Arquivo de Abril, 2014

Experienciar uma Reprodução

A reprodução de obras de arte já há muito que não é novidade mas a verdadeira revolução deu-se com a utilização de meios técnicos para esse efeito. A reprodução manual difere muito da reprodução técnica/mecânica e aquando do desaparecimento da “mão” no processo transformou o o conceito de obra de arte que era até aí creditado.

Se é bastante difícil copiar manualmente uma obra de arte de um qualquer pintor, o mesmo não se pode dizer do acto de a fotografar. Walter Benjamin tenta então estabelecer a diferença entre a obra de arte original e uma reprodução desta. Este teórico defende que o objecto artístico original possui aquilo a que chamou aura e que é aquilo que lhe confere singularidade. Acredita também que esta aura não é transmissível para as reproduções e, por isso, que estas têm menor valor artístico. Segundo Benjamin, às reproduções falta o “aqui e agora” do objecto original.

Benjamin não procura dizer se uma reprodução é algo bom, mau, certo ou errado. Tenta apenas constatar os efeitos dessas reproduções no público e na forma de este ver, apreciar ou estudar obras de arte.

O que é certo é que iniciativas como o Google Art Project permitem retirar as obras do seu contexto original trazendo-as ao encontro do público. É hoje possível visitar centenas de museus que se encontram espalhados por todo o mundo, confortavelmente sentados num sofá. Este projecto traz ainda grande interactividade com as obras.

Se este programa tem desvantagens? Claramente que sim. Nada substitui a ida presencial a um museu, a atmosfera que rodeia as obras no seu contexto original, a fotografia da praxe com um quadro famoso ou a tomada de consciência da dimensão de uma quadro como Guernica.
Mas as vantagens são também numerosas tais como visualizar obras que nunca de outra forma seria possível ou a observação de pequenos pormenores, proporcionada pela interacção disponibilizada no site. Pormenores esses que não seriam passíveis de apreciação quando uma fita de veludo nos separa daquele objecto cheio de aura (validada pela entidade competente) que pagámos para ver.

Fica este vídeo de uma visita virtual ao Museu Van Gogh em Amesterdão, provando que podemos estudar a mais ínfima pincelada

Ana Sofia Gomes.

Google Art

As we all know Google is becoming the most influenced software company in the world, creating various forms of simplicity like Google Maps, Android etc… Started simply by a search engine website making its capital simply by selling statistics. Now its going further creating Google Maps, and being able to see the world in “Street Mode” by making you know better the world and bringing Google closer to you.

Google Art project has created something new to many it looks just like a website of arts but we have to analyze things a bit closer now.

Upon entering the website we are displayed by many of the most prestige works of art around the world from all museums and privet collections not only do we have access to many tools. When searching for a specific painting we have the possibility to zoom in and out for specific details we get a brief description about the painting of the author year and reason. We have the possibility now to edit from specific masterpieces at our own will. What sets Google Art apart from Wikipedia or other sources ? Wikipedia is an open source website giving anybody the possibility of editing information about certain pieces of art, Google them selfs went to take digital photos of these exhibits and uploaded them with all those micro details that are unnoticeable to the naked eye.

What has Google done for us here ? Google did not just bring you images Google has brought free information to all those whom never had a chance to go to a museum to or a exhibition sure its not the same as seeing it for yourself there are other specific details like texture and size and other elements. But Google has brought us information Google has brought us knowledge and its all FREE.

 

Clive Castro

Viagem virtual

Todos sabemos que a história está repleta de marcas, sendo uma delas o impacto dos novos média. Estes vieram transformar a vida quotidiana de todos nós, ao ponto de se chegar a substituir uma visita a um museu por uma viagem virtual. A viagem virtual baseia-se numa espécie de percurso a um museu via internet, como o site Art Project, onde podemos visualizar diversas exposições assim como observar cada peça de arte ao pormenor.

A questão é: Será que devemos apenas ter em conta esta ideia de viagem virtual?
Claro que não, aliás, devemos ter em consideração o facto de termos possibilidades, que antes não existiam, de nos podermos deslocar até a um museu ou galeria, criarmos uma ligação direta com cada obra de arte, seja ela uma pintura ou uma peça de escultura, e sentirmos que estamos a viajar no tempo. Já a viagem virtual que executamos através do site Art Project é completamente diferente, para além de não implicar quaisquer custos é bastante relevante, porque podemos ampliar inúmeras imagens e visualizar com precisão todos os seus pormenores, que muitas vezes não são possíveis de se examinar, quando nos deparamos com uma sala de exposição de um museu. Apesar de esta viagem ter diversas vantagens, não se pode deixar de referir que, nós enquanto utilizadores somos separados do mundo que nos rodeia, por uma barreira invisível criada pelos aparelhos eletrónicos. O mesmo acontece quando assistimos a um concerto ao vivo e quando ouvimos música através de uma aparelhagem, também neste caso notamos a existência da tal barreira.

A arte virtual permite-nos criar cópias de imagens de obras de arte, através da utilização de programas informáticos sem nunca termos acesso às peças originais. O problema é que esta nova técnica virtual, não nos permite ter um contacto direto com o campo da arte, nomeadamente com o da pintura, porque nunca entenderemos através da visualização de uma imagem que é simulada através de meios eletrónicos, a técnica implícita, assim como o método de aplicação e o relevo presente numa escultura.

