Archive for the 'Imprensa Digital' Category

Netspeak….Sempre?

Netspeak é um modo de comunicar que foi criado especificamente para o uso nas mensagens e nos 3chats na internet. Um dos objectivos da criação deste tipo de comunicação foi o de não se ter de escrever todas as letras das palavras e explicar os nossos sentimentos de maneira mais rápida e curta, não só para popr tempo como também porque muitos dos dispositivos par mandar mensagens tinham um limite de caracteres por mensagem.

O Netspeak foi criado em inglês mas rápido esta ideia de utilização de abreviaturas e emoticons (símbolos para mostrar emoções e estados de espírito) tornou se mundial.

Como alguns exemplos de Netspeak temos:

‘lol’-laughing out loud;

‘l8’- late

‘idk’- I don’t know

‘CU’-see you

‘u’- you

Bff-best friend forever

B4- before

4-for

Estes são só alguns exemplos depois temos também os emoticons, exemplos destes são:

J (feliz)

L (triste)

😉 (wink)

:/ (incerteza)

E com estes as pessoas explicam o que sentem sem usar uma única palavra!

Claro que eu não critico o uso de tudo isto, porque eu também o uso mas tudo deve ser usado com peso e medida e nas alturas correctas. Não deve ser por o netspeak ser mais fácil e rápido que o devemos usar em tudo ou em todas as mensagens, pois com isso acabamos por perder a capacidade de desenvolver as nossas ideias e explica-las com todo o seu significado.

E temos de admitir quando alguém usa esta for de escrever sempre deixa de ser levada tão a serio e deixa de ser perceptível se sabe escrever ou não correctamente.

Devemos sempre fazer um esforço para escrever o mais correctamente possível, podemos usar algumas abreviaturas e emoticons mas não fazer disso a regra!

Netspeak Chart

Filipa Silva

Espetáculo, Mídia, Sociedade

No primeiro episódio da quarta de temporada da série American Horror Story há um diálogo que julguei apropriado para começar este texto. A história que se passa em um circo de “aberrações humanas” enfrenta problemas financeiros para se manter e o esforço de trazer novas “atrações” para o circo, consequentemente atraindo um certo número de espectadores, é resumido na seguinte frase:

– “Os tempos estão difíceis. Graças aos comediantes no rádio, o pessoal está se divertindo em casa agora.”

Não somente essa frase em particular, mas momentos pontuais durante toda a temporada discutirão a questão do abandono da prática popular do circo e de suas consequências em detrimento ao advento de novas tecnologias. Freakshow se passa no ano de 1954, na Flórida, Estados Unidos. O escopo da série serve para pensar na teoria de Marshall McLuhan que, mais do que pensar nos médias apenas por seu viés evolutivo, coloca a questão da práxis social no entorno destes objetos.

Nesse contexto, a televisão ao mesmo tempo que distancia socialmente, cria um novo nicho, uma nova prática individualista, uma nova extensão humana em sua apreciação. Não mais a reunião coletiva em um determinado local onde códigos de conduta em grupo estariam sendo postos em prática. A televisão, com a sua alta necessidade de atenção e pouca chance de argumentação a partir do espectador acaba por erradicar a conversação social. Além disso, por causa de se alcance imediato e instantâneo, serve de instrumento ideológico.

Em uma entrevista de 1977, Marshall McLuhan afirma que entre o rádio e a televisão, a televisão estaria criando um certo tipo de analfabetismo. Isso é justificado a partir das opiniões professadas pela televisão ( o conteúdo ) e, mais ainda, salienta a eficácia e importância que o objeto eletrônico em si desempenha na sociedade: o que a televisão professa é algo verdadeiro, indiscutível ( o meio ).

Dessa forma, podemos entender o meio, além de um transmissor, como a própria mensagem, o que ratifica a máxima de McLuhan: ‘o meio é a mensagem’. Não só o seu conteúdo transmite, mas sua atualização objetual pressupõe uma série de adaptações pertinentes à sociedade. A “reclamação” que pauta o seriado descrito acima, ultrapassa os limites da pura novidade. Ela se calca na comprovação de que certas formas de cultura, como certos meio de comunicação, se revelam obsoletos conforme o homem continua a estender os seus domínios. E mais do que isso, o ambiente na qual esses meios convivem é afetado de forma, muitas vezes, irreversíveis.

Reúne-se agora em torno do meio, não mais do espetáculo.

Reúne-se agora em torno do meio, não mais do espetáculo.

André Luiz Chaves

A Câmara Digital e a Revolução (ou A Câmara Digital é a Revolução)

Dizia Antoine de Saint-Exupéry que para ver claramente, basta mudar a direção do olhar. Peço então permissão para distorcer este parecer à luz dos dias de hoje: para ver claramente, basta deixar de fiar nos nossos olhos e confiar nesse “olho extra” que é a lente de uma câmara digital.

