o paradoxo

Tema de escrita: o que acontece quando se filma o mundo?
A pergunta levantada por este tema de escrita tem, a meu ver, uma simples e única resposta: quando se filma o mundo, cria-se uma base de informação representativa desse mundo. O problema surge aqui, ao levantar-se uma segunda questão. O que acontece quando se cria essa base de informação filmada? A partir desta pergunta, sou movido a refletir sobre as consequências desta tecnologia em particular e das tecnologias em geral, e começo a encontrar argumentos para construir uma “tese” – cada nova tecnologia que surge tem, paradoxalmente, desvantagens que vão precisamente contrariar as suas vantagens, de alguma maneira.
Senão, repare-se. A filmagem do mundo permite-nos, acima de tudo, recordar. Dá-nos a possibilidade de memorizar, a longo e imediato prazo, as imagens do mundo. Mas o que acontece com a instalação desta tecnologia nas nossas vidas é que passamos a ver e a lembrar mais o mundo através de registos como a filmagem, em vez usarmos a nossa memória. Parece que tendemos a perder capacidade de olhar e memorizar o que vemos, porque não é necessário um esforço mental constante para tal, devido à omnipresença de registos filmados do mundo. Como se a filmagem se tivesse tornado uma extensão da nossa visão.
Este efeito paradoxal é deveras curioso e, a meu ver, é algo que acontece regularmente com a tecnologia.
Com isto não quero defender que a tecnologia apenas tem lados negativos, mas acho interessante o efeito que ela tem em nós, quando instalada em nós como extensões de nós próprios.


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