Archive for the 'Dispositivo Digital' Category

C!B0RGU€S

O termo ciborgue surgiu nos anos 60, através de Manfred E. Clynes e Nathan S. Kline, ambos cientistas que investigaram nas áreas da saúde e tecnologia, e consiste num organismo cibernético dotado de constituintes orgânicas e cibernéticas, com a finalidade de melhorar as capacidades do ser humano através da tecnologia. O desejo do Homem de explorar o Espaço e de estabelecer uma ligação humano-máquina fazem parte do contexto que contribui para a criação deste conceito, à cerca de 50 anos atrás.

Atualmente, já existem vários casos de implantação de dispositivos e chips em organismos humanos. Ciborgue seria, então, uma mistura de um ser humano com um robot, dando origem a uma espécie de homem-máquina, dotado de um organismo cibernético. Mas não será isto mais um indicador da constante dependência da tecnologia por parte da sociedade atual? As debilidades ou deficiências físicas do ser humano parecem já não ser uma limitação. O aumento da utilização da tecnologia na área da saúde torna-se justificável e até compreensível, na medida em que contribui para melhorar a qualidade de vida das populações.

Neil Harbisson é considerado o primeiro ciborgue da história, ao instalar no seu cérebro um dispositivo que lhe permitiu recuperar parte da sua visão. Esta prótese artificial contribui indubitavelmente para melhorar o seu bem-estar e qualidade de vida. No entanto, esta tecnologia não é totalmente transparente, apesar de já ter adquirido um tamanho bastante reduzido. Considerando isto, qual seria o impacto deste mecanismo na sociedade? Seriam os ciborgues bem aceites pelo seu aspeto exterior? Contudo, toda a tecnologia parece caminhar no sentido da transparência total do meio e, dentro de alguns anos, estes dispositivos irão adquirir tamanhos tão reduzidos que passarão desapercebidos. Atualmente, já existem microchips, quase ‘invisíveis’.

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Neil Harbisson, o primeiro ciborgue.

Mas, considerando que os ciborgues têm como finalidade melhorar a qualidade de vida dos seres humanos e são dispositivos cibernéticos, não serão os simples aparelhos auditivos também um ciborgue? E, da forma como a tecnologia penetrou na nossa sociedade, não seremos todos ciborgues? Será mesmo necessária a implantação de dispositivos no interior do organismo humano para este se poder considerar ‘ciborgue’? O ser humano parece «alimentar-se» de tecnologia, não o tornará isso numa máquina?

Nota: Cibernética é a ciência que estuda os mecanismos de comunicação e de controlo nas máquinas e nos seres vivos.

 Diogo Martins

Netspeak….Sempre?

Netspeak é um modo de comunicar que foi criado especificamente para o uso nas mensagens e nos 3chats na internet. Um dos objectivos da criação deste tipo de comunicação foi o de não se ter de escrever todas as letras das palavras e explicar os nossos sentimentos de maneira mais rápida e curta, não só para popr tempo como também porque muitos dos dispositivos par mandar mensagens tinham um limite de caracteres por mensagem.

O Netspeak foi criado em inglês mas rápido esta ideia de utilização de abreviaturas e emoticons (símbolos para mostrar emoções e estados de espírito) tornou se mundial.

Como alguns exemplos de Netspeak temos:

‘lol’-laughing out loud;

‘l8’- late

‘idk’- I don’t know

‘CU’-see you

‘u’- you

Bff-best friend forever

B4- before

4-for

Estes são só alguns exemplos depois temos também os emoticons, exemplos destes são:

J (feliz)

L (triste)

😉 (wink)

:/ (incerteza)

E com estes as pessoas explicam o que sentem sem usar uma única palavra!

Claro que eu não critico o uso de tudo isto, porque eu também o uso mas tudo deve ser usado com peso e medida e nas alturas correctas. Não deve ser por o netspeak ser mais fácil e rápido que o devemos usar em tudo ou em todas as mensagens, pois com isso acabamos por perder a capacidade de desenvolver as nossas ideias e explica-las com todo o seu significado.

E temos de admitir quando alguém usa esta for de escrever sempre deixa de ser levada tão a serio e deixa de ser perceptível se sabe escrever ou não correctamente.

Devemos sempre fazer um esforço para escrever o mais correctamente possível, podemos usar algumas abreviaturas e emoticons mas não fazer disso a regra!

Netspeak Chart

Filipa Silva

Os Conceitos de Copresença e Tempo-Real

No nosso dia-a-dia, sem apercebemo-nos, existem vários processos de mediação com vários conceitos. Dois desses conceitos, que eu vou falar, são a copresença e tempo-real.

– E o que são esses conceitos? – perguntam aqueles agarrados ao telemóvel sem saber que projeção dão ao mundo.

Não estou a julgar, eu também não sabia, teve de ser a Beth Coleman a explicar-me.

Muito bem, e o que é a copresença?

Bem, a copresença é um conceito de criação de um ambiente onde duas (ou mais) pessoas estão juntas, via uma conexão de rede, mas não estão realmente no mesmo sítio. Um exemplo disto seria uma chamada pelo Skype ou um stream de videojogo pelo Twitch. Com esses processos de mediação, existe assim uma atmosfera de familiaridade e convívio, sem as pessoas envolvidas estarem alguma vez no mesmo lugar.

O outro conceito, tempo-real, é, basicamente, o tempo que existe realmente, ou pelo menos o tempo que nós humanos experienciamos (existe a quarta dimensão espacial, people).

Isso, em relação com os processos de mediação, transmite-se numa forma mais pessoal. Um exemplo dessa relação poderia ser o site de social media, Facebook. Onde experienciamos, em tempo-real, a adição de fotos e comentários que o nosso tal amigo adiciona ao seu perfil (onde em 90% dos casos não é nada de interessante ou revelante) e nós somos quase como um espetador nessa vida digital. Em tempo-real.

