machine used for photography. Because photography is a kind of expression language. For example; it demonstrates the mood of face identically and what the face wants to explain. So, that frame on the photograph becomes permanent. The same frame can be also in the mirror at the same time. It is not permanent, however. And photograph can be kept in hand, examined in detail and gives the owner confidence. That is, people need to see what they are and have in their hands.

Photography has a property with its visuality that presents aesthetics. People, similarly, like its this way involuntarily. So, can be concluded that people have been needing something having positive aspects like aesthetics, visuality for centuries. This helps being improvements on photography for many years.

Pınar EMRE

Eis que podemos FOTOGRAFAR

Foi com esforços de diferentes pessoas ao longo de muitos anos que podemos ter hoje a fotografia, este processo fascinante capaz de eternizar momentos e memórias.

Era volta de 350 a.C e já se falava da produção de imagens pela passagem de luz em pequenos orifícios. Lá em 1604 um físico-químico italiano chamado Ângelo Sola estudava o escurecimento de compostos de prata pela exposição à luz do sol. Já Johann Henrich Schulze, Carl Wilhelm Scheele e Thomaz Wedgwood descobriram ao longo de anos o “processo onde átomos de prata possuem a propriedade de possibilitar a formação de compostos e cristais que reagem de forma delicada e controlável a energia da onda de luz” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_fotografia).

Depois , foi a vez das pesquisas de Joseph-Nicéphore Niépee e Louis – Jacques Mandé Daguerre lançarem após 10 anos de pesquisa o chamado processo Daguerreótipo (1839) que permitia gravar permanentemente a imagem, processo este que conduziria a fotogravura.

Mais tarde então Willian Henry Fox Talbot lançaria o Calótipo (1841) e com este obtinham-se negativos que logo deveriam ser passados aos positivos em outra folha, podia-se então, agora, fazer a reprodução das imagens. O Calótipo foi assim a primeira fase para o desenvolvimento da fotografia moderna.

Após estas descobertas, claro, muitas outras foram feitas e aprimoradas até chegarmos nesta gama de tecnologias atual. Hoje, tiramos fotos em máquina fotográfica digital que nos permite ver na hora se o enquadramento, a luz e mesmo a pose estão ao agrado.  Elas nem sempre são reveladas por podermos acessá-las pelo computador.

Neste encadeamento de processos e desenvolvimento podemos usufruir deste recurso capaz de ser objeto e sentimento, passado guardado que afeta o presente, pois, afinal, temos nossas vidas em diversos momentos registradas em FOTOGRAFIAS, por vezes adoradas, por vezes negadas, feias ou belas, despertando tristezas ou felicidades, mas sempre capazes de provocar o seu ator/espectador.

Vânia Silvério

 

A voz, a fotografia e as primeiras imagens em movimento

Nos dias de hoje, a nossa sociedade apesar de pobre, é uma sociedade de luxos. Seria impossível, antigamente, pensar em ver algo em movimento, ver a captação real de um momento ou até ouvir um simples ruido que não saísse de uma boca. Hoje em dia, em casa ou fora dela, vemos por todo o lado sequências de imagens, ouvimos vozes na rádio, na televisão, no computador, nos carros, nas lojas, em todo o lado conseguimos estar em contacto com estes novos media.

Podemos começar por falar da primeira fotografia que foi registada em 1838. Trata-se de uma fotografia urbana que apanha duas ruas de prédios e uma rua entre elas, esta fotografia deu-nos o primeiro registo de lugar, o primeiro retracto do ser humano, onde podemos observar cada pormenor, coisa que seria impensável se simplesmente lá passasse-mos no meio, pois há sempre mais do que aquilo que vemos para descobrir, existem muitos mais ângulos e ainda muitas mais perspectivas.

A voz, que tem o seu primeiro registo em 1877, tem a capacidade de registar todos os elementos expressivos de qualquer individuo. É mais presente que, por exemplo, uma fotografia, essa trata-se de uma forma mais plena de captar a presença.

Já as primeiras filmagens foram realizadas em 1888, no jardim de uma casa onde os actores aparecem a rir e a andar de um lado para o outro, intitulada de Roundhay Garden Secene é uma curta-metragem britânica considerada o primeiro filme da história ainda sobrevivente. Essas filmagens vieram revolucionar toda a geração que via só e simplesmente aquilo que era naturalmente visível, palpável e real.

