Archive for the 'História dos Média' Category

Migrar para o ciberespaço

A história dos media começa com a imprensa de Gutenberg, seguida de um outro conjunto de media tradicionais, como a rádio e a televisão. A esta evolução juntaram-se, rapidamente, novas criações e desenvolvimentos tecnológicos que, devido à adesão do cidadão-comum, levaram os media tradicionais a procurar um lugar na Internet. Ou seja, os media tradicionais “foram obrigados a migrar para o ciberespaço”.

Se analisarmos o exemplo do jornal, o fenómeno da Internet repercutiu neste media dois resultados: por um lado, um fácil acesso à informação que subsiste nele, sem custos; por outro, diminuiu, em grande escala, o número de compradores do seu suporte físico, podendo este vir a desaparecer, devido à falta de compradores, ou mesmo deixar de existir, dado não haver lucros para pagar aos seus redactores. Além disso, a Web 2.0 autorizou a liberalização da publicação, permitindo ao cidadão-comum criar o seu próprio espaço de publicação, fazendo dele um leitor e editor ao mesmo tempo, o que banaliza a circulação da informação.

Este exemplo serve para mostrar o quão dependente da tecnologia se encontra a nossa sociedade. Vivemos num século “preso” às “máquinas”, nas quais jovens e adultos investem grande parte do seu tempo, salvo raras excepções.

Entramos assim, num campo controverso, pois até que ponto estar dependente de uma dada “máquina” é favorável ao nosso desenvolvimento? Eis a questão! Sherry Turkle, especialista em estudos sociais científicos e tecnológicos, psicóloga clínica e directora/fundadora de uma iniciativa no Instituto de Tecnologia do Massachusetts – MIT Initiative on Technology and Self, na qual se reflecte sobre a crescente relação do ser humano com as tecnologias – diz-nos: “we are vulnerable creatures. Our vulnerability is when we are asked to nurture another creature we bond, we connect.” Deste modo, actualmente, valorizamos mais o telemóvel, o computador, a Internet, o que revela que é difícil conseguimos estar sós, porque na verdade nunca estamos sós. Estamos sempre ligados, conectados e, por vezes, não encararmos a solidão como algo positivo, digna de um amadurecimento pessoal enriquecedor para as nossas vidas. Aliás, esta mensagem está bem presente na sua mais recente obra literária, lançada em 2011, Alone Together. Nesta, a autora frisa que há trinta anos atrás tudo era uma autêntica descoberta, não havia Facebook, Twitter, telefones “inteligentes” e ainda mal se sabia quais as utilidades de um computador; já no momento actual, graças aos rápidos avanços tecnológicos, podemos criar, navegar e executar as nossas vidas emocionais. A tecnologia é hoje arquitecta das nossas intimidades, sendo que estar online é hoje uma verdadeira tentação, quase que irresistível. Assim sendo, Alone Together espelha quinze anos de pesquiza realizada por Turkle na área das relações “tecno-sociais”, baseada em entrevistas com centenas de crianças e adultos, onde são descritas relações inquietantes entre amigos, pais e filhos, novas instabilidades na forma como encaramos a privacidade, a intimidade e a solidão, na qual Turkle expressa a sua vontade de que as pessoas, nomeadamente os jovens, não dependam tantos das tecnologias para se sentirem realizados, mas que apostem mais numa interacção humana directa.

Para terminar, convido-vos a visualizarem um anúncio muito recente, lançado em Abril de 2015, pela marca de cerveja portuguesa Super Bock, que espelha perfeitamente, a meu ver, a “ideia” defendida por Turkle.

Texto do anúncio:

“O que é que se passa com a amizade?

Se os amigos são tão importantes na nossa vida, como é que temos tão pouca vida para os amigos? Tudo serve de desculpa. O trabalho, a família, o sono, o sofá. Habituámo-nos a adiar encontros cada vez com menos caracteres. Conversamos com ecrãs. Rimo-nos com as teclas e fazemos likes para enganar a saudade. Mas entre um “não posso” e outro, os grandes amigos vão se tornando estranhos. O que é estranho. As grandes amizades não pedem muito. Mas pedem manutenção. Pedem olhares, silêncios, sintonia. Piadas que mais ninguém percebe. Pedem tempo. Mesmo que pareça pouco. Vai sempre parecer. Não precisamos de mil amigos, precisamos de bons amigos. Muito mais do que imaginamos. Vá lá… Liga-lhes e fura-lhes a agenda. Arranca-os da rotina. Das desculpas, seja a que horas for. Se estiveres de pijama veste umas calças por cima. Marquem encontro no sítio do costume e façam o que sempre fizeram. Nada! Tenham conversas que não levam a lado nenhum. Contem as mesmas histórias de sempre mas estejam juntos. Está na altura de pousarmos o telefone e levantarmos o copo. Se não poderes hoje vai amanhã. Mas vai mesmo. Se a vida conspira contra a amizade, conspiremos juntos para a defender. Leva a Amizade a sério!”

Referências Bibliograficas:

MANDIM, Andreia Alexandra Almeida (2012) “Crise dos media tradicionais e importância dos novos media: o papel dos blogues nacionais como meios de divulgação do Cinema” [http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/23308/1/Andreia%20Alexandra%20Almeida%20Mandim.pdf, acedido em Maio de 2015]

TURKLE, Sherry (2012) “Connected, but alone?” [http://www.ted.com/talks/sherry_turkle_alone_together#t-78309. acedido em Maio de 2015]

 

Rafael Pereira.

 

To Talk at a Distance

Before, before our society became this tech centric culture, the mere thought of talking to someone at a distance, as you were talking in person, was a dream. People´s relationships survived with hand-written letters and a one week travel to the nearest town.

Do you understand what happened here? Do you understand what it was like for people of that time to pick up a device and talk to someone through it? It was the first step in the direction of the smartphones we hold in our hands today. And with that step, human´s distance communication became something more easily to achieve and access. It was both a comfort and an improvement in that aspect of our society.

Think about it, instead of writing an extremely long letter depicting every unnecessary detail of our lives, we could just pick up the phone and say:

“Hello, sweetie. How´ve you been doing? We and the kids miss you.”

“Just fine, darling. But the weather is a little rainy here, how about you?”

“Oh, we´re just swell! It´s rather sunny so no risk of the little ones catching pneumonia! Also, while you there could you grab some carrots? I´m afraid our garden is becoming rather… seared.”

“Sure thing, honey pie! I´ll be right on it. Love you!”

“Love you too! Bye!”

See how easy it became? If you´ve written a letter, the wife´s request probably would not have been read in time, and the poor family would´ve starved to death (well, not really die, per se, but something to that extent).

So, to talk at a distance was a creation that not only helped many people in their day-to-day lives, but was also the first prototype of something far more complex and multitask in the future. Be grateful.

