Arquivo de Maio, 2012

Identidade Digital

Todos sabemos, que se tornou indispensável ao nosso quotidiano o digital e tecnológico, sendo o “bicho racional” cada vez mais dependente dos contemporâneos dispositivos digitais.

Com o computador, e nomeadamente os dispositivos digitais portáteis, é cada vez mais comum, a ligação constante e permanente às redes sociais. Com o sucedido, cada individuo passa a ter duas identidades, a identidade integra e a digital. Este processo funciona como uma extensão do nível psíquico do sujeito, este reencarna enquanto corpo mediado digitalmente.

Sendo assim, estes meios funcionam como um objecto de projecção pessoal, afectiva e relacional. Pois uma página numa rede social, corresponde em parte, ao gosto pessoal do individuo, e não só, através desta é possível comunicar, fomentar novas amizades, que nos podem ou não transmitir sensação/impressão de “afecto”.

Como tal, a presença do sujejtio modifica, este acabar por poder estar em “vários sítios” e fazer determinadas tarefas ao mesmo tempo.

Consequentemente, esta nova forma de “estar” não tem só benefícios, pode se tornar prejudicial, levando ao isolamento físico, em prole da socialização directa, devido à condição de conectividade em linha permanente. E ver a vida como uma “oficina de identidades”, como se fosse um jogo de auto-representações, criando identidades falsas.

Francisca Luís Pereira

“Cyborgização”

http://visao.sapo.pt/a-historia-do-primeiro-cyborg-de-carne-e-osso=f666615

Começo com esta notícia com uma intenção muito clara: clarificar a ideia de cyborg. Todos sabemos que um cyborg é uma mistura entre a tecnologia e o ser humano, é, na verdade, um homem máquina. Mas se por um lado este cyborg ainda não é uma vulgaridade na sociedade, essa mesma sociedade é um conjunto de cyborgs sem o saberem.  Paradoxal? Talvez. A verdade é que a tecnologia é, de facto, parte integral do ser humano. Neste momento não haverá uma pessoa que não use tecnologia, não haverá, no fundo, ninguém que não dependa destes tão variados aparelhos que estão ao nosso dispor. Vou dar dois exemplos:

Telemóvel: começo por este objecto por ser uma vítima do vício que este cria. O telemóvel é um dos objectos do qual não abdicamos nem por um segundo. Dormimos com ele, comemos com ele e até há quem não vá à casa de banho se o levar. Não coloco em causa a utilidade desta tecnologia, a verdade é que nos adaptámos tanto ao telemóvel que a sem ele estamos completamente sozinhos, mesmo que rodeados de pessoas. Esta extensão da nossa capacidade comunicativa é cada vez mais um “faz-tudo” que podemos transportar no bolso. Quem sabe se dentro de alguns anos o podemos implantar no nosso corpo? Por certo acabaria com o enorme problema que criamos quando nos esquecemos dele em casa.

Computador: à semelhança do anterior, a presença do computador na sociedade também é inquestionável. Todos os serviços oferecidos à comunidade são feitos, actualmente, por um computador. Esta tecnologia apresenta mais funções que o telemóvel e, por isso torna-se também numa dependência. É praticamente impossível sobreviver ao sistema educativo sem um computador. E com o aparecimento da Internet, este objecto complexo deixou de ser um elemento usado maioritariamente para trabalhar e passou a ser um fonte de divertimento e de comunicação. Com o Facebook e outras redes sociais, o computador é também um elemento activo na criação de uma “solidão virtual”, ou seja, o estar sozinho no meio virtual quando se está no meio de muita gente.

Creio que estes dois exemplos tenham elucidado o meu ponto de vista. Claro que com o aparecimento de novas tecnologias como Ipad e afins, esta “cyborgização” é mais visível. A ideia de cyborg é a metáfora perfeita para identificar uma sociedade que depende das tecnologias para sobreviver porque, apesar de não fazerem parte do corpo, estes objectos estão sempre “ali mesmo à mão”.

Filipa Traqueia

Imagem digital

Hoje em dia em variadas redes sociais, sites, jogos virtuais e até blogs é possível termos uma representação virtual de nós, podemos assim projetarmo-nos de diferentes formas criando uma imagem digital de nós próprios, um avatar. Esta imagem digital poderá ter características próprias que o nosso eu real não tem ou ser bastante semelhante a nós, é uma imagem que criamos de nós próprios que poderá não ser muito semelhante á real, isto poderá levar a que possamos explorar diferentes facetas da nossa personalidade em diferentes plataformas, ou criarmos virtualmente uma imagem num mundo que desejássemos ser real, o que poderá dar a nós e a outros uma melhor noção de quem somos. Podemos também esconder algo que não gostemos em nós ou projetar tudo que gostamos mas não exploramos ou mostramos facilmente no dia-a-dia, o que permite construir outra imagem da nossa pessoa em relação com o meio digital e com as outras pessoas que também exploram esse meio que ficam a conhecer mais coisas sobre nós que não conheceriam no mundo real, muitas vezes nestas representações podemos ter um nome á nossa escolha, logo até pode acontecer o facto de comunicarmos com alguém que conhecemos na vida real sem saber que se trata dessa pessoa no mundo real. O que poderá ser problemático é se acontecer o facto de nos apegarmos tanto a essa realidade virtual que ficamos como que viciados e damos menos importância ás relações sociais e ao contacto com as pessoas no mundo real. É interessante termos essa forma de escape, uma forma de deixarmos a realidade por momentos e encontrarmo-nos num mundo totalmente novo e diferente que dá lugar á exploração de novas situações num mundo que nos dá a liberdade para tal, porém nunca será o mesmo que a experiencia no mundo real. Para demonstrar melhor esta ideia de imagem digital com a possível representação de um mundo futurista apresento este vídeo:

Tecnologia: Quanto mais a temos, mais queremos

“Em que medida os dispositivos são extensões psíquicas e emocionais do sujeito?”

Se há coisa de que se queixam os pais de hoje em dia, será certamente do tempo que vêm os filhos passar no computador, com um telemóvel ao lado, ambos inteiramente disponíveis a receber ligações e disponibilizar contacto para os quatro cantos do mundo.
O dia parece passar mais devagar e aborrecido, se não nos for possível verificar pelo menos uma vez o Facebook, ou se não mantivermos contacto com alguém através de constantes sms’s que já se escrevem por esta altura a uma velocidade que surpreende os mais velhos. Digo-o, porque é uma característica minha. O ritual mais sagrado: chegar a casa, ligar o computador, aceder à internet e dirigir-me logo à grandiosa rede social que tem ligado o mundo – o Facebook. E não digo que seja certo ou errado, pois com os seus prós e contras, assim se faz este sujeito digital que sou eu, e certamente, um pouco de cada um de nós.
Não estar ligados áquilo que apenas a tecnologia alcança acabou por se tornar uma tormenta. Pessoalmente, o meu ânimo desce a zeros se o telemóvel fica de repente sem bateria, ou se o computador ou a internet estão com um problema.

