Arquivo de Março, 2009

Quem domina quem?

I, Robot 

I, Robot (no Brasil, Eu, Robô e em Portugal, Eu, Robot) é um filme futurista americano lançado em 16 de Julho de 2004 pela 20th Century Fox. Eu, robô é baseado em uma história de Isaac Asimov, mais precisamente, nas famosas 3 (três) Leis da Robótica criadas pelo escritor. Nos contos da série, Asimov brincava com as diferentes implicações da lógica das leis, criando situações absurdas e perigosas para os humanos envolvendo os robôs, mas sempre elegantemente resolvidas também de forma lógica. No filme, contudo, a coisa é resolvida mesmo na base de muita pancadaria e perseguições, como é de praxe nas produções do cinema de ação estadunidense.

Em 2035 a existência de robôs é algo corriqueiro, sendo usados constantemente como empregados e assistentes dos humanos. Os robôs possuem um código de programação chamado Lei da Robótica, que impede que façam mal a um ser humano. Esta lei parece ter sido quebrada quando o Dr. Miles aparece morto e o principal suspeito de ter cometido o crime é justamente o robô Sonny. Caso Sonny realmente seja o culpado, a possibilidade dos robôs terem encontrado um meio de quebrarem a Lei da Robótica pode permitir que eles dominem o planeta, já que nada mais poderia impedi-los de subjugar os seres humanos. Para investigar o caso é chamado o detetive Del Spooner (Will Smith), e com a ajuda da Dra. Susan Calvin (Bridget Moynahan), precisam desvendar o que realmente aconteceu.
Posto toda esta apresentação e exposição do filme, e após o visionamento do mesmo. Acho que é um grande exemplo, como força de tecnólogia contra o homem, o que gera uma luta entre a máquina e o ser humano. Podemos assistir a este filme de várias perspectivas, na medida em que ele nos deixa inumeras interpertações. Este pode ser visto como uma lição, na medida em que muitas vezes deixamos, sem nos dar-mos conta que a tecnologia se apodere das nossas vidas, levando a percursões um pouco desastrosas. No entanto não nos podemos esquecer que estamos perante uma ficção, que se torna por outro lado irónica, porque retrata de forma exagerada é certo, toda a realidade dos dias de hoje. A nossa vida muitas vezes é dirigida pela tecnologia. Podemos dizer que se torna uma nova ‘droga’ para quem são sabe usar os média com conta e medida. Já ouvi relatos de individuos que se fecham em frente a um computador, resumindo a sua vida a um ecrã, num espaço limitado, criando um grande afastamento social. Esta grande ficção é um alerta para as nossas sociedades, e principalmente para todos aqueles que se fecham neste mundo!

Diana Reis

 

 

 

 

 

 

Radiohead – House Of Cards

Passando ao lado da polémica do lançamento do In Rainbows, álbum onde se encontra o tema do vídeo para análise, centremo-nos no vídeo:

O vídeo de House of Cards é um vídeo pioneiro. Foi um dos primeiros vídeos realizado sem recurso a câmaras de filmar ou luzes. Em vez disso foram utilizados sensores de movimentos compostos por lasers, que captam a paisagem, o movimento, a atmosfera em três dimensões.

O vídeo é composto por três planos distintos:

O primeiro plano, conta com Thom Yorke, o vocalista e a sua suposta amante (I don’t wanna be your friend, I just wanna be your lover), onde há a ultilização de várias técnicas de distorção da imagem captada através dos ditos sensores, através de vidros, água a correr, entre outros.

O segundo plano – o plano das vistas: várias imagens de paisagens urbanas, obtidas através (novamente) dos sensores de movimento.

O terceiro plano – o plano da festa: é semelhante ao primeiro, utilizando as mesmas técnicas. Vêm-se pessoas dançando e agitando copos.

Estes três planos vão intercalando entre si.

Será que acreditamos no vídeo?

Acreditamos. E porquê?

Porque sabemos que Thom Yorke está lá.

Porque sabemos que as paisagens são reais.

Apesar de digitalizadas e tratadas numa interface de 3D, todas as imagens são reais. O video de House of Cards é apenas uma maneira alternativa de ver a realidade.

Uma maneira tecnologicamente real.

Aqui fica o making of do vídeo:

Carlota Ambrósio

Escolha de identidades

             Com inspiração no filme «Hard Candy», que espelha um dos mais debatidos perigos da internet, decidi fazer uma breve observação no que diz respeito às relações pessoais directas e as virtuais.

 

Todos nós temos, ou deveríamos ter, noção que muitos dos nossos comportamentos e sentimentos expressos através de uma mensagem ou uma conversa pela net podem não ser devidamente interpretados. É com base nas interacções pessoais que se adquire a capacidade de distinguir ou reconhecer certas e determinadas atitudes do outro sujeito, que por vezes se alteram, consoante o meio de comunicação.

Conclusão, ao vermos o “jogo de identidades” entre as duas personagens, podemos afirmar com certeza que, quando a verdadeira identidade do “outro” não é conhecida, esse passa a ter o poder de ser quem quiser.

 

Sugiro este filme, uma vez que surpreende, pois o que aparenta ser verdadeiro não o é realmente.

