É inevitável o reconhecimento da progressiva fusão entre a mecânica/tecnologia com a biologia, mas isso poderá constituir uma ameaça para a imagem de ser humano como conhecemos?
As mutações tecnológicas constituirão uma perda de percepção existencial?
Não podemos negar essa desconstrução humana, pois as correções genéticas estão cada vez mais presentes e consistentes, a tecnologia é capaz de se integrar em nós como complementos ao que a biologia não é capaz de sustentar por si mesma. A ideia de imortalidade humana através de mecanismos tecnológicos está em progresso, a Iniciativa 2045 prevê uma transposição do nosso cérebro para um avatar em etapas finais da nossa vida, tal como a possível existência de cérebros sintéticos capazes de conter a nossa personalidade e consciência.
Estaremos a contradizer o natural através da cibernética? O nosso futuro poderá estar condicionado, poderemos atingir a posição de seres sobre-humanos capazes de manipular a sua própria genética.
No entanto já é possível a inserção de dispositivos subcutâneos que nos liga diretamente a computadores, e não podemos negar que seja um processo gradual que culminará num corpo biotecnológico ou totalmente mecanizado.
Mas não é correto adotarmos um olhar completamente negativo sobre a capacidade de transformarmos o nosso corpo, pois poderemos contrariar erros genéticos se conjugarmos os avanços tecnológicos com a medicina, que poderão conter efeitos positivos.
Helena Bastos