A câmara fotográfica tornou-se uma tecnologia tão banalmente ubíqua que nos parece anacrónica a sua ausência. Vivemos atualmente uma necessidade intrínseca de criar provas visuais de todos os instantes da nossa existência, que expressamos diariamente nos looks do dia e nas dezenas de selfies que entopem o feed de redes sociais como o Facebook ou o Instagram; somos protagonistas deste fenómeno ao pertencer ao número crescente de criadores do Youtube que trazem as suas vidas ao domínio público na forma de vlogs.

Mas se estas utilizações, cujos méritos também devem ser apreciados e valorizados, dominam uma tão grande porção da Internet, como garantir que outros conteúdos, de cariz mais político ou reivindicativo, cheguem até nós com a mesma facilidade? Como divulgar uma mensagem tão importante quando plataformas como a televisão são cada vez mais desacreditadas, e o mundo da Internet está mais interessado em desvendar a cor de um vestido?

Neste contexto, é fundamental o papel dos vídeos amadores, filmados por meros cidadãos espectadores de situações violentas, como esta, que por vezes os próprios média mais “oficiais” não se atrevem a noticiar de forma crítica.

Porque a dimensão política das tecnologias de comunicação e de informação está inerentemente ligada à liberdade de expressão e de divulgação, é imprescindível que valorizemos a palavra do cidadão face ao relativo silêncio dos noticiários. O caso mencionado de abuso de autoridade policial na cidade de Ferguson, Missouri (EUA) ainda hoje se repercute na vida diária dos seus habitantes; contudo, já há muito as televisões tornaram a sua atenção para outros assuntos.

Torna-se então clara a estreita ligação entre a plataforma interativa que é a Internet e a prática da liberdade de expressão, tão facilitada pela Web 2.0 e a descentralização da informação em rede. Por fim, encontramo-nos capazes de partilhar informação que de outra forma poderia não ser divulgada: rejeitada pelos jornais ou silenciada pelos noticiários. Cabe-nos a nós utilizar a Internet de forma interventiva e chamar a atenção para os flagelos que se passam um pouco por toda a parte, colaborando em defesa da justiça.

Não quero, com isto, insurgir-me contra os usos mais levianos dos média; o bicho humano é, afinal, tremendamente necessitado de entretenimento, e em nada defenderia a minha causa descartar as artes, por exemplo. Contudo, talvez não seja necessário adaptar as palavras de Saint-Exupéry, mas sim compreendê-las face à atual conjuntura social e mediática: para ver mais claramente o mundo, basta descolarmos o olhar plácido da infindável lista de novas apps que surgem diariamente, e dirigi-lo à todo um outro mundo de informação que se encontra à mera distância de um clique.

Beatriz de Sousa Ferreira

Una familia on-line

Los medios digitales, las redes sociales, la mensagería instantánea… skype, facebook, facetime, whats_app, iMesnajes; son realidades con las que convivimos día a día, realidades que han entrado en nuestras vidas a través de la generación de los años 80 y 90.

Desde mi experiencia personal, como estudiante erasmus, la comunicación e información digital, y a través de Internet me permite seguir con mis rutinas, y mantenerme informada de lo que ocurre en mi país por los mismos medios de comunicación que utilizo a diario en España. Algunos ejemplos pueden ser páginas Web como www.elpais.com o www.rtve.es Estas páginas webs me permiten seguir la actualidad y ver el telediario de TVE mientras almuerzo, tal y como haría en casa.

Pero la comunicación on-line también llega a la comunicación de la familia, en algunos casos dañando la ecología de la comunicación. Dentro del núcleo familiar, este tipo de comunicación ha entrado de golpe a través de los hijos, primos o sobrinos; y no para de desenvolverse. Hace unos años, dentro de casa, mientras estabas en la habitación X y querias decirle algo a tu hermana que se encontraba en la habitación Y, te levantabas, ibas a su habitación y os comunicabais verbalmente; hoy en día esa ecología de la comunicación ha cambiado y coges el móvil y mandas un mensaje whats_app sin moverte de tu habitación. En este caso la comunicación tradicional está dañándose, sin embargo tiene otras muchas ventajas.

Otra vez, poniendo como ejemplo mi situación de estudiante erasmus. La comunicación on-line ha permitido que comunicarme con mi familia sea inmediato, con calidad y barato. Las llamadas telefónicas internacionales son excesivamente caras, y ya se ha perdido la costumbre de la correspondencia; por lo que resta la comunicación on-line. A día de hoy, mi familia y yo estamos en continuo contacto a través de la mensajería instantánea gracias a aplicaciones para teléfonos móviles como whats_app, o iMensajes. Además podemos vernos cuando queramos a través de skype, o FaceTime y mandar e-mails para información más detallada. Y también podemos enviar fotografías de lo que estamos haciendo en ese momento, notas de voz o incluso videos. Somos una familia on-line.

Cristina Rodríguez Díaz

O caso da droga invisível

Somos seres dependentes… dependentes da tecnologia para viver. Talvez isso possa ser explicado pelas facilidades que esta permite à vida das pessoas. Temos o exemplo do editor de texto que pode ajudar quem tem dificuldade em escrever correctamente sem o auxílio da máquina… mas até que ponto isso será benéfico se essa mesma pessoa ficar dependente da máquina em vez de procurar ultrapassar as suas dificuldades, concentrando-se na escrita manual?