As imagens em movimento são cinema, o cinema são imagens em movimento, dão-nos uma expansão visual fantástica para além de servirem de registo, de poderem voltar a ser vistas, de poderem ser inventadas e impossíveis (porque a imaginação cresce com o cinema). As imagens acima de tudo serviam como registo do passado – memórias.

A voz, a fotografia e as imagens em movimento são, sem dúvida, uma extensão dos sentidos, alargam-nos a capacidade de ver e ouvir, conseguimos ver (através de fotografias) e ouvir (através de filmes, gravações etc.) o que não conseguimos captar naturalmente, no momento, cara a cara. Com o registo da primeira voz, da primeira fotografia e da primeira imagem em movimento, todo o mundo começou a poder preocupar-se com os chamados pormenores, e isso acaba por completar o conhecimento do real.

Mais tarde, tudo isso deixou de servir tanto de testemunho de um acontecimento, de um momento e passou a servir mais de entretenimento. Daí veio tudo aquilo que conhecemos hoje, que nos entretém como grande parte dos programas televisivos, a propaganda, a publicidade, os programas de rádio, a música, os teatros, o cinema, etc.

Tudo isto é um fenómeno que veio alargar toda a percepção visual e auditiva daquilo que nos rodeia.

Soraia Lima

Fotografia: Uma tecnologia visionária

Fotografia: foto = luz + grafia = escrita. “Escrita da luz”.

A fotografia, antes de tudo, é um testemunho. Quando se aponta a câmara para algum objecto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, selecciona-se um tema e conta-se uma história. Cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de lê-las. – Ivan Lima.

O desejo da captação da realidade, transformado em imagem, imobilizado na imortalidade, fascina o Homem desde sempre, como provam as pinturas rupestres da Pré-‑História, por exemplo.

Julgava-se existir uma relação mágica entre as coisas e a sua captação, que se vem a acentuar no séc. XIX, com a invenção da fotografia. Esta foi a primeira forma de registar “para todo o sempre” os acontecimentos, que, de outra forma, seriam efémeros e facilmente susceptíveis de serem esquecidos. Deste modo, qualquer um pode ser o seu próprio repórter.

É então, em 1837, que surge o primeiro daguerreótipo, pelas mãos de Joseph Nicéphore Niépce e Louis Daguerre, apresentando uma “natureza morta”. A fotografia era considerada uma rival das artes, nomeadamente, da pintura, tendo sido difícil a sua aceitação e tolerância, essencialmente pelo facto de ser considerada um produto industrial. A fotografia opunha-se um pouco à pintura por esta ser uma visão interpretativa da realidade por parte dos pintores, um tanto subjectiva, ao contrário da fotografia, que seria mais objectiva, por representar fielmente a realidade, sem manipulação do homem. Desde o seu aparecimento, actua como uma tecnologia de informação e de comunicação, e como memória. A memória humana sofre de falhas e efemeridade, ao contrário de uma câmara fotográfica.

É nos anos 30 que a fotografia alcança a sua dimensão actual. Hoje em dia, a fotografia já não é vista tanto como uma mera representação do real, mas sim como a possibilidade de o transformar.

A fotografia tornou-se importante, também, no mundo dos média, na medida em que está na origem do cinema, por exemplo. Na verdade, existem poucos mundos de que a fotografia não faça parte: documenta as imagens tiradas do espaço, ilustra livros e reportagens/entrevistas… O jornalista substitui a descrição por uma imagem.

Esta técnica desempenha, essencialmente, o papel de documento, de documentar isto ou aquilo. Permite eternizar uma marca, um vestígio deixado por algo físico ou material. “Recorta” um fragmento de um determinado momento, num determinado lugar. É, também, capaz de criar a sua própria linguagem, uma linguagem que não se limita a reproduzir o real, que na verdade pode manipular. É o caso da fotografia na publicidade, pois esta organiza-se para lá de uma representação “inocente” da realidade, na medida em que ela nos transmite uma mensagem, um texto invisível, que é onde reside a mensagem publicitária. Uma imagem fotográfica pode suportar um inúmero conjunto de códigos, de simbolismos, que cabe a cada um interpretar e compreender.

A fotografia serve como estímulo da imaginação, e proporciona a multiplicidade de interpretações.