Carolina Gonçalves

Falar ao telefone: A nova era

A meu ver o momento em que se pode falar ao telefone com alguém pela primeira vez foi importantíssimo.

Até ao momento a única maneira de comunicar com alguém que estivesse longe eram as cartas, algo que de alguma forma distorcia a realidade pois muitas das vezes os acontecimentos descritos nas cartas chegavam ao destinatário desactualizados.

Como é óbvio na altura as cartas demoravam imenso tempo a chegar e por isso os acontecimentos que descreviam que iriam acontecer já tinham acontecido.

Claro que também temos de ter em conta que quando o telefone surgiu não era para todos e em muitas terras era um telefone para toda a população. Existia claro a questão de para ligar a alguém se ter de passar por um atendedor que faria então a ligação entre os números manualmente.

Mas mesmo com isto tudo o momento em que podemos começar a ouvir a voz das pessoas com quem queríamos falar mesmo estando longe delas foi algo extraordinário. Tudo isto fez com que o contacto entre as pessoas fosse mais frequente e criasse também uma aproximação entre as mesmas.

Falar à distância tornou se algo mais fácil e rápido, em vez de lermos uma carta podíamos ouvir a voz da outra pessoa e falar com ela a tempo real e isto tornou se importante na vida das pessoa, o poder ouvir a voz daquela pessoa naquele momento.

O poder ouvir a voz humana e perceber coisas na pessoa que estamos a ouvir que seriam difíceis de perceber numa carta, como por exemplo o estado de espírito e o que a pessoa está realmente a sentir em relação a certos assuntos.

Mas acima de tudo o sentirmos e percebermos tudo o que nos querem transmitir, ouvir aquela voz e saber que aquela pessoa está MESMO a falar connosco naquele momento!

Filipa Silva

But First, Let Me Take A Selfie

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   Desde que a primeira fotografia apareceu, em meados do século XIX, o mundo começou a revolucionar-se a uma velocidade estonteante. As famílias poderiam deixar de contratar pintores para fazer retratos que nem sempre correspondiam ao real, passando, assim, a contratar fotógrafos que eram ainda pioneiros nesta nova área, que, anos depois, se começou a afirmar como arte. Deixando de parte a função artística da fotografia, concentremo-nos nesta como um simples registo de um acontecimento, reduzindo-a ao seu simples significado: foto-luz ; grafia-escrita.

     Qualquer todo o ser humano pertencente às camadas mais jovens sente a necessidade de tirar fotografias, quer seja para publicar em redes sociais, quer seja para recordar momentos importantes, ou, até mesmo, tirar uma fotografia só porque sim. A fotografia está tão banalizada que a população não se apercebe do seu verdadeiro valor, deixando cair no esquecimento anos de experiências efetuadas, pretendendo aperfeiçoar uma imagem num suporte físico ou digital. Se recuarmos 3 ou 4 gerações, não mais do que isso, verificamos claramente que quase não existem registos fotográficos dos nossos antepassados; isto porque ainda era um tanto ou quanto difícil ter acesso a equipamentos fotográficos e a pessoas que possuíssem conhecimentos para os utilizar.

     Somos bombardeados diariamente com fotografias publicadas no Twitter, Facebook, Instagram e afins, apenas com a finalidade de aumentar a popularidade dos respetivos utilizadores; tal coisa seria impensável aquando do surgimento que certas redes sociais, as pessoas limitavam-se a publicar fotografias para poderem ser encontradas na rede, para partilhar com parentes e amigos, ao contrário do que se sucede hoje. Uma fotografia era um registo do primeiro passo do filho de um casal, do primeiro dente caído, do casamento, da primeira viagem em família, do aniversário da prima, da tia, do irmão. Hoje são apenas um passatempo, um hobby enquanto estamos no carro, no comboio, a comer, à espera da próxima aula. O número das tão conhecidas selfies tem aumentado exponencialmente nos últimos meses, apenas porque achamos engraçado tirar uma foto em frente ao espelho ou com um amigo.

     Fazendo parte da população jovem, sim, admito que sou vítima de todos estes fenómenos mundiais e modas que se propagam rapidamente, que publico imensas fotografias na internet, que registo vários momentos do meu quotidiano com as pessoas com quem me relaciono; contudo, não deixo de reconhecer o valor que a fotografia tem e continuará a ter (embora posto de parte) no decorrer do tempo, não deixo de ter a noção das várias dificuldades que obstruíram o caminho da descoberta dos pioneiros desta área, bem como a sua importância na história da humanidade.

Ruben Alexandre Ferreira

Tempos mudam…

A omnipresença dos dispositivos digitais é visível em cada passo que damos e a necessidade de os utilizar é sentida a toda a hora. Aplicados na aquisição de conhecimento a nível de aprendizagem/ensino (nas escolas, universidades e cursos online), na transmissão de ideias e de informação que antes eram de tão difícil acesso e com um papel tão acentuado nas nossas relações pessoais e profissionais, são , sem sombra de dúvida, uma nova parte das nossas vidas que é pouco notada quando , mas que nos faz imensa falta se, por algum motivo, nos falha.

Ao longo dos anos deu-se uma evolução notória a nível dos dispositivos e das redes. Lembro-me de ter o primeiro computador em casa em 1998, uma coisa enorme que, para mim, só servia para fazer desenhos no Paint. Os primeiros telemóveis dos meus pais eram também eles grandes, com necessidade de se puxar uma antena antes de qualquer chamada. Como dizia o anúncio “eu ainda sou do tempo…” em que as SMS’s se pagavam ao caracter! E daí a necessidade incontrolável de “comer” letras.

Muito mudou a todos os níveis e, muito disso, derivado à importância crescente dos média no nosso quotidiano. As crianças agora não pedem jogos mas sim o último telemóvel que foi lançado no mercado porque só assim são “fixes” no pequeno grupo de amigos (crianças cruéis!). Não conseguem sequer imaginar uma televisão a preto e branco e com apenas um ou dois canais. É-lhes impensável acreditar como era dificil uma comunicação sem telemóveis ou e-mail. E começa a notar-se uma grande dificuldade em ter verdadeiras relações offline, quando a maior preocupação num jantar de amigos é tirar uma fotografia ao prato para meter no Instagram e uma selfie com os amigos (o que, já agora, está a levar a mais surtos de propagação de piolhos! – http://www.tvi24.iol.pt/acredite-se-quiser/selfie-tvi24-piolhos-ultimas-noticias/1540500-4088.html ) para por no Facebook

Ana Sofia Gomes

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Aura Umbilical

No seu ensaio, The Work Of Art In The Age Of Mechanical Reproduction (1935), o filósofo alemão Walter Benjamin define aura como o capital simbólico da obra de arte. Formam-no as marcas de autenticidade e singularidade que advêm do rasto deixado pela sua origem e contexto histórico. O anúncio da perda desse capital simbólico é associado à emergência da reprodução mecânica/técnica e respectiva queda da reprodução manual. A primeira (por exemplo através da fotografia a partir do século XIX) destaca-se por ser mais veloz que a segunda (o bronze é uma das hipóteses), o que permite uma intensificação do processo. Com o cinema sonoro passa a ser possível fixar as imagens em simultâneo com as palavras do actor e aumenta o grau de presença.