Carolina Gonçalves

ma·ni·pu·lar (do latim manipularis)

Na realidade dos dias que se atravessam, já não é de todo um problema conseguir criar contacto com alguém que esteja noutra cidade, noutro país, noutro fuso horário. Por mais debatido que seja o tema da emergência das novas tecnologias e do que estas despoletaram, apesar de tudo, é relevante sublinhar a qualidade de vida que estas apresentaram a pessoas cujas circunstâncias são – mais, ou menos – idênticas. Familiares emigrados, companheiros separados pelo trabalho ou por outros compromissos evidentes, jovens estudantes separados dos pais lutando por um futuro mais condigno.

A possibilidade de estabelecer uma chamada ou uma video-chamada a grandes distâncias, em tempo real, quase instantaneamente, providencia uma proximidade “artificial” a que Beth Coleman chama co-presença. Esta presença “em conjunto” é fulcral e indispensável nas sociedades actuais, tanto a nível laboral como de carácter familiar. Indispensável a nível de custos (monetários e/ou físicos) ou de tempo, e salvaguarda do mesmo.

A co-presença revela uma importância fundamental nas relações interpessoais. É no olhar e na troca deste que, nos alicerces das relações interpessoais, se constroem e se edificam sentimentos como a confiança, a intimidade, a sinceridade, o conhecimento recíproco, a empatia. É também através do olhar que se geram sentimentos adversos, como o medo, a desconfiança, o controlo.

A título de curiosidade, e exemplificando a importância da co-presença, o sociólogo Georg Simmel, considerava o olhar mútuo um acontecimento social único, e que era através do olhar que se estabelecia uma verdadeira conexão entre indivíduos; considerava inclusivamente que o olhar é uma interacção mais pura e mais directa do que uma normal conversa.

No entanto, este exemplo lembra-nos invariavelmente da cegueira, e da condição daqueles que não podem obter esta aparentemente simples mas poderosa experiência.

Mas será que os verdadeiros cegos são os que não podem ver? Ou os que não podem tocar? Como é realmente percepcionado o mundo? As relações humanas são naturalmente armadilhadas pelos sentimentos que nutrimos uns pelos outros, que nutrimos pelas coisas e pelos lugares. Realmente, com todos os sentidos, para além de depreender o que nos rodeia, temos a tendência a manipular as circunstâncias de forma a facilitar os nossos caminhos e a aproximar os nossos atalhos. Manipular. Mão.

Numa esfera tecnológica como aquela em que hoje vivemos, onde a mudança e a inovação são os motores para cada dia que nasce, penso que o levantamento de dúvidas surge muito mais rapidamente do que o cessar das mesmas.

Maria Miguel

Modo Avião

Por coincidência neste último domingo, 10 de maio, um programa de televisão brasileiro apresentou uma reportagem que definiu sobre o que eu escreveria como último post desta cadeira. Todos os 14 minutos da matéria que abre o programa abordariam uma questão na qual venho refletindo desde o início do período e que culminou com a apresentação deste último tema nas aulas: a relação entre os dispositivos digitais como extensões do sujeito. Gostaria de apresentar minhas impressões sobre o ‘lado negro’ do uso da tecnologia em nossas vidas e como isso afeta nossa saúde física e psíquica.

Link para a matéria: http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/apaixonados-por-tecnologia-ficam-48-horas-sem-celulares-em-praia-detox-digital/4168974/

Por si só a matéria do programa Fantástico é autoexplicativa. Além de revelar a incapacidade atual de desligar-se, ela vai além e apresenta uma análise das consequências de se viver online, alertando para a dependência e comparando o uso abusivo da tecnologia com nomenclaturas de sintomas antes utilizado por adictos em álcool ou droga: como a abstinência e o vício. Esse sentimento de falta, a meu ver, está relacionado com a capacidade que os média digitais possuem de proporcionar um sentimento de que nunca estamos sozinhos. De cara, é um sentimento ilusório, uma vez que desligado o dispositivo, nos encontramos a sós com nossos pensamentos, medos e ansiedades. É aí que, ao ligar novamente esses dispositivos, o sentimento de conforto proporcionado pelos mesmos pode acarretar em confusão psíquica, em não conseguir discernir a realidade da virtualidade.

Quando o simples prazer se torna um vício fica cada vez mais difícil conseguir sair do círculo. De um lado o prazer de estar conectado é reconfortante, mesmo que por algum determinado momento, por outro, a realidade urge em ser encarada. Perdem-se pessoas próximas e, mais importante, a própria vida. Na matéria, fala-se em “otimização do tempo”, apontando para a percepção de desperdício de uma vida que não é vivida, senão através do ecrã. Fala-se também em ansiedade, sentimento que surge no imediatismo da comunicação. Perdemos a paciência de outrora e estamos muito mais velozes. Em tempos onde um óculos pode fazer ligações, gravar vídeos e mostrar a caixa de e-mail para o seu usuário é mais do que flagrante o acúmulo de funções ao-mesmo-tempo-agora.

É importante salientar que a utilização dos médias não somente inaugura uma nova forma de conexão com pessoas díspares, aproximadas pela anulação das distâncias. Ela também inaugura uma nova seara em termos científicos. Novas doenças psíquicas que requerem formas distintas de tratamentos e, obviamente, novos padrões de clínicas de reabilitação do indivíduo no contexto social. Assim como a expressão “nomofobia“, ou medo/pânico de ficar longe do celular, citada na matéria, apresenta-se com ares de novidade, uma gama de especializações dos agentes que trabalham a cadeira de psicologia surge para o combate do mal social da internet e afins. O medo de desconectar-se é o medo do estar sozinho, isolado. O medo de nadar contra a maré. Os dispositivos não só desenvolvem novas ações para o nosso corpo através de sua utilização, mas também se moldam de forma a passarem despercebidos quando de sua utilização. São como complementos da utopia de um corpo robótico. Não se pode deixar de usar a tecnologia no mundo de hoje, mas, como qualquer estimulante, ela deve ser encarada em termos de parcimônia.