 

Maria Inês

journal vs webjournal

The short animated film by Pavel Koutský shows us a relation between an user and media. The media visualize the world, visualize various situations that happen all around the globe..they make the world smaller for us. However smaller does not mean nicer..media let us know about wars and conflicts. They let us know but on the other hand..make us believe in their way of interpretation. In my opinion, this video criticises a brainwashing. The brainwashing that makes us receive opinions..not only a naked information with questionmarks that we could dress, but prefabricated, already dresses one.. they do not ask questions, do not force us think.. ..as a result we do not participate too much on a public democratic ambient..but why don´t they state questions? They are free to do that, but we must realize that newspaper world is a world of business as well. Firstly.. they must be understandable for masses, secondly..they always have an owner.. these reasons define the final outcome. I agree with this particular critics but I do not agree with the very end of the short movie. When he finds himself sorrounded by computers..that implies the world of internet..and he is horrified.. it is certain that on internet exist many equivalents that behave like an ordinary journal, but the abstract world of internet provides really loads of space for subversive journals that are not limited by number of sold issues..that´s the way to go..we can receive not an objective(because it is hard to reach the state of objectivity..) info but we can become aware of the other point of view..e.g..indymedia.org..

Escolhe Viver

trainspotting-choose life

 

 

“Escolhe viver. Escolhe um emprego. Escolhe uma carreira. Escolhe uma família. Escolhe uma televisão enorme. Escolhe máquinas de lavar roupa, carros, aparelhagens e abre-latas eléctricos. Escolhe boa saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolhe uma hipoteca a juros fixos. Escolhe a tua primeira casa. Escolhe os teus amigos. Escolhe roupas de desporto e malas a combinar. Escolhe três peças numa variedade de tecidos. Escolhe fazer as coisas da casa e pensar no que vais fazer no domingo de manhã. Escolhe sentar-te no sofá e ficar a ver programas de televisão inúteis, enchendo-te de comida. Escolhe apodrecer no final, acabar num lar que envergonha os filhos egoístas que puseste no mundo para te substituir. Escolhe o teu futuro. Escolhe viver.”

 -Introdução do filme Trainspotting.

 

 

Um dia destes conheci um contador de histórias num jardim. Uma das suas histórias falava de escolhas, de estarmos atentos aos sinais que recebemos todos os dias e sabermos que caminho escolher para nos encontrarmos a nós próprios e à nossa felicidade.

 

Com isto, tirei uns minutos da minha rotina diária para reflectir. Estamos perante uma geração que vive na utopia de encontrar a felicidade no mundo impessoal das tecnologias, que escolhe passar horas ao computador, em frente à televisão ou a falar ao telemóvel a sonhar com paisagens paradisíacas e vidas de princesa no lugar de se levantarem do sofá e saírem à procura da sua vida.

 

As novas tecnologias tornaram-se um substituto perfeito para (quase) tudo. Um amigo, um professor, um paraíso do entretenimento, um mundo em que podemos englobar toda a vida na Terra. Podemos viajar, namorar, pedir comida, jogar, ouvir música, ver filmes, conhecer pessoas. Imaginem o mundo perfeito: eu e o meu computador/ televisão/ etc. Nada mais. Berlinde, macaca, árvores, passeios à beira-mar, corridas, jogos de futebol, casas de bonecas e arranhões, tudo virtual. Fantástico!

 

O que transforma um objecto novo numa necessidade (aparentemente) imprescindível? Não encontro uma resposta. Facilitismo de um mundo moderno? Talvez.

 

De facto, o mundo e as pessoas vivem de vícios. As tecnologias tornaram-se no mais recente vício da humanidade. Quando começam a abrir clínicas de desintoxicação?

                               

 

                                                                          Diana Martins Inácio

Crimes online contra crianças

9h00 e a função de despertador do telemóvel está pronta a acordar-me. Ainda sonolento desligo a cantiguita (que eu próprio escolhi) e vejo com os olhos entreabertos as 7 mensagens de texto que recebi durante a noite. Respondo a uma de imediato, as outras podem esperar…

Às 9h25 estou a fechar a porta do microondas (salvador dos pequenos-almoços para energúmenos que como eu não sabem o que fazer diante de um fogão) e a responder a uma das outras mensagens de texto que havia recebido. Recebo uma resposta de imediato e percebo que filtrei inconscientemente informação: não me recordo do conteúdo de nenhuma das outras mensagens lidas. Não há problema… mais tarde repetem o envio.

Seriam talvez 9h50 quando liguei rapidamente o portátil para ver os 14 mails e recarregar o Ipod.

Um banho, saio de casa já com três telefonemas recebidos e dois efectuados. Dirijo-me (durante a quarta chamada recebida) a uma paragem de autocarro e vejo que, abandonado em cima do banco da mesma, está um jornal. Na capa vejo em destaque “Hoje em dia, cada vez mais cedo, as crianças entram em contacto com as novas tecnologias. Se, a princípio, os pais podem achar que é algo inofensivo, mais tarde, poderão ter de repensar a sua atitude”. Penso que é a leitura apropriada para o dia em que escolhi registar a minha interacção com a tecnologia. Guardo o jornal com intenção de o ler mais tarde.

Uns quantos afazeres depois e eu já não sabia quantas mensagens de texto e quantos telefonemas tinha enviado/feito e recebido. Não é importante, mais tarde invento um número que fique bem no texto que estou a pensar escrever.