Enquanto seres humanos devemos tentar equilibrar estas duas ideias, adaptarmo-nos ao mundo das novas tecnologias adquirindo novos conhecimentos, assim como não nos devemos esquecer do quão importante é visitarmos um museu e termos uma experiência estética com o mesmo.

 

Maria Beatriz Nogueira

Reprodutibilidade Cultural

Nos dias de hoje é praticamente impossível encontrar um objeto artístico que não tenha sido replicado varias vezes.
Esta reprodutibilidade sempre existiu mas em menor escala e através de retratos ou pinturas. Ao longo dos anos foi-se inventando outras formas de reproduzir um objeto artístico, como a fotografia ou o cinema que fez com que a reprodutibilidade fosse cada vez maior e em massa.
Estes objetos artísticos que são reproduzidos são sobretudo pinturas, esculturas, arquiteturas, filmes, protótipos, livros, património etc.
Esta constante reprodutibilidade vai influenciar a forma como o espectador olha para esse objeto artístico, pois este não vai ter a mesma precessão do objeto replicado e do objeto não replicado, ou seja há uma mudança de relacionamento entre a obra e o espectador. Dando o exemplo de uma obra de Van Gogh, nós não podemos fazer a mesma análise a esse objeto reproduzido e não reproduzido, uma vez que na obra reproduzida falham elementos como a verdadeira escala, a textura da pintura, a verdadeira luz e outros.
Contudo, a reprodutibilidade também trás alguns benefícios ao espectador, pois existem plataformas, como Google Art Project, que reúne inúmeras obras de arte de vários museus de todo o mundo, que seria muito difícil, para um espectador, ver estas obras todas. Assim qualquer pessoa pode ter acesso a estas obras de arte, sem ter que gastar dinheiro.
Nos últimos anos tem surgido novas formas de reprodutibilidade virtual que tentam anular algumas diferenças e substituir a presença humana. Estas reproduções virtuais podem ser dadas através de programas 3D, camaras digitas, etc.
Em suma. hoje em dia qualquer pessoa em qualquer parte do mundo pode ver uma obra de arte, sem que esta se afaste muito da realidade, pois vão sendo cada vez mais os programas que anulam todas as diferenças.

Henrique Escada

Pormenor(es)

Passaram-se aproximadamente 500 anos desde que Miguel Ângelo pintou o teto da Capela Sistina, 500 anos esses que parecem demasiado tempo, mas que na verdade são uma ínfima quantidade, tendo em conta que esta é uma obra para a vida toda. Na altura em que Miguel Ângelo a pintou teria, certamente, o intuito de que esta pudesse ser vista por todos, que pudesse ser contemplada como se estivéssemos de olhos postos no céu, ou mesmo noutro mundo transcendente.
Teoricamente para que qualquer obra de arte possa ser experienciada esteticamente na integra, nós temos que ter um contacto direto com ela, colocarmo-nos frente a frente para que consigamos captar os mais pequenos detalhes, quer tenham estes a ver com o próprio conteúdo ou com a maneira como foi trabalhado e para isso teríamos de nos deslocar aos locais onde pudéssemos encontrá-las. Os Museus, por exemplo, são locais onde estão guardadas as mais valiosas obras de arte, assim consideradas, onde para as visitarmos temos que pagar uma quantia (normalmente), pois sabemos que à partida aquilo para que estamos a pagar é verdadeiro, é único, e os Museus dão-nos uma garantia disso, atribuindo ainda a cada uma obra em particular a ideia de autenticidade e aura, aura essa que é validada por estes.
A verdade é que hoje em dia visitar um museu, ou outro sítio qualquer é possível à distância de um “click” ou de uma breve pesquisa e tudo isto vai de encontro à ideia de Reprodutibilidade Digital da Obra de Arte, pois há uma reprodução da obra de arte através de meios digitais, pensamos na arte como uma arte digital. Nesta ideia encontramos o processo que Walter Benjamim descreve – a utilização de uma câmara digital, de um meio digital para podermos aceder a uma obra singular, que na verdade passa a ser uma reprodução, mas tem na mesma a ideia de autenticidade, de aura como a original, pois mesmo sendo virtual, acaba por se tornar em algo novo, original.

http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html
Aqui coloco um site (como tantos outros existem), onde é possível vermos esta ideia de reprodutibilidade digital. Neste exemplo temos uma visita virtual à Capela Sistina onde podemos ver muito minuciosamente cada pedaço da pintura, onde temos ainda a possibilidade de ouvir uma música que recria todo aquele ambiente espiritual.
Mas será que a perceção é a mesma? Apesar de todas as inovações, o melhor ainda é o natural, aquilo que é sentido e visto como um frente a frente entre o olhar e a obra que muitas vezes não confere especificamente minuciosidades, mas sensações e emoções que serão o maior dos pormenores.

Inês Pina

Arte Acessível

No momento da história em que tudo é reprodutível e digitalizado falar em reprodutibilidade digital da obra de arte é uma assunto que desperta diversas opiniões, principalmente no meio artístico. Walter Benjamin em seu texto “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” foi um dos primeiros a explanar sobre tema.

Benjamin escreve uma frase que chamou a minha atenção: “a pintura sempre foi apresentada para ser vista por uma, ou algumas pessoas”. Com a realidade atual, em que temos tudo disponível na internet essa afirmação não pode ser tão fechada. Sabemos que a pintura no seu início era uma arte para poucos e que com a popularização da câmera fotográfica isso mudou.

