Arquivo de Abril, 2013

o mundo real num mundo virtual

Cada vez mais o real é transformado no vitual. A Humanidade é capaz de fazer tudo sem sair de frente ao computador.

Com o aparente poder que é dado ao Homem vem, como sempre, grande responsabilidade. O acesso à arte a partir da rede é facil, cómodo, rápido e barato. Mas nada substitui a presença física e o olhar directo sob qualquer representação artística. Por isso, nós devemos de usufruir deste meio olhando para este como uma espécie de apêndice. Assim a visita virtual deve ser feita para dar luzes sobre o museu ou teatro ou concerto, que posteriormente deve ser complementado pela visita real ou ao contrário, após a visão directa sob tal representação, coma intuição de perceber melhor um aspecto em particular, algo que naquele momento  escapou em frente ao dispositivo ligado á rede sentado na cadeira apreciar e aproveitar a oportunidade que é dada.

Viagem espacial metafórica

Tema de escrita: O que se significa viajar no espaço através de simulações óticas? Que pontos de vista me são dados pelos dispositivos?

Image

Viajar no espaço é uma expressão metafórica fortemente usada no dia-a-dia. Os meios digitais têm vindo a permitir que esta viagem visual metafórica seja uma simulação cada vez mais real.

Uma das mais recentes invenções digitais que permite esta nova perceção de espaço é, por exemplo, o 3D. Quando se fala em 3D, fala-se, portanto, de um ponto de vista tridimensional, um espaço que une o mundo real e o fantástico num único meio como, por exemplo, o cinema.

O que quer que tenha altura, largura e profundidade é considerado enquadrar-se dentro do mundo das três dimensões.

O 3D simula a existência real de volumes, formas geométricas, distâncias, profundidade de campo, etc.

No caso do cinema, digamos que o 3D ainda está a ser usado como um espaço a ser aperfeiçoado. É notória, ainda, a distância do real para o ficcional/ para o “não real”.

O 3D é, cada vez mais, um “produto” de uso constante na sociedade. Pode servir e ser utilizado para, por exemplo, visitas online a diversos espaços como museus, galerias; pode ser usado no Google Maps para identificar determinados locais de forma mais rápida; a nível profissional, na construção e modelação computacional de edifícios, que nos permite aproximar cada vez mais da realidade.

É concebido para todos mas não se entenda isto como estando ao alcance de todos, não ainda. Quero com isto dizer que não é qualquer pessoa que consegue desenhar em 3D ou qualquer pessoa que consiga aceder a uma fonte neste programa.

Atualmente já existem televisões e telemóveis que possuem esta espécie de programa mas não está ao alcance “do bolso” de qualquer um.

É preciso que haja uma noção de que o 3D de hoje em dia vai ser o passado do 3D do futuro.  Disto pressupõe-se uma evolução que ainda desconhece o seu apogeu.

Cristiana Almeida

novo conceito de viajar

Tema de escrita: O que se significa viajar no espaço através de simulações óticas?

 

Antes de mais, penso que escrevo sobre algo irreal. “Viajar” no espaço através de simulações óticas? Viajar implica espaço, implica estar, fisicamente, algures. Então, o que se faz com as simulações óticas não é viajar, é simular uma viagem… ou pode ser uma viagem mental e não física. Isso seria uma discussão muito longa sobre o significado de “viajar” que não interessa ter agora.

Admitindo (ou não) que se viaja, de facto, através das simulações óticas, a verdade é que isso significa muita coisa. Uma questão que se me levanta prende-se com o conceito de simulação. Afinal, o que é isso de simulações óticas? É qualquer representação ótica (uma coisa irreal) de algo real (o mundo). Assim, uma pintura é uma simulação ótica, assim como uma fotografia. Se formos mais longe, o próprio vídeo também o é. Já para não falar do holograma. Todas estas são simulações óticas do mundo, mas todas são diferentes, porque todas têm um grau de simulação diferente. Pode dizer-se que uma pintura simula bem, uma fotografia simula muito bem e um vídeo é a simulação mais próxima da realidade – isto, claro, geralmente.

Viajar no espaço através destas simulações significa bastante. Há já milhares de anos que se fazem simulações óticas da realidade (as pinturas rupestres ou os desenhos egípcios), mas nunca como hoje elas tiveram tanto poder de nos proporcionar uma sensação de viagem no espaço. Comparando com o período histórico em que estamos, concluo também que, nunca como hoje, as pessoas puderam viajar tão facilmente.

Hoje em dia, há escritores que conhecem mentalmente lugares onde nunca estiveram presencialmente, usando ferramentas digitais como o Google Earth Street View para os auxiliar na construção literária desses espaços. E, note-se, há casos em que o conhecimento do espaço é bastante pormenorizado. Outra consequência de viajar no espaço por via dessas simulações pode ser vista na resolução de crimes por parte de entidades policiais, por exemplo.

Um caso curioso que me vem agora à memória é a existência de canais televisivos cuja função é exibir, constantemente, filmagens (simulações) de lugares e paisagens pitorescos. Ao escrever este texto, pensei mais a fundo sobre isso: afinal, porque é que existem tais canais? Porque as simulações óticas daqueles lugares conseguem satisfazer em certa medida quem as vê. Talvez esses canais sejam o mesmo que eram os quadros na parede há cem anos atrás… A função pode ser a mesma…

Mas o caso que, pessoalmente, mais me choca é a capacidade de um vídeo transmitir a sensação de vertigem em quem o vê – e sei disso por experiência própria. É realmente interessante concluir o quão próximo da realidade as simulações óticas se têm tornado e, consequentemente, ver como as viagens no espaço simuladas se têm tornado cada vez menos “mediadas”, menos irreais.

