O vídeo resume algumas das características mais importantes dos estudantes de hoje: como aprendem, o que precisam de aprender, os seus objectivos, expectativas e sonhos.
Como serão as suas vidas? Que mudanças irão experienciar?
Criado por Michael Wesch e 200 dos seus estudantes de “ANTH 200: Introduction to Cultural Anthropology at Kansas State University, Spring 2007”, o projecto começou apenas como um exercício teórico, pensando sobre como os estudantes aprendem, o que precisam aprender para o seu futuro, e como o actual sistema educacional se integra.
Para isso foi criado um “Google Document” que facilitasse este exercício. Este começou com as seguintes instruções: a ideia básica é criar um video de 3 minutos destacando as características mais importantes dos estudantes de hoje – como aprendem, o que precisam para aprender, os seus objectivos, esperanças, sonhos, como é que serão as suas vidas e que tipo de mudanças irão experienciar na sua vida.
No decorrer da semana seguinte foram feitas 367 edições ao documento. Os estudantes escreveram o “script”, e fizeram sugestões para perguntas de inquérito, com a finalidade de o aplicar à turma inteira. O inquérito foi realizado na semana seguinte.
A informação obtida com o inquérito e com o “Google Document” e organizada no “script” final retratado no vídeo (filmado numa aula de 75 minutos).
A introdução foi filmada por Michael Wesch um mês depois.
Neste excerto escrito por Michael Wesch acerca do vídeo podemos ver como foram reúnidos os números que observamos no vídeo.
“How we gathered the numbers:
133 out of 200 students responded to the survey which yielded the results. Further explanation of the data is posted below:
My average class size is 115.
Survey: What is your average class size? Average: 115.0602
18% of my teachers know my name.
Survey: What percentage of teachers you have had in college would be able to recognize you and call you by name? Average: 18.2
I complete 49% of the readings assigned to me.
Survey: Not including this class, what percentage of assigned readings do you complete? Average: 48.73
Only 26% … relative to my life
Survey: Not including this class, what percentage of assigned readings do you find relevant to your life? Average: 25.95
I will read 8 books this year.
Survey: How many books have you read this year? Average 8.03 (ranging from 0-200)
We discovered later that there was some disagreement about whether this question referred to a semester, the past year, or the year starting as of January 1st (this survey took place in April – roughly equal to one semester). To make the ratio to web page and Facebook reading more accurate we assumed this statistic to relate to one semester rather than one calendar year.
2300 web pages
Survey: On average, how many web pages do you read each day? Average 21.51
(We then multiplied this by 105 – roughly the number of days in a semester – and rounded to 2300.)
and 1281 facebook profiles
Survey: On average, how many Facebook profiles do you view each day? Average 12.2 (multiplied by 105 = 1281)
“I will write 42 pages for class this semester.”
Survey: On average, how many pages do you write for your classes each semester?
Average: 41.96
“And over 500 pages of email”
Survey: On average, how many pages of e-mails will you write in a single day?
Average: 4.96 (*105 days/semester = over 500)”
O que podemos tirar destes números? O vídeo aborda vários aspectos/problemas da vida do estudante universitário. Podemos facilmente constatar que a tecnologia digital está muito presente. Os estudantes preferem a informação disponível em suporte tecnológico à informação em suporte “normal”. Isto porque com a internet, conseguimos aceder a um infinito número de informação sem ter que gastar dinheiro em livros ou passar horas numa biblioteca à procura desta.
Muitos afirmam que as novas tecnologias são uma fonte de distracção dentro da sala de aula mas estas são apenas novas formas de distracção vindo substituir o walkman pelo iPod, os “papelinhos” por mensagens e os livros por computadores portáteis.
A afirmação de Marshall McLuhan “today’s child is bewildered when he enters the 19th century environment that still characterizes the educational establishment where information is scarce but ordered and structured by fragmented, classified patterns subjects, and schedules.” (1967) ainda se verifica actualmente. Os estudantes ficam aborrecidos com os métodos antiquados de ensino e viram-se para as novas tecnologias que acabam por representar assim fontes de distracção, precisamente por não estarem integradas no sistema educativo.
Os problemas em questão são os mesmos verificados por todo o mundo (falta de motivação e atenção por parte dos estudantes, problemas de dinheiro, etc).
Mais afirmações feitas no vídeo:
- If these walls could talk
- What would they say?
- If students learn what they do…
- What are they learning sitting here?
- I buy hundred dollar textbooks that i never open
- My neighbor paid for class… but never comes.
- I get 7 hours of sleep each night!
- I spend 1 ½ hours watching tv each night
- I spend 3 ½ hours a day online
- I listen to music 2.5 hours a day
- I spend 2 hours on my cellphone
- Spend 3 hours in class
- 2 hours eating
- I work 2 hours every day
- 3 hours studying
- Thats a total of 26.5 hours per day
- I am a multi-tasker (i have to be)
- I will be 20.000 dollars in debt after graduation!
- Over 1 billion people make less than 1 USD a day
- This laptop costs more than some people in the world make in a year
- When i graduate i will probably have a job that doesnt exist today
- Filling this out won’t help me get there or deal with
- War, ethnic conflict…..
- I did not create the problems but they are my problems
- “Some have suggested that technology can save us… Some have suggested that technology alone can save us…”
- I facebook through most of my classes
- I bring my laptop to class, but i’m not working on class stuff
- The inventor of the system deserves to be ranked among the best contributors to learning and science, if not the greatest benefactors of mankind.” Josiah F. Bumstead
Como podemos ver pelas afirmações anteriores há vários problemas colocados: a falta de individualidade (“18% of my teachers know my name”) do estudante, o que se deve principalmente ao número elevado de estudantes por turma. Estes são vistos como um todo e não como uma pessoa individual o que também poderá contribuir para aumentar a falta de motivação, tendo como consequência o não ir às aulas ou não estar com atenção às mesmas.
Também o mundo real vs. o estar na sala de aula é posto em questão. Podemos aprender sobre tudo e mais alguma coisa em teoria mas que percentagem de tudo o que aprendemos nos será relevante “lá fora”?
Ao ler as frases anteriormente referidas confirmamos o facto de que os estudantes passam mais tempo ligados às novas tecnologias (online) do que passam a estudar ou nas aulas.
As novas tecnologias foram classificadas por alguns como geradoras de distracções nas aulas (telemóveis, internet e iPods), no entanto, dão-nos informação quase instantânea sobre o que quisermos. Podem ser usados para “interagirmos” com problemas do mundo real e neste processo ganharmos experiência na navegação de informação, aproveitando este ambiente de novos média para ter a sabedoria de saber quando os devemos desligar.
Encontramo-nos numa revolução de informação que tem por base novas maneiras de nos relacionarmos, interagirmos, novos tipos de grupos e novas maneiras de partilhar, trocar e colaborar. Wikis, blogs, tagging, redes sociais, etc. estão inspiradas num espiríto de interactividade, participação e colaboração.
O ambiente dos novos média fornece novas oportunidades de criarmos uma comunidade de alunos que procuram perguntas importantes e com significado.
Marta Torres