É noite. A tarefa de registar a minha interacção com a tecnologia revelou-se uma frustração. Não consegui registar tudo o que queria… Ou será que o que queria era não ter a noção de que estou completamente viciado numa série de invenções tecnológicas?

 

Volto ao jornal. Lá dentro o estudo “Predadores online e as suas vítimas: mitos, realidades e implicações para a prevenção e tratamento (2008)” do Centro de Investigação de Crimes Contra as Crianças de New Hampshire promete dar a conhecer “os números do perigo” que passo a citar “vítimas online: 4% recebeu pedidos para tirar fotos sexualmente explícitas de si próprios, 5% fala sobre sexo com desconhecidos, 5% faculta fotos em fato de banho ou roupa interior no MySpace, 25% são rapazes, 26% envia informações pessoais a estranhos, 28% usa a Internet para fazer comentários menos próprios sobre outras pessoas, 43% conversa com estranhos online; abusadores online: 5% faz-se passar por adolescente a fim de conhecer as potenciais vítimas, 5% usa ameaças ou violência, 18% envia fotos em poses sexuais às vítimas, 39% tinha em sua posse pornografia infantil”

Lembrei-me automaticamente de um programa da NBC apresentado por Chris Hansen, “Dateline – How to Cath a Predator”.

Não fui capaz de registar a minha interacção com a tecnologia mas fica um post acerca do perigo que a interacção não supervisionada de uma criança com a tecnologia pode representar.

 

Um excerto de “Dateline – How to Cath a Predator”:

 

 

Ricardo Boléo

Revolução Digital

 

              A tecnologia digital e a sua utilização nos últimos vinte anos, especialmente com o desenvolvimento da internet, está a provocar uma verdadeira revolução no mundo ocidental que afecta todos os parâmetros da nossa vida, desde as relações sociais e humanas, passando pela economia, política, informação, até à arte e cultura. Com a possibilidade de transformar os restantes meios em informação digital, consumível e manipulável através de um computador, este objecto tecnológico tem um papel cada vez mais central no dia-a-dia de cada um de nós, chegando a roubar terreno aos restantes média assim como a expandir a própria realidade. Filmes, imagens, música, televisão, rádio, telefone, revistas e jornais, enciclopédias, literatura… A tecnologia digital veio transformar/desmaterializar tudo isto em números e códigos traduzíveis em bens de consumo e acções, permitindo uma interacção imediata entre partes distantes do globo sem limites espácio-temporais ou materiais.

            A revolução digital está a alterar toda a dinâmica dos meios de difusão e comunicação, no sentido em que, hoje em dia, o acesso a quase qualquer tipo de informação se encontra facilitado e uma pessoa com computador e ligação à internet pode publicar algo na Web (seja trabalhos artísticos, artigos de opinião ou informações pessoais), para ser visto por qualquer outra pessoa, sem filtros, como se vivêssemos numa “aldeia” do tamanho do planeta (ou quase) num intercâmbio de ideias nunca antes experimentado. O “excesso” de informação, no entanto, traz consigo uma maior responsabilidade para o utilizador (emissor e receptor), pois é necessário o desenvolvimento da consciência crítica para que sejamos capazes de procurar e seleccionar o que nos interessa entre toda a informação disponível sem nos deixarmos arrebatar por ela.

 

 

 

Claudia Marques

Vários tipos de tecnologia num dia

Ontem, dia vinte e três de Março de dois mil e nove, acordei às nove horas da manhã.

Ainda ensonada, faço um esforço e como quem pisca um olho, leio as mensagens ainda da noite passada. Voltei a dormitar mais um pouco e lá ganhei coragem para responder às pessoas em questão.

Passada toda aquela dormência matinal, levanto-me e ligo o computador, aproveitando o tempo deste iniciar para ir buscar algo fresco ao frigorifico para beber.

A primeira coisa que faço quando regresso ao quarto é dirigir-me ao computador, pôr musica, ser bem rápida a baixar o volume para não acordar ninguém em casa.

Não há nada como acordar e ouvir musica.

Aproveito e vou verificar se o programa que saquei estava em ordem.

Vou também à caixa de emails e tinha cinco não lidos; respondi a dois deles.

Liguei a televisão e desliguei-a instantaneamente. Os programas de manhã…deixam muito a desejar!

Volto à cozinha, o telemóvel toca e corro até ao quarto. Falo sete minutos e entretanto a bateria acaba. Coloco-o a carregar rapidamente e volto a ligá-lo. Faço a chamada de retorno e nessa altura já assinala uma nova mensagem.

Lembro-me que tenho fotos para passar para o computador, e ao mesmo tempo que falo ao telemóvel, vou buscar o cabo e passo as fotos. Só mais um giga de fotos e vídeos. Atiro o telemóvel para a cama e arrumo o cabo da máquina.

Antes de arrumar a máquina, apago as fotos que foram transferidas, desligo a máquina, tiro o cartão de memória e confiro se há fotos na memória da máquina. Positivo. Mas essas já não tenho paciência para as passar, e arrumo a máquina de vez.

Com isto tudo, já não me sobrava muito tempo para vestir, comer e “ seguir viagem “ até à faculdade.

A caminho, ainda faço uma chamada e troco mensagens com duas pessoas. Chego à sala, sento-me, tiro o som ao telemóvel.