Beatriz Barroca.

Espectacular demais para ter título.

Todos conseguem ver e ter noção de quão evoluíram os instrumentos que nos permitem captar os melhores ou mais importantes momentos. Já conseguimos chegar a filmar ou fotografar em 3D, só para ter uma pequena noção de a que passos andamos !

Não vou falar das novas televisões a 3D, nada disso. Mas sim da imensa qualidade que as últimas câmaras, seja de filmar ou fotografar. As coisas que se podem fazer, o que se pode mostrar, é de um feito espectacular. Venho mostrar-vos um fotógrafo que fez a famosa Aurora, Terje Sorgierd que com uma Canon 5D e usando Canon 17mm TSE, Canon 16-35mm II, Canon 24/1.4II e Sigma 12-24mm, criou projecto que não há palavras para descrever. 

A qualidade que as coisas tem hoje em dia, a sua sofisticação e simplicidade faz-nos agradecer tanto à evolução por termos estes regalos todos!

Mónica Almeida

iPhone 4 – mais do mesmo…

Hoje, dia 8 de Junho, aconteceu a WWDC 2010, o evento anual para apresentar ao público os produtos da Apple. Este ano Steve Jobs apresentou o novíssimo iPhone 4. Este aparelho é uma evolução importante, que corrige as falhas mais flagrantes do seu antecessor e que coloca o telemóvel da Apple em pé de igualdade com as principais marcas rivais (Droid, Nexus One).

Assim, Jobs apresentou as novidades deste novo iPhone. O ecrã tem 3.5 polegadas e quatro vezes mais resolução (960×640 pixels). A câmera é de 5 megapixels, tem flash e grava vídeos em alta resolução (720 pixels). Há também uma câmera frontal para fazer videoconferência, só que o seu uso é extremamente limitado, já que só funciona entre aparelhos iPhone 4 e com ligação Wi-Fi. O aparelho é 24% mais fino. Vem com o sistema operacional iPhone OS (iOS) 4.0, que é capaz de executar mais de um programa ao mesmo tempo (multitarefa). O  chip agora é um A4 (cuja velocidade a Apple não revela, mas deve estar à volta de 1 GHz – bem mais que o iPhone 3GS e seus 600 MHz). Além do Google e do Yahoo, o navegador agora também permite escolher o motor de busca Bing, da Microsoft. O seu design quadrado traz o falado alumínio e vidro preto e as suas bordas servem de antena para GPS, Bluetooth, Wifi, 3G e GSM. Existe também uma versão na cor branca. É 24% mais fino que o iPhone 3GS mas tem 3 gramas a mais. Há o famoso segundo microfone que possibilita a eliminação de ruídos externos, dando maior clareza ao som nas ligações. A bateria foi melhorada (até 10 horas de navegação em Wi-Fi) e o preço continua acessível (nos EUA o de 16GB é 200$ e o de 32GB é 300$; nos outros países estão vinculados a contrato com a operadora). Será colocado à venda no dia 24 de Junho só para os EUA, França, Alemanha, Japão e Inglaterra. Em Portugal só estará disponível em Setembro.

Apesar de tudo isto, o iPhone 4 não tem nada de surpreendente, revolucionário ou mágico. Faltou a famosa frase “but there is one more thing”, que Jobs sempre utiliza para introduzir outra novidade. Desta vez não apareceram novas tecnologias futuristas, nada disso… Foi, pela primeira vez, “mais do mesmo”, apesar do slogan utilizado ser “This changes everything. Again.”.

Apresentação de Steve Jobs:

Vídeo de apresentação do iPhone 4:

Mónica Coelho

«O Mundo da Fotografia Digital»

«O Mundo da Fotografia Digital» é uma revista, que como o nome indica trata de fotografia. E é uma revista á qual tenho acesso regularmente. Quando comprei a edição de Maio de 2010 deparei-me, não com uma edição excepcional face as anteriores, mas com o facto de que esta publicação dedica a maioria das suas páginas a dar dicas e ensinar o leitor a manipular imagens digitais.

A fotografia enquanto invenção do século XIX não é mais aquilo que era. Agora tudo é possível fazer.

