Os caracteres e a sincronia

Por muito que pareca que a linguagem através de caracteres e de códigos é recente não é, pois já se comunica através da música, do fogo e de outros meios. Estes meios de comunicação foram evoluindo, como por exemplo o aparecimento dos novos médias digitais, em que os seus utilizadores começaram a utilizar a linguagem de redução de caracteres para por exemplo ser mais rápido de escrever sms, para poupar dinheiro, pois os pacotes que incluem várias ofertas, sendo uma delas mensagens ilimitadas, são recentes, para estar na ´moda´ entre os amigos, entre muitos outros objetivos.

Todos estes novos médias de comunicação vieram possibilitar a comunicação síncrona, ou seja, o emissor e o receptor têm de estar em sincronia mesmo antes da comunicação iniciar e dar continuação até que esta tenha acabado. Se isto não acontecer, a mensagem que se pretende transmitir não será transmitida corretamente ou mesmo a não chegar a ser transmitida. Por exemplo, se o objetivo for transmitir uma ou mais imagens de um telemóvel para outro pode-se utilizar o Bluetooth mas para essa transação acontecer e ser realizada com sucesso é necessário que os dois telemóveis inseridos na transmissão estejam perto um do outro. Caso isto não aconteça a transação não é realizada.

Estes dois conceitos cruzam-se, uma vez que para uma comunicação em que é utilizada a linguagem de redução de caracteres é necessário que o emissor e o receptor se encontrem sincronizados, pois se o emissor mandar uma mensagem do gênero: Olá td bem? Cmg tbm tá td bem :); e se o receptor não tiver conhecimento deste tipo de linguagem de redução, a mensagem fica sem sentido para quem recebe e logo não foi cumprido o objetivo. O que também pode acontecer é que o emissor mande uma mensagem com a linguagem de redução de caracteres que se utiliza naquele determinado momento e o receptor tenha conhecimento de uma linguagem de redução de caracteres mais antigo e poderá não perceber os novos tipos de redução.

Cassandra Santos

A base dos novos média é a remediação

A frase de Antoine Lavoisier, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, combina perfeitamente com o tema, uma vez que todos os novos média tem uma base num média antigo, ou seja, o que se realiza é a transformação do média.

A remediação também está presente quando o espaço de tempo entre o surgimento de novos média for pequeno, pois a sociedade precisará da remediação para se adaptar a esses novos média. Contudo, se esse espaço entre divulgações de novos média for longo, já não sera necessária a remediação pois a sociedade tem tempo de se adaptar a esse média.

Na remediação estão incluídos dois outros conceitos, que são o de imediação e o de hipermediação. Estes dois conceitos são o oposto um do outro, uma vez que o primeiro consiste na transparência, na ocultação do meio para o seu utilizador ter a sensação de que está em contacto direto com o conteúdo de forma a que pensem que até fazem parte do meio. Em oposição temos a hipermediação que se baseia na opacidade, ou seja, não têm como objetivo não deixar transparecer o meio, nos média que se baseiam na hipermediação os seus utilizadores terão noção de tudo o que está ali representado é através de um meio.

Em suma, nenhum dos novos média existentes é totalmente novo e desconhecido, pois as suas bases já são conhecidas. Por exemplo, começou por existir a pintura para representar a realidade, depois passou a existir a fotografia, depois os vídeos e os filmes. Todos estes tipos de média têm os três conceitos mencionados em cima.

Cassandra Santos

A correta utilização do meio para a divulgação da mensagem

Será que o meio é realmente a mensagem?

Marshall McLuhan escreve sobre a sua teoria e dá como nome a esse livro, “The Medium is the Message”. Contudo, houve um erro tipográfico com o título do seu livro, sendo assim o livro foi publicado com o nome “The Medium is the Massage” e McLuhan não quis corrigir o título, sendo assim comprovou a sua teoria. Com esta alteração do título, o mesmo passou a ter várias interpretações possíveis, como, message (mensagem), mess age (era da bagunça), massage(massagem) e mass age (era da massa).

Seguindo  raciocínio de McLuhan, a mesma mensagem mas transmitida por diferentes meios irá ter um impacto diferente, pois o meio de transmissão foram variados. Ou seja, apesar da mensagem ser a mesma, o que lhe dá uma importância diferente é o meio que a divulga.

Este conceito pode-se verificar em manifestações, uma vez que utilizando o meio correto a mensagem que querem transmitir pode ter o efeito desejado, mas caso o meio escolhido para transmitir a mensagem não foi o mais indicado, o efeito pode ser neutro ou até mesmo negativo. Por exemplo, se o meio utilizado para divulgar a mensagem for uma manifestação com violência, a mensagem pode-se perder e deixar de fazer sentido, enquanto que se utilizarem somente as palavras e por exemplo o recurso a performances, pode ser que a mensagem seja transmitida corretamente e tenha um efeito positivo e desejado pela ou pelas pessoas que a querem transmitir.

Em suma, é mais importante o meio utilizado para a divulgação de uma mensagem do que propriamente a mensagem que se quer transmitir, pois a mensagem por perder o seu conteúdo se não for corretamente divulgada.

Cassandra Santos

Alteração do objetivo dos novos média pelos seus utilizadores

Os novos média viciam ou os seus utilizadores é que se deixam viciar? Enquanto que existe utilizadores de redes sociais que não se deixam levar pela corrente de competição de quantos “gostos” se tem em cada fotografia, estado, imagem, vídeo, e tudo o resto que se pode publicar nas redes sociais. Por outro lado existem utilizadores que por norma são os  adolescentes ou jovem-adultos, que entram na competição de que falei anteriormente para tentar ser mais popular e ter mais “amigos” e pessoas que os seguem pela internet. Chegam a ter estratégias para obter mais gostos e comentários nas suas publicações. Uma dessas estratégias é repetir fotografias antigas para que as pessoas voltem a ver e quem não tinha colocado gosto, pode ser que desta vez coloque.

O objetivo de muitos dos novos média acabam por ser alterados pelos seus utilizadores, pois o objetivo central é a possibilidade de comunicar com pessoas conhecidas que estão distantes, contudo os utilizadores dos novos média aproveitam essa possibilidade mas mudaram a hierarquia dos objetivos, ou seja, em vez do grande objetivo dos novos média ser a comunicação com pessoas que conhecemos mas que estão longe de nós passou a ser, por exemplo, um meio de conhecer novas pessoas.

Na minha opinião, o uso dado aos novos média pelos seus utilizadores é que é o problema, pois se a hierarquia dos objetivos não fosse alterada talvez não houvesse tanta socialização virtual e toda essa socialização não passaria de um conjunto de estratégias.

Os utilizadores dos novos média são influenciados? Ou os utilizadores é que alteraram a hierarquia dos objetivos dos novos média?

Cassandra Santos


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