À hora de almoço, passo por um multibanco, levanto dinheiro e carrego o telemóvel. Sem ter de me dirigir a um banco ou a uma loja.

No resto do dia, e também a contar com a noite houve lugar para várias trocas de mensagens e telefonemas, uso de máquinas fotográficas e afins.

É engraçado começar a ter percepção de como a tecnologia influencia o nosso estado de espírito, os nossos costumes/hábitos, e como esta está enraizada à nossa volta, em todos os lugares que passamos.

A principal questão: seriamos mesmo capazes de nos adaptar se por acaso a tecnologia nos fosse retirada e fossemos privados de a utilizar? Abusar dela e ela de nós?

Penso que não. Se em média oiço três horas de música por dia, será que conseguia aguentar? Se até quando a pilha do mp3 acaba é um drama?!

Entre outras imensas coisas que fazem parte da rotina do nosso dia-a-dia.

E aqui temos mais um vício para acrescentar a tantos outros.

 

 
 

 

 

Tecnologia mais que impingida

Hoje venho falar de uma coisa que já estamos mais que habituados a usar e abusar no nosso dia a dia: o nosso querido computador! E digo querido porque estive cerca de um mês e meio sem Pc, privada de usar e abusar dele. Ou ele de mim.

É nestas alturas que temos a noção da dependência que nos pertence e que ele nos impinge. Traz acessibilidade no conforto de cada lar, onde a informação em geral é quase que infinita, seja Messenger, musica, fotos, vídeos, jogos, etc.

Actualmente, não existe nada que não seja viável para estar na rede. Temos blogs de tudo e mais alguma coisa, tempos comunidades sociais virtuais, e-commerce, sites de partilha de vídeos, enfim, podia estar aqui o resto do dia…Por exemplo, o caso dos jogos para computador e consolas. Existem vários estudos realizados que consideram os jogos um dos vícios dos adolescentes, podendo ser considerado com o tipo de vicio que é o álcool e o cannabis.

Sim, a verdade é esta: pode chegar a vicio pois a mesma sensação de recompensa ou satisfação está presente. Comparável ? Não sei se poderemos comparar um vício ou outro.

Mas será que estes jogos não têm o seu lado positivo? Ou cada vez mais caminham para a modernidade do conceito de videojogos?

Por exemplo, a Nintendo Wii, a mais recente aposta japonesa que pretende sobretudo inovação, e penso que se pode classificar como uma actividade positiva.

Com esta podemos ter acesso a jogos que envolvem a parte física, e também mental.

É um exercício visual e um teste aos nossos reflexos e capacidade de reacção.

Não terá que ser posto em causa que a qualquer humano cabe o fácil acesso a meios tecnológicos, e este tem o poder de criar. Não podemos falar de má tecnologia, mas sim de maus actuantes. Pessoas que não utilizam a tecnologia para criar, mas sim para destruir.

Nós fazemos a tecnologia, e está nas nossas mãos o destino que ela tomará.

Deixo aqui um vídeo de apresentação da Wii.

 

 

Catarina Godinho

Homem & computador

Pois é na verdade parece que o estou a usar neste preciso momento, como meio de processo de avaliação para a faculdade. Parece de certa forma engraçado, como este media digital se torna tão influenciavél na nossa vida e de todos os que nos rodeiam. Vejo-o como um multi-funções é nos possivél fazer mil e uma coisas com este, desde uma simples carta, até uma video-chamada através do messenger. Somos um pouco dependentes deste, mas de certa forma também deixamo-nos levar pela simplicidade que traz para a nossa vida. Sou uma adepta deste meio de comunicação e de trabalho, ele torna tão mais simples toda a nossa vida…

Diana Reis

Dia Tecnológico!!!

                Olhando para trás, depois de seguir com atenção o meu dia, confirmo o que pensava, nós todos, seres humanos, somos como “robots”, necessitamos da tecnologia para vivermos. A tecnologia marca o nosso dia, quer queiramos quer não, seja em grande quantidade ou em pequena, está sempre presente. Passo então, como foi sugerido, a descrever um dia meu.

                No inicio do dia quem me acorda é o telemóvel, que a hora programada me da ordens para sair de cama, se assim não fosse continuaria a dormir até que o meu corpo me desse ordem para acordar, logo esta é uma acção na qual a tecnologia esta inerente. Ao tomar o pequeno-almoço utilizo o micro-ondas, a torradeira e também a televisão para me fazer companhia enquanto faço a minha primeira refeição. Saio de casa e dirijo-me para a faculdade entretanto já enviei umas mensagens e recebi outras tantas. Para atravessar a passadeira carrego no botão do semáforo para mais rapidamente passar a verde, pois já estou atrasado. Durante as aulas a tecnologia é uma constante, seja pela utilização do computador, do retroprojector, ou do leitor de Cd´s. Ao almoço mais uma vez utilizo o micro-ondas, e ligo a televisão para me acompanhar durante a refeição, aqui nós “robots” mostramos uma necessidade humana, a de estar acompanhados nem que seja pela televisão. Durante a tarde continua o ritual de enviar e receber mensagens, utilizo ainda o telemóvel para jogar, tirar umas fotos e gravar uns vídeos. Ao chegar a casa antes de preparar o jantar, ligo o computador e a internet, consulto o meu email, vejo o meu blogue preferido e ponho música, ligo também a televisão para me acompanhar, mas sem som, para ouvir a música que o computador esta a passar. Depois disto coloco mãos a obra para o jantar, apetece-me inovar, vou a internet consultar uma receita, é mais prático que ter um livro de receitas de baixo do braço. Antes de me deitar há ainda tempo para ver um filme, ouvir um novo álbum ou consultar uns sites para estar a par da actualidade.