O que Walter Benjamin argumenta é que “o aqui e agora do original encerra a sua autenticidade” e a isto está alheia a qualidade da reprodução da obra de arte. Por mais perfeita que seja, é desprovida de existência singular num só lugar, tempo e contexto. É no original (único) que está a vida, um percurso de alterações na estrutura física (quase inevitável pelo desgaste que a passagem do tempo significa) ou eventuais mudanças de proprietário.

A obra de arte parece, em certa medida, metaforizar a condição do ser humano – enclausurado no aqui e agora. Cabe à reprodução técnica divinizar o artefacto por intermédio da omnipotência que lhe imputa. Torna-se mais independente e livre a inserir-se em cenários e situações inviáveis ao original. No entanto, a mesma reprodução leva a obra de arte à queda do pedestal em que reinava como objecto sacralizado, ícone religioso. Nessa senda, ocorre uma massificação da arte e da cultura.

Encaminhando o texto para um pendor mais subjectivo, creio que é erróneo vincular o termo “massas” a um sentido pejorativo. A democratização e a acessibilidade generalizada do artefacto – enquanto representante da condição humana – propiciam um aumento de consciência à escala global. Os universos estéticos que em nós penetram são um método exímio de educação. A cultura e a arte são o pão e água da mente, um abissal contacto inter-humano que ascende a sobrevivência a vivência.

Ainda que a presença real perante o original seja de particular relevância quando lidamos com pintura, escultura e arquitectura (visto que o conteúdo único e central é, demarcadamente, o próprio material) ou teatro (a relação entre actor e público é uma premissa fundamental), a cópia tem o seu emprego, seja complemento ou substituto (um bem menor quando é impossível aceder à fonte).

Num outro espectro, não penso que o problema da reprodução esteja no desvincular do contexto histórico. Pelo contrário, por via dela, há uma libertação da obra, o que alarga a nossa área de interpretação. Algo que, em princípio, só será negativo para um historiador de arte… De qualquer modo, um artefacto, para os nossos sentidos, acarreta sempre um significado duplo: o da criação e o do período da reapreciação (relacionamos os dois de imediato e de forma inconsciente). A ideia da sua origem dependerá mais do nosso conhecimento histórico do que da sua experiência ao vivo.

A aura? Desvanece? Opino que é reprodutível, contudo uso o termo numa acepção diferente. Considero que o original concebe auras descendentes e que a proximidade maternal é determinada pela qualidade da cópia. Todavia, a semelhança não é uma necessidade para manter no artefacto um espírito. Em detrimento de um fac-símile, existe a chance de paródia ou de recombinação, por exemplo. Mais ou menos distante da sua genealogia, haverá uma aura envolvente. Mais ou menos evidente, nela pairará um traço umbilical.  Analogia com a lei de Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

A chave para o éter está na experiência individual, na exequibilidade de extrair da obra uma emoção estética. Um vai conhecê-la no quarto, outro numa viagem de automóvel, alguém num parque. Todos vão gerar um artefacto distinto, mas essa inevitabilidade é não só inerente a uma (inarredável) consciência exclusiva, mas também à ambiência do local em que se encontram ou inclusive ao período do dia. Inventamos miríades de contextos, exploramos diferentes ângulos mentais, trocamos e somamos ideias acerca de certa pintura.

Na sua faceta negativa, os museus encarceram a obra de arte num espaço, numa conjuntura, numa dada iluminação e em horários. Assim, até eles a retiram do seu âmbito de criação, fazem dela uma peça constituinte de um catálogo. São um vidro invisível de mediação.

No panorama da reprodução digital prevalecente na actualidade, o maior risco será a sobrecarga informativa e subsequente baixo limiar de atenção (passagem de objecto em objecto sem o devido devotamento). Contraponho com o jogo de escala praticável (podemos contemplar detalhes) e, acima de tudo, com a exposição contínua ao artefacto. Para mim, pelo menos, anos de relacionamento com um holograma superam um só e isolado momento presencial. Crescer com a obra, com a sua dimensão universal e multifacetada é conhecê-la melhor e, pelo seu eco, a nós próprios e ao mundo.

Francisco Silveira

É ou não é teatro?

Até onde vai o limite da apropriação da tecnologia nas práticas artísticas? começo com esta pergunta para fundamentar todo o resto.

Existem graus de apropriação da tecnologia nas artes e são estes graus que nos cabe discutir, a fim de identificar se estes mudam ou não em essência da arte que se apropria do mundo tecnológico. Há um limite, que, quando tocado, nos faz pensar se não se está na verdade, surgindo uma nova expressão artística, uma nova categoria de arte.

Usando o teatro como exemplo: Quando se modificou nas práticas teatrais, o uso de orquestra ao vivo, pelo som gravado, por mais que tivesse sido inovador naquela época- e definitivamente foi- o questionamento se deixou ou não de ser teatro não surgiu. Depois, com a invenção da eletricidade, novas tecnicas de iluminação foram utilizadas, mas ainda assim, se via que era teatro.

O grau limite neste caso é justamente o que vivemos hoje. Teatro gravado, ao vivo ou não, ainda é teatro??? Se retiramos a presença física de ator-espectador, ainda poderemos considerar aquilo uma prática teatral?

Se, ao se inspirar no teatro, uma nova técnica de encenação surgiu, e junto com ela uma nova nomenclatura, como no caso do cinema, porque não, neste caso, não ser pensado uma outra designação para essa nova forma artística que está surgindo?

Acredito que por muito tempo, o teatro foi uma das poucas artes que ainda não tinha sido substituída por meios de reprodução tecnológicos.

O cinema pode ser visto de casa, um quadro que se encontra no museu também, a fotografia nem se fale. Apenas o teatro continuava a ser a arte onde o espectador teria que estar presente no mesmo espaço que os atores que a fazem.

Ainda uma outra questão: A música, ao ser gravada, continua causando em quem ouve as mesmas sensações que a música ao vivo, em maior ou menor grau. Mas no caso do teatro, isso ocorre? ver uma peça gravada transpõe as mesmas sensações que ver ao vivo? ai você pode me dizer: sim porque se pode fazer uma filmagem que leve ao espectador a essas sensações. Mas eu te pergunto de volta: se é necessário outras técnicas que são alheias ao teatro para causar estas sensações, como técnica de filmagem, não seria então, por si só, uma outra expressão artística que não teatro?

Por fim, acredito que o problema está no constante incentivo social de se anular a presença física. Aqui uma entrevista de Jorge Dubatti sobre o tema,  bem como outros textos do mesmo autor.

