Arquivo de Junho, 2012

Cybernetic Organism.

Segundo David Crystal, nos últimos anos começou a surgir aquilo a que ele chama de “Netspeak”, a fala da rede portanto.

Podemos dizer que tudo isto do Netspeak começou com os “nerds” da internet, à uns 20, 30 anos atrás, que viam a rede como uma revolução, e começaram a não se preocupar com a ortografia, a pontuação, com a maneira correcta de escrever. Isso, veio até aos dias de hoje e todos nós, mesmo que agora já não escrevamos de uma maneira abreviada e com erros (porque os erros são muito comuns na linguagem da rede) já escrevemos e já utilizámos essa maneira mais simples e menos coerente de escrever, seja no telemóvel, seja no computador. A verdade é que é de mais rápida resposta escrever “td bem” do que “está tudo bem”, por exemplo, mas, a verdade é que “nas escritas exteriores” (trabalhos, textos, testes, exames etc) muitos de nós se questionam qual é a maneira correcta de escrever determinada palavra, isso é mau, isso é errado.

Acho que o Netspeak é bom até um certo ponto, até uma certa idade ou se calhar só em determinadas ocasiões, creio que mais tarde não nos custa deixar esse facilitismo e, por exemplo, começar a usar o dicionário do telemóvel e a escrever uma palavra tão ou mais rápido do que abreviada.

Todos estes dispositivos, sejam computadores, telemóveis, Ipod e Tablet mais recentemente, acabam por ser extensões de nós mesmos. Porquê? a resposta todos sabemos, o ser humano tem cada vez mais uma enorme dependência destas tecnologias, especialmente do telemóvel e do computador, sem isso, ninguém vive, pelo menos como designamos “bem”. Digamos que são facilitismos, por vezes muito úteis é claro, mas, por vezes bastante desnecessários também. Devemos manter o contacto manual dentro de nós, pois nada disto irá substituir a ansiedade de ir revelar fotografias ou até a espera de uma carta do outro lado do mundo.

Existe cada vez mais mobilidade de comunicações, uma ligação às redes permanente e sem dúvida, que com isto, podemos dizer que os dispositivos digitais  se tornaram quase como próteses do sujeito, somos todos cyborgs (cybernetic organism). O computador tornou-se como um objecto de projecção social e qualquer tipo de máquina pode ser vista de uma maneira adaptável a qualquer utilizador, segundo Sherry Turkle a isto chama-se “O segundo eu”. O computador pôde também ser visto como afectivo e relacional e as máquinas vistas como extensões da intimidade humana, ai o sujeito existe entre a máquina e o corpo, a isto damos o nome de “Um eu conectado”, Sherry Turkle também.

Concluindo, o ser humano corre riscos de um grande isolamento físico devido à sua conectividade constante. Nós, agora, funcionamos como centrais de comunicações em rede, em vez de sermos centrais de comunicações na rua.

 

Soraia Lima

Spoken or written speech ?

Writing topic: What is ‘Netspeak’? Give examples of SMS language and synchronous chat.

Nowadays our conversation is complicated in the way that digital media takes a great part in it.  Texting, blogging, chatting, e-mailing, messaging, etc. is described by David Crystal as a Netspeak, which basically is written speech with a certain amount of features of spoken discourse in the social environment maintained by the internet or by using other digital devices.

There is a great difference in the things we say, and the way how we produce writing, also highlighting the context of “the conversation”, the receiver as well as the aim of the text (e.g. a speech).

In the social environment of the internet, there are different possibilities to express and extend our conversational diversities. Netspeak IS a speech we produce in our conversations in the internet as well as using mobile phones and other digital devices.

The differences  between spoken and written speech  provides the basis for our understanding of Netspeak, which combines them together. It also suggests the recombined form of “speaking/talking in Net”.

In written speech we are not present physically, which means that the person who we are addressing doesn’t see our facial expressions, and has to wait for our reply, as it isn’t send to them in the moment we write it with keyboard, only after we press the button “send”. Also we can make irreparable mistakes talking in person, but the Netspeak gives us the opportunity to be “the king” of what we write and in some way “the king” of other persons’ understanding what we meant with the written text by using “smileys”.