Ricardo Almeida

Ella me mira…

“Ella me mira” es lo que dice mi padre cuando sentado en el sofá observa la reproducción de un fragmento de un cuadro de Gustav Klimt comprado en IKEA. Se trata de un fragmento de la obra Water Serpents I, tan solo la mujer que se encuentra en la parte inferior del cuadro.

Image

Aquí se encuentra el primer punto en el que la reproductibilidad técnica afecta a la obra de arte, no es el cuadro entero, que se trata de varias mujeres tumbadas, IKEA nos muestra a penas una mujer. IKEA vende en decenas de países, y esta mujer estará en cientos de salones, y muchos de sus propietarios desconocerán su pintor, o el cuadro real. La reproductibilidad técnica permite una transformación sobre la obra de arte, que priva al consumidor de su total conocimiento. Además IKEA “censura” la imagen, pues el pecho y el vello se omiten en la reproducción vendida en tienda; perdiendo el sentido salvaje y sensual que en mi opinión Klimt intenta transmitir con la desnudez.

Image

Además al ser una reproducción no estás viendo realmente el cuadro de Klimt, no la estás viendo a ella, y ella no te está mirando. Klimt consigue con este cuadro, pintar los ojos de la mujer, de forma que estés donde estés, sus ojos te miran. Pero la experiencia, la sensación de que realmente te miren esos ojos desde el verdadero cuadro debe ser indescriptible.

La reproductibilidad técnica permite que mi padre tenga un pedazo de Klimt en su salón, pero la experiencia nunca será ni parecida a tener un Klimt verdadero.

Cristina Rodríguez Díaz

Viajar a partir de casa

Tema de escrita: O que significa viajar no espaço através de simulações ópticas? Que pontos de vista me são dados pelos dispositivos?

Viajar no espaço através de simulações ópticas, é uma das invenções mais significativas que alcançou a era em que vivemos. Antes a percepção que tínhamos do espaço era manual, através de um globo ou de um mapa que estavam sempre presentes em nossa casa ou então na sala de aula, e pelos quais descobríamos o Mundo que nos rodeava. Mas as coisas mudam e avançam, e hoje em dia podemos ver tudo através do nosso computador, sem que seja preciso um grande esforço.

Não estou a dizer que das outras formas não fosse divertido, mas as tecnologias mudaram e a nossa maneira de pensar e de ver as coisas também, e procuramos cada vez mais que as tecnologias satisfaçam de certa forma os nossos caprichos e tornem o nosso mundo cada vez mais avançado e fascinante. Podermos ver simulações ópticas no nosso computador e te-las ao nosso dispor, modificou as nossas vidas, tornou-nos de certa forma mais cultos tecnologicamente, mas também tornou a nossa vida mais divertida. Estas novas tecnologias são algo de magnifico e extraordinário.

Quando falo de viajar pelo espaço através de simulações ópticas, refiro-me ao exemplo que tenho mais presente e que mais me fascinou, o Google Earth. Tenho que admitir que é um “mundo” completamente novo para mim, mas quando tive oportunidade de explorar esta nova plataforma, achei excepcional aquilo que se pode descobrir apenas através do computador, principalmente os lugares que podemos visitar virtualmente. As imagens parecem-nos tão reais e tão próximas,  que quando  caímos realmente em nós, vemos que a percepção que tínhamos do mundo há uns tempos atrás é tão distante, que actualmente basta estarmos sentados em frente ao computador para podermos embarcar numa viagem e estarmos realmente onde queremos estar.

Obviamente que este tipo de plataformas não serve apenas para divertimento, mas também nos dá informações essenciais e importantes, para quem queira realmente embarcar numa viagem. Oferece-nos informação relevante sobre o clima, acerca dos locais que queiramos visitar. Temos variadas imagens, como por exemplo, de museus ou praias, conforme o destino que escolhemos. Temos informação acerca das estradas desse pais e por onde nos devemos orientar, também informação acerca das fronteiras. Mas além de tudo oferece-nos uma vasta galeria com imagens reais sobre os locais que nos interessam visitar na nossa viagem.

O mais interessante e também divertido é que estejamos onde estivermos não estamos  condicionados a pesquisar apenas sobre o nosso país ou cidade, na verdade podemos percorrer o Mundo inteiro, através desta plataforma, podemos ir desde Londres a Nova Iorque e desde Marrocos à China, todos os locais que sonhamos e não tivemos possibilidade de visitar. Podemos apreciar a sua paisagem e de certa maneira a sua cultura, esta plataforma oferece-nos toda a informação de que necessitamos, num espaço de segundos sem que seja preciso deslocar-nos do ecrã do nosso computador.

Na verdade, podemos nem ter a nossa viagem de sonho, mas no entanto, assim, não custa nada viajar, nem que seja virtualmente.

Marta Veloso

El museo en casa.

Desde que conocí el Google Art Project, como futuro historiador del arte tengo toda una serie de sentimientos que se contradicen con mucha facilidad.

Y es que, como buen estudiante de esta carrera, he visto a lo largo de estos cinco años (en España, el antiguo plan es así de largo) miles y miles de diapositivas con las que tener un apoyo visual a las explicaciones que los diferentes profesores me han dado a lo largo de mi titulación.

Para mi, son un mero apoyo visual, una forma de identificar una obra de arte, ponerle a ese nombre, fecha, autor y descripción forma. Aunque eso si, he de decir que gracias a ellas, cuando he tenido la oportunidad de visitarlas en algún museo, he perdido parte de la ilusión por verlas, o ya se como son, puedo ver su tamaño, sus imperfecciones, y eso como buen amante del arte es una gran frustración.

Bueno, el caso es que con el proyecto de la empresa de nuestro buscador favorito y normalmente página de inicio, los sentimientos hacia el son los mismos. Por una parte es toda una ventaja tener a mi alcance una serie de obras de museos tan dispares y lejanos como el MOMA de Nueva York o la Galeria Tetriakov moscovita, museos en los cuales no se si en algún momento de mi vida visitaré. Pero también el hecho de tener otras obras de museos cercanos a mi, como el Reina Sofía o el Thyssen Bornemisza  ya genera en un poco de malestar, se trata de una opinión muy personal y creo, que un poco incomprensible, pero a la vez tan acorde a los pensamientos de Benjamin.