A velocidade da tecnologia está a alterar o nosso relógio biológico. As pessoas querem fazer tudo à velocidade do computador, o que gera nervosismo e ansiedade quando se apercebem que tal não é possível. Queremos fazer tudo mais depressa e esquecemo-nos de que não somos máquinas! Tornamo-nos impacientes e não conseguimos lidar com a pressão que a tecnologia exerce sobre nós, correndo o risco de gerar problemas de auto-estima.

Quando ocorre uma falha numa dessas tecnologias, por exemplo, quando um individuo está a fazer um trabalho num computador, falta a luz e o trabalho não ficou guardado. Fica irritado, revoltado, entra em crise, questiona o porquê disso ter acontecido “porquê eu? Mas o que é que eu fiz de mal? Que porcaria! Agora vou ter que começar de novo! Mas porque é que eu não guardei o trabalho antes?”… parece que o mundo acabou…

Eu mesma já me encontrei numa situação bem desagradável. Preparei uma apresentação em PowerPoint para uma disciplina, na qual defendia uma tese… um trabalho que levou dias a preparar… quando chega o dia da apresentação o computador da escola não estava a funcionar e fui obrigada a apresentar o trabalho sem poder visualizar o que tinha preparado. Senti-me frustrada, revoltada… nem queria acreditar! Aquele trabalho era a minha segurança, o meu documento de apoio!

Esta dependência das tecnologias está a tornar-se um fenómeno cada vez mais presente. Uma pesquisa  realizada pela Universidade de Maryland, nos EUA, constatou que a dependência de telemóveis, computadores e tudo que esteja relacionado com a tecnologia pode ser considerada semelhante ao vício das drogas.  O estudo avaliou 1000 alunos (de dez países) com idades compreendidas entre os 17 e os 23 anos, que ficaram durante 24 horas sem telemóveis, redes sociais, internet e TV. Segundo a pesquisa, 79% dos estudantes avaliados apresentaram desde desconforto até confusão e isolamento. Outro sintoma relatado foi o de comichão, uma sensação  parecida com a de dependentes de drogas que lutam contra o vício. Alguns estudantes relataram, ainda, stress simplesmente por não poderem tocar no telemóvel.  Pela primeira vez, o vício na rede foi comparado com o abuso de outras coisas, como drogas e álcool.

O imediatismo da internet, a eficiência do iPhone e o anonimato das interações em chat tornaram-se ferramentas poderosas para a comunicação e até mesmo para os relacionamentos.

Vídeo que aborda a ideia defendida neste texto: http://www.youtube.com/watch?v=ezvq4d72PA4

Surge então a questão: “Até que ponto a nossa vida online não se sobrepõe à nossa vida offline?”

Seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez.  (Simone de Beauvoir)

Daniela Fernandes

Kindle

Quando falámos de remediação nas aulas, não pude deixar de pensar nos e-books e na forma como eram uma nova versão dos livros em papel. Confesso que odeio ler no computador e que só consigo desfrutar de uma leitura se estiver a ler um livro normal, com capa, contracapa e páginas a sério. No entanto, há uns dias atrás descobri que existia um dispositivo que facilitava a leitura de e-books e não pude deixar de admitir que a perspectiva de poder ter centenas de livros armazenados num aparelho leve e pequeno é bastante atraente.

O Kindle (The number 1 Bestseller on Amazon!!!) é um pequeno aparelho digital cuja principal função é a de ler e-books. Para além disto, ainda permite o acesso a jornais, revistas e blogs online, bem como a compra e download de e-books, através de uma ligação wi-fi. Ficheiros MP3 são também lidos pelo dispositivo, embora com algumas limitações. Foi criado pela Amazon em 2007, tendo sido criada uma segunda versão em 2009 (Kindle 2) e ainda uma terceira em 2010 (Kindle3). A nova versão tem uma memória interna de 4G (extensíveis recorrendo a cartões de memória) e a bateria dura, em média e com o wi-fi desligado, um mês. Só lê ficheiros comprados no Amazon e o acesso a publicações on-line é pago mensalmente, também através do site.

Deixo o vídeo promocional:

 

Maria Leonor de Castro Nunes

La Stratégie commerciale d’Apple

En 10 ans la société Apple a affirmé sa position de leader sur différents marchés, sa politique commerciale en est une grande raison.

Apple a pris pour habitude de renouveler, chaque année, la plupart des gammes de ses produits. Si l’iPad – actuellement dans sa deuxième version – a déjà pris pour habitude de se faire renouveler durant la période mars/avril, l’iPhone, lui, est traditionnellement mis à jour au mois de juin, à l’occasion de la Worldwide Developpers Conference (WWDC), depuis sa première version lancée en 2007. Les iPods, eux, sont renouvelés annuellement au mois de septembre. Ces renouvellements rapides permettent à la firme de faire parler d’elle tout au long de l’année, à l’inverse de la concurrence.