Saindo do campo da teoria e tentando analisar um exemplo prático de reprodutibilidade digital da obra de arte, temos os sites dos museus que nos permitem visitar suas obras através dos nossos computadores. Acredito que há bastantes aspectos positivos nesse acesso através da internet, afinal existe a possibilidade proporcionar o conhecimento das obras para pessoas que não tem recursos financeiros para conhecer determinados museus. Dessa forma há uma maior acessibilidade as obras produzidas no mundo.

Benjamin alerta que a reprodutibilidade da obra de arte pode fazer com que essa perca a sua autenticidade. Autenticidade que dar a obra uma vida própria que só existe na original. Pensando nesse conceito e no exemplo das visitas online aos museus acredito que são experiências completamente distintas e a autenticidade não será a mesma.

Ter a oportunidade de conhecer uma obra de arte pessoalmente e dentro do ambiente de um museu nos permite ter uma maior aproximação da obra, da técnica utilizada pelo artista, além de vivenciar o espaço fora do nosso cotidiano. O significado da obra vista através da tela do computador é diferente de ser vista em um museu. Mas, através da tela é mais acessível.

Arlane Marinho.

 

Fui ao museu sem sair de casa

Actualmente, o mundo está a sofrer uma digitalização a todos os níveis. Desta forma, não muda só a tecnologia no mundo como também o ser humano e a relação deste com essa evolução.

Walter Benjamin fala-nos de um desses níveis que as técnicas de digitalização tocam. Isto é, apresenta-nos a nova teoria de arte que nasce e cresce na era dos novos Média, os Média digitais. Esta assenta numa capacidade de reprodutibilidade mexendo com o conceito de autenticidade e aura de cada obra de arte.
A era que estamos a atravessar é uma em que os processos técnicos de reprodução interferem com os processos artísticos. Como tal, a reprodutibilidade em massa de uma obra, que advém de todas as novas técnicas, vem modificar a circulação desta na sociedade.

A fotografia é um dos exemplos da modificação da arte como autêntica e única. O aparecimento da captação de uma imagem de forma instantânea veio alterar a questão temporal das imagens, permitindo uma mais fácil e rápida “gravação” do momento e uma maior proximidade ao quotidiano. Assim sendo, a fotografia deu-nos a possibilidade de conhecer locais sem termos de nos deslocar até eles, da mesma maneira que faz circular pelo mundo reproduções de imensas obras de arte. Logo, a fotografia vem tirar a autenticidade às obras, que é exactamente o que os museus pretendem conservar. Desta forma, pode afirmar-se que os museus procuram preservar a aura das obras, que está ligada à sua singularidade.

Mas a utilização dos meios digitais na arte não passa só pela fotografia. Com a reprodução técnica acelerada que se tem verificado de há uns anos para cá, hoje em dia já é possível ir ao museu sem sair de casa. Depois do objecto artístico ser remediado para a fotografia, volta a ocorrer a remediação, que dá origem às visitas virtuais. Isto vem permitir que o sujeito tenha uma visão do interior do museu, conseguindo ver toda e qualquer obra lá exposta, disponibilizando ainda de outras capacidades, tais como o zoom, e.t.c

No entanto, tudo tem um lado negativo, sendo este a perda do seu contexto singular que inclui a perda da dimensão e da contextualização da obra, ficando esta ainda exposta à manipulação e apropriação por parte do “visitante”.

Concluindo, todas estas novas técnicas digitais redefinem a arte. Por exemplo, a reprodutibilidade permite que uma dada obra, que advém já dessa reprodução, participe noutros contextos que são impossíveis à original. Esta nova forma de arte, que está ligada às novas tecnologias, modifica o modo como esta é estudada e estruturada.

Catarina de Jesus Santos

 

“Hello, Earth. Let’s go explore”

Actualmente estamos a assistir à digitalização de quase todo o nosso património, quer antigo quer actual, o que levanta questões sobre a perda da autenticidade, da aura do que está a ser reproduzido, mas que no fundo nos traz muitas vantagens, pois se não fosse a reprodutibilidade técnica e digital (no caso da arte em geral), provavelmente não teríamos acesso ou possibilidade de ir visitar obras de arte originais ao sítio onde se encontram, quer devido a problemas financeiros, quer por falta de tempo, etc..

Já não podemos dar mais desculpas de que não conhecemos aquela obra ou que nunca visitámos aquele lugar, pois podemos fazer visitas virtuais, podemos viajar pelo espaço através de simuladores ópticos, como é o caso do “Google Art Project”, que é um projecto de digitalização de algumas das obras mais significativas de galerias e museus por todo o Mundo, e do “Google Earth”, que é um projecto que tem como finalidade apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, usando imagens de satélites, imagens aéreas, e um sistema de informação geográfica 3D.

Ora, estes programas dão-nos uma visão muito realista de obras e lugares, e levam-nos a fazer uma viagem virtual no conforto da nossa casa, por museus e monumentos de todo o mundo. Estamos perante um exemplo de descontextualização, pois estamos a ter acesso ao que queremos visitar, na escola, em casa, num  café, etc.., através da reprodução digital. Basta termos um dispositivo com ligação à Internet e um bom servidor.