                Depois disto é fácil perceber como dependemos da tecnologia, como se de extensões do nosso corpo se tratasse, é inevitável, é o progresso, tem prós e contras, mas eu não me imagino a ter de fazer uma fogueira para cozinhar.

 

Davide Vicente

Viva a Liberdade!

Tal como me foi requerido, fiz um registo dos momentos em que recorri à tecnologia, em especial meios de comunicação, durante um dia.

Por incrível que pareça, (simplesmente relato a realidade da passada segunda feira, dia 23 de Março de 2009) deparei-me com uma situação bastante diferente daquelas que têm vindo a ser aqui relatadas.

De facto, acordei com o despertador do meu telemóvel ao som de “Everything in It’s Right Place”, qual Vanilla Sky! Até sair de casa não tive contacto com nenhum tipo de tecnologia para além do frigorífico (se é que se pode considerar). Forçadamente, tive de recorrer ao meu passe electrónico para poder viajar no autocarro ( para quê passes electrónicos quando as vinhetas sempre funcionaram???). Durante as horas que estive na FLUC não utilizei nada que envolve-se directamente tecnologia, exceptuando o facto de ter assistido a aulas auxiliadas por projecções, e o troco do meu almoço ter sido processado por uma máquina registadora.

Ao fim da tarde regressei a casa utilizando de novo o meu passe “maravilha”. Passado pouco tempo abri o meu “laptop” e liguei-me à internet. Estive ligado durante uma série de horas, contudo, apenas me servi efectivamente da internet durante cerca de uma hora e meia, o tempo necessário para gerir e verificar as minhas contas de correio electrónico e visitar um ou outro site.

Quanto ao telemóvel e Messenger, devo confessar que foi um dia um pouco parado e, garanto, que apenas efectuei uma chamada telefónica por volta das 10:30 da noite que durou cerca de dois minutos. Não recebi ou enviei nem um sms e tive apenas uma curta e necessária conversa pelo Msn, sendo que esteve ligado durante horas. Apenas liguei a televisão para fazer um “Zapping” rápido em alguns canais de notícias, pois gosto de me manter informado sobre o que se passa no Mundo.

Como refiro em cima, este dia que vos relato foi bastante “morto”, mais do que o normal, mas para falar verdade, os restantes dias não são radicalmente mais “movimentados que este.

Desde pequeno que fui instruido que o telemóvel serve para dar recados rápidos e não para conversas longas, para isso existe o diálogo cara-a-cara. Concordo que a chegada da video-conferência e do “Short Message Service” muito contribuiu para trazer até mais perto de nós quem está longe e livrar-nos da solidão. Eu sempre preferi o contacto directo e nunca fomentei as conversas por sms – por Msn já é diferente – embora tenha-as de vez em quando. Até agora sempre convivi bem com a minha solidão e comigo mesmo e não tenho tempo nem temperamento para ser atendedor do meu “call center” pessoal!

Porém, admito que o nosso quotidiano está completamente dependente da tecnologia e que só vivemos num mundo mais simples e funcional graças aos novos média. De facto, tudo o que hoje temos com garantido é fruto da evolução que, por sua vez, é filha da mente Humana.

Em jeito de conclusão, confesso que me sinto escravo do telemóvel, apesar de não o usar efectivamente com frequência. Fico nervoso e receoso se me esqueço dele ou quando fica sem bateria. Gosto sempre de o trazer por perto pronto a funcionar, “just in case”…

Saudações Académicas

André Rui Graça

Como era a vida sem telemóvel?

Neste video do conhecido humorista Fernando Alvim, através da comicidade da situação, a nossa consciência, é alertada para algo que na maioria das vezes nem nos apercebemos, a falta que um objecto altamente tecnológico como o telemóvel nos faz. Essa percepção do que pode ou não ser indespensável no nosso dia-a-dia, prende-se sobretudo num aspecto importante, o hábito. É claro que se recuarmos até ao tempo em  que um objecto como o telemóvel era impensável, provavelmente as pessoas rir-se-iam, se hoje o podemos considerar um objecto de grande necessidade. A questão, e levando um pouco ao extremo da situação, nem será se o telemóvel é ou não necessário, mas sim se as pessoas conseguirão viver sem este ou outros objectos que fazem literalmente parte da vida de cada um. Esta semana, tal como foi pedido, fiz um levantamento das interacções que a tecnologia tem comigo durante um dia. Fiquei com medo. Acho que sou TECNOLÓGICO-DEPENDENTE!!. Se alguem conhecer algum medicamento ou alguma forma de tratamento que me faça passar um dia normal sem ligar o pc, ou sem ir a net, mexer no telemóvel,sem aquecer o jantar no microondas, sem ouvir radio, tv, musica no ipod, ou qualquer coisa do género, contacte-me e ai eu confirmarei uma coisa, as pessoas que são alheias a isto, ou nunca experimentaram, ou não sabem o que perdem (desculpem-me o extremismo).