Les prix sont aussi un critère où Apple se distingue. Si le géant américain avait utilisé la stratégie classique,il aurait vendu son iPod à bas prix et aurait réalisé ses bénéfices lors de la vente des chansons sur iTunes. Mais non ; Apple a choisi de faire le contraire. Ils ont plutôt créé le site iTunes pour encourager les clients à acquérir un appareil créant une hyper fidélisation. Il en a été de même pour les Macs, Iphones et Ipads ayant des prix plus élevé que la concurrence. Ces prix assez élevés, et ce manque de produit d’entrée de gamme permettent à Apple d’avoir une image de marque désirable dont les produits sont de qualité. Avoir un iPod, Ipad, Mac ou encore iPhone devient une « chance », un privilège.

La communication d’Apple a toujours fait preuve de beaucoup d’imagination. Pour l’iPod tout d’abord les publicités étaient créatives, rythmées, laissant peu entrevoir les caractéristiques du produit.

Le spot publicitaire est en quelques sortes réservé aux adeptes d’Apple qui reconnaîtront le produit tout de suite. Par ailleurs, en étant assez réservé et discret quant au produit, le spot peut attirer l’attention justement sur ce produit et les valeurs que les scénaristes ont tentées de faire ressortir dans ce spot.

Pour l’iPhone, Apple joue sur la simplicité, la sobriété. Une simple description de quelques fonctionnalités, associées aux mains d’une personne utilisant l’iPhone. L’argument “téléphone” est presque anecdotique, seulement glissé à la fin, créant une surprise.

L’iPad première génération reste dans cette logique et a droit à une publicité encore simple, sans voix, juste des images d’un iPad en usage et une musique.

Cette simplicité dans les publicités Apple permet de cibler le plus de personnes possibles, les sceptiques peuvent voir quelques caractéristiques et la facilité d’usage, les conquis ne seront qu’encore plus attisés par ces publicités augmentant leur impatience pour la sortie du produit et les déçus de la marques verront qu’elle se renouvelle et s’améliore.

Apple a su choisir les méthodes pour conquérir le public le plus large possible et cela a, jusque là, l’air de plutôt bien fonctionner.

Julia Alberti

L’évolution du e-commerce en Europe

Les nouveaux médias et leur évolution ont apportées de nouvelles pratiques, notamment dans le monde du commerce.  L’e-commerce est une composante du e-business utilisant un média électronique pour la réalisation de transactions commerciales, se divisant en plusieurs types. Il regroupe premièrement les échanges d’informations commerciales  entre une entreprise et des particuliers (B2C, business to consumer) ou entre deux entreprises (B2B, business to business), mais encore les échanges d’informations commerciales entre une entreprise et ses collaborateurs (B2E, business to employee), et enfin entre une entreprise et des collectivités territoriales (B2G, business to governement). Voici son historique en image :

Cette pratique est née avant même Internet, avec les premières transactions électroniques dès 1979 et se développe surtout avec l’avènement du Minitel à partir de 1982. Depuis le début des années 2000 l’e-commerce s’est progressivement installé en Europe en même temps que le développement et la « socialisation » d’Internet et du World Wide Web. En 2003, 19% de la population était considéré « cyber-acheteuse » et le chiffre d’affaire du e-commerce atteignait 33,4 milliards d’euros.

L’étude Forrester intitulée « Western European Online Retail Forecast, 2009-2014 »  de 2009 a fait le point sur l’évolution du e-commerce en Europe pour les cinq prochaines années .Cette étude prédit que le montant des achats sur Internet, en Europe de l’Ouest, devrait atteindre 114 milliards d’euros en 2014 et que 190 millions d’européens achèteront en ligne à cette date (contre 141 millions aujourd’hui).

Le e-commerce est devenu un objectif et un enjeu pour la majorité des entreprises européennes et il permet de développer son activité tout en gardant des coûts limités.

Julia Alberti

E-política

Os sistemas político e mediático têm um trajecto comum moldado por interesses discordantes. De facto, os políticos encontram nos média uma forma eficaz de chegar aos cidadãos. Por sua vez, os média procuram apenas tirar proveito de acontecimentos políticos que interessam para o aumento das suas audiências (o que, por vezes, contraria os interesses dos políticos).

Definidos os objectivos de ambas as partes, pode dizer-se que cada uma delas pretende beneficiar com esta relação, mas fazendo-o de modo a limitar sempre a acção do outro. Assim, a pretensão do sistema político é fazer chegar uma certa mensagem ao público, arranjando maneiras de diminuir e até anular a interferência jornalística no seu conteúdo. Do mesmo modo, os média têm de fazer com que essa mensagem passe  por uma série de processos de selecção e codificação que, normalmente, retiram ao comunicado original grande parte da sua carga persuasiva. Há, portanto, uma negociação de interesses que leva a uma dependência mútua e que, por sua vez, conduz a um conflito entre os dois lados.