Por exemplo. Nesta edição podemos aprender como fotografar com filtros, qual escolher, como utilizar e os efeitos que se pode obter em cada situação. Os filtros servem para alterar a imagem capturada por uma câmara, uma vez que jogam com a luz existente. Se estiver demasiado sol e a fotografia ficar com demasiada luz pode-se colocar um filtro, que neutralize o excesso de luz. Ou o contrario num dia nublado um filtro mais claro e menos espesso poderá captar essências de luz que aos nossos olhos não se vêem, conforme o ponto de focagem. Assim é possível fazer fotografias que não existem realmente, mas que são fruto da manipulação humana através da tecnologia.

Esta situação acontece á muito tempo desde a utilização de flash, como é óbvio. Só que é espantoso ver o quanto se está a evoluir.

Outro ponto interessante nesta publicação é quando ensinam o leitor a fotografar a partir de casa, criando fotografias que parecem efeitos especiais. Para captar gotas de água, para além do material fotográfico, é necessário uma mesa e duas cadeiras, uma cartolina azul como fundo, um copo com água, um flash externo para captar a gota que cai, e uma garrafa de água segura por um aro de borracha. Depois será ter o conhecimento técnico das câmaras. Mas os efeitos são positivos:

Este pequeno texto, serve apenas para mostrar como é possível com a ajuda da tecnologia fazer fotografias de qualidade técnica. O olhar de cada um já uma aptidão não lecionavel em revistas. Pelo menos por agora.

Marta Félix

A Máquina Fotográfica como reflexo da batalha Analógico vs. Digital.

Desde o início dos tempos os indivíduos procuram gravar as suas vivências num suporte físico, deste modo, a pintura e a escultura tiveram um papel determinante na vida da humanidade. Por esse mesmo motivo a patente de Daguerre, em 1837, surgiu como uma lufada de ar fresco numa civilização sedenta de progresso! Porém, nesta primeira etapa, a máquina fotográfica destinava-se a ser utilizada, apenas, em grandes estúdios, por profissionais.
Foi aquando do final do século XIX que começaram a ser comercializadas câmaras fotográficas em massa na Europa e nos Estados Unidos, devido às boas condições humanas e económicas desta época. Desta forma, o cidadão comum tinha possibilidade de deixar registados os dias mais importantes da sua vida, com uma suposta facilidade de um simples clique. Como é evidente, os primeiros aparelhos fotográficos eram detentores de diversas particularidades que requeriam do sujeito comum uma grande mestria e alguma imaginação. Além de poucas tentativas, uma vez que os primeiros rolos não excediam as 12 fotografias, o individuo deparava-se com um conjunto de lentes que deveriam funcionar em sintonia com a posição do objecto de captura, com as condições luminosas do meio e com a sua própria habilidade manual. Após ser confrontado com estes e alguns mais problemas, o “experiente” fotografo poderia capturar com algum êxito a imagem ansiada. Já a revelação, não dependendo só do aparelho, apresentava também severos problemas que nem sempre eram superados.
Assim, na gloriosa manhã encoberta chegou ao mundo o progresso tecnológico e, com ele, avanços inacreditáveis ao nível dos aparelhos fotográficos. Deste modo, caminhou-se a largas passadas para a era digital, substituindo-se rolos fotográficos por cartões de armazenamento de dados e álbuns obsoletos por álbuns digitais, na sua maioria directamente ligados a diversas redes sociais para aproximar, ainda mais, a nossa intimidade de qualquer outro individuo no mundo.
Esta ideia encaminha-nos para um conceito de aldeia global, que faz do nosso Eu o vizinho mais próximo de milhares de sujeitos do outro lado do mundo. Destes, temos acesso a toda a sua existência, desde os seus gostos e desgostos às suas memórias queridas! com as suas fotografias podemos reconstituir situações, locais e sentimentos, aproximando-nos de tal forma, que fazemos por esquecer os milhares de quilómetros que nos separam.
Em suma, a máquina fotográfica de uso quotidiano tornou-se numa poderosa arma social, ultrapassando a sua primordial função de utensílio de fixação de memórias e recordações. Assim, e graças a este aparelho, passado, presente e futuro ganham outras formas e juntos trabalham para uma nova maneira de ser e estar neste mundo de contornos Digitais.

Rafaela Calheiros

iPad: Compact PC?