A experiência que temos nestes simuladores nunca será a mesma do que a real se nos deslocarmos até ao sítio em questão. Não estamos a ver a obra de arte original, a que o autor assinou, a que o arquitecto aprovou. Vemos antes efeitos de distorção, como a escala que é alterada, nunca temos a verdadeira noção da dimensão da obra mesmo tendo as suas medidas, pois não temos aquele impacto de estar à sua frente ou ao seu lado, a técnica de pintura que não é reconhecível, não conseguimos ver exactamente as pinceladas dadas, pois a fotografia tende a uniformizar, entre outras coisas.

Mas temos também muitas vantagens em relação à experiência real de um museu, temos a sensação de proximidade e de intimidade, pois podemos ver a obra bem de perto e de passar o tempo que quisermos a olhar para ela, a estudá-la, podemos fazer zoom, para ver certos pormenores, podemos ter uma informação detalhada da sua história, da zona em que se encontra, etc..

Quase ninguém tem a possibilidade de ir visitar 100 museus, ou 100 lugares históricos, mas com estes dispositivos e através da reprodutibilidade digital, podemos. Podemos alegrar o nosso dia, aumentar o nosso conhecimento e formação, e viajar independente da nossa classe social ou do nosso estado financeiro. Talvez estas viagens não sejam tão boas e intensas como as viagens reais, mas não deixam de ser igualmente enriquecedoras.

 

Suse Duarte

 

Outra Visão

Antigamente as crianças aprendiam coisas sobre o espaço e o mundo através de mapas de papel ou através de um globo, então a sua percepção sobre essa matéria era diferente do que a de agora.
Com a chegada da Internet, tudo foi evoluindo mais de pressa, e hoje em dia podemos ver o espaço, fazer uma viajem até lá, a partir de casa, através do nosso computador.
Lembro me de em criança o meu pai me levar a ver a lua através de um telescópio, agora tenho primos mais novos que me mostram aquilo que eu vi e ainda mais detalhado através do seu computador pessoal. Não quer dizer que seja mau, porque o tempo avança e as coisas evoluem, mas às vezes faz falta haver um telescópio para as crianças se motivarem, porque parece que hoje em dia é tudo tão fácil que perdeu um pouco “a piada”. Não no sentido de que não é divertido mas no sentido de nos motivar a sair de casa, e descobrir tudo por nós.
Apesar de tudo isso, as nos tecnologias deram-nos a oportunidade de explorar e ver coisas que nunca tínhamos visto antes. Como o exemplo do Google Earth, que acho uma ideia simplesmente fantástica e apelativa às pessoas, é como fazer uma viajem sem sair da nossa casa.

                                                              Google_Earth_7_desktop

Estas simulações ópticasderam novos pontos de vistas acerca do espaço, do mundo, da nossa cidade e até das ruas mais próximas, cafés e bares, sem sairmos de casa. Com o nosso computador podemos conhecer lugares que poderíamos nunca conseguir lá ir pessoalmente, claro que não tira o valor de uma pessoa poder visitar um país, mas estes dispositivos fizeram das pessoas mais cultas e mais conhecedoras do mundo, e até mesmo o facto de darem a conhecer um bom país para quem quiser ir passar uma temporada, podendo saber o clima, o que nos espera para saber se vai ser do nosso agrado ou não, assim, nos facilita muito mais a vida, não temos de anular as férias por chegar ao destino e não ser que estávamos a espera.

Podemos embarcar numa viajem sem termos de sair de casa e divertirmos-nos com o conhecimento através das simulações de óptica, podemos ter uma outra visão do mundo.

Maria Ferreira

A percepção escondida

o grito

A reprodutibilidade digital da obra de arte permite que hoje possamos aceder a conteúdos inimagináveis, conteúdos cujo original provavelmente nunca iria-mos ter possibilidade de ver em vida. Facilmente visita-mos virtualmente museus que tanto por questões económicas, como pelo tempo e espaço extenso, não poderíamos visitar de outra forma. Fazendo uso de dispositivos digitais em poucos segundos estamos lá, a ver um espólio variado de quadros, a apreciar uma escultura a 360º (…).

Para os nossos antepassados basicamente só existia uma sociedade, a que eles conheciam, mas agora nós não nos limitamos a saber da existência de imensas sociedades, nós inclusive temos acesso às culturas riquíssimas de grande parte do planeta. É extremamente interessante a ideia de que tanto vemos um museu da China,como dos EUA, e que como nós imensas pessoas com diferentes identidades culturais também o fazem.

Mas será que a nossa reação seria a mesma que na visita real? Claro que não! Nunca vamos ter uma percepção tanto emotiva, de dimensão, de textura, de pormenor como teríamos… Há sempre uma desvalorização da qualidade. No caso concreto de livros raros, como “Os Lusíadas”, eu pessoalmente não penso que foi escrito à uns 500 anos quando o leio, pois não folheio as páginas originais, desgastadas pelo tempo, assim como me apercebo da sua beleza intemporal.  

“O Grito” de Edvard Munch é outro exemplo de como a essência, os pormenores, nos podem passar ao lado… Através de um documentário biográfico do pintor tomei conhecimento que há uma inscrição nessa obra de arte: “Could only have been painted by a madman”. Devido ao quão a obra é conhecida, é algo alarmante que além de cores em tons diferentes de fotografia para fotografia, a tal citação não aparecer em nenhuma fotografia aquando de uma pesquisa digital sobre esta obra. O que estará mais escondido, devido à dificuldade que temos de aceder ao original?