Entrevista em PDF

Texto em espanhol sobre o tema.

Entrevista para revista espanhola

Carolina França Corrêa

Reflexões sobre o vídeo Samsung 3D LED TV – Full Commercial 2010

Ao assistir este vídeo podemos perceber claramente os conceitos de imediacia, hipermediacia e até mesmo de remediação(os comerciais cada vez mais estão absorvendo as características do cinema, como forma de imersão ao telespectador).

Mas o que mais me chama atenção neste vídeo é justamente o comportamento humano diante de suas criações. Ao que me parece, o ser humano está sempre em busca de interagir com suas próprias criações. Os avanços tecnológicos, ao meu ver, estão pautados em sua essência em criar uma inteligência artificial, imortalizada, naturalizada.

Um exemplo que vai de encontro com esta reflexão é o momento que a criança toca na tela da tv, onde fadas dançam em meio a um jardim e uma dessas fadas reage ao toque da criança. Por um segundo somos levados a crer que ali há uma inteligencia artificial, que somos capazes de interagir com seres não humanos.

A necessidade que vejo, e me preocupa, é a de que não é o bastante a interação humana (como se os seres humanos interagissem muito uns com os outros….) Essa necessidade que o homem tem de criar algo que interaja com outros seres humanos por meio artificial me preocupa porque pode tomar os rumos da substituição.

O desejo de dar vida as suas fantasias não pode ser maior que o desejo de criar vidas humanas. A gravidez, a geração humana me parece não ser suficiente para a geração de humanos que estão hoje presentes na terra. No fundo, todos almejam criar seu próprio ser humano, sua máquina, seu frankstein, que segundo a mim, é uma tentativa também de ter a possibilidade de “moldar” a sua criatura de acordo com o seu próprio ser. Será mesmo que a interação seria mais fácil com um ser que foi moldado para não te contrariar? Porque no fundo o problema das relações humanas é justamente isto, a falta de compreensão diante da diversidade. Por isso acredito que muitos desejam suas fantasias com vida porque imaginam ilusoriamente que a vida seria melhor, que viver em sociedade, que sentir afeto seria mais fácil… será????

Carolina França Corrêa

¿INMEDIATEZ, HIPERMEDIA?

Cuando hablamos de inmediatez e hipermedia tenemos que tener en cuenta que hará unos veinte años los ordenadores en nuestras casas se veían como “máquinas numéricas” o “procesadores de texto. Sin embargo, hoy en día los vemos como generadores de imágenes, soportes de videoconferencias, hasta como reproductores de contenidos audiovisuales.  Además podemos verlo como un sistema inmediato de generar animación, o quien sabe, en un futuro hasta lo podríamos ver como “nuestra realidad virtual aumentada”.

Los siguientes pasos a seguir en el mundo de la informática, probablemente sean los de desaparecer botones, el puntero del ratón, los teclados, etc. Nosotros mismos terminaremos diseñando un espacio virtual en donde movernos.

Cuando hablamos del diseño de un espacio virtual, estamos teniendo en cuenta los procesos que se llevan a cabo para tenerla, es decir, la inmediatez. Como dijo Alberti en 1972, en su Tratado de la pintura: “es la superficie en la que voy a pintar, en ella elijo el rectángulo que voy a dibujar, en el considero que va a ser la ventana a través de la cual, se verá lo que quiero representar […]”

Pero si lo vemos desde la fotografía, hoy en día desde la imagen digital, lo vemos como un proceso mecánico, en donde los programadores verían píxeles y no dejarían de hablar de una sucesión de números.

Al igual, que ejecutan una sucesión de algoritmos numéricos, para que, cuando le damos al botón de apagar, el sistema se apague.

Con ello podemos decir que la inmediatez tiene que ver con el hecho de lo hacer algo y obtener el resultado en el mínimo tiempo posible.

Sin embargo, cuando hablamos de  hipermediación, hablamos de un mundo más palpable. Cuando hablábamos de a venta de Alberti, realmente hablábamos, en este caso, de la conexión real que tiene con el mundo de la informática también, con ese medio visible que utilizamos cuando accedemos a Internet, llamado ventana.

Cada uno de los contenidos que nos encontramos a la hora de manejar el ordenador (iconos, menús, barra de herramientas…) todo tiene que ver con la multiplicidad del hipermedia. Por lo que el hipermedia lo podemos relacionar con la multiplicidad de ventanas y acciones que podemos llevar con el ordenador al contrario de ese espacio unificado que teníamos cuando hablábamos de la inmediatez en donde prevalecía la eficacia con la que conseguías resultados.

Nuria Atanes Bouzón

A remediação na arte – cinema

Em meados do século XIX, começou-se a desenvolver uma nova e mais real representação do espaço – o cinema. Através da apresentação de várias fotografias por segundo (fotogramas), a imagem aparecia em movimento e permitia representar a realidade ou envolver o espectador numa ilusão de realidade. Esta inovação criou uma nova prática cultural e social – a ida ao cinema – que veio fazer concorrência ao teatro nos hábitos de entretenimento da sociedade da época.

Nos seus primórdios, o cinema recorreu ao teatro e às suas convenções em questões como a execução do cenário, a criação de enredos ou a perspetiva frontal com que filmava a ação, remediando o teatro e o seu conteúdo. Mais tarde, o contrário também aconteceu – o cinema filmou peças de teatro segundo as suas próprias convenções, que permitiu uma maior divulgação de peças pela reprodutibilidade e inverteu os papéis quanto à remediação. Este processo, segundo Bolter e Grusin, está sempre presente na história dos média, quando “os novos média reformam as formas dos média anteriores” ou quando acontece o contrário, com a adaptação do conteúdo do meio posterior pelo meio anterior. Pode manifestar-se em vários sentidos, tanto na representação do meio – neste caso, entre o teatro e o cinema – como também no contexto social porque a invenção do cinema veio trazer a necessidade de construir salas próprias para a sua exibição e estúdios com vários cenários para a sua filmagem, chegando ao ponto de concentrar numa só cidade toda esta indústria – Hollywood. Este processo também influencia o percurso do meio na sua história, na minha opinião. Por exemplo, o cinema começou por remediar o teatro porque era a forma mais aproximada que tinha para o seu objetivo, tal como a pintura para a fotografia, e progressivamente foi afastando-se dessas convenções e criando as suas próprias regras, emergindo artisticamente de forma diferente do teatro. Na minha opinião, a remediação poderá ter permitido o desenvolvimento da utilização dos meios inventados no século XX a nível artístico, porque a necessidade inicial de utilizar o conteúdo de um meio anterior para começar a desenvolver o novo meio tornar-se-ia mais tarde um desejo de afastamento para emancipar-se artisticamente, diminuindo as semelhanças com o meio anterior e criando outra visão, a sua visão, como no cinema. Ao afastar-se da filmagem com estrutura teatral, o cinema explorou planos mais aproximados, mais detalhados, que nos possibilitava uma visão diferente da nossa perspetiva ao assistir a um teatro ao vivo.