O dualismo da questão digital está muito longe de se tornar monista. Se por um lado a tecnologia apresenta pontos favoráveis na prática como extensão do sujeito ( o aperfeiçoamento das próteses mecânicas, por exemplo ), por outro ela escraviza o psicológico a partir de convenções sociais postas em prática – a necessidade de se adequar a um mundo cada vez mais online, nonstop e on demand.

André Luiz Chaves

Princípio da Variabilidade

Na obra The Language of New Media, Lev Manovich, um crítico de cinema e professor universitário que se debruçou sobre as áreas dos novos média, média digitais, design e estudos de software, propõe uma teoria dos novos média digitais que assenta em cinco princípios: a representação numérica, modularidade, automação, variabilidade e transcodificação cultural.

Focando-nos apenas no quarto princípio (variabilidade), é possível concluir que este conceito remete para as inúmeras versões que um objeto digital pode adquirir. Este princípio está estreitamente ligado ao princípio da representação numérica (os objetos digitais são compostos por códigos que podem ser descritos matematicamente, isto é, as unidades ou elementos são quantificáveis (código binário de 0s e 1s), e podem ser manipulados por algoritmos) e ao princípio da modularidade (os objetos digitais, sejam eles imagens, sons ou outras plataformas, têm na sua propriedade estrutural diferentes níveis ou «camadas» e são compostos por partes independentes que, por sua vez, são compostas por partes independentes de tamanho menor e assim sucessivamente, até chegar à unidade mais reduzida como o pixel, no caso de uma imagem). Estes dois princípios «alimentam» o conceito de variabilidade visto que, através deles, é possível criar um número potencialmente infinito de versões de um objeto digital. A manipulação destes objetos digitais pode adquirir duas formas: automática, quando é realizada por um algoritmo programado, ou humana, na medida em que parte da ação e vontade do próprio utilizador.

Observemos agora o princípio da variabilidade aplicado a diversos softwares:

1) Microsoft Word

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Neste software, o princípio da variabilidade é bastante simples de detetar. Basta escolher uma palavra e modificar o tipo de letra ou a cor, colocar em negrito ou itálico, aumentar ou diminuir o tamanho da letra, sublinhar… Através destes mecanismos (já automatizados pelo próprio software), podemos criar inúmeras versões visuais da mesma palavra, neste caso, a partir da manipulação humana.

2) Editor de imagem Pixrl

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Com este editor de imagem, é fácil obter uma versão diferente da mesma fotografia através da aplicação de um efeito. Os programadores tornaram este processo automático, isto é, basta apenas um clique (selecionando o efeito pretendido) para criar uma imagem diferente. Contraste, luminosidade, brilho ou cor são alguns dos elementos manipuláveis através destes softwares de imagem. A todas estas funcionalidades corresponde um algoritmo/código diferente.

3) Editor de vídeo Wondershare

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Tal como o editor de imagem, este software é muito semelhante, utilizando o mesmo método de edição. É possível acelerar ou diminuir a velocidade do vídeo, aplicar um efeito de cor, introduzir subtítulos ou adicionar efeitos visuais, por exemplo.

 4) Editor de som Audacity

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Este software de edição de som permite modificar, por exemplo, uma melodia tornando-a mais aguda ou mais grave, ou até aumentando a sua velocidade. Estes são apenas alguns dos exemplos que podem contribuir para criar várias versões da mesma peça musical. Podemos ainda adicionar batidas ou acordes para «reinventar» o mesmo som.

 5) Jogo Online Adventure Quest

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Este é um exemplo dos muitos jogos onde é possível criar um avatar personalizado. O jogador pode escolher toda a aparência física da personagem: formato e cor do cabelo, cor dos olhos, cor da pele, vestuário, calçado… Tal como acontece com todos os softwares anteriores, cada alteração/efeito/versão apresenta um algoritmo matemático programável e «invisível».

Assim, o princípio da variabilidade é, possivelmente, o mais «visível» ao olho humano, visto que percecionamos as inúmeras alterações e versões que são feitas na estrutura visual do objeto digital. Apesar disso, não observamos como são feitas essas alterações, isto é, não temos acesso direto aos códigos e algoritmos. Esse acesso seria, no entanto, inútil, visto que são necessários conhecimentos matemáticos e tecnológicos para conseguir programa-los. O software funciona, então, como «máscara» de todos estes processos digitais.

 Diogo Martins

A Relação entre Imediacia e Hipermediacia (dentro dum Videojogo)

Quando estás imerso num videojogo, não pensas imediatamente no mundo à tua volta, pois não?

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Um bom exemplo de um grupo de estudantes a jogar videojogos quando deviam estar a estudar para os exames ou acabar as suas teses.

Os teus olhos estão fixados no ecrã, a tua atenção completamente agarrada ao que se passa com o teu avatar dentro do jogo, como se estivesses mesmo numa situação de perigo ou de adrenalina. Mas depois sentes um pouco tonto, ou as tuas mãos suam no controlador, ou alguma coisa puxa-te fora dessa experiência (por exemplo, a tua mãe a chamar-te para apanhares a roupa). Essas sensações são esperadas, e mais interconectadas do que pensas. É a relação que existe entre a imediacia e hipermediacia.

