Arquivo de 4 de Junho, 2010

Reflexão sobre o vídeo de Michael Wesch: A Vision of Students Today (2007)

O vídeo resume algumas das características mais importantes dos estudantes de hoje: como aprendem, o que precisam de aprender, os seus objectivos, expectativas e sonhos.

Como serão as suas vidas? Que mudanças irão experienciar?

Criado por Michael Wesch e 200 dos seus estudantes de “ANTH 200: Introduction to Cultural Anthropology at Kansas State University, Spring 2007”, o projecto começou apenas como um exercício teórico, pensando sobre como os estudantes aprendem, o que precisam aprender para o seu futuro, e como o actual sistema educacional se integra.

Para isso foi criado um “Google Document” que facilitasse este exercício. Este começou com as seguintes instruções: a ideia básica é criar um video de 3 minutos destacando as características mais importantes dos estudantes de hoje – como aprendem, o que precisam para aprender, os seus objectivos, esperanças, sonhos, como é que serão as suas vidas e que tipo de mudanças irão experienciar na sua vida.

No decorrer da semana seguinte foram feitas 367 edições ao documento. Os estudantes escreveram o “script”, e fizeram sugestões para perguntas de inquérito, com a finalidade de o aplicar à turma inteira. O inquérito foi realizado na semana seguinte.

A informação obtida com o inquérito e com o “Google Document” e organizada no “script” final retratado no vídeo (filmado numa aula de 75 minutos).

A introdução foi filmada por Michael Wesch um mês depois.

Neste excerto escrito por Michael Wesch acerca do vídeo podemos ver como foram reúnidos os números que observamos no vídeo.

“How we gathered the numbers:

133 out of 200 students responded to the survey which yielded the results. Further explanation of the data is posted below:

My average class size is 115.
Survey: What is your average class size? Average: 115.0602

18% of my teachers know my name.
Survey: What percentage of teachers you have had in college would be able to recognize you and call you by name? Average: 18.2

I complete 49% of the readings assigned to me.
Survey: Not including this class, what percentage of assigned readings do you complete? Average: 48.73

Only 26% … relative to my life
Survey: Not including this class, what percentage of assigned readings do you find relevant to your life? Average: 25.95

I will read 8 books this year.
Survey: How many books have you read this year? Average 8.03 (ranging from 0-200)
We discovered later that there was some disagreement about whether this question referred to a semester, the past year, or the year starting as of January 1st (this survey took place in April – roughly equal to one semester). To make the ratio to web page and Facebook reading more accurate we assumed this statistic to relate to one semester rather than one calendar year.

2300 web pages
Survey: On average, how many web pages do you read each day? Average 21.51
(We then multiplied this by 105 – roughly the number of days in a semester – and rounded to 2300.)

and 1281 facebook profiles
Survey: On average, how many Facebook profiles do you view each day? Average 12.2 (multiplied by 105 = 1281)

“I will write 42 pages for class this semester.”
Survey: On average, how many pages do you write for your classes each semester?
Average: 41.96

“And over 500 pages of email”
Survey: On average, how many pages of e-mails will you write in a single day?
Average: 4.96 (*105 days/semester = over 500)”

O que podemos tirar destes números? O vídeo aborda vários aspectos/problemas da vida do estudante universitário. Podemos facilmente constatar que a tecnologia digital está muito presente. Os estudantes preferem a informação disponível em suporte tecnológico à informação em suporte “normal”. Isto porque com a internet, conseguimos aceder a um infinito número de informação sem ter que gastar dinheiro em livros ou passar horas numa biblioteca à procura desta.

Muitos afirmam que as novas tecnologias são uma fonte de distracção dentro da sala de aula mas estas são apenas novas formas de distracção vindo substituir o walkman pelo iPod, os “papelinhos” por mensagens e os livros por computadores portáteis.

A afirmação de Marshall McLuhan “today’s child is bewildered when he enters the 19th century environment that still characterizes the educational establishment where information is scarce but ordered and structured by fragmented, classified patterns subjects, and schedules.” (1967) ainda se verifica actualmente. Os estudantes ficam aborrecidos com os métodos antiquados de ensino e viram-se para as novas tecnologias que acabam por representar assim fontes de distracção, precisamente por não estarem integradas no sistema educativo.

Os problemas em questão são os mesmos verificados por todo o mundo (falta de motivação e atenção por parte dos estudantes, problemas de dinheiro, etc).