Porém, os cidadãos não ficam alheios à contenda entre política e jornalismo, o que os faz colocar ambos em causa ou valorizar apenas um deles. Deste modo, a confiança entre as três partes é desfeita e todas elas buscam uma solução para tal. Assim, políticos e média procuram novas formas de se justificar, enquanto que os cidadãos buscam alternativas de acesso à informação. Muitos deles deixam de confiar na imprensa e passam a seguir formatos sem a mediação jornalística, como por exemplo os talk shows, os debates televisivos (ambos dão a oportunidade de colocar perguntas directamente aos candidatos) e a internet (como alternativa aos meios tradicionais). Este último, por vezes, está livre de qualquer controlo jornalístico, o que faz com que os políticos aproveitem, tirando partido disso.

De facto, os políticos começaram por ver no blogue uma manobra eleitoral bastante favorável. Criaram diários de campanha por toda a blogosfera ao perceberem que esta permitia um contacto directo com o eleitorado que arrecadaria muitos mais votos.

Contudo, devido à evolução das aplicações online, a campanha política modificou também os seus meios de comunicação. Hoje em dia os políticos utilizam quase todas as aplicações existentes, onde estão também incluídas as redes sociais. O exemplo mais mediático disto aconteceu nas últimas eleições presidenciais norte-americanas com Barack Obama. O actual presidente criou espaços em diversas redes sociais, tendo mais de 7 milhões de seguidores no Facebook, aderiu ao Twitter e criou um canal no YouTube onde colocava regularmente vídeos que apelavam directamente ao voto e que informavam sobre as suas propostas políticas.

Do mesmo modo, os partidos políticos portugueses aderem de forma cada vez mais activa a estes novos dispositivos. Mas não são só os partidos que o fazem. No início de 2009, “com o objectivo de disponibilizar informação actualizada sobre as actividades do Presidente da República a cada vez maior número de utilizadores das novas ferramentas de partilha na Internet, a Presidência de Portugal” anunciou a sua presença “com canais no YouTube e Sapo Vídeos, na rede social Twitter e na comunidade Flickr” (http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=23706).

Concluindo, todos estes dispositivos fazem parte do dia a dia de milhões de cidadãos em todo o mundo e, logicamente, são uma forma de o eleitorado interagir mais fácil e regularmente com os políticos. Mas será que estas aplicações informáticas substituirão a maneira tradicional de contactar com o eleitorado ou apenas a complementarão?

http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=23705

http://www.facebook.com/#!/pages/Francisco-Louca/150887489198?ref=ts

Mónica Coelho

Revista electrónica

A difusão da informação, actualmente, tende a ser competitiva devido às crescentes inovações tecnológicas que permitem a mesma. Em consequência deste facto, a Adobe em parceria com a Wired (revista norte-americana dedicada à tecnologia) está a desenvolver um novo projecto com previsão de lançamento no Verão que se baseia numa revista com um interface totalmente electrónico, contribuindo de um modo em geral para a  revolução nos média e nas novas formas de comunicação. 

A tecnologia para manusear este dispositivo assemelha-se bastante ao Kindle ou a outros dispositivos electrónicos que permitem o visionamento digital, nomeadamente o “touchscreen”. A sua utilização é bastante fácil, rápida e intuitiva, visto que o “touchscreen” é continuadamente empregado nos novos dispositivos e tudo aponta que num futuro muito próximo será quase exclusivamente a forma com qual o ser humano se relacionará com o objecto, tanto para a leitura, pesquisa, etç. 

A grande finalidade deste produto é revolucionar a forma como consumimos  e vemos o conteúdo nas revistas impressas, permitindo assim abandonar a estaticidade da imagem e avançar para uma maior interactividade entre o leitor e o conteúdo. Obviamente este conceito de  interactividade vai de encontro às novas necessidades do utilizador em que as quais estão constantemente num processo de mudança e formulação devido ao bombardemento de inovações tecnológicas que a ele são presenteadas, quer seja a nível da rapidez, simplicidade, da facilidade de utilização, do grau intuitivo, entre outras…

Obviamente a futura implementação do produto vai obedecer a questões de marketing, tais como a publicidade, divulgação e a questões relativas ao custo de produção bem como ao de compra.

Encontra-se de seguida um vídeo para uma melhor compreensão e esclarecimento das funcionalidades deste aparelho.

Ricardo Pereira

Imprensa: o caso de Portugal e o caso global

A primeira publicação noticiosa conhecida em Portugal data de 1641 em Lisboa. Esta e as publicações que se seguiram eram inspiradas nas edições de outros países da Europa. Nesta altura a divulgação era reduzida devido ao preço, que era elevado, e ao baixo nível de alfabetização e desenvolvimento cultural.

Mas desde o seu aparecimento até à situação da imprensa no nosso país, foram necessárias algumas mudanças e um longo caminho a percorrer.

O interesse pelas notícias surge naturalmente durante períodos de tempo com alguma instabilidade na sociedade, a população necessita da informação para conseguir acompanhar tais mudanças. Assim, as publicações que dantes eram esporádicas e ocasionais, viram-se obrigadas a satisfazer a procura, desenvolvendo, assim, a imprensa periódica. Eram estas publicações que formavam a consciência dos portugueses e dos restantes europeus. O caso português, que não foge à regra, teve, por exemplo, em finais século XIV e inícios século XX, um crescimento abrupto no número de novas publicações. Devido à instabilidade causada pelas divergências políticas, os diferentes partidos serviram-se desta forma de comunicação quer para fazer propaganda quer para destruir rivais.