Na imediacia (ou imediação), o jogador emerge-se no videojogo através de processos de ocultação, naturalização e transparência do meio. A interação e o meio visual/áudio do videojogo faz esse trabalho. É parecido com o meio da televisão, exceto que neste caso também temos a interação que acontece entre o videojogo e o jogador. Somos nós que decide as ações das personagens que vemos, e por isso a nossa atenção fica mais focada no que está a acontecer no ecrã, assim apagando as distrações em redor.

O contrário disto é a hipermediacia (ou hipermediação), que é o que se passa quando o jogador nota o videojogo através de processos de revelação do meio. Isto é conseguido, por exemplo, com o nosso sentido de toque no controlador da consola, ou a realização do que se está a passar no videojogo está dentro do ecrã da televisão ou do computador. O ambiente à tua volta ficando mais evidenciado.

Portanto, é assim que essa relação de contraste está interconectada. (E, não, não estamos a contar com o exemplo da tua mãe a chamar-te para apanhares a roupa. Isso era só uma piada sarcástica. Lamento imenso se desapontei-vos.)

Carolina Gonçalves

Publicidade e Tecnologia: Uma relação dos nossos dias

Tema: Que valores simbólicos estão associados aos dispositivos digitais? Que atributos lhes são dados pelo discurso publicitário e pelo discurso dos média? Como é obsolescência uma característica ao mesmo tempo programada e percepcionada?

Telemóveis, Tablets, computadores e alguns electrodomésticos, todos estes produtos digitais chegam até nós diariamente, quer queiramos quer não, comprando-os por opção ou apenas olhando para eles quando “passam por nós naquela janela de tempo publicitário que nos aparece nos intervalos dos programas de TV que vemos, ou até nos pop-up’s irritantes em páginas da Internet. A esses produtos nós associamos imediatamente valores simbólicos, como “poder”, “popularidade instantânea”, “superioridade”,  “masculinidade ou feminidade”, entre outros, dependendo do produto e da pessoa.

Mas a verdade é que os anúncios publicitários são os primeiros a das atributos favoráveis aos produtos, como fino e leve para um computador, ou ecrã de alta definição e muitas polegadas para televisores/televisões, ou software avançado e ecrã grande para telemóveis, e assim em diante. Nós somos persuadidos a comprar algo, mesmo que não precisemos. Mais tarde sairá um modelo melhorado do produto que compramos e o ciclo continuará, assim funciona o consumismo, o novo torna-se velho cada vez mais depressa, mesmo que ainda esteja tecnicamente novo, e com isto as empresas aumentam bastante o lucro. Até há mesmo empresa que propositadamente desenham um produto para durar determinado tempo, suficiente para ser desenvolvido o produto seguinte melhorado e mais aliciante que o anterior, a isto se chama obsolescência programada, um fenómenos dos anos 30 e 40, desenvolvidos pelos países capitalistas que é prejudicial para o meio ambiente! 1º o produto é comprado em bom estado; 2º após anos torna-se obsoleto; 3º O consumidor vai há procura de substituir o produto por um mais recente e o ciclo é repetido… Mas parece que nós não percepcionamos isto, pois algumas pessoas continuam neste ciclo de consumismo .

É preciso escolher bem o que compramos e caso tenhamos de substituir um produto podemos sempre tentar vende-lo, dá-lo ou reciclá-lo. Se não formos nós a pensar no planeta, quem será??? Reciclar não é suficiente mas é um começo.

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Beatriz Ventura

A Geraçao do Séc. XXI

Vivemos no século XXI, não vivemos? Portanto, acho completamente normal o meu quotidiano estar infestado de mediação digital. Porém, eu faço parte do que muitos chamam “A Geração Milênio”, portanto, como é óbvio, a minha opinião já está inclinada para o de não ficar incomodada com o “ataque” de tecnologia no meu dia-a-dia.

Têm de perceber, isto já é uma coisa implantada na minha mente ainda em desenvolvimento.

Então que não é, ao sair de casa, a primeira coisa que tenho de ter comigo é o meu telemóvel! Parece esquisito, sim, mas este pequeno retângulo eletrónico já faz parte das necessidades da minha geração arrogante e narcisista.

Contém tudo o que os nossos cérebros de peixe dourado não conseguem reter: os números de contatos precisos num caso de uma emergência (seja esta emergência grave ou não, como, por exemplo, telefonar à Sofia que vi o Jorge a beijar a Daniela quando este esteve com ela na noite anterior, este caso sendo claramente um dos mais gravíssimos); e todos os apps que precisamos para sobreviver (o twitter, para desabafar os nossos pensamentos passivo-agressivos do que falar com a pessoa com que estamos zangados; o instagram, para fotografar a nossa vida, assim dando uma ideia ilusória que somos melhor do que os outros, quando, na verdade, não o somos nem um bocadinho; o facebook, para saber quem já ficou sem namorado/a e quem voltou para o sacana que não parava de insultar, fingindo que está tudo bem com atualizações de estado ridículas; e, às vezes, também o tumblr, para ver as mensagens mais recentes de anon hate, com tanta má gramática que fazia qualquer professor chorar).

Tudo isto porque – pelo marketing que dão – é para ter uma comunicação mais significativa com os que estão distantes.

Porém, mais à noite, quando os barulhos de um mundo atarefado e complicado tornam-se silenciosos, e estou deitada na minha cama, às escuras, com uma cabeça que gosta de pensar demasiado, pergunto-me a mim mesma:

– Se tudo isto é criado para tornar-me mais social, porque é que eu sinto-me cada vez mais sozinha?

Carolina Gonçalves

Sempre ligados ou não?

Será que somos assim tão desligados das redes como às vezes dizemos que somos?

Se calhar a pergunta agora é diferente. Será que conseguimos realmente estar desligados?

Ao observar os vídeos aos quais assistimos na aula tomamos consciência de que talvez já estejamos tão habituados a que tudo à nossa volta seja tão digital que nem nos apercebemos que estamos, com este mundo digital a perder muita da nossa humanidade.