Por tanto, y para terminar, he de decir que no encuentro una explicación lógica a ello, se que se trata de una potente herramienta de acercamiento cultural, pero a la vez una potente arma en contra de la industria cultural, todo un vaivén de sensaciones y opiniones.

 

Manuel Muñoz Ferrer

 

Encontro com as musas

Os museus abriram as portas… muitas das mais importantes casas das musas se tornaram mais acessíveis ao público. Para milhões e milhões de pessoas que tinham o interesse em saber como eras dispostas as mais famosas obras de arte da história em suas respectivas casas, foram criadas várias plataformas que contribuíram para esse acesso.

A importância dessa abertura implica na possibilidade de muitos estudantes e curiosos de diferentes sítios do planeta, se sentirem mais próximos do que antes era só possível através da reprodutibilidade em meios impressos, o que vinha ocorrendo desde a proliferação da imprensa.

As antigas imagens para existirem dependiam diretamente da visão e a boa manualidade do artista que a produzia, em diferentes técnicas como água forte, xilogravura e litogravura. Após o surgimento e uso da fotografia a partir do séc. XIX, o que antes parecia uma ideia do que a imagem representava passou a ser a cópia fidedigna do sujeito em questão. Mesmo assim, a noção de amplitude era restrita a impressão, além do que a qualidade e resolução da fotografia em se, subtrai muitos dos particulares compreendidos em uma pintura por exemplo, sintetizando suas nuances e pinceladas.

A nova maneira de explorar os museus trás a possibilidade de examinar minunciosamente as texturas e pinceladas produzidas pelos artistas em suas obras, o que em loco não é possível devido aos sistemas de alarmes e barreiras que impedem ao expectador maior contato, o que de certa maneira é muito justo por conta da salvaguarda das obras. Através do novo meio é possível caminhar pelos corredores e salas que estão presentes as obras de arte, possibilitando a muitas pessoas que em sua vida jamais teriam condições financeiras de fazer o mesmo percusso devido às distancias.

http://www.louvre.fr/llv/commun/home.jsp

Sem dúvidas os museus faturam muito com esse tipo de exposição virtual, a venda de suovenir e réplicas de pinturas famosas interessa a todos os visitantes e o qual é possível comprá-los através dessas plataformas.

Muitas pessoas questionam se esse novo método de visita  implicará numa possível queda nas visitas aos museus, mas essa possibilidades é totalmente remota; quem frequenta um museu é sem dúvidas alguém interessado por arte ou ao menos um curioso.  Além do que existe uma certa  mobilidade das obras expostas, variando as temática e gêneros.

Nem mesmo aqueles que não entendem nada de arte quando entram em um museu e se deparam com as obras que só tinham visto através de imagens são envolvidos e enfeitiçados pela “aura”  descrita por Walter Benjamim.

Luís da Paixão

Remediação da perspectiva

Uma das maiores invenções de maior impacto no Renascimento italiano no séc. XV foi a perspectiva linear, com um ponto de fuga e para tal proposito muitos artistas utilizavam uma máquina chamada perspectografo  atribuída sua invenção a Leonardo da Vince.  O uso do objeto consistia em ver a paisagem ou objeto desejado através de um pequeno orifício em uma tábua e mais a frente um retângulo de vidro quadriculado, possibilitava ao artista desenhar aquilo que observava em proporções justas dando os efeitos causados pela ótica.

Mas tarde no período Barroco uma antecipação daquilo que futuramente seria utilizado para desenvolver a máquina fotográfica foi utilizado por muitos artistas; a câmara escura consistia em uma caixa fechada que possuía um pequeno orifício  com uma lente, por este orifício era projetado ao interno da câmara a imagem exterior, porém invertida. Jan Vermeer, um dos grandes artistas flamingos  se favoreceu muito desta técnica. A perspectiva projetada pela imagem invertida era de excelente qualidade modificando-se de acordo com a lente utilizada. As obras auxiliadas por esse aparato técnico criam a sensação do real em pequenas ou gigantescas “janelas pintadas”.

Nas oficinas dos artistas existiam muitos aprendizes que acompanhavam os mestres nas execuções de muitos trabalhos e também para aprender ou aprimorar os ofícios copiavam as obras assim exercitando as técnicas onde que de certa forma os meios de remediações estavam presentes.

Há pouco mais de um ano foi descoberto no museu do Prado uma cópia fiel da obra La Gioconda de Leonardo da Vince; depois de muitos estudos chegou-se a um parecer que a obra foi executada por um de seus alunos e que a copiou tendo como referencia a original. Com isso descobriu-se  a verdadeira tonalidade da obra visto que a original sofreu muito com a ação das antigas intervenções e do  tempo. Nesse caso a remediação  favoreceu a possibilidade de conhecer um pouco mais das particularidades da paleta de cores que Leonardo da Vince usava.

 

Hoje, pode-se prevalecer de imediacia por exemplo, como o ato de usar uma imagem de um dos quadros de Jan Vermeer  como proteção de ecrã do computador; mantem-se a fina imagem da realidade da obra de arte alterando o meio em que ela é exposta. A partir desse momento não se tem noção de qual o suporte original da obra, poderia ser pintura óleo sobre madeira ou tela, mas na realidade da imagem computadorizada  isso é altamente irrelevante.

Luís da Paixão.

Novas Formas de Ver Arte

Tema de escrita: De que forma a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte?