Maria Dias

A arte em circulação

Desde os primórdios da arte que a obra artística sofre o efeito da reprodutibilidade. Por exemplo, nas academias os alunos aprendiam através da cópia de peças de outros artistas, este método de aprendizagem tem sido utlizado até aos dias de hoje.

Um exemplo é o quadro “Mona Lisa” de Leonardo Da Vinci, exposto no Museu do Louvre, em Paris, e a cópia que se encontra no Museu do Prado, em Madrid, feita por um pupilo de Da Vinci. Mona lisa - Original e Cópia

Com isto podemos perguntar: quão original uma obra de arte pode ser? Para se definir uma obra de arte é preciso verificar qual a sua tradição, o seu contexto singular, de onde veio e quais as mudanças sofridas.

O que surgiu de novo na sociedade do século XIX foi a reprodução da obra por meios mecânico-técnicos.

Quando passamos da gravação manual de uma imagem para a captação técnica, a “mão humana” extingue-se, deixando de fazer parte da reprodução, pois esta passa de manual para mecânica, onde o fator predominante é o olhar da câmara.

A reprodução manual, como a xilogravura ou água forte, evolui para a representação técnica através da fotografia e mais tarde do cinema, onde existe a aceleração da imagem a tal ponto que permite acompanhar o tempo.

Nenhuma representação não tecnológica consegue captar toda a essência, pois a ela está associada apenas um foco de atenção, por isso não se consegue captar tudo.

Estamos num momento onde a aceleração da obra de arte atingiu o seu apogeu.

A diferença entre uma obra de arte original e uma reprodução é que por mais perfeita que esta seja, falta-lhe sempre qualquer coisa. Uma obra singular/única tem marcas que a unificam tornando impossível a sua total reprodução. Esta obra singular tem autenticidade, o seu contexto, o aqui e agora que lhe conferem a sua aura. Uma das funções dos museus é preservar essa dita aura. A reprodução vai ser retira do seu contexto original e vai ser trazida para o contexto em que o utilizador está.

Mas a reprodução não significa a morte do objeto artístico, mas sim a sua expansão. Na nossa sociedade a experiência de grande parte das pessoas com a arte é feita traves da reprodução, como as réplicas, fotografia ou vídeo.

A reprodução digital permite o acesso rápido e instantâneo à obra de arte. Como esta está a ser retirada do seu contexto singular, cada utlizado pode fazer o que quiser com a imagem da peça artista. Como, por exemplo, acontece no Google Art Project.

Com isto podemos dizer que vivemos numa época onde a reprodução em massa altera o lugar e a circulação das obras, formando assim uma arte de massas.

 

Rute Sousa

Uma obra de arte, infinitas reproduções

Em “The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction”, um ensaio elaborado por Walter Benjamin, o autor reflecte sobre o conceito de “reprodutibilidade técnica”, introduzindo assim o conceito de “aura” nas diversas obras de arte, representando o carácter específico e único que cada uma tem, podendo essa “aura” desaparecer, mesmo que parcialmente, precisamente com a constante reprodutibilidade das obra em questão.
Mas, agora, eu coloco a questão: Será a autenticidade de uma obra de arte um critério de classificação que a promove a tal estatuto? Segundo Walter Benjamin, essa é definitivamente uma exigência, defendendo que “a autenticidade de uma coisa é a quintessência de tudo o que foi transmitido pela tradição, a partir de sua origem,desde sua duração material até o seu testemunho histórico. Como este depende da materialidade da obra,quando ela se esquiva do homem através da reprodução, também o testemunho se perde”. O autor acrescenta que o espectador deve sentir “uma espécie de amor paradoxal: um querer ter e não poder ter, um amor que se alimenta da inacessibilidade e que, se chega a possuir o objecto desejado, perde por ele toda a atracção”. De facto, uma qualquer obra de arte, ao ser incessantemente reproduzida, passa a ser como que recolocada constantemente no Mundo, numa nova época, à medida que o tempo vai passando. Mas isto traz consigo as suas vantagens: a obra pode não só ser muito mais facilmente estudada e dada a conhecer (principalmente através dos meios digitais), conseguindo-se assim compreender melhor a época em que a mesma foi inicialmente produzida, mas estando também a mesma sujeita a novas interpretações, influenciadas pelas mentes actualizadas, acabando assim por ressuscitar a obra e o seu significado e valor, não invalidando assim aquele que poderia ter inicialmente. O carácter de unidade dado como uma das características essenciais não se perde, pois as pessoas (não necessariamente apenas as que apreciam e se interessam pela arte especificamente) continuam a dar um valor especial à obra original. Continua a ser uma espécie de obrigação ver um qualquer quadro famoso ao vivo, mesmo que se possa ver imensas reproduções sem serem virtuais, uma vez que já está incutido nas pessoas esse princípio moral de valorizar mais o que é original.
Assim sendo, a reprodutibilidade das diversas obras de arte trazem consigo uma série de questões sociais que lhes estão desde logo inerentes, tema interessante para ser estudado e repensado, mas o ser humano tem uma natural sede de saber e de informação, mesmo que falsa ou desinteressante, e a resposta a esta procura dificilmente lhe vai ser negada.

 

Maria João Sá

Eu vi a Mona Lisa no Google.

Ao longo da história assistimos a uma massiva representação das obras de arte. Começou com a reprodução manual de pinturas pelos seus aprendizes, passando para meios técnicos como a fotografia, o cinema e a internet que levaram à expansão, em grande escala, da arte.