Nos vídeos é nos apresentada a realidade do mundo de hoje, um mundo no qual ligamos mais ao que as pessoas metem no facebook e nos gostos que temos nas nossas fotos em vez de no que realmente importa O CONVIVIO. Eu não estou a dizer com isto que as redes sociais são horríveis e que não deviam existir, quero apenas dizer que devíamos dar mais importância ao que os nossos amigos e familiares nos dizem em vez de um gosto.

Eu nunca fui muito fã das redes sociais mas também nunca tive uma opinião delas tão negativa como tem Prince Ea, sendo que o vídeo que ele fez sobre as redes foi o que mais me impulsionou a escrever sobre o tema. Concordo com ele no facto de passarmos muito tempo ligados mas também acredito que a Humanidade aprende com os erros, sem erros nunca seriamos capazes de crescer e evoluir.

Mas de uma coisa tenho a certeza as redes sociais podem ter muitos defeitos mas tambémm muitas qualidades, como por exemplo, no outro dia vi uma entrevista na televisão sobre duas irmãs que nunca se tinham conhecido e que através do facebook conseguiram contactar-se, também o skype tem as suas vantagens é ridículo usa-lo para falar com alguém com quem se pode falar pessoalmente mas muitas das vezes é utilizado para falar com familiares que estão longe de nós e poder vê-los.

Por estes motivos na minha opinião sim, nós estamos demasiado tempo ligados mas também muitas das coisas que usamos on-line têm o seu lado benéfico. Eu acredito que a tecnologia é importante e benéfica apenas temos de aprender a usa-la melhor.

Filipa Silva

Breaking Google’s grip

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A importância das plataformas electrónicas no processo político

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A circulação de informação sempre foi um aspecto importante em todo o processo político, tendo-se tornado crucial no entendimento e divulgação de “verdades” e ideologias, com a adesão e expansão de plataformas electrónicas (tais como o youtube, facebook, twitter, etc…).

Actualmente, existe a capacidade de as redes sociais criarem mobilizações, protestos, manifestações, tudo através de a ideia de uma pessoa, que tal como eu, abriu o seu computador (ou telemóvel, tablet), e começou a digitar numa rede social, provavelmente no facebook (que tem grande adesão nos nossos dias), criando assim todo um movimento revolucionário, de protesto, de sensibilização, de solidariedade, etc…, que num curto espaço de tempo vai ganhando apoiantes de todas as partes do mundo, pois há sempre alguém que se identifica com pelo menos uma causa, seja de que cariz for, e assim se vai formando um “todo” coeso, pronto para agir (contra as forças do mal, pensamos).

Neste vídeo vemos uma reportagem feita pelo canal televisivo Aljazeera em 2013, sobre a guerra da Síria, e observamos que o primeiro momento da reportagem são capturas de imagens feitas por indivíduos que participam nos acontecimentos. Vemos os canais televisivos a transmitirem informação através dos chamados “vídeos amadores”, pois não conseguem enviar para estes países árabes jornalistas, pois na maior parte das vezes é proibida a sua entrada para registarem o conflito. Ora, estamos perante uma revolução, digamos, dos novos média, ao serem utilizadas câmaras de telemóveis como testemunhos da violência e da repressão política, que é amplificada pelos canais internacionais.

Os vídeos no youtube nunca foram tão vitais para perceber o conflito, pois quer os rebeldes, quer o governo, produzem vídeos com as suas versões do que está a acontecer, e é através da circulação da informação em tempo real que as instituições podem intervir, não dá para esconder a informação.

Suse Duarte

Universidade e um Retângulo Tátil

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Os média digitais estão presentes, diariamente, em praticamente todas as atividades do ser humano, sendo que a educação é apenas um de diversos ramos que evoluíram em termos estruturais nos últimos anos. Qualquer pessoa pode facilmente carregar consigo um computador portátil numa mochila, ou até mesmo um tablet numa pequena bolsa, estando apta para trabalhar e estudar onde quer que seja, em qualquer altura. Ora, tal situação seria improvável antes do início desta década, ou até mesmo há mais de 20 anos; não se imaginaria alguém carregar consigo uma máquina de escrever um dia inteiro.

Sendo estudante universitário e fazendo viagens relativamente longas diariamente, é bastante mais prático para mim poder carregar um tablet e utilizá-lo ao longo do dia na faculdade, ao invés de fotocopiar centenas de páginas que certamente pesam mais ao longo de um dia inteiro de viagens e aulas. Posso facilmente utilizar programas como o Adobe Reader ou o Microsoft Word para ler documentos numa aula, sem ter a necessidade de andar com uma pasta cheia de folhas que acabarão por se desorganizar numa mesa na hora do estudo. A mesma situação se passa quando é necessário fazer uma apresentação diante de uma turma; um tablet acaba por ser um dispositivo bastante cómodo e rápido para falar diante cerca de 40 alunos.

A faculdade requer cada vez mais a utilização de dispositivos eletrónicos no quotidiano dos estudantes: praticamente ninguém conseguirá estudar se não tiver consigo algum tipo de dispositivo que lhe permita aceder à internet e ao correio eletrónico para transferir documentos essenciais durante o estudo e fazer trabalhos, bem como aceder à própria plataforma na Universidade, tendo esta última ganho uma notória imprescindibilidade nos últimos tempos.

Assim sendo, é pertinente afirmar que, estando a tecnologia a evoluir a um nível brutal e a ser cada vez mais comercializada e acessível a cada vez mais população, o setor da educação, assim como muitos outros, sofrerão várias alterações no decorrer da atualidade, adaptando-se aos estilos de vida dos estudantes, cada vez mais ligados entre si e entre a informação com que lidam no seu dia-a-dia.

Ruben Ferreira

¿Naturaleza del arte?