Ao longo dos anos, as obras de artes foram sofrendo uma evolução ao nível da sua reprodutibilidade técnica enormes. Inicialmente a reprodutibilidade técnica simplesmente não existia devido ao facto de também não existirem meios para isso. No entanto, essa reprodutibilidade, que se divide em reprodução manual (como pro exemplo, a xilogravura) e em reprodução mecânica/técnica (fotografia ou cinema) sofreu uma aceleração na passagem entre estes dois tipos de reprodução.

É certo que estas reproduções, na maior parte dos casos, são cópias perfeitas das obras de arte originais, porém, penso que se perde o objetivo principal da obra de arte. Só pelo facto de haver reproduções, a obra original deixa de ser única, deixa de ser autêntica, e passa a ser algo massivamente reproduzida, como é o caso de obras mundialmente conhecidas (Mona Lisa, A Última Ceia, etc), e pode ter repercussões positivas ou negativas. O que acabará por acontecer é que o autor da obra, e o seu trabalho podem ficar conhecidos e tornar-se famosos. Se isso acontecer a obra torna-se vulgar e pode até mesmo vir a ser banalizada.

A nível social, penso que esta reprodutibilidade da obra de arte trouxe algumas vantagens. A principal é o facto de as pessoas terem um maior acesso, e mais facilitado, às obras de arte. E isso é uma grande vantagem das reproduções das obras de arte. Nem todos podem-se dar ao luxo de ir visitar por exemplo o Museu do Louvre, mas têm o mesmo direito de admirar as obras que estão lá expostas. Assim, a apreciação de da arte deixa de estar cingida a uma “elite”.

Um exemplo deste fácil acesso às obras de arte e aos museus é o projeto da Google: Google Art Project.

Com esta funcionalidade, nós podemos escolher o museu que queremos visitar, e com apenas alguns cliques, conseguimos visitar o museu, ver as obras expostas, em qualquer lugar que nós estejamos, desde que tenhamos Internet.

É neste sentido que a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte. Como hoje em dia já temos várias formas de aceder às obras já não precisamos de nos deslocarmos, nem de gastar dinheiro para ver as obras de arte.

Filipa Machado

¿Naturaleza del arte?

Abordar un tema como es la reproductibilidad en muchos casos se hace difícil, cuando empecé a pensar de qué trataría mi blog sobre este tema me di cuenta que encontrar un tema sobre el que hablar se me estaba haciendo complicado. Pues bien, creo que he encontrado un ejemplo que ilustra y refleja perfectamente como las nuevas tecnologías pueden ambientar otro tipo de artes, deslocalizar ambientes reales o hechos por la mano del hombre, a ser meros “hologramas” o imágenes digitales hechas por una máquina, en este caso, a través del software de un ordenador y a través de un panel de luces (leds). Hablamos de los nuevos escenarios que se están haciendo para las actuaciones de ópera.

Algo tan sencillo como unos decorados hechos con cartón piedra han evolucionado convirtiéndose en un arte más complejo, mucho más espectacular e innovador, haciendo así que la gente vuelva a ver el atractivo de ver un espectáculo en vivo, y porqué no, mezclado con medios tecnológicos que hacen que sea mucho más impactante.

En este caso podríamos dudar de la naturaleza de este arte, hasta podríamos hablar de la hibridez entre un arte artesanal como es la música, en este caso el canto y esa modificación hacia lo tecnológico que es la iluminación y la escenografía, ¿Hablaríamos de que se perdió el aura? Yo creo que en este caso el aura está en el momento que estamos viendo el espectáculo, aún habiendo muchos aspectos tecnológicos en este tipo de eventos considero que cada actuación es distinta.

¿Tiene el aquí y el ahora del arte? Por supuesto que si, ya que es una actuación en directo, aunque haya planificación y preparación previa.

Por lo que aquí podemos ver un caso híbrido, lleno de incógnitas y preguntas a medias resueltas y un caso en el que el medio tecnológico de la reproductibilidad complementa un medio artesanal y esto es lo que nos hace dudar de su naturaleza.

Nuria Atanes Bouzón.

A singularidade da obra de arte

Tema de escrita: De que forma a reprodutibilidade técnica altera a natureza e a função social da obra de arte?

A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica, pelo filósofo Walter Benjamin sobre a obra de arte no séc. XX, surgiu numa altura em que a fotografia e o cinema ganhavam cada vez mais importância na sociedade. Neste aspecto, Benjamin procura salientar a temática da “reprodutibilidade técnica” da obra de arte (fotografia e cinema), ao contrário da reprodutibilidade mecânica que já existia por essa altura.

Walter Benjamin pensa as obras de arte como tendo uma “aura”, ou seja, como tendo algo original e que faz dessa mesma obra de arte um objecto único e singular que é apresentado à sociedade. Estas obras de arte com a sua “aura”, tinham a função de mostrar à sociedade a beleza estética e o valor único da própria arte, tendo também uma função de “mensageiros” de emoções por parte dos artistas. De facto, a arte era algo único e esta singularidade poderia querer demonstrar que as mais belas obras só poderiam ser devidamente observadas ou interpretadas por uma elite social: um estrato da sociedade mais culto e intelectual que soubesse apreciar essas obras de forma devida.

Com o aparecimento da reprodutibilidade técnica, principalmente na fotografia e no cinema, e o consequente desaparecimento das suas “auras”, a obra de arte perde a sua singularidade e originalidade. Com a reprodutibilidade técnica as obras perdem de alguma maneira a sua importância e o seu valor, pois passam a ser massivamente copiadas. Por exemplo, no caso do cinema, é possível adquirir de forma grátis e sem qualquer esforço um filme através da Internet, não sendo necessário a sua compra. O mesmo se passa com a música. Apesar de a obra ser a mesma, o facto de não ser o original, leva a que não tenha o mesmo valor. Deste modo, é possível verificar os preços astronómicos das “verdadeiras” e “originais” obras de arte.