Mais afirmações feitas no vídeo:

  • If these walls could talk
  • What would they say?
  • If students learn what they do…
  • What are they learning sitting here?
  • I buy hundred dollar textbooks that i never open
  • My neighbor paid for class… but never comes.
  • I get 7 hours of sleep each night!
  • I spend 1 ½ hours watching tv each night
  • I spend 3 ½ hours a day online
  • I listen to music 2.5 hours a day
  • I spend 2 hours on my cellphone
  • Spend 3 hours in class
  • 2 hours eating
  • I work 2 hours every day
  • 3 hours studying
  • Thats a total of 26.5 hours per day
  • I  am a multi-tasker (i have to be)
  • I will be 20.000 dollars in debt after graduation!
  • Over 1 billion people make less than 1 USD a day
  • This laptop costs more than some people in the world make in a year
  • When i graduate i will probably have a job that doesnt exist today
  • Filling this out won’t help me get there or deal with
  • War, ethnic conflict…..
  • I did not create the problems but they are my problems
  • “Some have suggested that technology can save us… Some have suggested that technology alone can save us…”
  • I facebook through most of my classes
  • I bring my laptop to class, but i’m not working on class stuff
  • The inventor of the system deserves to be ranked among the best contributors to learning and science, if not the greatest benefactors of mankind.” Josiah F. Bumstead

 

Como podemos ver pelas afirmações anteriores há vários problemas colocados: a falta de individualidade (“18% of my teachers know my name”) do estudante, o que se deve principalmente ao número elevado de estudantes por turma. Estes são vistos como um todo e não como uma pessoa individual o que também poderá contribuir para aumentar a falta de motivação, tendo como consequência o não ir às aulas ou não estar com atenção às mesmas.

Também o mundo real vs. o estar na sala de aula é posto em questão. Podemos aprender sobre tudo e mais alguma coisa em teoria mas que percentagem de tudo o que aprendemos nos será relevante “lá fora”?

Ao ler as frases anteriormente referidas confirmamos o facto de que os estudantes passam mais tempo ligados às novas tecnologias (online) do que passam a estudar ou nas aulas.

As novas tecnologias foram classificadas por alguns como geradoras de distracções nas aulas (telemóveis, internet e iPods), no entanto, dão-nos informação quase instantânea sobre o que quisermos. Podem ser usados para “interagirmos” com problemas do mundo real e neste processo ganharmos experiência na navegação de informação, aproveitando este ambiente de novos média para ter a sabedoria de saber quando os devemos desligar.

Encontramo-nos numa revolução de informação que tem por base novas maneiras de nos relacionarmos, interagirmos, novos tipos de grupos e novas maneiras de partilhar, trocar e colaborar. Wikis, blogs, tagging, redes sociais, etc. estão inspiradas num espiríto de interactividade, participação e colaboração.

O ambiente dos novos média fornece novas oportunidades de criarmos uma comunidade de alunos que procuram perguntas importantes e com significado.

Marta Torres

Sherry Turkle – “Life on a Sreen”

Sherry Turkle nasceu em Nove Iorque em 1948, é professora de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia no MIT, e é também socióloga.

Turkle tem centrado a sua investigação sobre psicanálise e cultura e sobre a psicologia da relação das pessoas com a tecnologia, especialmente a informática e a dependência do computador. Ela não se interessa por computadores mas sim pelas pessoas que os usam, e pelos efeitos resultantes de tais modalidades interactivas na construção da identidade pessoal e social.

Não se trata somente do envio de mensagens através de máquinas ou de códigos binários assépticos, mas da penetração em mundos simulados e da criação de ambientes em realidades virtuais. A relação entre o indivíduo e a máquina não é apenas um acto particular, mas sim uma interacção comunitária!

Sherry debruçou-se então sobre os MUDs (Multi-Use Dimension) com o fim de compreender os efeitos produzidos por eles na identidade das pessoas.

Pode-se dizer que à difusão de novas formas de comunicção corresponde uma diferenciação entre o dito real e o virtual. Turkle acha que nao se deve diferenciar vida real de vida virtual, como se uma fosse e outra não , na medida em que as pessoas que passam tempo em lugares virtuais desejem que as fronteiras entre o real e o virtual sejam mais permeáveis. Enquanto as pessoas insitem em distinguir o real do virtual, Turkle perfere não fazer distinção, referindo-se assim ao mundo virtual e ao “resto da vida” , para nao empregar a palavra “real”. As pessoas terão sempre necessidade da imediaçao do contacto humano. Pode-se aprender muito sobre uma pessoa com o seu modo de vida. As pessoas terão vontade também de encontrar-se no virtual e até mesmo da forma particular de intimidade constituída pela comunicação on-line.