Para além do tema político, as artes, as ciências, a filosofia ocuparam um grande número de páginas. As elites intelectuais faziam questão de pertencer, ou colaborar nalguma publicação. Desta forma, ia sendo fomentada uma imprensa de ideias e debate. Por exemplo, muitas obras literárias eram publicadas não em livros, mas sim em publicações periódicas colectivas.  É desta maneira que os folhetins e gazetas proliferavam. A esta razão alia-se outra, com o facto de haver tempo para o ócio, a leitura destas edições ofereciam momentos de descontracção e lazer. Mesmo para a população analfabeta, esta tinha acesso ao conteúdo dos jornais, folhetos e outros através de leituras públicas. Independente de certas notícias não terem fundamentos reais, eram apreciadas e envolviam toda a comunidade.

Esta realidade desapareceu, a prensa, actualmente, tem um carácter mais individualista. Surgiram os códigos de ética que regem as edições jornalísticas e que impõem a parcialidade. Proíbem qualquer tipo de artigo ou comentário pessoal e que venha a ser vantajoso para alguma entidade. Com isto, a imprensa deixou de ser usada como elo directo entre partidos políticos e público.

A variedade continua a ser grande, mas quanto a jornais generalistas, o número já é mais reduzido. Expandiu-se em géneros. Existem revistas e jornais de todos os temas de maneira a abranger a maioria dos consumidores. Com as fronteiras cada vez mais invisíveis, é também possível comprar edições de todos os cantos do mundo.

A imprensa, pela própria palavra, remete-nos para o papel, mas esta concepção está a mudar. O número de vendas tem vindo a diminuir e tudo por causa da internet. Já não há nenhum jornal que não tenha o seu espaço no mundo virtual. O ecrã tornou-se a nova folha de jornal. Por não se pagar pelo acesso ao site do periódico, alguns não têm a edição completa. O acesso é restrito, e só através de um pagamento é que é possível ler os artigos na íntegra. O jornal estando a ser apresentado num aparelho digital, é possível completar o corpo noticioso com vídeos, fotografias com melhor definição, música, etc. As empresas, que já antes aproveitavam para estampar a publicidade no papel, continuam a ter esta oportunidade, mas agora de uma forma mais interactiva. Há uma nova interactividade em todos os sentidos, por exemplo, de forma rápida e fácil, o leitor deixa um comentário, uma crítica a uma notícia ou a uma crónica.

O jornal papel e o jornal digital não estão a competir. Ambos têm o seu espaço. O jornal digital tem a força que tem por ter existido anteriormente o jornal papel. No jornal papel há referências à edição digital, para visionamento de vídeos ou para hiperligações relacionadas com o artigo. O contrário também acontece, mas serve para relembrar e evidenciar ofertas ou promoções do jornal papel.

A tendência é a de as edições de papel se extinguirem, mas a cultura do jornal papel ainda está para durar.

Joana da Costa Santos

Um possível futuro dos Media

A disciplina de Introdução aos Novos Media tem por objectivo abordar os Media da nossa actualidade, ao mesmo tempo em que os relacionamos com os mais antigos.

Esta semana faço uma breve abordagem aos antigos e actuais Media, e onde também abordarei através de um video ilustrativo um possível futuro dos mesmos.

Comecemos pelos livros. Inicialmente seriam a fonte de informação e divulgação da sociedade na sua época. Numa outra fase surgem os Jornais.

Esta nova forma de Imprensa Escrita dava uma informação actual à sociedade à qual se destinava, mas também já incutia alguma publicidade. Na disciplina de “História da Fotografia”, fiz uma breve pesquisa sobre a revista “Illustração Portugueza”. A “Illustração Portugueza” era como ela própria se assumia uma “revista semanal dos acontecimentos da vida Portugueza”.   Ao pesquisar sobre a mesma tive a oportunidade de ler alguns anúncios publicitários da sua época. Fica um breve um exemplo do que lá podemos encontrar, mas a que todos recomendo uma pesquisa pois encontram-se alguns bastante engraçados.

“Illustração Portugueza” nº 55- 21 de Novembro de 1904

“Illustração Portugueza” – nº104 – 17 de Fevereiro de 1908

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/IP1.htm

Em um outro momento da História da Humanidade surge a rádio. Através dela passou-se a ter a mesma informação que continham os jornais e as revistas, mas onde não era preciso saber ler, bastava ouvir (é de notar que na época a taxa de analfabetismo era bastante elevada).

Em seguida surge a televisão, e após essa mesma a Internet que todos nós conhecemos ( e o meio que nós estamos no momento a utilizar com o blog).

É de notar que através deste anúncio, podemos tirar uma conclusão: na época em que este foi realizado, a importância da pasta de dentes não passa pela estética como é visto actualmente (dentes brancos) mas sim pela sua resistência (o facto de “dentes fortes”).