Ao longo do século,temos vindo a depararmo-nos com múltiplas mudanças nos média. Desde que foi inventado, o computador foi modificado um tão grande número de vezes que lhes perdemos a conta! Hoje em dia, temos computadores tão leves que os podemos levar dentro de uma mochila ou um mala de ombro. Do “monstro” que ocupava uma sala completa passámos a um aparelho pequeno, portátil e rotineiro que fez com que muitos de nós já nem consigamos viver sem ele.

Todos os anos surge uma nova “expansão” para o computador, ora em termos de software mais avançado ora em termos materiais, e é em termos materiais que eu pretendo falar.

A maior inovação deste ano é, sem dúvida o iPad. Criado pela Apple, é um computador super-portátil, que se assemelha ao iPhone ou ao iPod, da mesma marca. Estecomputador tem de medida diagonal 25cm, o que faz dele mais pequeno que uma revista, pesa apenas 0,7kg e 1,3cm de comprimento, aproximadamente. A alta resolução, o ecrã LED-backlit IPS de 25cm é críspida e vívida, que torna o iPad no aparelho perfeito para pesquisar, ver filmes ou fotos. O iPad, graças ao chip A4 da Apple, não tem sentido obrigatório para ser utilizado, ou seja, tanto o podemos virar para a esquerda como para a direita e conseguiremos sempre ver tudo tal e qual como deve ser visto. Ele utiliza uma tecnologia chamada IPS (in-plane switching), tem um ângulo amplo de visão de 178°. Assim, podemos segurá-lo da maneira que desejármos e mesmo assim ter uma imagem brilhante, com cores e contraste excelentes.

Para além do já conhecido software que a Apple utilizou no iPhone, o iPad inclui várias aplicações típicas da marca como o Safari (browser próprio da Apple), o iTunes e o iPod. O seu ercrã possibilita uma leitura fácil da informação contida nas páginas da Internet, assim como a sua fácil navegação. Outra aplicação deste computador é o iBooks, também já conhecida, em que podemos descarregar livros electrónicos para o aparelho e lê-los como se fossem livros reais. Também podemos contar com a aplicação de Mapas (imagens de satélite, como já conhecidas no Google Earth) que funciona como um GPS, Calendário que permite um planeamento de eventos e organização pessoal, e Agenda onde podemos colocar todos os dados de contacto das pessoas que conhecemos. Podemos assim falar num computador interamente compacto, tanto em informação como em proporção.

Resumindo, o iPad é um computador que agrega várias componentes do dia-a-dia de uma pessoa num simples e compacto aparelho. Mas com isto estamos a desvalorizar, cada vez mais, as maneiras tradicionais de organizar informação. Antes do aparecimento destas máquinas, as pessoas utilizavam agendas de mão para inserir datas importantes, números de telefone ou até aniversários; usavam leitores de CD’s se quisessem ouvir as músicas que mais lhes agradavam ou recorriam ao rádio; e, quando viajavam, recorriam a mapas impressos. Com isto podemos averiguar que esta máquina está, sem dúvida, a usar-nos, referindo-me ao vídeo de Michael Wesch. Hoje em dia, temos todo o tipo de informação aglomerado num computador ou numa agenda electrónica, pondo de parte todos os métodos tradicionais.

Patrícia Martins.

Slow Motion

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O slow motion está bastante presente nos mais diversos vídeos, filmes, publicidade, até em imagens, fotografias entre outros. Com certeza que já nos deparámos com os demais efeitos curiosos usando esta técnica, são inúmeros os sites que possuem grandes quantidades de experiências em slow motion. 

 

Ultra-slow-motion-camera-pictures-03 

 Corresponde, essencialmente, ao retardar da filmagem, como usualmente conhecemos o ‘filmar em câmara lenta’, ou o captar momentâneo do preciso movimento em fotografias ou em filmes. È uma técnica deveras usada em vídeos, principalmente por ser fácil de conseguir, já antiga, que já na nossa infância ouvíamos falar. Já nas fotografias é mais complicado, mais trabalhoso e exige uma maior paciência, mas o resultado final é extraordinário. Presentemente cada vez são criadas mais câmaras fotográficas, acessíveis ao publico em geral, que facilitam a captação em slow motion.

As experiências nesta técnica conferem resultados espectaculares quando escolhemos devidamente uma situação para filmar ou fotografar deste modo. Assim deparamo-nos com várias situações caricatas e curiosas, que até nos transportam para um novo mundo de definições.