Atualmente, devido ao, cada vez maior, desenvolvimento da tecnologia, as obras de arte estão disponíveis ao público através de qualquer plataforma com acesso à Internet, quer por meio de imagens no Google quer através de visitas online a importantes museus mundiais. Esta disponibilidade imediata das obras de arte altera a sua natureza e função social, pois altera a sua forma de circulação temporal e espacial, ou seja, não necessitamos de nos deslocarmos ao museu para ver determinada obra de arte, nem precisamos de ser do país de origem de uma banda para termos acesso à sua música, pois, com toda a reprodutibilidade das obras de arte, elas chegam até nós muito facilmente.

Ao estarem disponíveis a todo o público de forma facilitada e praticamente imediata, as reproduções das obras de arte podem ser facilmente manipuladas, ou seja, podemos modificá-las recorrendo a programas de edição de imagem, como o Photoshop, podemos transferi-las da Internet e utilizá-las noutros contexto, como numa apresentação de um trabalho, como imagem de fundo de um dos nosso dispositivos eletrónicos, enquanto as obras originais permanecem seguras em museus que procuram manter a aura, a originalidade das obras de arte.

Como Walter Benjamin explica em The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction, assistimos a um reprodução técnica acelerada de toda a cultura humana, no entanto, as reproduções não significam a morte dos objetos artísticos, mas pelo contrário, atualizam as obras de arte que adquirem novos significados ao serem inseridos em diversos contextos, de diversas formas.

 

Letícia Ferreira.

Da ideia ao ato criativo.

De certo o ato de criação é baseado na convicção de que a originalidade surge através da inspiração, produtos vindo daqueles considerados gênios, entretanto o ato criativo nada tem de magico ou fantástico, mas sim de um uso correto dos instrumentos do pensamento sobre a matéria física. Podemos similarmente encontrar nos conceitos de remediação, imediacia e hipermediacia de Jay David Bolter e Richard Grusin, exemplos dos médias de ontem é hoje, de como a criatividade se manifestou através de ideias e processos que possibilitaram a criação do novo.

Podemos começar pela remediação, um exemplo inicial na presença dos desenhos das bandas desenhadas nos jornais, sim, as bandas desenhadas tiveram sua origem é participação nas transformações dos jornais, estas que com o tempo foram acentuando suas diferenças até terem identidades própias, que começaram apenas como charges cômicas que meramente acompanhavam os textos jornalísticos, evoluindo para tiras dominicais, como as de Richard Outcault e seu personagem o “Menino Amarelo”, publicadas no jornal New York World, que ao publica-lo atraiu grande atenção para si. O desenhador Outcault inovaria no processo das bandas desenhadas, ao fragmentar as ações da narrativa, acrescentar balões com textos, e ter seu personagem colorido nas tiras, tornando-o tão cativante que dizem que os jornais brigavam para tê-lo, ao longo do tempo com o considerável sucesso as bandas desenhadas passariam de tiras de jornal a um suplemento dominical, e anos mais tarde se desligariam quase que por completo dos jornais, se tornando uma nova forma de média.

Em um outro exemplo para se falar de imediacia coloquemos a própria tecnologia dos computadores, em que este meio tenta tornasse invisível, procurando escondesse dos olhos, bem e certo em outras décadas isto seria inconcebível, visto que os primeiros computadores podiam ocupar toda uma sala, ou por vezes andares inteiros, mas eventualmente essa situação mudaria, dos computadores extremamente espaçosos a chegada dos computadores pessoais nos anos 70, como o Alto e o Star, lançados pela empresa Xerox, que logo seriam superados por sua concorrente Aplle que colocaria no mercado o seu Macintosh, e futuramente uma serie de outros produtos que assim como outras empresas do ramo, visariam cada vez mais a miniaturização da tecnologia, dando conforto e praticidade em seu uso, inserido-as mais facilmente no cotidiano dos seres humanos.

Ora, e como ultimo exemplo, talvez o mais divertido, o do video acima que usaremos para exemplificar a hipermediacia, em que o meio procura mostrasse visível, no clip musical a uma homenagem as telas famosas da historia da arte, como, “O Grito”, de Edvar Munch,“A criação do homem”, de Michelangelo, entre outras de diversos movimentos como dadaísmo ou concretismo, etc. Em meio a musica e imagens até cômicas de homens e mulheres procurando representar de diferentes formas os quadros, fica claro que se trata de um video, não de pinturas estáticas, expostas apenas para serem vistas, aqui são imagens que se movimentam e cantam, reconhecemos as obras mas não somos iludidos por aquilo que vemos, pois sabemos se tratar de um meio que deseja ser visto claramente como aquilo que é, como no final da canção em que os atores-cantores caem, desarmando toda a encenação, mas e também uma forma criativa de vermos as telas, representadas dentro de um outro meio, aqui as diferentes cenas de representação são tornados visíveis, o que vem multiplicar os sinais de mediação, em que o espaço visual da representação é visto como espaço ‘mediado’.

O fato e que independente dos exemplos citados para representar os conceitos, todos de uma forma ou de outra incluem os três conceitos, pois estas estes fazem parte de um processo criativo, tendo o pensamento como força propulsora, possibilitando assim também um solo em que se fosse possível brotar novas criações.

                                                                                                                                                                                                                     Volney Gonçalves

Onde está a aura?

