Estamos todos inseridos numa base de dados, onde existem perfis para cada pessoa. Todas as ações e comunicações no ciberespaço são convertidas em informações que irão compor bancos de dados e perfis computacionais que procuram antecipar preferências, tendências, escolhas, traços psíquicos ou comportamentais de indivíduos ou grupos de pessoas.
A política usa as tecnologias de comunicação e informação como forma de implementação de ideias, tendências, no povo. Sempre usou, já desde os tempos de Salazar, ou Hitler, a propaganda até era feita através do “Rato Mickey”, e cada vês mais está em todo o lado, a toda a hora, muitas das vezes nem damos por ela, mas mesmo não dando por ela vamos absorve-la inconscientemente. Temos um exemplo também de propaganda através dos filmes, onde por milésimos de segundo aparece-nos no ecrã de cinema uma coca-cola gigante, que no fundo a vimos mesmo sem a ver, então chegamos ao intervalo e ficamos com a sensação de que queremos uma coca-cola. Tudo isto são estratégias, mas até que ponto não vivemos num mundo onde as nossas próprias decisões são nos impingidas?
O título liberdade condicional foi escolhido para que possa haver um dilema que deixe as pessoas a pensar. Até que ponto não estamos todos em “liberdade condicional”, como meros presos que lhes dão a liberdade condicional, dão-lhes liberdade mas no fundo não lhes estão realmente a dar. Será que não estamos todos nesse caminho? Dão-nos meios para nos facilitar a vida, onde pensamos ter mais oportunidades de escolha, liberdade para decidir, claro que nem tudo é mau, mas através disso estamos cada vês a ser mais controlados.
Com o desenvolvimento das tecnologias, hoje em dia, quem tem poder sobre isso, consegue ver quem quer, onde essa pessoa estiver, os passos que deu, o que faz, a qualquer hora do dia. Por isso onde estará mesmo a nossa privacidade. Visto que “o mundo inteiro está em constante vigilância”.
Mas nem tudo é mau, o desenvolvimento das tecnologias, dos dispositivos digitais de comunicação e informação, trouxeram ao mundo grandes utilidades, como se perdermos um telemóvel conseguimos localiza-lo facilmente, por exemplo.
O que eu penso é que talvez tudo isto é necessário para manter o ciclo. Se não pensarmos que estamos a ser controlados ou vigiados, acabamos por viver como se não estivéssemos, e podemos ter uma vida realmente feliz, mas será que valerá mesmo a pena esta sociedade? Valerá a pena este controlo, para podermos ter realmente alguma liberdade e facilidade para continuar a ter uma vida melhor?
Apesar disso já vivemos assim há algum tempo e vamos continuar a viver, controlados pelo poder do marketing, pelo poder de persuasão da política, pela informação que recebemos que no fundo só recebemos aquilo que os “poderosos” querem.
Maria Ferreira
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