A falta da tecnologia afecta-nos psicologicamente; queremos sempre mais e mais, o dispositivo não tem sequer o direito de se “cansar” e ficar lento.
Alteram-se emoções, relações…hoje em dia tudo é possível através de um clique: podemos ver alguém que está longe; podemos conhecer alguém do outro lado do mundo; até mesmo para quem está perto, é mais fácil enviar uma sms, falar no Messenger ou enviar um comentário na rede social do que propriamente visitar a pessoa. Até já é bastante comum o novo ditado em que toda a gente felicita certo aniversariante, porque…ora…porque o Facebook o lembrou!!

Cada vez menos as pessoas se conhecem por aquilo que são em “presença viva”. Hoje, o que nos distingue é uma actualização de estado, o vídeo que partilhámos ou a imagem que temos como foto de perfil…o modo como escrevemos uma sms. É isso que hoje vemos em cada um de nós e é a partir daí que hoje se “julgam” os feitios de alguém.
Isto sim, talvez seja triste.

O computador deixou de ser um objecto prático, de trabalho. É agora um bem essencial para a criação de relações, para a manutenção das mesmas: é aquilo que mais se protege, e é esta a verdade.
Esperemos, enfim, que não se acabe de vez com o contacto humano. Embora essencial, que a frieza desta máquina não tome conta de nós.
Porém…
Eu já não vivo sem o meu “querido computador”. E quem viveria sem o seu?

Ana Vilarinho

Netspeak e os jovens

De manhã, quando me dirijo para a faculdade, vou quase sempre atrasada e nunca sei onde é a aula, envio um SMS a vários colegas de turma a perguntar: “td bem? ond é a aula?”. Passados alguns segundos começo a receber as respostas: “td e ctg? anf 5 piso 6”. Apresso-me na caminhada mas continuo em contacto através do telemóvel.

Este tipo de escrita que utilizamos, quer nas redes sociais quer nos SMS, é designada como Netspeak. Para David Crystal, esta maneira de comunicar, tem características da escrita e da fala tradicionais. Netspeak é uma adaptação da escrita tradicional e da fala do quotidiano. Basicamente são usadas siglas, abreviaturas, emoticons (emotion icon) como forma de poupar tempo na comunicação. É cada vez mais utilizada na nossa sociedade, especialmente pelos mais jovens. Muitos jovens, hoje em dia, já não sabem escrever sem usar abreviaturas ou siglas. Fico abismada quando leio um SMS, enviado pela minha prima de 14 anos, e reparo que para além das abreviaturas, siglas ou emoticons, o SMS está carregado de erros ortográficos. Sinceramente, não me faz qualquer tipo confusão o facto de ela usar abreviaturas (até porque também o faço), mas “assassinar” a Língua Portuguesa é o cúmulo!

O video que se segue é uma sátira, sobre a maneira como os jovens comunicam, feita pelo humorista Ricardo Araújo Pereira na rubrica  ‘Mixórdia de Temáticas’ da Rádio Comercial:

Iremos chegar ao ponto de os nossos jovens não saberem o que é uma vírgula? Irá o Netspeak influenciar a maneira como escrevemos nos testes e trabalhos? É certo que, esta linguagem já está impregnada no nosso dia-a-dia, na maneira como comunicamos uns com os outros, mas será correcto deixar a língua de Camões morrer? Camões já andava às voltas no túmulo por causa do novo acordo ortográfico, mas agora com a sociedade a “comer” vogais deve ter recuperado o olho. Na minha opinião, por mais que os tempos evoluam não pudemos, nem devemos, deixar que a nossa maravilhosa “língua mãe” (quer seja escrita ou falada) morra.

Ana Carolina Rodrigues

Comunicação, uma história de transformação

Tema de Escrita: Como podemos exemplificar a “remediação” como principal característica técnica e formal dos meios digitais?

Desde sempre existiu comunicação, mas esta tem vindo a alterar-se constantemente. Não só com a invenção da escrita como a imprensa, o telefone, o rádio, o computador, todos estes meios de comunicação foram inventados porque o Homem sentiu necessidade de algo mais. Sempre se quis comunicar e prova disso são as pinturas rupestres. Mas é interessante perceber como é feita a transformação dos dispositivos. Se pensarmos bem, foi inventada a escrita, que deu origem à imprensa porque o objetivo era chegar a um maior número de pessoas e com maior rapidez (note-se que na era medieval os livros eram copiados um a um pelos monges copistas). Sendo que a carta demorava sempre bastante tempo para chegar, surgiram os sinais, como o código morse e posteriormente o telefone, que nos permitia em segundos falar para o outro lado do mundo. Mesmo assim, o Homem sentia-se incompleto, pois não tinha a possibilidade de alargar a sua cultura se não se tratasse de um constante viajante. O rádio é assim descoberto e a música passa a ser mais acessível para todos. O mesmo acontecendo com o computador e os restantes dispositivos que hoje vemos em qualquer casa.

Para compreender os novos média está implícita a compreensão dos  processos de remediação que caracterizam as formas e  práticas culturais, defendidos por Bolter e Grusin.

A remediação é decomposta por Bolter em três aspectos: primeiro, como mediação de mediação, isto é, como parte do processo através do qual os média se reproduzem e se substituem uns aos outros; segundo, como inseparabilidade entre   mediação e realidade, que faz da mediação e dos seus artefactos uma parte essencial da cultura humana como realidade mediada; terceiro, como processo de re-forma da mediação da realidade, ou seja, como meio de transcender as formas e meios de mediação anteriores.

inhttp://www.ci.uc.pt/diglit/DigLitWebCdeConceitos.html#remediação

Se actualmente disser-mos a uma criança que na infância dos nossos pais não havia televisão, quanto mais computador, é dificil perceberem, pois pensam que o dispositivo esteve sempre ali. É então fácil de entender que esta transformação se deveu a necessidades do Homem e na invenção de novas máquinas foram se acrescentando novas funcionalidades, mas no fundo a ideia inicial continua presente em todos os dispositivos, pois o fundamental é comunicar.