Na sua reflexão “The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction”, Walter Benjamin identifica a aura da obra de arte como estando presente apenas na sua existência única. A cópia ou reprodução do objecto artístico retiram-lhe o “aqui e agora”, “a sua existência única no lugar em que se encontra” (Benjamin, 1998 [1935]). Identificando a mudança de paradigma que a arte sofreu com o desenvolvimento tecnológico crescente no século XIX com a fotografia e no início do século XX com o cinema, Benjamin afirma que na época da reprodutibilidade técnica da obra de arte a sua aura se desvanece exactamente através da reprodução/multiplicação a que está sujeita.

Tal como sugerido na citação inicial de Paul Valery que abre o ensaio de W. Benjamin, a noção de arte alterou-se com os desenvolvimentos técnicos que eliminaram a mão do processo criativo e que permitiram a reprodução múltipla de uma mesma obra. Penso que, neste sentido, qualquer objecto artístico deve ser abordado tendo em conta a sua natureza tecnológica ou não-tecnológica. Por outras palavras, a fruição da obra de arte acontece de forma diferente consoante a essência tecnológica ou não da própria obra, admitindo ainda que possam existir obras híbridas em que será necessário uma conjugação das duas perspectivas para a sua interpretação e análise. Se no objecto artístico não-tecnológico a aura tem na sua essência a unicidade, o “aqui e agora”, no objecto artístico tecnológico a aura terá a sua essência na forma e no conteúdo.

Mas W. Benjamin coloca ainda a questão acerca da diminuição da aura de um objecto não-tecnológico pela multiplicação de cópias (por exemplo em fotografias ou digitalizações). Esta reflexão acerca da retroactividade dos acontecimentos será certamente grande demais para caber num pequeno post, mas a questão inicial é bastante simples de colocar: a aura da obra de arte pertence-lhe ou são os seus fruidores que a carregam?

Margarida Neves

Benjamin, W. (1998 [1935]). The work of art in the age of mechanical reproduction. LA: UCLA – School of Theater, Film and Television.

Mapa-múndi v. 2.0

No verão quente de 2005 lembro-me de ver no noticiário uma reportagem que facilmente me cativou. Era o lançamento gratuito de um software cuja função era apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, o Google Earth. Este programa de computador oferecia, já na altura, a vista integral do planeta azul através da construção em mosaico de imagens de satélite obtidas de engenhos espaciais dispares.

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Deste modo, posso afirmar que este software visionário mudou completamente a concepção do Homem sobre o mundo.
Primeiramente, com os meus onze anos, a minha curiosidade para com o Google Earth não excedia o perímetro da minha casa. Tornava-se mais empolgante procurar o quadrado codificado em pixéis que faria o telhado da minha casa do que explorar a Quinta Avenida. Este pequeno facto prova como o programa é essencial na instigação da aprendizagem do nosso próprio espaço geografico.

Atualmente, o Google Earth é o resultado de diversas inovações. Nove anos após o lançamento, o utilizador do software já pode ver panoramicamente a sua rua, através da ferramenta Google Street View. Por outro lado, caso prefira “descolar os pés do chão”, o cibernauta pode disfrutar do Google Sky para uma viagem intergaláctica.

Concluindo, este software é a materialização do quão pequeno é o nicho ecológico de cada ser humano em relação à vastidão do universo. Além disso, abre portas à exploração espacial e à existência de vida noutros planetas. O Google Earth não é apenas um apetrecho que nos permite ser omnipresentes, é igualmente a percepção espácio-temporal do ser humano evoluído e industrializado.

Eduardo Duarte

Consequências da reprodutibilidade técnica

Walter Benjamin, um dos mais importantes teóricos do século XX, apresentou, no ensaio “A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica“, inserido no seu livro “Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política”, o conceito de “reprodutibilidade técnica”, a qual, define a reprodução de uma determinada obra de arte através da tecnologia. Neste ensaio, Benjamin destaca claramente a substituição da obra de arte tradicional, singular e autêntica, pela obra de arte moderna e tecnicamente reprodutível.

É claro que a reprodutibilidade técnica provoca consequências no meio artístico. À medida que este tipo de reprodução se foi desenvolvendo (através da fotografia e, mais tarde, continuado pelo cinema), a autenticidade da obra de arte foi-se perdendo cada vez mais. Walter Benjamin afirma que, por mais perfeita que a cópia possa ser, a autenticidade será um elemento sempre em falta – o seu “aqui e agora“. É apenas na obra de arte original e verdadeira que se encontra a sua história. Dados todos estes factos, a obra perde a sua aura, a sua unicidade, visto que a autenticidade não é reprodutível.

Contudo, ao perder a sua aura, a obra de arte torna-se independente do contexto histórico e das tradições em que se insere. Deste modo, a arte, emancipada do seu valor de culto, aproxima-se dos seus espectadores, adquirindo valor de exposição.

Sendo assim, é possível perceber que o processo de reprodutibilidade técnica apresenta, não só desvantagens, mas também vantagens.

 

nintendo

 

Sónia Gomes

Um quadrado de arte

A obra de arte torna-se única pelo toque pessoal conferido pelo artista que a concebe, pela sua dimensão (a qual reforça a intenção da estética da obra de arte, por vezes, situando o espectador temporalmente em relação à época em que a obra foi concebida. Por vezes móvel, o qual permite o seu transporte de museu para museu, para que a obra de arte seja conservada e permaneça sob controlo, num espaço convencional propício para a exposição da mesma. Outras obras são imóveis, as quais estão pintadas directamente num edifício ou algo imóvel. Todas estas características levantam a razão da digitalização das mesmas, pois, sem esta transformação, as obras originais só poderiam ser vistas in loco, cujo deslocamento não é possível para algumas das pessoas interessadas na sua visualização.