Deste modo, a remediação permitiu o estabelecimento de uma relação entre meios, que os transformou até ao ponto de, atualmente, todas as invenções do século XIX, como a máquina de filmar, a fotografia, a dactilografia, etc, estarem presentes num único dispositivo, sem muitas vezes termos consciência disso, embora com a sua origem sempre presente.

Tatiana Simões

Uma pequena relação entre teatro e as teorias de Bolter e Grusin

Fiquei pensando muito sobre a última aula, e não pude deixar de fazer algumas comparações…

Diante dos conceitos de imediacia e hipermediacia podemos traçar uma linha de raciocínio ligada ao teatro.

Imediacia: a lógica de representação e presença dos meios em si próprios. Processos de transparência, naturalização e ocultação do meio.

Há aqui indiretamente um sentido de ilusão para o termo e seu conceito. Como se a intenção fosse enxergar além do meio, criar uma ilusão para quem vê ou usufrui daquele meio.

Não pude deixar de relacionar esta questão com o teatro realista, naturalista, etc. Existe uma intenção clara neste tipo de teatro que é de produzir uma imersão do espectador através do teatro, procurando uma ilusão, uma realidade, embora falsa, mas completamente convincente. Por um momento, o desejo deste teatro é que o espectador esqueça que está em uma sala, com um palco, com outras pessoas que nem ao menos conhece, assistindo atores fingindo ser quem não são.

Já a hipermediacia deixa-se mostrar,é além do meio e o próprio meio, estando muito relacionada ao teatro Brechtiniano, onde a ilusão é totalmente quebrada. Podemos nos emocionar com o personagem mas podemos também ser distanciados com a presença dos holofotes em cena, evidenciando, entre outros elementos, para o espectador a todo tempo, que aquilo é teatro. Há aqui um estranhamento por parte de quem usufrui do meio, sem que isto tenha uma conotação negativa. É preciso que personagem e ator se mostrem, que o teatro e o espaço teatro apareçam, que ilusão e quebra dividam o mesmo espaço, afinal, para se produzir a quebra da ilusão, é preciso que esta antes seja construída para depois ser quebrada.

O que podemos ver são duas formas de se fazer, duas formas de relação entre o meio e agente, que está muito presente nas artes em geral, e que tem tudo a ver com os conceitos desenvolvidos por Bolter e Grusin. Fazer este tipo de comparação aproxima mais a teoria da minha prática artística, e facilita o entendimento dos conceitos sobre os média, ainda mais, possibilita que nós entendamos que estes princípios descritos por Bolter e Grusin estão presentes em diversos movimentos artísticos, desde que o mundo é mundo.

Carolina França Corrêa

O Som Como Retrovisor Mental E Emocional

Uma porta abre outras mil. O fonógrafo, instrumento introduzido em 1877 por Thomas Edison, veio permitir a gravação e reprodução de som, o que por sua vez viria a despoletar um caleidoscópio de modificações sociais. À semelhança de outros dispositivos de registo e inscrição automática seus contemporâneos, representou o encontro com uma estrada que lográmos abordar por estarem reunidos certos pré-requisitos de conhecimento. Nela a humanidade conduz com os faróis ligados perante um pano de fundo de nevoeiro e somente assim o horizonte, as possibilidades aumentam, instigadas pelo deslocamento na incerteza, na curiosidade e sede de progresso. Nesses parâmetros, podemos pensar a era digital, o “agora” como a simples consequência de uma viagem iniciada, uma nova via que construímos em movimento e para onde pudemos cortar.

Em termos de reacção inicial à invenção do fonógrafo (a uma voz desprovida de corpo), é de crer que tenha sido pautada pela surpresa, tendo em conta a relativa lentidão do século XIX, onde (deduzo) o desenvolvimento tecnológico seria considerado um acontecimento mais do que uma inevitabilidade trivial.

É possível que ninguém/poucos se tenha(m) apercebido do seu imenso potencial de versatilidade e dos modos em que poderia incidir na psique humana, aquando do seu surgimento. Enquanto mecanismo duplo (gravação e audição) alcançou uma dimensão de humanização e criou uma ideia personificada de interactividade. Viabilizámos a estranheza de ouvir a nossa voz fora de nós mesmos, conforme um emissor forasteiro. O registo sonoro desvinculou-se das noções de tempo e espaço e até a morte se tornou passível de transgressão. Etnograficamente, alguns costumes e idiossincrasias de povos isolados sobreviveram devido ao seu registo, havendo então um contributo não só para o multiculturalismo, mas também para mesclas, assimilações e conexão das diferenças e particularidades (salad bowl).

A utilização do fonógrafo, por ser um poderoso meio de comunicação, incluiu ainda fins políticos, publicitários, profissionais, educativos, informativos ou de entretenimento. Desempenhou o seu papel parcelar no erguer de uma sociedade de consumo e movida pelo pagamento a crédito. Pense-se inclusive na obsolescência do dispositivo, pois de forma constante surgiram outros, descendentes, em que a fidelidade do som era superior e a portabilidade acentuada.

A música foi alvo de uma autêntica revolução, ganhando tracção uma ideia de indústria. Tal como o fonógrafo se assumiu uma ferramenta de presença quotidiana, o mesmo se passou a verificar com essa prática artística. Deixou de se resumir a uma experiência in loco de salas de concerto ou cerimónias religiosas, democratizou-se o acesso. No conforto da habitação, no local de trabalho ou num meio de transporte, estar à disposição converte-se numa escolha. Já não era em exclusivo um hábito social, possibilita-se a audição solitária. Desvanece a ditadura corporal do aqui e agora.

Nesse contexto de ”escrita do som”, emerge um aspecto muito específico e relevante da música: o crescente carácter intimista. Imortal, transcendente ao momento e estando à disposição para reproduções repetidas, infiltra-se dentro de nós. Talvez por ser tão abstracta, tem a capacidade de nos afectar com intensidade, já que estimula a imaginação dos sentidos e a reconhecemos no inconsciente como criação humana, representante da nossa condição. Seguindo essa lógica, aquela canção algo adormecida (quanto mais estiver, maior será o efeito) que tantas vezes escutámos na infância, na adolescência ou num período concreto delas, ao ser reanimada na memória por nova audição, irá catalisar o contacto com filmes mentais de memórias autobiográficas e da ambiência envolvente. Por experiência própria, a hipótese que coloco é que apenas uma fragrância é comparável no que diz respeito a implicações nostálgicas com tamanho peso.