Cláudia Sousa

Eu + a Máquina = Um Outro Eu?

Sherry Turkle explicou que os novos média mudam o conceito do eu. O eu depende do ambiente que o rodeia e duma certa forma alterou-se. Já não é só eu, mas eu e a máquina. Eu nas redes sociais. Eu no Facebook. Eu no Youtube, e eu no Skype etc. Experimentamos a nossa identidade, criando perfils, imagens, e vídeos. E atualizamos tudo o que a gente faz, esperando a “validação” dos outros sobre as nossas ações. Queremos ser ouvidos, queremos que alguém nos dê atenção e sobretudo temos medo da solidão. Ficamos aflitos quando estamos sozinhos e nos falta o telemóvel ou a Internet, e por isso procuramos estar constantemente conectados à máquina, aos outros.

Mas será que isso muda realmente o “eu”?

É claro que se cria um novo ambiente. A máquina tornou-se parte integrante das nossas vidas porque veio facilitar imensas coisas e tornou-se uma espécie de extensão psíquica do ser. Podemos estar num sítio, mas não estar lá. Sabemos que tendo um telemóvel e um computador ligado à Internet, que somos acessíveis e que a qualquer instante podemos receber uma SMS, um telefonema ou uma mensagem instantânea via messenger. Somos uma espécie de, e atenção gosto do termo, “central de comunicações”. A maior parte do tempo não estamos conscientes disto. A gente só quer é receber àquela mensagem que nos faça sentir melhor, mesmo que seja só por uma momento, o resto pouco importa. Nesse sentido estar permanentemente conectado pode ser usado como um escape à realidade, à solidão e depois dum certo tempo, pode acontecer que se crie um vicio sem que a gente se tenha apercebido disso. Dito isto, muitas pessoas iram culpar a máquina do vicio, porque é sempre mais fácil culpar a máquina. Porque a máquina causa desemprego, porque faz de nós uns viciados, porque a máquina isto e aquilo.

Na verdade não entendemos grande coisa. Somos umas crianças com estes novos dispositivos e ainda estamos em estado de experimentação. Vamos até aos limites para ver até onde isto pode ir, porque até é engraçado. Na verdade o vicio não é coisa nova, já existia antes da máquina. Na minha opinião, os novos media vieram apenas salientar, tornar mais visível um problema já existente. O problema de que não sabemos comunicar uns com os outros. Só para dar um exemplo, é incrível que a tecnologia que temos hoje foi desenvolvida em tempo de guerra como o computador ou o GPS.  Será que é só quando se trata de destruir o outro é que procuramos criar estes dispositivos? Isto demonstra que ainda temos uma sério problema de comunicação. A comunicação falha porque não sabemos discutir, não sabemos escutar e queremos apenas um novo ‘like’ na nossa atualização.

Vanessa Gomes

NetSpeak: R U IN? ;)

Tema de Escrita:O que é o Netspeak? Como se relaciona com outros usos de língua?

Qual a influência do netspeak na nossa sociedade? Frequentemente encontramos pequenos recados abreviados, mas por vezes essas usuais abreviaturas podem tornar-se constantes e gerar problemas. Vejamos este pequeno vídeo que nos procura explicar o impacto actual do Netspeak:

Embora cómico, este vídeo levanta uma importante questão: será o Netspeak o nosso futuro? Em pequenas notas, recados ou avisos, não será muito problemática a abreviatura. No entanto, cada vez mais os professores se queixam de encontrar um texto cheio de abreviaturas e com esta adaptação tão precoce à tecnologia e consequente linguagem associada, de certeza que há jovens que já não conseguem distinguir uma linguagem de outra, pois provavelmente não aprenderam a escrever corretamente antes de aderir ao sistema de conversação da internet. O facto de se ter acesso ao computador e ao telemóvel em idades precoces pode dar início a um problema linguístico, nomeadamente na forma escrita, pois os jovens já não sabem comunicar de forma correta.

Tendo em conta a opinião de David Crystal, concordo que a linguagem pode ter-se tornado mais rica, no sentido em que há uma linguagem maior diversidade, derivada da quantidade de linguagens inerentes a estas novas “oportunidades de conversação” porque a linguagem usada nos blogs é diferente da usada nos emails, nos chatrooms, etc. No entanto, tal como diz David Crystal, a linguagem em si não mudou, nem a níveis gramaticais ou em vocabulário. Há apenas uma maior introdução de pontuação, associada à invenção dos emoticons [emoticon, palavra derivada da junção dos seguintes termos em inglês: emotion (emoção) + icon (ícone), sendo também conhecida como smile]. A língua em si manteve-se. No entanto, não deixa de ser preocupante a má linguagem escrita de grande parte dos jovens, não só em Portugal, como em todo o mundo. Na minha opinião pessoal, penso que é importante a transformação da linguagem, mas que é fundamental não deixar desaparecer a “língua mãe”.

Cláudia Sousa

the aura effect

There has been an idea of reproducing of something for ages. A writing, a thought or a memory may be wanted to be lived again by people. As the world is growing and people are getting increased, it goes so on. However, among these things, the art is the one of the most indispensible. That is, to be able to see a work of art is relieving; so people ask them to exist everwhere. All the same people have been dealed with this issue according to the technology of the time they are in.

Walter Benjamin indicates the invariability of reproducing by saying this;

Bronzes, terra cottas, and coins were the only art works which they could produce in quantity. All others were unique and could not be mechanically reproduced…. During the Middle Ages engraving and etching were added to the woodcut; at the beginning of the nineteenth century lithography made its appearance.(1)

How much does its unity decrease ,while a work of art is reproduced? Or can we say whether there has been left a concept of unity? When we take into consider a work of art, we need to take care of the environment in which that work has been produced. When this composition is produced again, it unfortunately cannot be the same as before. It loses its own special atmosphere. It cannot maintain the same effect. It becomes just a being of massive.

Let’s think about a photograph.So many times ago there was a negative and positive side.  Even in that time while it could be discussed if it was a work of art or not, there is not any dilemma about this, today.  I can, for example; draw a photograph on a paper which I would like to and as I wish.So which one of them is the real art? Is the thing we define as a composition that the instant of that photo was taken or on display in some place so that everybody can see it? I can see that photograph on the computer or on a newspaper. Which one gives me the aura of the composition? Which one is the real composition?

…An aura is a field of subtle, luminous radiation surrounding a person or object (like the halo or aureola in religious art). The depiction of such an aura often connotes a person of particular power or holiness… (2)

According to Walter Benjamin, when a work of art is reproduced with technical ways, this composition loses its unity and exclusive property and aura. 