É possível concluir que a reprodutibilidade técnica das obras de arte e a sua massificação são fruto da era industrial. Uma era onde a beleza do original e do intelectual não é importante. O que importa é a venda massiva, a reprodução e o capital. No entanto, apesar de à primeira vista obra de arte ser a mesma que a original, ela nunca terá o mesmo significado e valor.

Nuno Morgado

A Simulação Óptica como uma alternativa e único meio de conhecimento do nosso exterior

Viajar no espaço… Este sempre foi um dos sonhos da humanidade. E, com a tecnologia que possuímos hoje, já é possível que o homem faça viagens para fora do próprio planeta. Porém, para conhecermos a fundo o universo onde vivemos e ainda nos é pouco conhecido, foram enviados satélites para que se faça este estudo de reconhecimento. O homem não precisa pisar em Marte, por exemplo, para saber o que este planeta tem ou deixa de ter. O que as máquinas espaciais e satélites proporcionam para os astrônomos e cientistas é uma representação óptica real do que existe fora do planeta.

Seguindo este raciocínio, a tecnologia de hoje pode nos proporcionar experiências magníficas de viagens pelo espaço, e mais incrível, sendo dentro do próprio planeta Terra ou não.

Existem softwares que nos dão a experiência de viajar para o desconhecido, podendo ser uma cidade que nunca vimos, um estado ou país que temos a vontade de visitar, ou mesmo visualizar nossa casa em uma foto tirada de satélite. Mas, o que isso proporciona para nós, usuários destes softwares de representação gráfica, além da visão dos lugares?

A resposta é que ainda nos é muito limitada a “viagem” por estes programas, embora seja um avanço incrível da tecnologia. Sabemos que podemos andar pelas ruas de algumas cidades, entrar em alguns museus para ver suas obras, etc. Mas, isto tudo é apenas o que nos é oferecido, ou seja, não podemos ir além do ponto de vista que o programa nos permite. Não podemos entrar em uma loja, por exemplo, naquela rua que visitamos ou não podemos ver todas as obras de um museu, a não ser aquelas que a instituição permitiu que o software nos reproduzisse.

Porém, se não levarmos em consideração estas limitações, podemos perceber que esta é uma experiência que não tínhamos alguns anos atrás, apenas.

O que me parece mais extraordinário, é a capacidade destes softwares, com reproduções a partir de fotografias de satélite, a reprodução óptica do universo em volta do planeta Terra. Esta sim, ao meu ver, é uma experiência que, pelo menos em nossos tempos atuais, podemos apenas “viajar” pela tela do computador.

A baixo está um vídeo feito pelo Museu Americano de História Natural, intitulado “The Know Universe”, que nos dá uma ideia de viagem ao espaço sideral, no total de 5 bilhões de anos-luz do nosso planeta. O que nos faz refletir que a tecnologia está avançando tão depressa, que logo nos seria possível visitar outros planetas e galáxias, mesmo que seja holograficamente.

Francimar Santos

Viajar no Espaço

Com o avanço da tecnologia passou a ser possível viajar,  visitar espaços e viver experiências artísticas de uma forma mais cómoda, barata ou até antecipada em relação à experiência propriamente dita.

A criação do Google Earth veio possibilitar o conhecimento de todo o mundo, a observação de monumentos e até possibilita uma visão a partir do chão, com imagens em 3D. Este tipo de tecnologias significa um avanço no conhecimento geral dos seus utilizadores, que passam a poder viajar no espaço, conhecer cidades e monumentos.

Estes dispositivos são também possíveis em museus, sendo assim possível fazer-se visitas digitais a estes espaços, conhecer o próprio museu, as obras de artes e ainda receber alguma informação sobre as mesmas. Estes dispositivos são uma grande vantagem para um maior conhecimento por parte dos utilizadores, um incentivo para o cultivo da cultura geral e uma forma bastante económica de se fazerem visitas a museus. Estes dispositivos podem-se tornar negativos para os museus, que correm o risco de perder clientes, mas apesar disso continua a haver uma preferência pela visita real aos museus.

É desta forma que este tipo de dispositivos foram criados para facilitar e melhorar o conhecimento dos utilizadores e incentivar a curiosidade pessoal, de uma forma mais cómoda e económica para os utilizadores.

O grupo Teatro para alguém e o grupo Teatro Uzyna Uzona

Aqui um exemplo de um grupo de teatro que tem suas produções exclusivamente para a Internet.

Teatro para alguém

“Renata Jesion e Nelson Kao são os idealizadores do Teatro Para Alguém e, desde o início do projeto, mantiveram como um dos principais objetivos do TPA a troca de experiências com artistas que quisessem se aprofundar na experimentação do viés tecnológico das artes cênicas, a partir do advento da internet. Artistas vindos de diferentes direções se aproximaram do TPA com esse mesmo desejo em comum. Em junho de 2011, alguns deles se juntaram a Renata e Kao nesse grande laboratório de experimentação que é o Teatro Para Alguém. Assim, com a chegada dos atores Zemanuel Piñero e Adriano Costello, as atrizes Vera Bonilha e Bianca Lopresti, o ator e preparador de atores Luiz Mario Vicente e a dramaturga e roteirista Drika Nery, o grupo se revitalizou.

A fricção criativa desses artistas (mais cerca de 250 profissionais que já trabalharam no TPA desde o seu início) alimenta este espaço digital a experimentar linguagens de espetáculos que misturam artes cênicas, cinema, vídeo e internet. ”

site do grupo teatro para alguém

Aqui ainda um outro grupo brasileiro que possui uma plataforma no live stream onde apresenta suas peças ao vivo.

site do grupo oficina teatro Uzyna Uzona

página do live stream com peça do Uzyna Uzona

Novas formas artísticas no teatro

O número de pessoas que actualmente experienciam a arte presencialmente, nos locais à sua apresentação destinados, está a diminuir. Podemos pensar nisto como um efeito da conjuntura económica actual mas também pela facilidade de acesso a essas obras de arte, de uma forma mais económica e, de certo modo, mais cómoda para o espectador – através dos média digitais.