No entanto, a obra de arte, ao ser reproduzida por meios técnicos origina uma perda da natureza da própria obra visto que ao ser reproduzida, perde a sua unicidade, e a sua procura torna-se menos incessante devido à desconstrução da expectativa, no entanto, com o avanço da tecnologia, a localização do local onde a obra original se encontra, torna-se mais fácil.

Toda a obra perde alguma da sua grandeza e impacto social ao ser reproduzida tecnologicamente pois o quadrado do computador carece da dimensão original da obra, a sua luminosidade natural, perspectiva, tornando a obra de arte mais desprotegida.

No entanto o uso da tecnologia sugere várias obras de arte concebidas pela tecnologia, e que sem esta, perdem todo o seu significado, o seu físico, e até mais, a sua utilidade.

Com o avanço da tecnologia a arte troca a sua intensidade por protecção, tirando o sentido quase divino da obra de arte, e tornando-a apenas uma obra que pode ser vista por qualquer um, em qualquer lugar.

 

Pedro Vaz

“Telefone Estragado”

Todos nós nos recordamos de, na nossa infância, brincar ao “telefone estragado” ou falar com um amigo nosso através de dois copos ligados por um fio. Hoje em dia é mais complicado que isso. A distância entre os interlocutores aumentou, os ditos telefones tornaram-me muito mais complexos, e a comunicação mais simples.

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A verdade é que antigamente, comunicar-se entre grandes distâncias era demoroso e complicado. Por correio, a carta depois de enviada, podia ser extraviada ou, muitas vezes, a resposta poderia demorar meses a chegar. Existiam também os telégrafos, por exemplo, mas longe estariam de ser acessíveis a toda a gente.

Foi então que apareceu o telefone, invenção atribuída a vários nomes, mas geralmente a Alexander Graham Bell. Este aparelho revolucionou a comunicação. Com um simples digitar de alguns números, qualquer pessoa poderia conversar com outra, estando ela a metros ou quilómetros de distância. O que uma carta fazia em meses, uma chamada de telefone faz em segundos.

A verdade é que já não nos imaginamos a viver sem telefone ou telemóvel. Em cada lar, existe, no mínimo, um telefone/telemóvel. Este passou de um mero meio de comunicação, para um objecto tecnológico não só com funções de comunicação, mas também lazer, entretenimento, negócios, etc. Passeamos pela rua, olhamos para os cafés, e o que vemos? Telemóveis na mão. O que nos leva à seguinte questão:

– Será o telemóvel uma necessidade ou um vício?

A resposta fica para a próxima, que agora tenho que atender uma chamada do meu pai.

 

Francisca Madeira

Meio e Mensagem

O ser humano vive uma época diferente e passa por um período de surgimento de novos médias e transformação dos médias mais antigos. E isso é cada vez mais forte e frequente. O mercado de tecnologia propõem, em questão de alguns meses, novas e novas gerações de aparelhos mais sofisticados e com aspectos mais atraentes.

No artigo de Olga Pombo, “O Meio é a Mensagem”, é discutido justamente a tese de que o “Meio é a Mensagem”, defendida por Marshall McLuhan. Olga Pombo discute um pouco as idéias de McLuhan e trás questões pertinentes sobre as influencias dos novos médias na cultura humana.

Os novos aparelhos e versões que vão surgindo e que são meios, também trazem mensagem ou, melhor ainda, esses próprios meios são as mensagens. Além de ser canal, também é informação. E creio que esta afirmação vem para confirmar que o ser humano está cada vez mais envolvido e interessado pelo meio e como a mensagem é transmitida por este meio, em detrimento do conteúdo em si que é transmitido.

A própria mensagem já não é vinculada como tal, pois sofre transformações pelo meio. A televisão é um exemplo da modulação da informação, pois pode pôr em vista dos telespectadores, mensagens transformadas pelos dispositivos televisivos.

Hoje os meios de comunicação também são eletrônicos e McLuhan conceitua o termo cultura eletrônica, que é caracterizada pela velocidade que a informação é veiculada e os estímulos sensoriais que são utilizados para envolver o receptor. Basta ligar o computador que todas as imagens e informações ali expostas possuem atributos que prendem a atenção do utilizador. As pessoas já criaram uma certa dependência dos novos médias, e é difícil de acreditar que ainda os dominamos.

Um outro ponto importante que o artigo de Olga Pombo trás é a questão da interdisciplinaridade na escola dos próximos anos. Os diversos conteúdos e assuntos que são transmitidos simultaneamente, os vários estímulos, a integralização das informações, obriga-nos a não ter mais um pensamento linear e segmentado. McLuhan afirma que a escola tradicional está condenada e que o desenvolvimento de um pensamento interdisciplinar será o que sustentará a escola do futuro. E será que a “escola cibernética do futuro” como denomina Lombo, deverá permitir disciplinas livres, sem rotinas preestabelecidas?

Referência Bibliográfica:

POMBO, Olga. O Meio é a Mensagem. Cadernos de Filosofia e História da Educação, Caderno Nº1: ‘McLuhan: A Escola e os Media’, Lisboa: Universidade de Lisboa, 1994.

Allan Moscon Zamperini


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