Abordar un tema como es la reproductibilidad en muchos casos se hace difícil, cuando empecé a pensar de qué trataría mi blog sobre este tema me di cuenta que encontrar un tema sobre el que hablar se me estaba haciendo complicado. Pues bien, creo que he encontrado un ejemplo que ilustra y refleja perfectamente como las nuevas tecnologías pueden ambientar otro tipo de artes, deslocalizar ambientes reales o hechos por la mano del hombre, a ser meros “hologramas” o imágenes digitales hechas por una máquina, en este caso, a través del software de un ordenador y a través de un panel de luces (leds). Hablamos de los nuevos escenarios que se están haciendo para las actuaciones de ópera.

Algo tan sencillo como unos decorados hechos con cartón piedra han evolucionado convirtiéndose en un arte más complejo, mucho más espectacular e innovador, haciendo así que la gente vuelva a ver el atractivo de ver un espectáculo en vivo, y porqué no, mezclado con medios tecnológicos que hacen que sea mucho más impactante.

En este caso podríamos dudar de la naturaleza de este arte, hasta podríamos hablar de la hibridez entre un arte artesanal como es la música, en este caso el canto y esa modificación hacia lo tecnológico que es la iluminación y la escenografía, ¿Hablaríamos de que se perdió el aura? Yo creo que en este caso el aura está en el momento que estamos viendo el espectáculo, aún habiendo muchos aspectos tecnológicos en este tipo de eventos considero que cada actuación es distinta.

¿Tiene el aquí y el ahora del arte? Por supuesto que si, ya que es una actuación en directo, aunque haya planificación y preparación previa.

Por lo que aquí podemos ver un caso híbrido, lleno de incógnitas y preguntas a medias resueltas y un caso en el que el medio tecnológico de la reproductibilidad complementa un medio artesanal y esto es lo que nos hace dudar de su naturaleza.

Nuria Atanes Bouzón.

Transcodificação e música

Gravar registros sonoros atualmente ganhou demasiada proporção, tanto quanto subverteu de certo modo a expectativa e exigência por uma qualidade – o que não significa um mau negócio, mas talvez um exercício de seleção auditiva, ou de quebra de conceitos auditivos tradicionalmente impostos – sonora e estética rebuscadamente exigida desde algumas décadas atrás. Os dispositivos tecnológicos de captação e reprodução de áudio passaram por acelerados e bem sucedidos processos de modernização no decorrer do último século, assim como a difusão ao acesso desses meios às grandes massas. Hoje apenas com uma compacta interface de áudio conectada a um computador pode-se fazer produções que há algum tempo atrás somente grandes gravadoras com músicos seletos conseguiam, hoje um disco pode ser produzido com um controlador MIDI, alguns softwares no computador ou mesmo no tablet, e claro, um mínimo de conhecimento.

Em 2010 a banda pop Gorilas lançou o álbum “The Fall”,  gravado durante uma turnê, utilizando apenas aplicativos em um iPad. Esses softwares simulam ou combinam sons de instrumentos convencionais com outros sintetizados e virtuais. Segundo Lev Manovich este é o princípio da transcodificação, que, para as mídias atuais, significa traduzir algo para outro formato. Essas tecnologias também propulsionam a produção musical independente, o que implica na respectiva industrialização de tais meios de produção musical, tomando a camada computacional e a cultural, descritas por Manovich como uma maneira diferente de prática musical a ser analisada a partir de um prisma diferente do tradicional.

Tal transcodificação, possibilitada pela representação numérica em descrever objetos e manipula-los algoritimamente, torna a difusão e mutação desses meios dinâmica e acelerada para produções musicais, proporcionando com tal, infinitas possibilidades de se construir novos conceitos sonoros a partir de experiências não convencionais, e, em muitos casos, apenas intuitivamente. Se por um lado pode parecer banal, pode resultar por outro, em uma diversidade de ideias, conceitos e práticas ainda a serem exploradas de modo a convencer de sua importância.

Sidney Góes

Ring Ring!

El teléfono, ese gran invento que apareció en la vida de la humanidad en el 1857 como un medio de comunicación entre el despacho y la habitación del propio inventor, es, a día de hoy, uno de los inventos por los que sin el no podríamos vivir tan fácilmente.
Ese aparato con el que es totalmente imposible salir de casa, con el que mediante una sucesión numérica puedes comunicarte con tu casa, o con las antípodas tuvo un camino en el cual hubieron algunas piedras por su autoría, pero que a día de hoy podríamos tratarlo como elemento indispensable en nuestras vidas, el cual, con una asombrosa facilidad, nos tiene en contacto con aquellos que por diversos motivos, como pueden ser el trabajo, la familia o los amigos no deja de tener un halo de magia vestida de tecnología.
En su día, la aparición de este instrumento de comunicación abrió miles de puertas, lo que antes no se podía trasmitir en días, acortó este trayecto a una conversación a tiempo real, como si de dos personas una al lado de la otra estuviesen charlando como si de una conversación en una cafetería se tratase.
A partir de este momento, la aparición del teléfono supuso un antes y un después para diversos fines: La aparición de los teléfonos ayudaron mucho al mundo de la bolsa y las finanzas, informando a tiempo real de todo aquello que sucedía en los diferentes parqués del mundo, en la guerra, los dispositivos portátiles consiguieron una mejor comunicación entre el alto mando y la propia trinchera, por no hablar de la utilización que se le da en el mundo de los medios de comunicación, ya que gracias a ellos, la información consigue ser enviada, contrastada y finalmente publicada o presentada con gran facilidad.
Cabe destacar la evolución que ha tenido dentro de la trasmisión de la voz todos aquellos elementos que mediaban entre las dos partes que se encontraban al aparato. A día de hoy nos resultaría imposible llamar a una operadora para que nos ligue con otra persona, pero gracias a ellas y a su trabajo podemos ver que no tiene que ser así, gracias al avance de la tecnología.
De esta forma podemos ver como el mundo de la telefonía es un mundo en constante cambio y mejora que, como ya hemos dicho antes, tomó en el siglo XIX y sigue facilitándonos la vida.