Mas não são só desvantagens. Ao criar uma nova forma de exibição que motive a experiência presencial do espectador   – por exemplo, como o cinema está a fazer com o 3D, – as estatísticas podem ser invertidas.

A utilização da tecnologia digital no teatro pode ajudar a atrair mais pessoas aos espectáculos teatrais, uma prática que se está a perder cada vez mais. O exemplo que trago é a utilização de hologramas no teatro.

 

Os hologramas podem criar um espectáculo teatral totalmente diferente do que estamos habituados, aproximando-se do cinema e dos seus efeitos, mas de uma forma ainda mais real. Por exemplo, os hologramas permitem que o actor contracene consigo próprio, e o espectador tem a percepção real do actor em palco como também a percepção de uma figura virtual, igual ao actor,  que contracena com ele. A cena está ao nosso alcance e estamos totalmente envolvidos no espectáculo.  Na minha opinião, isto criaria uma experiência única, ainda mais se fossem utilizados mecanismos que nos poderiam fornecer os cheiros que constituem o cenário. Este processo de imediacia ia envolver o espectador naquele mundo fantasioso que o teatro cria, à semelhança do cinema, mas de uma forma muito mais motivante que poderia superar o cinema e trazer mais espectadores ao teatro, porque não vemos a acção através de um ecrã mas sim encontramo-nos no espaço em que tudo acontece. Assim, através das novas tecnologias, podemos criar outra dimensão para o espectador, que o faça sentir parte do teatro e da sua história, que o faça querer esta experiência e não contentar-se a vê-la em casa.

O público actual exige novas formas para concentrar a sua atenção (principalmente no teatro), devido à quantidade de imagens que nos invadem os olhos diariamente, sendo o estímulo visual um aspecto a ter em conta. Os média digitais podem fornecê-lo, de uma maneira original, que cative a experiência presencial – mais valorizada pela utilização de meios que normalmente não temos ao nosso dispor. Enquanto que o 3D já está a ser incorporado em televisões que facilmente adquirimos, o que nos permite ver filmes em 3D nas nossas casas, a criação de um mundo totalmente paralelo não está (e penso que dificilmente estará) disponível a qualquer um.

Por isso, esta nova forma artística pode retomar velhos hábitos que fomos perdendo ao longo do tempo, reinventando a tradição teatral ao integrar as tecnologias digitais nesta “velha” arte, adaptando o teatro à actualidade e enfrentando todas as dificuldades que advêm deste novo contexto.

Tatiana Simões

A Obra de Arte na Era da Reprodução Técnica

Podemos considerar que o surgimento da capacidade de utilizar a fotografia para reproduzir uma imagem foi um momento chave tanto na reprodução e representação do nosso quotidiano com também no processo da própria produção da obra de arte. Na construção da obra “as meninas” de Velázquez, somos capazes de verificar essa construção através da cópia, primeiro com Picasso, a fazer a sua reprodução e mais tarde, através da manipulação, do fotógrafo Joel-Peter Witkin. Ainda hoje continua a ser reproduzida por outros autores, especialmente através dos novos media e das novas ferramentas de edição de imagem que permitem que todos sejam, ou tentem, exprimir-se como artistas.

 

as-meninas-a-versc3a3o-de-velc3a1zquez

“As meninas” Velázquez

as-meninas-a-versc3a3o-de-picasso

“As meninas” Picasso

as-meninas-a-versc3a3o-do-fotc3b3grafo-joel-peter-witkin

“As meninas”Joel-Peter Witkin

A “aura” de que fala Walter Benjamin, não deixa hoje de existir por estar multiplicada nos novos media. Esta, apenas desceu da sua posição quase inatingível na estrutura hierárquica e está, hoje, acessível a todos para que a utilizem, desfrutem e manipulem à sua maneira em vez de estar confinada apenas aos privilegiados que a ela podem ter acesso. A plataforma na qual se acede à obra de arte muda, no entanto a “aura” incutida pelo autor mantém-se desde que, ao falarmos de obras de arte, consigamos distinguir aquelas que pela sua imponência, não se tornam possíveis de transmitir virtualmente muito pela força que têm fisicamente. As “auras” existentes na maioria das artes plásticas diferem das “auras” presentes de uma produção literária pois uma frase proveniente de um texto de Eça é intemporal e soberana no que diz respeito à plataforma onde a lemos, desde que, a possamos interpretar no contexto que o autor a quis fazer passar. Será hipoteticamente mais percetível a “aura” de uma estátua que pela sua dimensão, atinge uma imponência que não pode ser percecionada através de um monitor de um computador ou de um quadro que denota o passar do tempo refletido numa tela que já conheceu vários donos. O futuro certamente certificar-se-á de encontrar uma forma de equiparar a visão 3D que temos de algo de forma a que a possamos ver representada virtualmente tal e qual ela é.

O mundo digital e a sociedade em que vivemos

 O mundo digital. Para muitos uma escapatória da realidade que vivemos no dia-a-dia. Neste podemos viver múltiplas vidas, ser quem quisermos, e fazermos o que nos bem apetecer. Podemos contactar com familiares e amigos que estejam longe, podemos viajar a lugares distantes através de fotografias, vídeos e mapas 3D. Genial sem duvida!

Mas quais são as contrapartidas que isto tudo tem para a sociedade? Sim, porque nem tudo é um mar de rosas, principalmente no que toca ao mundo digital.

Com a possibilidade de ter todos os tipos de interações através da rede, muitas pessoas começam a esquecer-se do que é a interação humana, algo que sempre foi necessário para um boa convivência em sociedade. A nova geração nasce praticamente agarrada aos computadores, enquanto que nós quando eramos pequenos, íamos para a rua, jogar á apanhada, ás escondidas, só queríamos era estar em espaços abertos.