The feeling and aura of having been lived when gone to the real place of the composition is more different than to see on the computer monitor. However, on the other hand, the works that you examine on the computer can be examined and seen more detailed that real. That is , we can have opportunity to see all its details closely. The image which perhaps may not be seen from this angle again comes to your eyes. This may be something that is alienated from the atmosphere of composition; however it presents us utterly different angle.

Pınar EMRE

http://www.marxists.org/reference/subject/philosophy/works/ge/benjamin.htm (1)

http://en.wikipedia.org/wiki/Aura_(paranormal) (2)

Emoção Virtual

Em que medida os dispositivos são extensões psíquicas e emocionais do sujeito?

Nos dias que correm, neste mundo repleto de inovações tecnológicas que são renovadas quase todos os dias, após a invenção do computador, da Internet, do telemóvel e de vários outros dispositivos, é-nos possível comunicar e aceder a tudo o que imaginamos e nao imaginamos facilmente num mundo de interacção e de pesquisa constante. Dispositivos como o Twitter, o Facebook e os diversos blogs e chats de partiha de informações pessoais e emocionais possibilitam de facto recepcionar emoções e potenciar ou transmitir o nosso estado de espírito ou disposição sentimental. Estes meios e outros são instrumentos que veiculam, são canais que facilitam a transmissão do nosso ser para um mundo cibernáutico. Desta maneira, os dispositivos electrónicos deixam de ser apenas instrumentos de ajuda e de trabalho ou lazer para se tornarem extensões da mente de um indivíduo. Passam a ser ligações emocionais para o remetente que está do outro lado da linha que pode receber o sentimento nao no seu estado mais puro mas num estado de perfeita compreensão. Mas existe outro lado que pode nao ser tão viável em toda esta afirmação que os dispositivos electrónicos transmitem emoções são parte de nós emocionalmente, existe o lado perigoso em que podemos adulterar a percepção que os outros têm de nós através dessa realidade virtual que é escrever o que queremos sobre nós num blog ou numa rede social, por outro lado, transmitir demasiada verdade ou demasiada informação pode levar a uma exposição complicada e não segura do nosso ser interior, que nestas situações é aberto a todos.

Concluindo, é de facto verdade que é cada vez mais clara a nossa dependência relativamente aos dispositivos e que estes começam a tornar-se uma extensão de nós próprios, um meio de transmissão de emoções e de informação relativa ao nosso intelecto e ser mais profundo.

António Martins

Como é que “a máquina” afecta a nossa sociedade? (realidade VS virtual)

Tema de Escrita: De que forma o software, isto é, a camada computacional da tecnologia digital condiciona as práticas sociais, culturais e artísticas? O que acontece quando um manuscrito é digitalizado ou se virtualiza a visita a um museu?

Noutro dia levantei-me, era domingo, por isso dirigi-me à igreja para dar catequese. Enquanto conversava com as crianças sobre como tinha sido a semana, fui interrompida umas 5 vezes para acolher as que chegaram mais tarde, mas também para pedir para desligarem a “playstation”, o telemóvel ou o mp3. Considerando que são crianças de 2º ano, quando fui para casa, fiquei a pensar nas diferenças existentes entre a educação da minha infância e a atual. É certo que “no meu tempo” já existiam as consolas e os telemóveis, mas não era normal crianças com sete e oito anos terem um telemóvel. Todos olhávamos com espanto para o primeiro colega a trazer para a escola o gameboy, mas dificilmente alguém com aquela idade levava para a escola algo diferente de uma boneca ou uma bola de futebol. Mas, como diz o povo, “os tempos mudaram”. Sim, os tempos mudaram e quanto a isso nada há a fazer. No entanto, continuo sem certezas se as coisas mudaram para melhor.

Quando era pequena a única hipótese de ouvir música era através de um cd ou cassete, e os sortudos como eu ainda tinham um pai e avô que gravavam algum programa de rádio ou da televisão. Atualmente a música pode ser toda conseguida virtualmente. Tudo o que quisermos ouvir, ou mesmo o que não queremos, está “à distância de um clique”. Sim, é verdade que há assim uma maior possibilidade de enriquecimento cultural. Mas, há também uma negligência face aos direitos de autor e aos artistas. Hoje em dia é muito difícil ser um artista  porque se ninguém compra os cds ou livros, dificilmente nos dá a oportunidade de ser reconhecidos.

Outra questão existente é a assistência a espetáculos via internet, ou mesmo as visitas virtuais a um museu famoso e (na maior parte das vezes) distante através de um site. Não pagar bilhete nem de entrada nem de transportes para visitar determinado espaço pode ser vantajoso para a carteira, mas nada me prova que é melhor do que uma “verdadeira” visita a esse local, antes pelo contrário. Ver um concerto ao vivo é totalmente diferente de vê-lo em casa através de um ecrã.

O virtual é importante, disso não há dúvidas, até porque este tipo de iniciativa é óptimo para publicidade e divulgação do nosso património cultural, mas NÃO DEVE SER SUBSTITUTO DO PATRIMÓNIO FÍSICO. No caso português temos o exemplo do museu da RTP, que deixou de existir fisicamente, aparecendo apenas como virtual.

(podem visitar o museu através do link: http://museu.rtp.pt/)

O debate entre e-books e livros é outra questão levantada por muitos que defendem um ou outro lado. Pesquisei um pouco sobre esta temática e descobri que esta “batalha” teve reflexos positivos, nomeadamente no aumento de leitores tanto de um como de outro lado da discussão.

Concluindo, acho que é importante a inovação tanto nos museus como na partilha de outros ficheiros, áudio ou vídeo. Sim, é verdade que a tecnologia afeta o nosso dia-a-dia, e é ela que está a alterar as nossas gerações, notando-se hoje mais do que nunca. Comparando o conhecimento computacional de um adolescente e um idoso, é muito raro o caso em que um avô ensine o neto a trabalhar com “a máquina”, porque não conviveu com ela desde sempre. Uma visita ou é presencial “ou não existe”. Agora mais do que nunca é importante a possibilidade de visitar o que nos é distante de forma rápida e económica (ou levar connosco uma biblioteca para qualquer lugar, sem necessidade de mala extra). Mas o essencial é não tornar uma visita/leitura restrita a quem gosta de ver e tocar. Por maiores que sejam as objeções, ambientais ou estéticas, não troco um e-book por um bom livro, com um toque suave e um “cheirinho a papel”.

