Quando estás imerso num videojogo, não pensas imediatamente no mundo à tua volta, pois não?
Os teus olhos estão fixados no ecrã, a tua atenção completamente agarrada ao que se passa com o teu avatar dentro do jogo, como se estivesses mesmo numa situação de perigo ou de adrenalina. Mas depois sentes um pouco tonto, ou as tuas mãos suam no controlador, ou alguma coisa puxa-te fora dessa experiência (por exemplo, a tua mãe a chamar-te para apanhares a roupa). Essas sensações são esperadas, e mais interconectadas do que pensas. É a relação que existe entre a imediacia e hipermediacia.
Na imediacia (ou imediação), o jogador emerge-se no videojogo através de processos de ocultação, naturalização e transparência do meio. A interação e o meio visual/áudio do videojogo faz esse trabalho. É parecido com o meio da televisão, exceto que neste caso também temos a interação que acontece entre o videojogo e o jogador. Somos nós que decide as ações das personagens que vemos, e por isso a nossa atenção fica mais focada no que está a acontecer no ecrã, assim apagando as distrações em redor.
O contrário disto é a hipermediacia (ou hipermediação), que é o que se passa quando o jogador nota o videojogo através de processos de revelação do meio. Isto é conseguido, por exemplo, com o nosso sentido de toque no controlador da consola, ou a realização do que se está a passar no videojogo está dentro do ecrã da televisão ou do computador. O ambiente à tua volta ficando mais evidenciado.
Portanto, é assim que essa relação de contraste está interconectada. (E, não, não estamos a contar com o exemplo da tua mãe a chamar-te para apanhares a roupa. Isso era só uma piada sarcástica. Lamento imenso se desapontei-vos.)
Carolina Gonçalves
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