Manuel Muñoz Ferrer

Emoção Virtual

Em que medida os dispositivos são extensões psíquicas e emocionais do sujeito?

Nos dias que correm, neste mundo repleto de inovações tecnológicas que são renovadas quase todos os dias, após a invenção do computador, da Internet, do telemóvel e de vários outros dispositivos, é-nos possível comunicar e aceder a tudo o que imaginamos e nao imaginamos facilmente num mundo de interacção e de pesquisa constante. Dispositivos como o Twitter, o Facebook e os diversos blogs e chats de partiha de informações pessoais e emocionais possibilitam de facto recepcionar emoções e potenciar ou transmitir o nosso estado de espírito ou disposição sentimental. Estes meios e outros são instrumentos que veiculam, são canais que facilitam a transmissão do nosso ser para um mundo cibernáutico. Desta maneira, os dispositivos electrónicos deixam de ser apenas instrumentos de ajuda e de trabalho ou lazer para se tornarem extensões da mente de um indivíduo. Passam a ser ligações emocionais para o remetente que está do outro lado da linha que pode receber o sentimento nao no seu estado mais puro mas num estado de perfeita compreensão. Mas existe outro lado que pode nao ser tão viável em toda esta afirmação que os dispositivos electrónicos transmitem emoções são parte de nós emocionalmente, existe o lado perigoso em que podemos adulterar a percepção que os outros têm de nós através dessa realidade virtual que é escrever o que queremos sobre nós num blog ou numa rede social, por outro lado, transmitir demasiada verdade ou demasiada informação pode levar a uma exposição complicada e não segura do nosso ser interior, que nestas situações é aberto a todos.

Concluindo, é de facto verdade que é cada vez mais clara a nossa dependência relativamente aos dispositivos e que estes começam a tornar-se uma extensão de nós próprios, um meio de transmissão de emoções e de informação relativa ao nosso intelecto e ser mais profundo.

António Martins

O caso da droga invisível

Somos seres dependentes… dependentes da tecnologia para viver. Talvez isso possa ser explicado pelas facilidades que esta permite à vida das pessoas. Temos o exemplo do editor de texto que pode ajudar quem tem dificuldade em escrever correctamente sem o auxílio da máquina… mas até que ponto isso será benéfico se essa mesma pessoa ficar dependente da máquina em vez de procurar ultrapassar as suas dificuldades, concentrando-se na escrita manual?

A velocidade da tecnologia está a alterar o nosso relógio biológico. As pessoas querem fazer tudo à velocidade do computador, o que gera nervosismo e ansiedade quando se apercebem que tal não é possível. Queremos fazer tudo mais depressa e esquecemo-nos de que não somos máquinas! Tornamo-nos impacientes e não conseguimos lidar com a pressão que a tecnologia exerce sobre nós, correndo o risco de gerar problemas de auto-estima.

Quando ocorre uma falha numa dessas tecnologias, por exemplo, quando um individuo está a fazer um trabalho num computador, falta a luz e o trabalho não ficou guardado. Fica irritado, revoltado, entra em crise, questiona o porquê disso ter acontecido “porquê eu? Mas o que é que eu fiz de mal? Que porcaria! Agora vou ter que começar de novo! Mas porque é que eu não guardei o trabalho antes?”… parece que o mundo acabou…

Eu mesma já me encontrei numa situação bem desagradável. Preparei uma apresentação em PowerPoint para uma disciplina, na qual defendia uma tese… um trabalho que levou dias a preparar… quando chega o dia da apresentação o computador da escola não estava a funcionar e fui obrigada a apresentar o trabalho sem poder visualizar o que tinha preparado. Senti-me frustrada, revoltada… nem queria acreditar! Aquele trabalho era a minha segurança, o meu documento de apoio!

Esta dependência das tecnologias está a tornar-se um fenómeno cada vez mais presente. Uma pesquisa  realizada pela Universidade de Maryland, nos EUA, constatou que a dependência de telemóveis, computadores e tudo que esteja relacionado com a tecnologia pode ser considerada semelhante ao vício das drogas.  O estudo avaliou 1000 alunos (de dez países) com idades compreendidas entre os 17 e os 23 anos, que ficaram durante 24 horas sem telemóveis, redes sociais, internet e TV. Segundo a pesquisa, 79% dos estudantes avaliados apresentaram desde desconforto até confusão e isolamento. Outro sintoma relatado foi o de comichão, uma sensação  parecida com a de dependentes de drogas que lutam contra o vício. Alguns estudantes relataram, ainda, stress simplesmente por não poderem tocar no telemóvel.  Pela primeira vez, o vício na rede foi comparado com o abuso de outras coisas, como drogas e álcool.

O imediatismo da internet, a eficiência do iPhone e o anonimato das interações em chat tornaram-se ferramentas poderosas para a comunicação e até mesmo para os relacionamentos.

Vídeo que aborda a ideia defendida neste texto: http://www.youtube.com/watch?v=ezvq4d72PA4

Surge então a questão: “Até que ponto a nossa vida online não se sobrepõe à nossa vida offline?”

Seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez.  (Simone de Beauvoir)

Daniela Fernandes

É Netspeak, é? A tá. %-)

Lembra-se que precisa ler o script, mas precisa que uma pessoa o envie. Pega o seu telemóvel para resolver a situação, mas tendo pouco crédito para fazer uma ligação manda uma mensagem via SMS.

_ Oi, blz? Vc ta em ksa? Qria v se pde manda o script d hj.