Cláudia Sousa

Hitler con internet sería una mejor persona

Hipster Hitler

As an online discussion grows longer, the probability of a comparison involving Nazis or Hitler approaches 1.

Godwin’s law

El análisis de la obra de la psicóloga Sherry Turkle me hizo reflexionar y sentir aberrado. “Always-on/Always-on-you” habla de la necesidad de contacto para la formación del pensamiento/sentimiento. La propia validación externa establece el sentimiento. El desarrollo del “yo” se distorsiona hasta ser un “yo-dirigido-a-los-demás”. Sentimos en la medida que compartimos. El desarrollo de una percepción narcisista acerca de los demás. “In the role of self object, the other is experienced as part of the self“, dice la señora. O sea, somos putas digitales esencialmente narcisistas, susceptibles a la opinión pública, y con un autoconocimiento endeble y viciado por las presiones externas. De cierta forma coincido con esto, y me retiraré al ascetismo virtual por algún tiempo para reflexionar al respecto, pero antes quiero dejar claras un par de cosas.

Empiezo por decir que Sherry ciertamente toca algunos aspectos que como periodista encuentro apasionantes. Específicamente la parte del yo-dirigido-a-los-demás. Es decir, como si todos de una forma inconsciente practicaran la idea del personal branding. Como si todos, gracias a esta interacción virtual, adquirieran un mínimo de experiencia en mercadeo y relacionas públicas. La capitalización de la personalidad, las leyes del libre mercado dentro de la percepción que tenemos de nosotros mismos.

Sin embargo, esta teoría no toma en cuenta ciertas particularidades. No entiende, por ejemplo, que algunas personas tienen que pasar las mañanas de invierno varios meridianos a la derecha y varios paralelos arriba de su propio corazón. Que sólo vuelven a la tierra en que nacieron durante un par de meses cada año y que sólo allí tienen contacto con los personajes fundamentales de su vida. La teoría tampoco entiende que al salir hacia la universidad en la mañana me puedo tomar una foto en el elevador y mandársela a mi madre por WhatsApp para que ella la vea dentro de unas horas, al otro lado del atlántico cuando despierte. Ella era la que solía despertarme, “Mauri, mi amor… tienes que levantarte”. Pero al exiliarme cambié el dulce sonido de su voz por la odiosa alarma del iPhone. Mi madre me corresponde como puede por esa misma vía, mandándome fotos de su trabajo y recordándome que me alimente bien. Su cumpleaños fue hace unos días, lo recordé mientras en la reproducción aleatoria del iTunes escuchaba “Mother de John Lennon, entonces corrí a grabarle una nota de voz. En ese sentido, las diferencias horarias están a mi favor, en Venezuela siempre es más temprano, o lo que es igual: yo siempre estoy 6 horas en el futuro. En definitiva, esto de recluirse en un mundo pixelado no es precisamente un asunto de voluntad, es la única opción posible para algunos de nosotros. De no ser por esta emotividad digital, no sentiría nada en lo absoluto durante la mayoría de los días. Mi corazón, como dicen The Strokes, late en una jaula, pero es una jaula con Wi-Fi. Y ahí está lo más curioso: internet me humaniza. Sin él (o ella, ¿por qué el machismo?), en la vida real, en la universidad y en mi entorno portugués inmediato: soy un robot.

Siento que las redes sociales de cierta forma se aprovechan de una necesidad de expresión preexistente. Es decir, que si Facebook no existiera yo estaría siendo falso en cualquier otra parte. Y quizás sería peor: estaría siendo falso en la vida real. Para algunos, la conectividad permanente ayuda a escapar de la misantropía que sienten en la vida real. Intento con esto decir que si Hitler hubiera tenido internet el holocausto judío y la Segunda Guerra Mundial no habrían ocurrido. Adolf y su bigote probablemente estaría esparciendo su antisemitismo en un foro, o quejándose de la actualidad mundial desde su cuenta de twitter en la que lo siguen 8 followers.

-Mauricio Andrés Gomes Porras.

O caso da droga invisível

Somos seres dependentes… dependentes da tecnologia para viver. Talvez isso possa ser explicado pelas facilidades que esta permite à vida das pessoas. Temos o exemplo do editor de texto que pode ajudar quem tem dificuldade em escrever correctamente sem o auxílio da máquina… mas até que ponto isso será benéfico se essa mesma pessoa ficar dependente da máquina em vez de procurar ultrapassar as suas dificuldades, concentrando-se na escrita manual?

A velocidade da tecnologia está a alterar o nosso relógio biológico. As pessoas querem fazer tudo à velocidade do computador, o que gera nervosismo e ansiedade quando se apercebem que tal não é possível. Queremos fazer tudo mais depressa e esquecemo-nos de que não somos máquinas! Tornamo-nos impacientes e não conseguimos lidar com a pressão que a tecnologia exerce sobre nós, correndo o risco de gerar problemas de auto-estima.

Quando ocorre uma falha numa dessas tecnologias, por exemplo, quando um individuo está a fazer um trabalho num computador, falta a luz e o trabalho não ficou guardado. Fica irritado, revoltado, entra em crise, questiona o porquê disso ter acontecido “porquê eu? Mas o que é que eu fiz de mal? Que porcaria! Agora vou ter que começar de novo! Mas porque é que eu não guardei o trabalho antes?”… parece que o mundo acabou…

Eu mesma já me encontrei numa situação bem desagradável. Preparei uma apresentação em PowerPoint para uma disciplina, na qual defendia uma tese… um trabalho que levou dias a preparar… quando chega o dia da apresentação o computador da escola não estava a funcionar e fui obrigada a apresentar o trabalho sem poder visualizar o que tinha preparado. Senti-me frustrada, revoltada… nem queria acreditar! Aquele trabalho era a minha segurança, o meu documento de apoio!

Esta dependência das tecnologias está a tornar-se um fenómeno cada vez mais presente. Uma pesquisa  realizada pela Universidade de Maryland, nos EUA, constatou que a dependência de telemóveis, computadores e tudo que esteja relacionado com a tecnologia pode ser considerada semelhante ao vício das drogas.  O estudo avaliou 1000 alunos (de dez países) com idades compreendidas entre os 17 e os 23 anos, que ficaram durante 24 horas sem telemóveis, redes sociais, internet e TV. Segundo a pesquisa, 79% dos estudantes avaliados apresentaram desde desconforto até confusão e isolamento. Outro sintoma relatado foi o de comichão, uma sensação  parecida com a de dependentes de drogas que lutam contra o vício. Alguns estudantes relataram, ainda, stress simplesmente por não poderem tocar no telemóvel.  Pela primeira vez, o vício na rede foi comparado com o abuso de outras coisas, como drogas e álcool.