Resumindo, e tal como disse a pouco, foi o facto de termos nascido num meio onde a tecnologia faz termos o mundo na mão, (ainda que virtual), que influenciou o nosso modo de vida, no video é de certa forma ridicularizada a situação, que embora encenada, transmite-nos um pouco a ideia de identificação com a personagem.

André Madaleno

Ainda a escrita

LogoÉ a despersonalização da escrita o maior mal da era tecnológica, no que toca a este aspecto? Não me parece. Mais que uma escrita standard e impessoal, verificamos uma falta de conhecimento da mesma. Por outras palavras, não sabemos escrever!

O que seria de nós se o Word não corrigisse os nossos erros? O comodismo humano é tão, mas tão demarcado que o Homem (generalizando) já nem se dá ao trabalho de aprender gramática, ortografia e afins. Tudo porque estas pequenas máquinas que funcionam com 0’s e 1’s incorporam um belo dicionário que nos oferece um vastíssimo léxico incorporado, que corrige acentos, identifica erros e sugere opções, algo que a escrita manual não proporciona.

Dir-me-ão que a mente humana falha e, muitas das vezes, não detecta os seus próprios erros, seja por distracção ou por ignorância. Porém, será a máquina assim tão infalível? Estou certa que não, tendo em conta que por mais variado que seja o léxico disponível, existem vocábulos que não constam na listinha.

Além do mais, a correcção gramatical é mecânica, o que induz muita boa gente em erro: refiro-me à questão das concordâncias. A máquina não é um ser significante, isto é, não é produto nem criador de sentidos e significados, tão pouco os compreende, logo nunca será capaz de analisar uma situação em concreto, aplicando sempre a mesma lei standard.

Isto tudo, sem esquecer as traduções palavra a palavra, que ignoram expressões, provérbios, sentidos múltiplos/ambíguos das palavras e ainda (também) a concordância.
A questão essencial é: até que ponto é saudável deixarmo-nos levar pelos facilitismos proporcionados pela máquina?

Inês de Almeida

(Durante a execução deste texto, o software corrigiu dois erros e não reconheceu uma palavra.)

O hoje e o antigamente!

Deparo-me todos os dias com constrastes de pensamento actuais e passados. Extremos opostos entre o total desconhecimento tecnológico, e a tecnologia como ferramenta fundamental do nosso quotidiano. É então que ouvimos a melancolia nas vozes dos nossos avós quando repetem aquela tão famosa frase sempre começada por “no meu tempo…”, lamentado-se acerca das novas tecnologias em constante evolução e renovação, enumerando as suas desvantagens enquanto repousam o corpo cansado por uma vida dura e prolongada. Pergunto-me vezes sem conta como seria a minha vida, se eu tivesse nascido à uns bons anos atrás?! Sobreviveria sem o conforto e as facilidades de uma televisão, de um telemóvel, de um MP3?! Não me imagino sem tudo isto, já são objectos que fazem parte de mim, como se fossem quase que um pedaço do meu ser. No entanto, adorava poder recuar no tempo, e experienciar uma vida onde a  tecnologia, ainda estava muito longe de se tornar uma realidade. Porém se essas pessosas conseguiam ser felizes, também eu acabaria por me habituar. Ao nascermos não sabemos lidar com a tecnologia, nem fazemos ideia do que se trata. Mas à medida que vamos evoluindo como pessoas e seres humanos graças à mediatização da nossa sociedade somos forçados aprender a lidar com todo um vasto conjunto de elementos tecnológicos que pouco a pouco se infiltram nas nossas vidas.

Se pararmos por segundo e olharmos à nossa volta, reparare-mos no poder da tecnologia!

Diana Reis

Interacções com o mundo digital

Os dias passam de forma tão natural que só ao olhar para trás e tentar reviver todos os meus passos, todas as minhas interacções com o mundo digital, é que me apercebo delas, e quando as contabilizo torna-se deveras assustador. É incrível as vezes que o faço e de forma tão inconsciente, é algo de tão normal que já nem dou conta disso.

Vou tentar reviver um dia típico para perceber melhor essa realidade.

Começo o dia precisamente com a tecnologia, pois acordo com o despertador do telemóvel que tem um toque definido previamente por mim, e o pequeno almoço é preparado com o auxílio de um electrodoméstico muito útil e de fácil manuseamento – o microondas.

Mesmo antas de tomar o meu típico duche matinal, ligo o portátil para ouvir música enquanto tomo duche.

Também nas aulas são efectuadas diversas interacções com os novos média, quer seja através de apresentações de power point, visualização de filmes ou audição de música, coisas que parecem pequenas e simbólicas, mas que se tornam essenciais e fulcrais para as respectivas aulas. No fim do dia, já em casa, faço um ou dois telefonemas de longa duração  para falar com a família e os amigos que estão longe. Ajuda-me a sentir mais próxima dessas pessoas. As sms’s são também extremamente importantes, torna-se impossível contabilizá-las pois eu, como a maioria das pessoas, mantenho conversas através deste meio e muitas vezes duram o dia inteiro, as mensagens chegam quase ao ritmo de que as palavras chegariam numa conversa. O msn também é muito útil para o mesmo efeito, visto que ainda é mais rápido que as mensagens.