Outro aspeto negativo é o facto de alguns criminosos se aproveitarem deste meio, para darem assas aos seus esquemas. Alguns dos tipos de criminosos que podemos encontrar neste meio são os pedófilos e os burlões, estes sãos os tipos que mais se destacam. Os pedófilos aproveitam-se do anonimato para atraírem as suas vitimas através das suas histórias matreiras, já os burlões aproveitam-se da ingenuidade de certas pessoas que caiem então nos seus esquemas, dando-lhes praticamente de livre vontade mesmo que seja de um modo inconsciente, informações pessoais.

No que tocas artes, podemos encontrar uma grande divulgação de todos os tipo de bandas, teatros, filmes, eventos. É um bom meio para fazer divulgação. Também é um bom meio para a pirataria. Ao contrário do que se pensa, a pirataria não dá prejuízo ás bandas nem aos estúdios de cinema. Muitas bandas até colocam na rede o seu trabalho mais recente, totalmente grátis, para que qualquer pessoa de qualquer classe social possa ter acesso á arte que estes criam. No que toca aos estúdios de cinema estes queixam-se bastante, mas a verdade é que eles própria até fazem a contagem de qual o filme mais pirateado. A pirataria é mais um meio de experimentar antes de comprar,  muitas pessoas fazem download de cd’s e filmes sobre o qual tenham duvidas acerca da qualidade. Se gostarem compram o cd ou o filme se não gostarem não o fazem. No que toca aos filmes as pessoas fazem cada vez mais download destes, devido aos bilhetes de cinema estarem fora das suas possibilidades, sendo que ao verem o filme pirateado e gostarem deste, acabam sempre por contribuir através da compra do dvd do mesmo.

Como podemos ver, o que não falta são possibilidades dentro do mundo digital, tudo depende de cada um. Cada um tem em suas mão o que realmente quer fazer, bem ou mal. Sinceramente, na minha opinião devíamo-nos desligar um bocado deste meio vicioso e aproveitar as coisas boas da vida, que muitas vezes estão á nossa frente mas tudo o que vemos são zeros e uns.

Rafael Borges

É ou não é teatro?

Até onde vai o limite da apropriação da tecnologia nas práticas artísticas? começo com esta pergunta para fundamentar todo o resto.

Existem graus de apropriação da tecnologia nas artes e são estes graus que nos cabe discutir, a fim de identificar se estes mudam ou não em essência da arte que se apropria do mundo tecnológico. Há um limite, que, quando tocado, nos faz pensar se não se está na verdade, surgindo uma nova expressão artística, uma nova categoria de arte.

Usando o teatro como exemplo: Quando se modificou nas práticas teatrais, o uso de orquestra ao vivo, pelo som gravado, por mais que tivesse sido inovador naquela época- e definitivamente foi- o questionamento se deixou ou não de ser teatro não surgiu. Depois, com a invenção da eletricidade, novas tecnicas de iluminação foram utilizadas, mas ainda assim, se via que era teatro.

O grau limite neste caso é justamente o que vivemos hoje. Teatro gravado, ao vivo ou não, ainda é teatro??? Se retiramos a presença física de ator-espectador, ainda poderemos considerar aquilo uma prática teatral?

Se, ao se inspirar no teatro, uma nova técnica de encenação surgiu, e junto com ela uma nova nomenclatura, como no caso do cinema, porque não, neste caso, não ser pensado uma outra designação para essa nova forma artística que está surgindo?

Acredito que por muito tempo, o teatro foi uma das poucas artes que ainda não tinha sido substituída por meios de reprodução tecnológicos.

O cinema pode ser visto de casa, um quadro que se encontra no museu também, a fotografia nem se fale. Apenas o teatro continuava a ser a arte onde o espectador teria que estar presente no mesmo espaço que os atores que a fazem.

Ainda uma outra questão: A música, ao ser gravada, continua causando em quem ouve as mesmas sensações que a música ao vivo, em maior ou menor grau. Mas no caso do teatro, isso ocorre? ver uma peça gravada transpõe as mesmas sensações que ver ao vivo? ai você pode me dizer: sim porque se pode fazer uma filmagem que leve ao espectador a essas sensações. Mas eu te pergunto de volta: se é necessário outras técnicas que são alheias ao teatro para causar estas sensações, como técnica de filmagem, não seria então, por si só, uma outra expressão artística que não teatro?

Por fim, acredito que o problema está no constante incentivo social de se anular a presença física. Aqui uma entrevista de Jorge Dubatti sobre o tema,  bem como outros textos do mesmo autor.

Entrevista em PDF

Texto em espanhol sobre o tema.

Entrevista para revista espanhola

Carolina França Corrêa

A Remediação

Remediação é um conceito elaborado por Jay David Bolter e Richard Grusin. Em conjunto escrevem o livro “Remediation: Understanding New Media”, que foi publicado em 1999. Mas antes de falarmos sobre a remediação, temos que saber que esta faz parte de uma  tripla genealogia. Fazem assim parte da genealogia dos média: a remediação, a imediação, e a hipermediação. E todas são importantes na teoria dos novos médias de Bolter e Grusin. Na imediação, Bolter e Grusin, analisam “a lógica de representação e presença dos meios em si próprios”, através da transparência, naturalização e ocultação do meio. Segunda a lógica da transparência, o meio tenta tornar-se invisível, oculto portanto. Na hipermediação, Bolter e Grusin, analisam “a lógica de representação e presença dos meios em si próprios”, através da opacidade, estranhamento e revelação do meio. Segunda a lógica da opacidade, o meio tenta tornar-se visível e expor-se. Na remediação, analisam “a lógica através da qual novos média derivam, transformam e coexistem com os média anteriores”.