O imediatismo da internet, a eficiência do iPhone e o anonimato das interações em chat tornaram-se ferramentas poderosas para a comunicação e até mesmo para os relacionamentos.

Vídeo que aborda a ideia defendida neste texto: http://www.youtube.com/watch?v=ezvq4d72PA4

Surge então a questão: “Até que ponto a nossa vida online não se sobrepõe à nossa vida offline?”

Seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez.  (Simone de Beauvoir)

Daniela Fernandes

Vc sab o q é netspeak? Ñ?! =O

Tema de escrita: O que é o ‘Netspeak’?

Sab qnd vc recebe 1 msg no cel, ou msm na net, c quase tds as palavras abrv? Tipo assim. Esse tipo de linguagem tem um nome. “Netspeak” é o termo usado por David Crystal para designar essa linguagem com características tão peculiares que é utilizada para se comunicar através dos novos media.

É uma língua própria que mistura características da fala e escrita tradicionais. Ela tem características da escrita pois afinal é uma liguagem escrita, mas também adquiriu marcas da língua falada, pois é um tipo de comunicação simultânea e imediata, como a fala.

Para poupar tempo e caracteres (pois muitas vezes temos um limite a cumprir, como no twitter ou nas sms), abreviamos palavras e às vezes frases inteiras em apenas 3 ou 4 letras. Muitas dessas expressões são em inglês, mas são usadas por todos, por exemplo, uma expressão muito usada hoje em dia é “TGIF”, que quer dizer “Thank God is Friday”. Algumas dessas expressões ficaram tão comuns que começaram a ser usadas na linguagem falada tradicional. Não é incomum, por exemplo, escutar OMG (“Oh my God”) em uma conversa entre garotas mais jovens.

Além disso, ainda há os emoticons, que, como a própria palavra já diz, são ícones que servem para expressar as emoções (em inglês: emotion+icon). Eles são conjuntos de elementos tipográficos, como “dois pontos”, “parentesis”, “vírgula”, “asterisco”, que quando juntos formam um ícone que representa de um determinado sentimento, uma determinada expressão facial. Para aqueles que usam essa linguagem com frequência, o uso de um smiley pode fazer toda a diferença na frase, pois nem sempre é fácil entender o “tom de voz” da mensagem. Os emoticons, por representarem as emoções e expressões faciais ajudam o interlocutor a perceber por completo a mensagem.

“Technology always changes a language”, diz David Crystal, e com a internet não é diferente. Ele afirma que o netspeak é um novo estilo de linguagem derivado da internet e dos diferentes (e muitos!) dispositivos tecnológicos.

P.S.:O netspeak está ficando cada vez mais complexo, mais elaborado e seu léxico cada vez mais extenso, por isso, já estão criando até dicionários online! (http://www.netspeak.org/ ou http://www.noslang.com/dictionary/)

Larissa Guedes

“I share therefore I am” – Sherry Turkle thought

O computador sai da suspensão, ligo o dispositivo móvel da internet, acesso o facebook, e assim me deparo com estados de espírito, desabafos, partilhas, “conversas” públicas e então alguém põe conversa no chat. Ignoro o chat por uns instantes, procuro as publicações mais recentes, leio as mágoas de uns, as tristezas de outros, deixo um comentário aqui outro ali, e é assim que a vida nas redes sociais funciona. As redes sociais não se alimentam de debates que duram horas, alimentam-se de pequenas palavras de conforto e de breves partilhas de estados de espírito. Partilhamos não só para que os outros saibam que existimos, mas também para nós próprios sabermos que sabemos interagir.

*é um link!* Não abro, entro em “pânico” e apressada fecho a janela do facebook . Questiono qual foi a ideia de sequer fazer ‘log in’. “Não tens tempo para isto!”- Convenço-me e desligo o computador de vez.
Talvez se perguntem o porquê da palavra pânico, é só um link pensam vocês. Bem, passo a explicar. Um link, nunca é só um link. No meu caso sempre que uma conversa começa num link, dá aso a outros links e ao dar aso a outros links resulta numa procura extensa de vídeos de resposta e na visualização alongada de todos os outros partilhados em certa conversa.

Estive dois dias sem ligar o computador, e sim isto é uma eternidade, sinto que nas próximas duas semanas vai permanecer sem contacto humano e eu sem contacto eletrónico. *vou ter saudades tuas.*

Saudade é uma emoção humana, que nem à dois segundos atribuí a um ‘ser’ electrónico. A verdade é que estamos de tal forma habituados a conviver e a ser dependentes da tecnologia que quando esta nos falha,seja de que forma for, nos sentimos exactamente  como nos sentimos quando perdemos alguém ou estamos longe dessa pessoa.

We are vulnerable creatures. Our vulnerability is when we are asked to nurture another creature we bond, we connect.

Sherry Turkle

Dependo da tecnologia, não sei se tal dependência pode ser explicada por esta ideia da criação de afectividade, se pela sua simplicidade. Somos vulneráveis, e a solidão assusta a maioria, tendo em conta que passamos a vida distraídos e ocupados com o trabalho ou estudos e não temos tempo real para ter vida social, a tecnologia é a resposta.

Enquanto estudo, ou ouço música, ou mando mensagens escritas, ou estou no facebook.  Certo dia estava no Cartola a estudar e todo aquele ruído de fundo era reconfortante, aquela sensação de pertença e de companhia. *Fico sem bateria* Perco a concentração assim que me deparo com o telemóvel desligado, levanto-me e vou a casa carregá-lo durante uns 10 minutos para ele aguentar mais umas horas.

Parece tudo muito normal, sair para ir carregar o telemóvel. Bem, a verdade é que durante toda a hora anterior ao momento descrito, me queixei à minha colega que estava com frio, e pensei mil vezes para mim mesma – “que ventania”. Fui incapaz de me levantar para ir a casa buscar um casaco, mas assim que perco o contacto com a única tecnologia que tinha presente naquele momento começo a “ressacar” e retorno a casa para carregar a dependência. Afinal não era  o ruído que me relaxava, era o telemóvel.

Desligo o telemóvel para estudar e apenas cinco minutos dou por mim a ligá-lo de novo. A minha dependência não é na tecnologia em si, mas sim na distracção que esta provoca no indivíduo. Preciso de um dispositivo tecnológico que assumidamente me distraia, para me conseguir finalmente concentrar. Preciso de sentir que há algo que mantém o contacto entre mim e as outras pessoas, e que esse objecto está desobstruído por completo. Caso contrário vou estar sempre a pensar que alguém me ligou ou mandou uma mensagem importante e que eu estou incapacitada de a receber.