Não me posso esquecer da televisão, que me permite ver as minhas séries favoritas à noite, ou quando não são exibidas, basta-me ligar o portátil e ver um filme, ou ouvir música. Aliás se pretender ouvir música apenas, posso recorrer ao mp4 que está carregado com as minhas músicas favoritas.

Por isso é-me fácil, agora, de aperceber do quão dependente sou da tecnologia. É tão natural que se torna quase um acto inconsciente.

 

Sara Fernandes

Marshall McLuhan

Segundo Marshall McLuhan a História dos Novos Média encontra-se dividida em quadro eras distintas:

·         Era tribal – onde vigorava a oralidade – nesta era o sentido da audição, gosto, olfacto encontram-se mais desenvolvidos do que o sentido da visão, favorecendo assim o envolvimento e tornando as interacções mais espontâneas e instintivas e desta forma, as formas de pensamento holísticas e intuitivas são fortificadas e desenvolvidas.

·         Era da escrita – onde vigorava a escrita – nesta era o sentido da visão torna-se predominante, abandonando a multi-sensoridade da era anterior, e assim é desenvolvida uma distância individual e favorecida a lógica e o pensamento linear, bem como o desenvolvimento da matemática, da ciência e da filosofia.

 

 

 

·         Era da imprensa – onde vigorava a imprensa – nesta era o sentido da visão torna-se ainda mais predominante, o nacionalismo é produzido pela estandardização das línguas, e a estandardização da comunicação escrita realizada pela imprensa antecipa o modo de produção industrial, e é também promovido o desenvolvimento da ciência e do individualismo.  

·         Era electrónica – onde vigoravam os nmédia electrónicos – nesta era dá-se a emergência do que se denomina de “aldeia global”, promovendo a retribalização da humanidade; a televisão favorece não só a participação mas também a espontaneidade, acontece um declínio do pensamento lógico e linear na cultura electrónica.

McLuhan divide os média como quentes ou frios-, sendo os quentes canais de comunicação de alta definição, centrado num único sentido (por exemplo: cinema, rádio, fotografia, imprensa) e os frios canais de comunicação de baixa definição, que estimulam diversos receptores sensoriais (por exemplo: televisão, telefone, banda desenhada, conversação).

O motivo por o qual se está a retomar às teorias de McLuhan está sustentado no facto de ele ter feito como que uma previsão de como a sociedade seria e se tornaria.

Próteses Tecnológicas

Celas.

Um prédio habitado por três estudantes.

Uma sala. Final da noite, inicio da madrugada.

3 computadores ligados á internet.

A TV está ligada.

A chaleira eléctrica ferve água, para mais um chá.

Ninguém liga á televisão. O eco do programa Onda Curta, confunde-se com a música que ressoa de um dos computadores.

Telemóveis tocam. SMS chegam a todo o momento. O som seco das teclas a serem pressionadas a toda a velocidade é ignorado. Já é um gesto plenamente automatizado.

A chaleira dispara. Ainda bem que já há algo que ferva a água em pouco tempo.

Eu faço o meu relatório das actividades tecnológicas ao longo do dia. Enquanto aponto o tempo que dedico às tecnologias, apercebo-me que provavelmente é mais fácil fazer o contrário. Apontar o tempo em que não utilizo as tecnologias.

E quando é que eu não uso algo que esteja relacionado com tecnologias?

A resposta é rápida: quando durmo.

Logo de manhã acordo com o telemóvel.

Logo de manhã verifico o email.

Logo de manhã ponho os phones e ouço música enquanto vou a pé para a faculdade.

A maior parte das minhas aulas são interactivas.

No intervalo ouço música. Mando umas sms’s e volto para a aula.

Se almoço sozinha, ouço música. O mesmo se passa quando vou tomar café. Café, copo de água e música são o pedido.

Quando vou de autocarro não dispenso mais um bocadinho de música.

Quando chego a casa ligo logo o portátil e a TV. O iTunes é o primeiro programa a ser iniciado. Antes do jantar dou uma troca de palavras com amigos que estudam fora, e até cozinhamos e jantamos a ouvir musica.

Somos seres automatizados. Não vivemos sem tecnologia.

Eu uso próteses tecnológicas.

Tu usas próteses tecnológicas.

Nós usamos próteses tecnológicas.

Carlota Ambrósio

Auto-Controle

A tecnologia nunca foi tão essencial na minha vida como agora longe do Brasil. Meus dias em Coimbra eram gastos com internet com pelo menos 5 a 6 horas! Isso é um absurdo!

Por isso vou-lhes contar algo diferente: o dia em que a mídia não se fez tão relevante.

Sexta-feira dia 20 de Março de 2009, resolvi fazer desse dia o mais produtivo possível e o mais longe do meu notebook (culpado do meu vícío). Acordei e fui almoçar nas cantinas, logo após resolvi ir na Biblioteca Central de Letras – depois de pegar um livro sobre fotografia, dirigi-me à Biblioteca Geral e adquiri mais um livro, utilizando do computador para requisitar o mesmo.

Usei meu telemóvel para falar com as minhas duas amigas paulistas, encontrei-me com elas e fomos dar um passeio.

Fomos em uma padaria e olhei televisão – videoclipes da MTV. Fomos para minha casa, no caminho resolvemos fazer compras no Pingo Doce para a janta, então tive que utilizar dos serviços do Multibanco.