Quase todos estamos condenados a uma existência funcional, fatigante e de rotinas, das 9 às 5, dia após dia, ano após ano, vida após vida… Escasseia o tempo (e a energia) para processar os episódios. Perpetuada, a música oferece um contraponto: a constituição de bandas sonoras pessoais. Em reminiscência, associamos canções com seres humanos, lugares e sentimentos de outrora e fazemo-lo num grau expansivo. Distanciados e com este impulsionador analéptico, somos convidados a interpretações múltiplas e omnipotentes de ocorrências passadas, a compreender o porquê de as termos percepcionado de determinado ângulo em detrimento de um distinto. Do topo da montanha sofremos, num estado de calafrios, os terramotos existenciais numa magnitude mais elevada.

Se é verdade que o facto de sentirmos com violência vale intrinsecamente, também o é que a reprodutibilidade ínfima da música tem por encadeamento uma catarse de escala universal. Sendo seres de esconderijos internos e só partilhando os recônditos com uma exclusividade de indivíduos, a música, a expressão do outro é um telescópio para a sua essência e, em reflexo, para a do eu, para a da humanidade.

Qual o valor do (suposto) saber histórico (e qual a sua verosimilhança) se não for além de um mero conjunto de dados e fecharmos a razão à chave num edifício gélido (o mundo exterior da sociedade) ao qual não é permitido o ingresso do seu único descodificador, a emoção? Como equiparar os erros a um método de aprendizagem se cometemos de antemão e em insistência o equívoco primário de querer resumir o indivíduo à racionalidade? Não será, aliás, a memória emocional o máximo recurso incendiário de nos lembrarmos de não esquecer os lapsos?

                                                           Francisco Silveira

Uma fotografia vale mais que mil palavras?

Tema de escrita: O que significou ver uma fotografia pela primeira vez? O que acontece quando se regista a imagem?
Retratar a realidade sempre foi um desejo do ser humano e, em 1826, Joseph Niépce realizou esse desejo com a primeira fotografia. Iniciou-se então uma rápida evolução e, mais tarde, democratização que atualmente faz da fotografia acessível a todos e omnipresente na nossa vida.
Antes desta invenção, a pintura era utilizada como uma das formas de representação da realidade, seja para documentação como também para retratos familiares. Após o nascimento da fotografia, este processo tornou-se mais fácil, mais rápido à medida que ia evoluindo e mais fiel à realidade. Também surgiu uma nova profissão – fotógrafo, – que ocupava-se essencialmente de retratos ou da  fotografia como arte. Fascinava as pessoas a possibilidade de serem recordadas eternamente, num retrato fiel e cuidadosamente preparado. As fotografias são memórias vivas, registos do passado que é revivido ao olhá-las, como se o contexto em que foram tiradas pudesse ser vivido novamente e esta sensação, imagino, também estava presente no século XIX.
Ser fotógrafo, hoje em dia, é uma profissão de risco, a nível económico e a nível pessoal. Recorremos ao fotógrafo atual para documentar eventos importantes da nossa vida (mesmo neste aspecto,  os próprios familiares podem encarregar-se dessa tarefa) ou para tirar fotografias de carácter mais formal, e este dedica-se sobretudo à fotografia como documentação ou como arte.
Uma imagem vale mais que mil palavras, e isso torna-a importante na nossa vida. Fornece-nos a informação necessária que mais facilmente tomamos como realidade do que se fosse lida num texto. Por exemplo, as fotografias que retratam a pobreza em África ou a guerra na Síria – textualmente não teriam o mesmo impacto. Há fotógrafos que arriscam a vida para nos mostrar outras qualidades do ser humano, qualidades diferentes daquelas que mostra em fotografias familiares. Imagino que esta revelação do outro lado da fotografia, possivelmente no pós-I guerra mundial, tenha ajudado na mudança de mentalidades, mas continuamos a cometer os mesmos erros, ainda que com maior fluxo de imagens.
A fotografia pode alertar como também insensibilizar, e este é um problema para o qual devemos estar atentos. Há fotografias que podem mudar tudo, mas para reconhecermos isso é necessário não banalizarmos o seu apelo à mudança.

1968, Eddie Adams, World Press Photo of the Year

2012, Samuel Aranda, World Press Photo of the Year.

Tatiana Simões

Inventos y más inventos

Hubo muchos intentos hasta la llegada del primer corto de cine. Se puede decir que hasta que se proyectó la primera película, pasaron varios inventos que cayeron en desuso rápidamente. O por inalcanzables (económicamente hablando), o por ser individualistas a la hora de utilizarlos…

Aunque tampoco podemos olvidar a los primeros fotógrafos que intentaron plasmar el movimiento a través de la fotografía. Realmente, son los precursores de muchos estudios que terminaron llegando a descifrar la manera de hacer cine.

Uno de los primeros estudios que encontramos en la historia puede ser la representación de Las cuevas de Altamira, esos bisontes intentando representar el movimiento en sus patas, y otros ya entrados con la fotografía como son los estudios multicamara que llevó a cabo Muybridge.Image

El primer cortometraje de cine fue de los hermanos Lumiére, “La salida de los obreros”. La gente estaba maravillada con tal avance tecnológico, muchas de ellas huyeron de escenas tan realistas en “La llegada del tren” en donde creían que el tren se les echaba encima.

En contraste con la actualidad, podemos decir que estamos “empachados” de la cantidad de imágenes en movimiento que vemos durante el día.

Informativos, publicidad, cine… Un espectador está codificando imágenes en movimiento en todo momento. Con este hecho terminamos viendo imágenes de todo el mundo en donde estemos. Ya no solo en dispositivos tan populares como la televisión, si no desde cualquier medio como: tablets, pc, móviles…

El mundo de la imagen en movimiento y los avances tecnológicos van de la mano y de algo que no nos podemos olvidar , que es del hecho de que hoy en día cualquier persona puede hacernos llegar imágenes o divulgar cualquier noticia a través de Internet (un claro ejemplo, la plataforma youtube).

En nuestro día a día, el simple hecho de tener cámaras de vigilancia en parkings, entradas de casas y ascensores, hace que vivamos registrando con imágenes en movimiento cada paso que damos.

Por lo que podemos llegar a la conclusión de como ha variado el mundo de la imagen, acompañado siempre de la mano de la rápida evolución de las nuevas tecnologías y no sólo por el avance de éstas, si no también por el fácil alcance que tenemos a ellas.

Ring Ring!