How can we express our feelings in the way how they are expressed through our face? How can we manage our time so the message will be written faster? For facial expressions, at first, people use keyboard signs to make a faces, which is actually nothing new and sensational, such as 🙂 😦 :p :* are only a little part of “our feelings in the Netspeak”. Other point is the way we shorten words, by using letter combinations such as LOL (Lots of laughs), which actually isn’t only abbreviating words, but also expressing the feelings of the person who is writing it. The same happens in SMS language and synchronous chat. We are using the possibility to express our feelings using the keyboard of the phone, where mostly there is already a separate function for “smileys”, but we should never forget that what is not seen by eyes could be falsification, and it doesn’t mean only “smileys”, but also written text.

Agnese Rudzīte

Para falar a “verdade” abreviando

Pensar nos métodos de comunicação, seja ela proveniente de um meio sonoro ou escrito, como um método estanque, imutável, é não olhar o mundo à sua volta.

Como seres observadores e aprendizes que somos, já nos deparámos muitas vezes com reflexões do género, “como é que se dizia?”, “antigamente escrevia-se”, “ah, agora passa-se a escrever”, “está-se bem ou tá-se bem?”. Estas reflexões surgem-nos nos mais simples pormenores do dia-a-dia, quer seja numa conversa de café com um/a amigo/a, a redigir um trabalho, a enviar uma mensagem por telemóvel ou a comentar uma afirmação numa página digital de alguém que se encontra a quilómetros de distancia.

A questão é que a linguagem é um ser bastante activo à semelhança de nós seres humanos. Ela salta-nos da goela, num zás, trás, pás!, com ou sem cuidado na sua fluidez e cortesia, e às vezes sem notarmos, lá está ela a dar ao léro-léro com a senhora que vem sentada no banco ao lado no autocarro.

A verdade é que existe um codex imenso de palavras, pronuncias, expressões, enfim, uma série de códigos que utilizamos incessantemente para estabelecer a comunicação.

Mas nos tantos anos em que convivemos em sociedade, aprendemos também que estes códigos não só se aplicam a quem, ou em como dizer, mas também há os se aplicam a um determinado meio, isto é, acabam por ser palavras-chave que descodificam um objecto ou uma ideia, um certo comportamento, um acto ou um sentimento – servem de termos concretos.

Se a tecnologia preparou ou não, toda uma linguagem especifica para os seus utilizadores, isso eu não sei dizer. Mas a verdade é que foi-se desenvolvendo para este meio de comunicação uma linguística que agrada a gregos e a troianos.

Segundo David Crystal, a combinação da fala e da escrita designa-se por Netspeak, em que a sua função é tornar mais fácil e rápida a comunicação entre indivíduos que estejam, separadamente, a estabelecer um diálogo entre si via dispositivos digitais.

Não se trata apenas de um simples sistema de abreviação, falamos também de aglutinações de letras que querem significar ou simbolizar algo, como por exemplo a tão conhecida LOL, de sua origem inglesa, significa Laugh Out Loud, dizendo à pessoa, do outro lado da ligação, que por sinal achou bastante graça ao que acabou de dizer; por outro lado temos os emocotions que nos facilitam a vida, por não termos que escrever o que estamos a sentir: 🙂 (feliz) ou 😦 (triste)?

Esta nova forma de expressão gera muitas controvérsias por parte das pessoas,em que muitas afirmam que este é um mau caminho para o esquecimento do idioma, da verdadeira linguagem.

Pessoalmente, acho que devemos sempre manter as palavras em causa, elas foram feitas e estilizadas para nos transcreverem o que sentimos e o que pensamos, mas se por mero acaso estas utilizações nos facilitam o diálogo. Seja porque o outro entenderá melhor, ou porque assim me dá jeito, então porquê não fazer um bom uso de emoticons e smiles, de LOL e de CUL8R! (See you later!) nestes dispositivos, sem esquecer que existirá sempre uma carta para abrir.

Atenciosamente,

Inês Arromba


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