Inês Lopes

Tecnologia igual a solidão?

 Muitas vezes nos sentimos extremamente completos quando estamos em casa e temos ao nosso alcance o telemóvel, o computador que tem facebook, msn, twitter, entre outros meios para podermos comunicar com os nossos amigos mas por incrível que pareça podemos estar no meio do nosso grupo de amigos (que são as pessoas que falamos por meio tecnológico quando estamos sozinhos) e temos na mesma a sensação de solidão. E agora surge uma grande questão: “Como é que isso é possível?”

  Sherry Turkle que é uma estudiosa do efeito das tecnologias no ser humano dá nos a resposta a isso, quando nos relembra que a relação do mundo digital e das pessoas é muito forte, já que estão sempre conectadas com o telemóvel, o que as leva a estar permanentemente ligadas ao mundo que as rodeia e esse dispositivo (o telemóvel) passa a ser uma extensão do ser humano, fazendo parte dele. Em relação ao computador acontece-nos a mesma coisa mas estamos perante um campo mais elevado, ou seja, por trás do computador podemos ser o que quisermos, é um mundo de extrema magia que geramos e que nos gera. Na verdade à pessoas que vivem a vida que queriam realmente “viver” através do computador ou nas redes sociais (chat’s de encontros), este objecto é amplificado como dispositivo. Ele pode levar ao ponto de dependência, o que já acontece com muitas pessoas.

 Chegamos a um tal ponto que de dependência que já nos sentimos melhor sozinhos em casa mas com todos os nossos meios tecnológicos por perto de que com um grupo de amigos. E Sherry Turkle através deste “filme” http://www.ted.com/talks/lang/pt/sherry_turkle_alone_together.html que nos foi apresentado numa das nossas aulas, mostra-nos a resposta à pergunta que foi feita no inicio deste texto.

 Na minha opinião penso que as pessoas ficaram tão “cegas” com os meios tecnológicos que nem se apercebem que já não socializam tanto e que vivem num mundo de solidão… Mesmo que seja uma solidão inconsciente.

                                                                                                                                            Cátia Gouveia

Transparency

Being involved in the internet, social network and new media much more than necessary push us to solitude. While we are thinking that we are getting socialized and being involved in the society, we, however, are not aware of that we are getting alone.
Sherry Turkle defends that we are getting alienated from the humane interactions by using excessive technology. We actually cheat ourselves by believing that the virtual world comes out our different sides.
Let’s try to clarify this:
While we are speaking with somebody through the internet, we need to write what we would like to express by using some characters (letters), therefore we need to use not only our hands but also the keyboard.
It shows that there is a mediator (keyboard) for us to be able to express ourselves. This mediator works just on writing and makes our speaking sense out of use. So, this situation limits our expression style, makes our oral interaction style forgotten and composes another “being”.
With this new being (Sherry Turkle defines it as “Second Self”), we don’t have to feel that we should behave as we are. Therefore, we live and create some changes, secrets and come out a new person we really would like to be and give some values or characteristics without hesitation.
The ones who cannot express themselves in a comfortable way may behave themselves in virtual world no matter how they would like to. One of the most important needs of a human being is “control”. By the virtual world being able to give this control sense to those people in a very easy way, it provides those kinds of people feel comfortable. As there is no physical existence in the virtual world, there comes about a chance for people to surf in the internet secretly, to have an opportunity of choosing anybody to speak with and communicate and prepare messages to be sent to anybody they want and control those messages. This leads people to be freer than usual.
Technology has been developing rapidly; and it changes us at the same time. We need to be ourselves and live as we are.

Pınar EMRE

“We make our objects and our objects make us”

Em que medida os dispositivos são extensões psíquicas e emocionais do sujeito?

 

“We make our objects and our objects make us” começa por dizer Sherry Turkle, professora de Social Studies of Science and Technology em MIT, Instituto de Tecnologia em Massachussetts . Esta socióloga é fascinada, desde tenra idade, pela maneira como as pessoas se relacionam com os objectos, formando, através desta interacção, as suas próprias identidades. Os dispositivos são um exemplo pertinente no que toca a esta temática, já que se tornaram, há algum tempo, um elemento constante na vida de muitas sociedades. Exemplos disto são os brinquedos monitorizados que, desde a década de 70, constituem uma companhia das crianças. Apresentando características cada vez mais similares com os seres humanos e animais, levam os miúdos a questionar a realidade destes objectos. Como Sherry diz, as crianças chegaram à conclusão de que estes amigos icónicos estão “sort of alive”. De facto, estes brinquedos assemelham-se, cada vez mais, às figuras presentes na infância dos miúdos. Bonecos que têm necessidades fisiológicas e requerem um certo de grau de atenção para cumprir o seu propósito, têm como objectivo chegar a nós de alguma maneira, que lhes prestemos um tributo de alguma natureza. Atingem a vulnerabilidade do ser humano e levam-no, irremediavelmente, a criar um laço com uma criatura altamente manipulada. Além destes brinquedos temos também o computador, “a mind machine”, e epítomo da dependência tecnológica social. Desde o seu aparecimento, o computador conferiu alternativas à interacção e sociabilidade, tornando possíveis novas relações. Permiti-nos também a criação de alter egos, que surgem para colmatar dificuldades do mundo real e intransmissíveis via web. Estas plataformas sociais acabam, indirectamente, por afectar a nossa personalidade, uma vez que o mundo virtual e o mundo real acabam por se encontrar e formar a NOSSA realidade. O tema é sem dúvida muito actual e objecto de estudo por parte de grandes autores e professores, como Sherri Turkle. No fim, acabamos por nos tornar nos nossos dispositivos, já que estes deixam de ser meras ferramentas e passam a fazer parte da nossa dinâmica enquanto seres humanos. Contudo, é necessário continuar a cultivar uma aprendizagem pura e dura com direito à experiência das imperfeições e irregularidades que o mundo real tem para nos oferecer.

 

Ana Filipa Leandro

Not reality!