El teléfono, ese gran invento que apareció en la vida de la humanidad en el 1857 como un medio de comunicación entre el despacho y la habitación del propio inventor, es, a día de hoy, uno de los inventos por los que sin el no podríamos vivir tan fácilmente.
Ese aparato con el que es totalmente imposible salir de casa, con el que mediante una sucesión numérica puedes comunicarte con tu casa, o con las antípodas tuvo un camino en el cual hubieron algunas piedras por su autoría, pero que a día de hoy podríamos tratarlo como elemento indispensable en nuestras vidas, el cual, con una asombrosa facilidad, nos tiene en contacto con aquellos que por diversos motivos, como pueden ser el trabajo, la familia o los amigos no deja de tener un halo de magia vestida de tecnología.
En su día, la aparición de este instrumento de comunicación abrió miles de puertas, lo que antes no se podía trasmitir en días, acortó este trayecto a una conversación a tiempo real, como si de dos personas una al lado de la otra estuviesen charlando como si de una conversación en una cafetería se tratase.
A partir de este momento, la aparición del teléfono supuso un antes y un después para diversos fines: La aparición de los teléfonos ayudaron mucho al mundo de la bolsa y las finanzas, informando a tiempo real de todo aquello que sucedía en los diferentes parqués del mundo, en la guerra, los dispositivos portátiles consiguieron una mejor comunicación entre el alto mando y la propia trinchera, por no hablar de la utilización que se le da en el mundo de los medios de comunicación, ya que gracias a ellos, la información consigue ser enviada, contrastada y finalmente publicada o presentada con gran facilidad.
Cabe destacar la evolución que ha tenido dentro de la trasmisión de la voz todos aquellos elementos que mediaban entre las dos partes que se encontraban al aparato. A día de hoy nos resultaría imposible llamar a una operadora para que nos ligue con otra persona, pero gracias a ellas y a su trabajo podemos ver que no tiene que ser así, gracias al avance de la tecnología.
De esta forma podemos ver como el mundo de la telefonía es un mundo en constante cambio y mejora que, como ya hemos dicho antes, tomó en el siglo XIX y sigue facilitándonos la vida.

Manuel Muñoz Ferrer

Un mundo Kodak

La posibilidad de registrar una imagen que surge en el siglo XIX significa que las cualidades artísticas del ser humano no van a ser decisivas para registrar la realidad. Ahora el registro de la realidad depende de una aleación de químicos sensibles a la luz. Pero desde que Nièpce tomara la primera fotografía, en 1826, hasta que el fenómeno de registrar la realidad se tornara una revolución, tendrían que pasar bastantes años.

El mayor problema al principio de la invención de la fotografía, a pesar de la obvia importancia del invento, es que no afecta a la sociedad en su conjunto. Como ocurriera con la pintura, la fotografía está reservada a una élite con dinero capaz de comprar el equipo o con posibilidades de que un profesional les hiciera la foto.

La fotografía empieza a calar dentro de las capas de la sociedad cuando se abaratan los precios de los estudios fotográficos y cuando es usada en la guerra. La primera vez que se toman fotografías de una guerra es en la Guerra de Crimea en 1855, aunque solo se podían fotografiar momentos no violentos de esta.

En 1880 ya empiezan a aparecer las primeras fotografías en el gran medio de comunicación de la época, el periódico. Gracias a la impresión en medios tonos. Y a medida que se van facilitando las técnicas de captación y de revelado los costes serán cada vez más baratos hasta que se llega en 1888 la película enrollable de Kodak, y en 1901 con la Kodak Brownie, la fotografía está disponible para todo el mundo.

Registrar la imagen a través de procesos químicos ha sido un camino muy largo, pero su gran revolución fue el mundo que puso Kodak a nuestros pies. Un mundo de instantáneas, de cámaras de usar y tirar, de revelados en una hora, el Kodak color… La fotografía ha permitido que una vida no se pierda en la memoria de otros, mas que permanezca ahí para siempre, en el papel fotográfico, en el carrete enrollable.

Image

Cristina Rodríguez Díaz

Cybernetic Organism.

Segundo David Crystal, nos últimos anos começou a surgir aquilo a que ele chama de “Netspeak”, a fala da rede portanto.

Podemos dizer que tudo isto do Netspeak começou com os “nerds” da internet, à uns 20, 30 anos atrás, que viam a rede como uma revolução, e começaram a não se preocupar com a ortografia, a pontuação, com a maneira correcta de escrever. Isso, veio até aos dias de hoje e todos nós, mesmo que agora já não escrevamos de uma maneira abreviada e com erros (porque os erros são muito comuns na linguagem da rede) já escrevemos e já utilizámos essa maneira mais simples e menos coerente de escrever, seja no telemóvel, seja no computador. A verdade é que é de mais rápida resposta escrever “td bem” do que “está tudo bem”, por exemplo, mas, a verdade é que “nas escritas exteriores” (trabalhos, textos, testes, exames etc) muitos de nós se questionam qual é a maneira correcta de escrever determinada palavra, isso é mau, isso é errado.

Acho que o Netspeak é bom até um certo ponto, até uma certa idade ou se calhar só em determinadas ocasiões, creio que mais tarde não nos custa deixar esse facilitismo e, por exemplo, começar a usar o dicionário do telemóvel e a escrever uma palavra tão ou mais rápido do que abreviada.

Todos estes dispositivos, sejam computadores, telemóveis, Ipod e Tablet mais recentemente, acabam por ser extensões de nós mesmos. Porquê? a resposta todos sabemos, o ser humano tem cada vez mais uma enorme dependência destas tecnologias, especialmente do telemóvel e do computador, sem isso, ninguém vive, pelo menos como designamos “bem”. Digamos que são facilitismos, por vezes muito úteis é claro, mas, por vezes bastante desnecessários também. Devemos manter o contacto manual dentro de nós, pois nada disto irá substituir a ansiedade de ir revelar fotografias ou até a espera de uma carta do outro lado do mundo.

Existe cada vez mais mobilidade de comunicações, uma ligação às redes permanente e sem dúvida, que com isto, podemos dizer que os dispositivos digitais  se tornaram quase como próteses do sujeito, somos todos cyborgs (cybernetic organism). O computador tornou-se como um objecto de projecção social e qualquer tipo de máquina pode ser vista de uma maneira adaptável a qualquer utilizador, segundo Sherry Turkle a isto chama-se “O segundo eu”. O computador pôde também ser visto como afectivo e relacional e as máquinas vistas como extensões da intimidade humana, ai o sujeito existe entre a máquina e o corpo, a isto damos o nome de “Um eu conectado”, Sherry Turkle também.

Concluindo, o ser humano corre riscos de um grande isolamento físico devido à sua conectividade constante. Nós, agora, funcionamos como centrais de comunicações em rede, em vez de sermos centrais de comunicações na rua.

 

Soraia Lima

Comunicação, uma história de transformação

Tema de Escrita: Como podemos exemplificar a “remediação” como principal característica técnica e formal dos meios digitais?