Todos estes meios abarcam publicidade de diversas épocas.

Esta minha breve reflexão sobre os Media ( onde me baseio muito na área publicitária ), fica como forma de introdução ao video que deixo sobre um possível futuro dos mesmos.

Ana Rita Neves Côrte-Real de Freitas

iPad: Compact PC?

Ao longo do século,temos vindo a depararmo-nos com múltiplas mudanças nos média. Desde que foi inventado, o computador foi modificado um tão grande número de vezes que lhes perdemos a conta! Hoje em dia, temos computadores tão leves que os podemos levar dentro de uma mochila ou um mala de ombro. Do “monstro” que ocupava uma sala completa passámos a um aparelho pequeno, portátil e rotineiro que fez com que muitos de nós já nem consigamos viver sem ele.

Todos os anos surge uma nova “expansão” para o computador, ora em termos de software mais avançado ora em termos materiais, e é em termos materiais que eu pretendo falar.

A maior inovação deste ano é, sem dúvida o iPad. Criado pela Apple, é um computador super-portátil, que se assemelha ao iPhone ou ao iPod, da mesma marca. Estecomputador tem de medida diagonal 25cm, o que faz dele mais pequeno que uma revista, pesa apenas 0,7kg e 1,3cm de comprimento, aproximadamente. A alta resolução, o ecrã LED-backlit IPS de 25cm é críspida e vívida, que torna o iPad no aparelho perfeito para pesquisar, ver filmes ou fotos. O iPad, graças ao chip A4 da Apple, não tem sentido obrigatório para ser utilizado, ou seja, tanto o podemos virar para a esquerda como para a direita e conseguiremos sempre ver tudo tal e qual como deve ser visto. Ele utiliza uma tecnologia chamada IPS (in-plane switching), tem um ângulo amplo de visão de 178°. Assim, podemos segurá-lo da maneira que desejármos e mesmo assim ter uma imagem brilhante, com cores e contraste excelentes.

Para além do já conhecido software que a Apple utilizou no iPhone, o iPad inclui várias aplicações típicas da marca como o Safari (browser próprio da Apple), o iTunes e o iPod. O seu ercrã possibilita uma leitura fácil da informação contida nas páginas da Internet, assim como a sua fácil navegação. Outra aplicação deste computador é o iBooks, também já conhecida, em que podemos descarregar livros electrónicos para o aparelho e lê-los como se fossem livros reais. Também podemos contar com a aplicação de Mapas (imagens de satélite, como já conhecidas no Google Earth) que funciona como um GPS, Calendário que permite um planeamento de eventos e organização pessoal, e Agenda onde podemos colocar todos os dados de contacto das pessoas que conhecemos. Podemos assim falar num computador interamente compacto, tanto em informação como em proporção.

Resumindo, o iPad é um computador que agrega várias componentes do dia-a-dia de uma pessoa num simples e compacto aparelho. Mas com isto estamos a desvalorizar, cada vez mais, as maneiras tradicionais de organizar informação. Antes do aparecimento destas máquinas, as pessoas utilizavam agendas de mão para inserir datas importantes, números de telefone ou até aniversários; usavam leitores de CD’s se quisessem ouvir as músicas que mais lhes agradavam ou recorriam ao rádio; e, quando viajavam, recorriam a mapas impressos. Com isto podemos averiguar que esta máquina está, sem dúvida, a usar-nos, referindo-me ao vídeo de Michael Wesch. Hoje em dia, temos todo o tipo de informação aglomerado num computador ou numa agenda electrónica, pondo de parte todos os métodos tradicionais.

Patrícia Martins.

Politica Mediatizada!

Um dos assuntos abordados nas ultimas apresentações que ocorreram na sala de  aula foi o visivel peso político dos Média.  Ao longo do nosso programa, falamos várias vezes da influência dos Novos Média dentro do factores social, económico, religioso, entre outros, e chegou agora o momento de falarmos daquele que certamente estará mais na ordem do dia, e com eleições prestes a chegar, o factor político. Neste video polémico, assistimos a uma autêntica guerra de palavras entre duas pessoas catalogadas para terem a credibilidade e  poder para exporem a sua opinião através de um programa de televisão.  Logo aqui, e só pelo simples facto de este meio de divulgação chegar a milhões de pessoas, percebemos que sendo o serviço prestado correcto ou não, é sempre dificil ao espectador não tomar partido de uma ou outra opinião. Vejamos então como poderei traduzir esta pequena história, e ao mesmo tempo reflectir sobre a quantidade de mensagens que nos são incutidas só neste pequeno excerto, de modo a percebermos se a política se serve ou não dos Novos Media. Sem nomear nomes…. Era uma vez, um caso de suposta corrupção que é apresentado no Jornal Nacional…era outra vez, emissões consecutivas de acusações políticas sobre determinada figura política…era mais uma vez, num outro órgão de comunicação social, a defesa pessoal e política do tal acusado…era ainda outra vez,  a defesa deontológica e legal de uma fonte da Justiça ao tal acusado…era uma quinta vez, a acusação a essa tal defesa… era no final…ou não… este video…

Política nos Média? Com toda a certeza, e com mais certeza ainda, o aproveitamento dessas mesmas fontes de divulgação que servem para influenciar, muitas vezes mal, a nossa maneira de pensar.