Entramos em meu apartamento e havia pessoas para todo lado! Ficamos a conversar e a janta foi sendo feita.

Bebemos umas Sagres e fomos fazer amizade com o vizinho do andar de baixo, onde estava rolando uma festa de portugueses! Ouvimos música e dançamos!

Desta festa partimos para uma festa da APEB – Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros, onde tocou muita MPB da melhor qualidade, minha mãe me ligou no telemóvel e assim se seguiu a festa!

Voltei para casa na madrugada e quando fui me deitar me dei conta:

– Nossa nem entrei na internet hoje! Que loucura !

O certo seria eu nem me lembrar disso, passava os dias voltados para a internet é um vício notável.

Mas e tão bom ficar sem ao mesmo tempo, parece que nos sentimos mais leves, sem aquele compromisso de falar com o fulano, de responder e-mail pra não sei quem, de postar fotos, de fazer NADA muitas vezes!

Estou começando a ter auto-controle – a que ponto cheguei…hehehe

Tenho que me controlar para não ficar horas na frente da telinha de entretenimento!

Tento fazer o essencial e desligar …

Sair por aí, respirar a linda Coimbra, ver os amigos, me divertir, ler um livro e relaxar!!

Porque a vida é bem mais que um mundinho virtual onde não se paga mico, onde não se tem boas risadas, onde não se faz festas, onde não se vive o que está ao nosso redor. 

=]

 Flora Guerreiro

 

Refém Tecnológica

tecnologia na etiqueta

Segunda-feira, 23 de Março de 2009

 Vou inverter o sentido das coisas. Este é o meu diário de amanhã. Torna-se assustador como o uso da tecnologia no meu dia-a-dia é tão previsível.

Desde que acordo até quando me deito…a tecnologia não cessa. Acordo com o telemóvel… para quê despertadores? Se eu quiser toca a minha música favorita para me acordar, e caso não consiga que eu abra os olhos, ainda toca de 10 em 10 minutos…não podia ser melhor. Depois, logo ao pequeno almoço… como seria possível despachar-me no tempo a que estou acostumada se não fosse o microondas? Saio de casa e tenho que, num pulinho, ir a uma caixa multibanco que se encontra numa esquina qualquer…Em poucos minutos consigo fazer movimentos de conta, levantamentos, carrego o telemóvel e ainda consulto o saldo. Giro a minha conta através de um cartão de plástico que, só por ter um chip, me poupa horas se tivesse que fazer tudo isto manualmente.

  O telefone toca. Falo uma hora ao telemóvel com alguém que está a 300 km de mim. Se quisesse podia ver ao mesmo tempo a pessoa com quem estou a falar, mas neste momento não há disposição para tal. Vou para a faculdade concentrada na música que ouço no iPod. Passo num instante na reprografia e, com uma minúscula pen, retiro a informação que lá coloquei. É mais prático colocar um objectozinho no bolso que andar cm folhas A4 atrás.

As aulas começam. Estas sem o recurso ás novas tecnologias eram possíveis, mas não eram tão cativantes, tornar-se-iam maçadoras. Assim, apresentar diapositivos do PowerPoint ou passar uma simples música de Mozart nas aulas de Música Ocidental, já faz toda a diferença.

Depois das aulas, ligo o PC, abro o iTunes, já estou farta de andar com os phones. Aproveito e faço uma visita ‘de médico’ à internet. Em segundos troco um simpático ‘olá’ com pessoas que estão longe ou a morar aqui ao lado. Ligo a TV, não está a dar nada de interessante. Muitas vezes acontece, como disse bem a Andreia Conde, ligar a TV só por ligar, só para fazer barulho, sem prestar qualquer tipo de atenção ao que está a dar.

Ao ligar a TV, a internet e ainda estando ao telemóvel, frequentemente tudo em simultâneo, o local onde me encontro enche-se de multidões, de acontecimentos, de espaço…mas se olhar em redor estou apenas ali eu, sozinha. No entanto consigo sentir que estou acompanhada. Quantas vezes não me aconteceu estar simplesmente a falar pelo MSN, que sinceramente nem costumo utilizar muito, mas ter a sensação que estive numa conversa bastante animada…quando dou conta, nem um único som saiu da minha boca, apenas esboços de sorrisos. Felizmente prefiro conversas pessoais. Mas há quem não prefira. Opta por usar a máscara do computador, esconder-se atrás do monitor para ser mais fácil expressar o que sente. Sim, não é fácil dizer cara a cara, mas é cobardia esconder-se. Para quê?

Foi algo que aprendi. As tecnologias podem-se tornar perigosas. Desde nova contacto com elas e sei que se não tiver cuidado pode-se criar um vício estar simplesmente à frente do PC. Cada vez nos deparamos mais com pessoas que não têm esse cuidado e que o monitor, para elas, é a sua ‘cara metade’. Fazem das tecnologias a sua vida, e as minhas 3 horas à frente do PC ou as minhas 100 sms’s enviadas, para elas não são nada, são brincadeira.

É assustador como a tecnologia faz parte da nossa vida, como é indispensável, como o que era uma novidade tecnológica passa rapidamente para uma necessidade. Conscientemente utilizando a tecnologia, já se torna fácil prever a maior parte das coisas (mas não todas) que vou necessitar no dia seguinte.

 

Mariana Domingues

 


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