Aqui deixo um exemplo desses demais vídeos encontrados por toda a internet:

 

Mariana Domingues

Heiko Klug

Numa das minhas navegações pela internet fui parar a uma galeria de fotos manipuladas e de criação gráfica que me captou especial interesse. Lá dizia que eram da autoria de Heiko Klug, um artista e criativo alemão com vinte e cinco anos de idade. Com mais algumas pesquisas fiquei a saber que o inicio do seu interesse pela arte gráfica surgiu aos catorze anos devido ao grafitti, passando em seguida para a ilustração dos seus desenhos feitos a lápis utilizando o Photoshop. Passou a usar também softwares 3D e fotografia nos seus projectos, dando versatilidade às suas obras e um formato digital aos seus desenhos devido ao avanço da tecnologia na área dos programas da edição e da sua propagação. Actualmente trabalha com médias digitais numa agência de publicidade na cidade de Colónia situada na Alemanha.

Ao observar as suas obras conseguimos retirar da maior parte delas, ou mesmo de todas dependendo do olho de cada pessoa, um significado que lhes está inerente. São peças que se apresentam na maioria cheias de cores vivas e com uma luz própria e é interessante também observar como Klug manipula as fotografias, resultando sempre em temas agradáveis. Na sua galeria é possível visualizar algumas das suas obras.

 

 

Cátia Teodoro

Internet Archive

O Internet Archive é uma NPO (non-profit organization) que foi fundada com o objectivo de criar uma das maiores e mais proliferas bibliotecas digitais da internet, oferecendo acesso permanente a pesquisadores, historiadores, e académicos a conteúdos históricos que existem em suporte digital e que estejam livres das restrições genéricas do copyright, sob a doutrina “Fair Use” ou a recém-concebida Creative Commons License.

Fundado em 1996 e sediada em San Francisco (CA), o IA vive de donativos de documentos de organizações conceituadas como a Alexa Internet, entre outros. A partir de 1999, o IA começou a incluir diversos suportes multimédia, como ficheiros de texto (p.e. livros digitalizados e jornais), ficheiros audio (p.e. registos de musica ao vivo), imagens (p.e. fotografias ou scans), videos/filmes (p.e. cinema sem copyright por ser independente ou ter expirado) e software (aplicações open-source), assim como paginas Web extintas e que foram arquivadas.

Aqui fica um pouco do mantra desta instituição:

Libraries exist to preserve society’s cultural artifacts and to provide access to them. If libraries are to continue to foster education and scholarship in this era of digital technology, it’s essential for them to extend those functions into the digital world.

Many early movies were recycled to recover the silver in the film. The Library of Alexandria – an ancient center of learning containing a copy of every book in the world – was eventually burned to the ground. Even now, at the turn of the 21st century, no comprehensive archives of television or radio programs exist.

But without cultural artifacts, civilization has no memory and no mechanism to learn from its successes and failures. And paradoxically, with the explosion of the Internet, we live in what Danny Hillis has referred to as our “digital dark age.”

The Internet Archive is working to prevent the Internet – a new medium with major historical significance – and other “born-digital” materials from disappearing into the past. Collaborating with institutions including the Library of Congress and the Smithsonian, we are working to preserve a record for generations to come.

Open and free access to literature and other writings has long been considered essential to education and to the maintenance of an open society. Public and philanthropic enterprises have supported it through the ages.

The Internet Archive is opening its collections to researchers, historians, and scholars. The Archive has no vested interest in the discoveries of the users of its collections, nor is it a grant-making organization.

 

 

Open and free access to literature and other writings has long been considered essential to education and to the maintenance of an open society. Public and philanthropic enterprises have supported it through the ages.

The Internet Archive is opening its collections to researchers, historians, and scholars. The Archive has no vested interest in the discoveries of the users of its collections, nor is it a grant-making organization.

Contudo, a oferta do IA não se limita a conteúdos de cariz académico.  Sou um adepto devoto deste projecto e recorro a ele regularmente para consulta de informação e encontrar música nova. Contribuo esporadicamente para a secção LMA (Live Music Archive), onde registos audio de concertos ao vivo feitos por tapers são colocados para partilha permanente num servidor dedicado (mediante aprovação previa da banda por escrito).

-j.mart


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