Desde sempre existiu comunicação, mas esta tem vindo a alterar-se constantemente. Não só com a invenção da escrita como a imprensa, o telefone, o rádio, o computador, todos estes meios de comunicação foram inventados porque o Homem sentiu necessidade de algo mais. Sempre se quis comunicar e prova disso são as pinturas rupestres. Mas é interessante perceber como é feita a transformação dos dispositivos. Se pensarmos bem, foi inventada a escrita, que deu origem à imprensa porque o objetivo era chegar a um maior número de pessoas e com maior rapidez (note-se que na era medieval os livros eram copiados um a um pelos monges copistas). Sendo que a carta demorava sempre bastante tempo para chegar, surgiram os sinais, como o código morse e posteriormente o telefone, que nos permitia em segundos falar para o outro lado do mundo. Mesmo assim, o Homem sentia-se incompleto, pois não tinha a possibilidade de alargar a sua cultura se não se tratasse de um constante viajante. O rádio é assim descoberto e a música passa a ser mais acessível para todos. O mesmo acontecendo com o computador e os restantes dispositivos que hoje vemos em qualquer casa.

Para compreender os novos média está implícita a compreensão dos  processos de remediação que caracterizam as formas e  práticas culturais, defendidos por Bolter e Grusin.

A remediação é decomposta por Bolter em três aspectos: primeiro, como mediação de mediação, isto é, como parte do processo através do qual os média se reproduzem e se substituem uns aos outros; segundo, como inseparabilidade entre   mediação e realidade, que faz da mediação e dos seus artefactos uma parte essencial da cultura humana como realidade mediada; terceiro, como processo de re-forma da mediação da realidade, ou seja, como meio de transcender as formas e meios de mediação anteriores.

inhttp://www.ci.uc.pt/diglit/DigLitWebCdeConceitos.html#remediação

Se actualmente disser-mos a uma criança que na infância dos nossos pais não havia televisão, quanto mais computador, é dificil perceberem, pois pensam que o dispositivo esteve sempre ali. É então fácil de entender que esta transformação se deveu a necessidades do Homem e na invenção de novas máquinas foram se acrescentando novas funcionalidades, mas no fundo a ideia inicial continua presente em todos os dispositivos, pois o fundamental é comunicar.

Cláudia Sousa

O sujeito-tecnologia

Tema de escrita: Em que medida os dispositivos são extensões psíquicas e emocionais do sujeito?

Sherry Turkle é uma estudiosa do efeito das tecnologias no ser humano. Escreveu livros como: The Second Self: Computers and the Human Spirit (1984), Life on the Screen: Identity in the age of the Internet (1995), Alone Together: Why we expect more from technology and less from each other (2011).

Sherry Turkle analisa a relação do mundo digital e das pessoas, concluindo que devido aos dispositivos móveis (por exemplo, o telemóvel, munido de Internet) , estamos permanentemente conectados ao mundo que nos rodeia (e não só), portanto estes mesmos dispositivos tornam-se em extensões do ser humano, fazendo parte dele. Começa a ser considerada parte do nosso corpo.

Sendo uma extensão, o computador (aqui, é o objecto amplificado como dispositivo), é na realidade, mais do que isso, tornando-se o espelho da pessoa para o mundo. Podemos ser o que quisermos atrás de um computador, até mesmo não sermos nós próprios. É um mundo fantasioso que geramos e que se gera. Muitas vezes, a identidade que as pessoas fazem passar nas redes sociais, não é igual à da realidade.

O computador tem, portanto, dois papéis a desempenhar relativamente ao seu possuidor: o the second self e o a tethered self.

Na verdade, sem a presença do computador, o ser humano perde uma parte de si, podendo só se sentir completo quando o tem de volta. Há uma relação de dependência.

Vimos os computadores saírem de gigantescas salas com ar condicionado para cubículos, passarem para as secretárias e, agora, para o nosso colo e para o nosso bolso. Mas ainda não chegámos ao fim. – Nicholas Negroponte.

Perde-se a noção do convívio físico, para que seja substituído pelo convívio virtual. Por vezes, sentimo-nos melhor e mais à vontade se falarmos com alguém através do Facebook ou de mensagens no telemóvel, do que se for pessoalmente. Ou chegamos ao ponto de estar rodeados por pessoas desconhecidas, mas com quem poderíamos estabelecer uma relação, e optamos por enviar uma mensagem a um amigo, evitando, portanto o contacto físico. Ou pura e simplesmente estarmos “connosco”, sem a necessidade de estar sempre em contacto com alguém, ainda que este esteja longe.

Somos solitários e a Internet traz a falsa sensação de amizade. – Sherry Turkle.

Não aprendemos a estar sozinhos, preferimos enviar mensagens ou e-mails, a conversar pessoalmente. A verdade é que as redes sociais acentuam a distância entre as pessoas.

A palavra comunidade banaliza-se, na medida em que, supostamente, estaremos mais perto uns dos outros, morando num pequeno mundo, que a internet permite que se aproxime; e amizade também, já que qualquer um pode tornar-se nosso “amigo”, sem que haja uma amizade real, na verdadeira acepção da palavra.

Para ilustrar o meu texto, chamo a atenção para este vídeo, onde podemos ver Sherry Turkle em primeira mão (ironicamente, através de um computador): http://www.ted.com/talks/lang/pt/sherry_turkle_alone_together.html

Beatriz Barroca.

the media effects upon us

In the latest of 1960s McLuhan, communication expert, standed out the subject about how we perceive the technology by publishing the book “The Medium is Message”. The value of technology is evaluated in one side by being formalized with how it is used with it traditional view, on the other side McLuhan expressed that the real content of the medium is itself. According to McLuhan the medium is an extent of the human being. It is shaped by the target message which is asked to be sent. For example, a story being expressed orally, being acted on the scene, being transfered from the radio and being exhibited on the television has different meanings upon the person who takes the message.
McLuhan theory is a kind of concept that supports how the communication of Global Village and communication means affect the status of humanity. This concept which was composed by McLuhan in the latest of 1960s was put forward to announce that communication means usage will spread swiftly and transform the world into a global village. McLuhan takes this process as a globalization positively. McLuhan supports the idea of that the new cooperation recreates the world with the Global Village image. With the invention of telegraph, McLuhan says, people have taken a step towards electronic age. For that matter, thanks to technology the senses of touch and hearing of people have come again into prominence with communication. Along with innovation of press, books have become something that can be carried; so everybody has begun to have book and there has improved a culture of reading individually. Traditionally, codexes being read with so many people at the same time could hold together people; on the other hand the books being carried and able to copied easily have helped to come individualism into prominence. People have parted company and the communication has weakened.
However, by the electronic age and new media there happens its total opposite. To him, oral tradition composes again with electronic media. Especially, with the internet age and the improvement of social network services, anything may come about at the same time in different places. Also improving of internet and web has provided that the culture differences of countries and people disappear.
I think that McLuhan’s Global Village is refinding its own soul with internet and web stream in such a world that everybody is wearing the same brands clothes and drinking the same brand beverages. The world has become a big village that everybody can learn everything at the same time. E-mails being forwarded, web sites links and interactive blogs have replaced with sources of traditional mass media.
In electronic age human being with the new media is evolving extensively and transforming the knowledge system tending that there is no mystery inside. Lastly, as McLuhan says , everything is changing swiftly and people should improve new ways of coping skills habit.

Pınar EMRE


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