Acordo com o despertador do telemóvel, enquanto me visto, respondo a SMS perguntando onde é que a sala. Chego à Universidade e dirijo-me para a sala, e após a chegada do professor, começa a aula que, geralmente, são leccionadas recorrendo às novas tecnologias, enquanto a aula decorrer é normal comunicar com as colegas via SMS, para não incomodar a aula é claro, sobre coisas, geralmente, banais, como por exemplo, “o tempo hoje ´tá fixe”, “hoje ´tás bué q´rida”, “a tua camisola é bué linda”, À hora de almoço, que normalmente tem lugar em casa, o computador não pode faltar, ligo-o, consulto a minha página do Facebook, vou ao meu mail, e depois navego pelo computador mais um pouco, antes de partir para o estudo, novamente, sempre com o telemóvel ao meu lado. Durante a tarde é um pouco mais do mesmo, no que diz respeito à manhã. O importante aqui é que em qualquer lado de vá, em qualquer direcção que olhe vejo sempre alguém ligado às novas tecnologias. Costumava achar, como a própria Sherry Turkle afirma, que esta Era tecnológica era a melhor coisa de nos podia ter acontecido, permitia-nos conectar com o mundo fora, estar informado sobre as últimas notícias mundiais e comunicar, sem haver a necessidade de uma presença física. Para mim era um mundo novo que imediatamente quis explorar, era algo que me permitia ter a ideia que não estava sozinha, e isso para mim era o essencial.

A verdade é que as coisas não são o que parecem, eu, enquanto Ser Humano, necessito do contacto físico, visual com as outras pessoas, preciso de dialogar frente a frente, olhos nos olhos, preciso de descobrir, de tocar, de cheirar, de ver, de sentir. Cada vez mais me começo a sentir “presa” num mundo em que quem governa são as tecnologias, é quase como se tivéssemos num filme de ficção científica. Não digo que as tecnologias não são importantes, porque o são, eu preciso delas, para trabalhar, para comunicar com o mundo, necessito delas, essa é a mais pura verdade, contudo e passando a citar Sherry Turkle, quando esta é questionada acerca da quantidade de tempo que as pessoas usam a tecnologia:

     Na minha pesquisa descobri que as pessoas gastam cerca de 80% a 90% do dia a receber e a mandar mensagens, seja numa rede social, telemóvel, ou e-mail. Vivemos com a constante expectativa de receber um SMS. A maioria deles são apenas um “oi”, “como estás?”, “estou aqui”. São amáveis e passam a ideia de que estamos juntos. As pessoas querem sentir que não estão sozinhas. Por isso, arranjam centenas de “amigos” com quem apenas trocam mensagens breves e de quem, na realidade, estão bem distantes.  

A ideia de que estamos sozinhos é assustadora, mas a verdade dura e crua é que os nossos “amigos facebookianos”, os quais não conhecemos de lado nenhum, não são os nossos amigos. Os nossos verdadeiros amigos são aqueles que estão fisicamente presentes, que nos conhecem, que nos estimam, que se importam, que estão sempre ao nosso lado, física e psicologicamente, portanto, na realidade, não estamos sozinhos. É com orgulho que digo que não sou tão dependente das tecnologias, nomeadamente, o telemóvel e a televisão, como costumava ser. Para mim é essencial sair, descobrir, conhecer, dialogar. Sim as tecnologias são muito importantes, mas não são tudo. Termino aqui com duas citações de Sherry Turkle do seu livro, “Alone Together”, que penso que será um óptimo conselho para todos nós:

Cada tecnologia deve fazer-nos confrontar entre o que esta representa e os nossos valores. Isso é bom porque faz-nos parar e pensar o que realmente queremos, força-nos a construir as bases das nossas vidas, pessoais e profissionais. As tecnologias devem ser nossas parceiras;

Estamos tão conectados que esquecemos que podemos, de fato, estar uns com os outros em vez de nos comunicarmos eletronicamente. Estamos a perder as nossas capacidades de colaboração;

Carina Fernandes

É Netspeak, é? A tá. %-)

Lembra-se que precisa ler o script, mas precisa que uma pessoa o envie. Pega o seu telemóvel para resolver a situação, mas tendo pouco crédito para fazer uma ligação manda uma mensagem via SMS.

_ Oi, blz? Vc ta em ksa? Qria v se pde manda o script d hj.

5 minutos depois…

_blz? to em ksa sim. Vou entrar no MSN.

3 segundos depois…

_ok! Bjo! Valew!

Ambos se conectaram a rede MSN e começaram a teclar instantaneamente:

-oi

-oi

-um momento que vou procurar.

-ok.

30 segundos depois…

-pronto já enviei é só vc salvar.

-valeu, já salvei.

-amanha tem que chegar mais cedo.

-blz, 15 minutos né?

-sim.

-entao te amanha. Bjo e obrigada.

-bjão!:-)

8 minutos depois da primeira mensagem via SMS já tinha resolvido a situação.

O que queremos tratar com a situação acima não diz respeito à narrativa em si, mas a forma de comunicação estabelecida entre as pessoas.

Na necessidade de um contato o SMS “serviço de mensagens curtas” foi utilizado, e podemos observar como a escrita foi afetada por este meio. As palavras foram suprimidas, abreviadas. A pergunta foi direta e sucinta. Esta é uma característica deste meio, que o próprio nome já explica – serviço de MENSAGENS CURTAS. E ainda algum tempo demorou em obter-se uma resposta, 5 minutos que foi o tempo da pessoa ver a mensagem (mas poderia ter sido imediato se a pessoa estivesse com o telemóvel em mãos ou mesmo no bolso naquele momento, mas não fora o caso) e alguns segundos para digitar e enviar.  Quando o meio de contato foi modificado e agora estamos falando do MSN este tempo de conversação diminuiu muito, ou quase não existiu uma vez que a conexão a internet estava em muito boas condições naquele momento e a configuração do meio permitiu.

No MSN tivemos um dialogo simplificado, mas ele poderia ter sido extenso tanto em tempo quanto em espaços (os caracteres) para digitar o texto ou a fala. E é neste ponto que queremos chegar – o texto e a fala – pois podemos obsevar que elementos da fala oral apareceram na escrita. É o caso do [né], [to]. E ainda do smiley  :- ) que substitui a expressão facial de sorriso da pessoa, já que não era possível visualizar pelo simples fato de não estarem presentes fisicamente ou seja um em frente ao outro. Foi na instantaneidade da comunicação, onde não há tempo para pensar e elaborar em demasia, que a espontaneidade da comunicação se deu, afetando o discurso e a utilização de palavras.

Estas questões temporais, que diz respeito a esta comunicação imediata que acaba incorporando elementos, representações, da dita fala oral nos textos escritos define o que David Crystal chamou de Netspeake quer dizer esta forma de comunicação que tem características que pertencem aos dois lados, tanto da fala, da oralidade, como da escrita.

Vânia Silvério 😉


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