5 minutos depois…

_blz? to em ksa sim. Vou entrar no MSN.

3 segundos depois…

_ok! Bjo! Valew!

Ambos se conectaram a rede MSN e começaram a teclar instantaneamente:

-oi

-oi

-um momento que vou procurar.

-ok.

30 segundos depois…

-pronto já enviei é só vc salvar.

-valeu, já salvei.

-amanha tem que chegar mais cedo.

-blz, 15 minutos né?

-sim.

-entao te amanha. Bjo e obrigada.

-bjão!:-)

8 minutos depois da primeira mensagem via SMS já tinha resolvido a situação.

O que queremos tratar com a situação acima não diz respeito à narrativa em si, mas a forma de comunicação estabelecida entre as pessoas.

Na necessidade de um contato o SMS “serviço de mensagens curtas” foi utilizado, e podemos observar como a escrita foi afetada por este meio. As palavras foram suprimidas, abreviadas. A pergunta foi direta e sucinta. Esta é uma característica deste meio, que o próprio nome já explica – serviço de MENSAGENS CURTAS. E ainda algum tempo demorou em obter-se uma resposta, 5 minutos que foi o tempo da pessoa ver a mensagem (mas poderia ter sido imediato se a pessoa estivesse com o telemóvel em mãos ou mesmo no bolso naquele momento, mas não fora o caso) e alguns segundos para digitar e enviar.  Quando o meio de contato foi modificado e agora estamos falando do MSN este tempo de conversação diminuiu muito, ou quase não existiu uma vez que a conexão a internet estava em muito boas condições naquele momento e a configuração do meio permitiu.

No MSN tivemos um dialogo simplificado, mas ele poderia ter sido extenso tanto em tempo quanto em espaços (os caracteres) para digitar o texto ou a fala. E é neste ponto que queremos chegar – o texto e a fala – pois podemos obsevar que elementos da fala oral apareceram na escrita. É o caso do [né], [to]. E ainda do smiley  :- ) que substitui a expressão facial de sorriso da pessoa, já que não era possível visualizar pelo simples fato de não estarem presentes fisicamente ou seja um em frente ao outro. Foi na instantaneidade da comunicação, onde não há tempo para pensar e elaborar em demasia, que a espontaneidade da comunicação se deu, afetando o discurso e a utilização de palavras.

Estas questões temporais, que diz respeito a esta comunicação imediata que acaba incorporando elementos, representações, da dita fala oral nos textos escritos define o que David Crystal chamou de Netspeake quer dizer esta forma de comunicação que tem características que pertencem aos dois lados, tanto da fala, da oralidade, como da escrita.

Vânia Silvério 😉

O sujeito-tecnologia

Tema de escrita: Em que medida os dispositivos são extensões psíquicas e emocionais do sujeito?

Sherry Turkle é uma estudiosa do efeito das tecnologias no ser humano. Escreveu livros como: The Second Self: Computers and the Human Spirit (1984), Life on the Screen: Identity in the age of the Internet (1995), Alone Together: Why we expect more from technology and less from each other (2011).

Sherry Turkle analisa a relação do mundo digital e das pessoas, concluindo que devido aos dispositivos móveis (por exemplo, o telemóvel, munido de Internet) , estamos permanentemente conectados ao mundo que nos rodeia (e não só), portanto estes mesmos dispositivos tornam-se em extensões do ser humano, fazendo parte dele. Começa a ser considerada parte do nosso corpo.

Sendo uma extensão, o computador (aqui, é o objecto amplificado como dispositivo), é na realidade, mais do que isso, tornando-se o espelho da pessoa para o mundo. Podemos ser o que quisermos atrás de um computador, até mesmo não sermos nós próprios. É um mundo fantasioso que geramos e que se gera. Muitas vezes, a identidade que as pessoas fazem passar nas redes sociais, não é igual à da realidade.

O computador tem, portanto, dois papéis a desempenhar relativamente ao seu possuidor: o the second self e o a tethered self.

Na verdade, sem a presença do computador, o ser humano perde uma parte de si, podendo só se sentir completo quando o tem de volta. Há uma relação de dependência.

Vimos os computadores saírem de gigantescas salas com ar condicionado para cubículos, passarem para as secretárias e, agora, para o nosso colo e para o nosso bolso. Mas ainda não chegámos ao fim. – Nicholas Negroponte.

Perde-se a noção do convívio físico, para que seja substituído pelo convívio virtual. Por vezes, sentimo-nos melhor e mais à vontade se falarmos com alguém através do Facebook ou de mensagens no telemóvel, do que se for pessoalmente. Ou chegamos ao ponto de estar rodeados por pessoas desconhecidas, mas com quem poderíamos estabelecer uma relação, e optamos por enviar uma mensagem a um amigo, evitando, portanto o contacto físico. Ou pura e simplesmente estarmos “connosco”, sem a necessidade de estar sempre em contacto com alguém, ainda que este esteja longe.

Somos solitários e a Internet traz a falsa sensação de amizade. – Sherry Turkle.

Não aprendemos a estar sozinhos, preferimos enviar mensagens ou e-mails, a conversar pessoalmente. A verdade é que as redes sociais acentuam a distância entre as pessoas.

A palavra comunidade banaliza-se, na medida em que, supostamente, estaremos mais perto uns dos outros, morando num pequeno mundo, que a internet permite que se aproxime; e amizade também, já que qualquer um pode tornar-se nosso “amigo”, sem que haja uma amizade real, na verdadeira acepção da palavra.

Para ilustrar o meu texto, chamo a atenção para este vídeo, onde podemos ver Sherry Turkle em primeira mão (ironicamente, através de um computador): http://www.ted.com/talks/lang/pt/sherry_turkle_alone_together.html

Beatriz Barroca.


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