André Madaleno

Magnética Magazine

     A Magnética Magazine é a primeira revista portuguesa totalmente digital. Inicialmente “transmitida” ao público em formato PDF (via Podcast, através de RSS), a revista evoluiu para uma representação em Flash permitindo uma maior interactividade com o leitor.

     O primeiro número foi lançado em Dezembro de 2008, celebrando em grande o final do ano com a “invenção” de uma nova forma de leitura para o público português. O ano de lançamento coincide com os 120 anos de nascimento de Fernando Pessoa, o centenário do mais antigo realizador de cinema português no activo (Manoel de Oliveira) e os dez anos da entrega do Nobel da Literatura a um português (José Saramago), razões para os criadores da Magnética revelarem expectativas elevadas acerca deste projecto inovador.

     Com um design cuidado e apelativo e uma equipa de grandes profissionais e colaboradores (incluindo, por exemplo, o conhecido músico David Fonseca), esta revista interessa-se sobretudo por cultura e arte, incluindo artigos acerca de música, cinema, arquitectura, moda, literatura, dança, teatro, design e fotografia, atraindo (daí o nome) um público vasto e diferenciado.

     A revista engloba uma versão em inglês, com o objectivo de se difundir num espaço internacional e tem recebido um grande apoio da parte dos “e-readers”. Para os amantes das revistas impressas, a Magnética funciona exactamente como uma revista normal (incluindo até as usuais publicidades), tendo a particularidade de ser lida através de um ecrã e de dar a possibilidade de associar os seus artigos a vídeos, a outros artigos relacionados ou “sites”. Como não existem custos de impressão, a revista ganha a possibilidade de artigos mais pormenorizados e extensivos para os mais curiosos, tendo como objectivo uma revista, nas palavras da Directora Editorial Ana Catarina Pereira, “não consumível em cinco minutos do primeiro dia de cada mês”.

 

Magnética Magazine, 001
Magnética Magazine, 001
Magnética Magazine, 002
Magnética Magazine, 002
Magnética Magazine, 003

Magnética Magazine, 003

 

Magnética Magazine, 004

Magnética Magazine, 004

 

Magnética Magazine, 005

Magnética Magazine, 005

Até hoje existem cinco números. A revista é, portanto, mensal, virtual e totalmente gratuita. O único pedido é que respeitemos as árvores: “Gostamos do verde das árvores. Por favor, não nos imprima.”.

Ana Teresa Santos

O adeus à era do jornal?

Parece que a era dos jornais tem os dias contados. Quem o diz é Paul Starr, professor de Sociologia e Assuntos Públicos na Universidade de Princeton e autor do artigo Adeus à era dos jornais, olá a uma nova era de corrupção, publicado recentemente no New Republic.

Nos EUA regionais importantes de cidades como Chicago e Los Angeles estão a falir devido ao crescimento da internet, onde se pode ler todas as notícias que se quiser sem ter de pagar por elas, muitas vezes acompanhadas de comentários e discussões online onde se pode participar. O utilizador pode ler uma notícia, ver o vídeo da mesma e num clique aceder a notícias relacionadas. A publicidade veio atrás dos consumidores e instalou-se por todos os sites, deixando os jornais sem uma das suas grandes fontes de rendimento. No entanto, Starr adianta que as notícias que as pessoas costumam ler nos jornais não estão disponíveis na internet, não a nível da qualidade e que por isso é preciso criar novas formas de fazer jornalismo online, pois nos EU a tradição de jornalismo profissional ainda só existe nos jornais. Starr diz ainda que os jornais “têm sido o maior factor de controlo independente dos abusos do poder politico e económico. As investigações mostraram que onde há uma Imprensa forte a corrupção é menor. (…) Muito do que lemos online pode ser pago por interesses que beneficiem de notícias manipuladas a seu favor”.

Com a quebra da circulação a distribuição domiciliária, tão característica e incorporada na sociedade dos EU, em alguns casos já só é feita ao fim-de-semana e até mesmo o New York Times já lançou uma assinatura só para esses dois dias. Será um sinal? Tudo aponta para que sim.

Na minha opinião, não quero pensar num mundo sem imprensa e não acho que isso vá acontecer, pelo menos não num futuro próximo, mas se os jornais baixassem os preços talvez a informação e a cultura chegassem a mais casas. Acho que o contacto físico com o jornal, a sua materialidade é importante e ligo-me muito mais a ele do que a um site porque posso pegar nele, rabiscar, escrever notas… mas comprar um jornal todos os dias já não cabe na cabeça de ninguém e a internet é de facto um meio mais económico para se usar diariamente, para além de que actualiza a informação quase de minuto a minuto. Não podemos negar as suas imensas possibilidades e acessibilidades, mas ela não pode por si só substituir tudo.

Inês Monteiro


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