Quando falamos em remediação temos de ter noção que esta funciona em mais que um sentido, e é um dos principais conceitos que caracterizam os Novos Media. Na remediação, acontecem dois “fenómenos”, tanto os novos media adquirirem características de médias anteriores, como vice-versa. Podemos usar como exemplo para a aquisição de características dos média antigos para os novos média, a rádio. A rádio-online foi evoluindo e assimilando características da rádio-tradicional, sendo que podemos ouvir o que se passa na rádio em directo, mas online. Mas a rádio-online furnece-nos certos ficheiros, como vídeos ou podcast, que não podemos ouvir/ver na rádio-tradicional.  Quanto à aquisição de características de médias novos pelos médias antigos, podemos dar como exemplo a transformação de um vídeo-jogo em filme, porque habitualmente é o inverso que acontece, é o cinema que se transforma em vídeo-jogo. Assim a remediação funciona para ambos os lados.

Dentro do tema da remediação existem quatro tipos. O primeiro incorpora meios anteriores, procurando apagar a diferença existente entre eles, entre o meio digital e o meio tradicional. O segundo incorpora  meios anteriores, acentuando-os. O terceiro absorve inteiramente o meio anterior. E o quarto incorpora outras formas oriundas do seu próprio meio, como por exemplo um filme que incorpora elementos de outro filme.

Segundo Bolter e Grusin a remediação é a lógica formal através da qual os novos media reformam as formas dos media anteriores, e, segundo eles, esta é a característica principal dos novos media. Mas funcionam sempre numa relação de diálogo com os meios anteriores.

Ana Nascimento

where did my cell phone come from?

In the Era of over-consumption we work more to have more money and to buy more stuff but at the same time we have less free time, so we neglect our families, hobbies, passions, not even to mention spending not enough time on our own development and education. In our free time we watch TV, surf on the internet and.. shop, more and more, which – according to the commercials we see – should make us happier, but in the end, we don’t have time, money or happiness after all. Media is all around us, feeding us with commercials, entertainment, news and opinions that in a way blind-fold us, we lose the sense of reality and our opinions are often influenced by what we have seen or heard. And the ubiquity of media, in a sense, doesn’t allow us not to be exposed to all that.

With the development of Internet, we acquired the need to create and share, more than ever before. And also, the need for accessibility to whatever piece of information we can think of. So these human desires forced “technology” to follow and to make it easy, fun, fast and most of all – portable. We now have many types of computer-like devices like smart phones, iPads or personal digital assistants, that allow as to access the information we need at any time and at any media platform.

Unfortunately, media devices are not produced to last very long. Firstly, so producers make more “stuff” to sell and make money, so we get an updated, new model of a phone, computer etc. But most of all, because technology is going forward so rapidly, things are getting ‘out of fashion’ very quickly and often not compatible with new applications or software.

Mobile phones are these days the extensions of ourselves, they are multifunctional devices that make our lives easier and we can’t imagine functioning without them. No one would have thought that in about 20 years, mobile phones could have made the leap from just being the alternative to landlines, to becoming a computer, GPS, radio and our lifeline to the Internet, and still be able to fit in our pocket. But numbers are not as optimistic. According to Strategy Analytics, In 2011, the world produced 1.6 billion mobile phones. The International Telecommunication Union claims that at end of 2011, in a 7-billion people world there were 6 billion active mobile numbers! Number of mobile phones in the world increased by 3000 per minute. At the same time, the world’s population grows .. about 145 people. This simple statistic just confirms what demographers say – it’s not a problem of the world population, but of insane consumption.

A wide variety of plastics and metals are used in the production of mobile phones and their accessories such as chargers and batteries. For the production of plastic components, such as: covers, keypads, displays, most commonly used materials are: polyethylene, polyvinyl chloride, polystyrene, polymethyl methacrylate (commonly known as plexiglass). In the manufacture of mobile electronics they use metals such as tantalum, tin, copper, cobalt, iron derivatives, nickel, silver, gold, and generally considered to be hazardous to human health: lead, cadmium, mercury – but we can find only traces of them, and it’s not dangerous on daily basis usage of the device.

 

There is a lot of chemicals created during the process of production, as well as conservatives and synthetic materials, which  end up being dumped in the nature after all. About 20 to 50 million metric tons of e-waste are generated worldwide every year. The Environmental Protection Agency estimates that only 15-20% of e-waste is recycled, the rest of these electronics go directly into landfills and incinerators. That’s only e-waste – what about other rubbish that is produced worldwide? Estimated 1 billion tons each year? What happen to it? It all goes to dumpsters, waters, ground, air. For example to the Great Pacific Garbage Patch called Vortex, which is an ocean dump the size of Texas, or to Guiyu – town in China, which is known to be the biggest electronic waste dump of the world (taking in over 1.5 million tons e-waste a year). Most people are ignorant about recycling and taking care of our planet, that is running out of resources. We chop out trees, use and pollute too much of clean water and kill animals. But what’s really important but not spoken of too much is using people (especially kids) at the stage of production or raw material extraction in a very inhumane way. Companies are trying to minimize and externalize the cost of production by moving the whole process to the third world countries, where kids work in factories and mines so we can buy our things cheaper. And it’s not only the workforce they’re using, but also their natural resources. Most of the materials that cell phones (and other electronics) are made of, comes from mines in Congo. They are so-called “conflict minerals” as they’ve been a cause of a civil war in Congo, that – according to the human rights organizations – has been the bloodiest conflict since the World War II. Within 15 years, it took lives of more than 5 million people, and over 300.000 women have been raped. This will not come to an end unless companies won’t stop buying these materials and start having social responsibility for the price people in Congo pay for our new mobile phones.  


Calendário

Abril 2013
S T Q Q S S D
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
2930  

Estatística

  • 984.802 hits

Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.

Junte-se a 1.230 outros subscritores