Tecnologias do sujeito

Michel Foucault foi um filósofo, teórico social, filólogo e crítico literário. As suas teorias abordam a relação entre o poder e o conhecimento e, aprofundam a relação destes dois tópicos, assim como a sua utilização visando o controlo social por meio de instituições sociais.

Foucault afirma que as tecnologias do sujeito são tudo aquilo que permite aos indivíduos através dos seus meios, ou com a ajuda de outros, um certo número de operações nos seus próprios corpos e almas, pensamentos, conduta e forma de ser, de modo a transformarem-se a eles mesmos, a fim de atingir um certo estado de felicidade, pureza, sabedoria, perfeição ou imortalidade.

Na actualidade, a tecnologia pode ser vista como um dispositivo capaz de provocar uma transformação radical no ser humano, desde a informática e contiguamente a realidade virtual, até à biotecnologia e nanotecnologia.

Ao focar uma especial atenção na temática da realidade virtual, quer seja nas redes sociais ou nos jogos online, observamos inúmeras construções e reconstruções do “eu” (em diferentes escalas), uma vez que, na realidade virtual o indivíduo adquire o poder de se moldar ou criar da forma que quiser, obtendo assim uma nova identidade. Através da internet, a identidade estende-se a multiplicidade, onde há a possibilidade de construir e alternar várias “personalidades”. A identidade na realidade virtual é flexível pois, não é vista como algo definitivamente construído ou finalizado, mas sim como algo em construção. As identidades ou representações criadas na rede podem ser denominadas de avatares, o avatar é o sujeito na realidade virtual. É necessário “avatarizar-nos” de forma a podermos actuar dentro da rede, o papel do avatar é expressar o poder da nossa vida em rede.

Contudo a leitura, por exemplo, pode ser também considerada uma tecnologia do sujeito, na medida em que o leitor vai sofrer uma transformação dos seus pensamentos, após ter lido e, tal acção acentua a emergência da consciência individual.

A tecnologia com que vivemos no nosso quotidiano força-nos a colocar a nós próprios questões como “quem somos?” e “o que viremos a ser?”.

Joana Valente


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