“Sherry Turkle – Se as pessoas vivem os MUDs como comunidades é porque têm possibilidade de investir-se até ao fim nessas relações reais. Chamo de relações reais aquelas em que as pessoas se sentem suficientemente ligadas para lhes dar importancia real. São essas relações que determinam a maneira pela qual cada um se percebe, se passou um bom ou mau dia, ou modo como vê a sua capacidade de se relacionar com os outros. Na vida on-line, as pessoas encontram-se em situação de desempenhar papeis diferentes, podendo adoptar diversas personalidades nos diferentes lugares da rede. Vêem e experimentam inúmeros aspectos delas mesmas. Vivem intensamente tal multiplicidade. (…) Mostramos, no dia a dia diferentes aspectos de nós mesmos: acordamos como amantes; almoçamos como mães; pegamos no carro como advogadas.”

Portanto, nao quer assim dizer que nao se vivam multiplas experiências off-line, mas a vida on-line retoma isso e eleva-o a um grau superior.

Benedita Pereira

 

Comprar Online – Vantagens/Desvantagens

Hoje em dia, comprar sem sair de casa é moda! Podemos comprar de tudo, desde livros, a roupa, acessorios de moda, calçado, comida, etc. Um imensidão de produtos! Isto tudo a uma distância de um clique, sem termos que nos mexer muito!

Como tudo temos várias vantagens e, por outro lado, algumas desvantagens também,neste novo mundo do “fazer shopping”.

Algumas dessas vantagens são:

– É muito mais cómodo uma vez que nao temos que andar de loja em loja, no meio da confusão, nem carregados com sacos;

– Podemos comprar em lojas que não existem ou na nossa cidade ou mesmo no nosso país;

– Na Internet existe muito mais variedade;

– As compras são entregues em casa, ou num posto de correio da nossa residência, e se nao ficarmos satisfeitos podemos sempre devolver;

Desvantagens:

– Ao vermos as montras online, podemos escolher o/os produto/os que queremos mas não temos possibilidade de experimentar logo podemos ficar com a impressão errada a cerca do tamanha, do corte, etc;

– Algumas das vezes teremos que fazer a compra com moeda estrangeira;

– O envio dos artigos costumam ter sempre um custo adicional, e se pretendermos trocar ou devolver o artigo também temos que suportar os custos adicionais;

A maioria dos sites de compras online disponibiliza um “carrinho de compras” virtual onde podemos ir adicionando os artigos que desejamos. Escolhidos os artigos o segundo passo é validação da encomenda e termina com o pagamento. A maioria dos sites aceita várias formas de pagamento, desde cartão de crédito, transferência bancária, PayPal (é um sistema de intermediário entre si e os sites onde deseja efectuar compras, o que permite que os seus dados bancários não sejam divulgados ao destinatário final) ou MBNET (um sistema que lhe permite criar uma conta para onde pode transferir o montante exacto de cada compra, sem divulgar a sua informação financeira).

Sempre que fizermos uma compra online, devemos  faze-la com tempo e atenção, para não adicionar, sem querer, artigos ao “carrinho de compras” ou, por distracção, dupliquar a quantidade de algum objecto. Vale a pena perder um pouco mais de tempo para certificar que toda a informação esteja correcta. A validação da encomenda é crucial, para que não termos uma surpresa em casa. Devemos guardar sempre toda a informação relativa às compras que fizermos online – emails, informação de transacção bancária – porque se, infelizmente, alguma coisa corre mal, estes serão os meios de comprovativos. Para nos prevenirmos contra eventuais fraudes informáticas, nunca devemos fazer uma compra através de um site que não faculte o nome completo da empresa, morada e contactos telefónicos. 

Tendo atençao a todos estes pormenores podemos então desfrutar de muito mais tempo para fazer as coisas que gostamos, ou sem ter que sair com pressas depois do trabalho para ainda passar no supermercado!

Benedita Pereira

O quarto lado dos filmes em 3-D

Os filmes em 3-D são considerados a nova geração do cinema e ao longo do último ano têm vindo a proliferar nas salas de cinema. Baseados num conceito de codificação das imagens, este cinema em 3D brinca com a ilusão óptica e dá ao espectador a sensação de estar a visualizar o filme a 3 dimensões.

Este novo estilo cinematográfico alcançou o seu exponente máximo com o lançamento do filme Avatar, de James Cameron, que estreou nas salas de cinema no final do ano passado. Foi neste contexto, que começaram a surgir dúvidas relativamente aos possíveis malefícios do cinema em 3D nos mais novos. Apesar de já terem sido lançados filmes infantis em 3D como a “Idade do Gelo 3”, ou “Coraline”, apenas em Janeiro (mês em que o filme Avatar  esgotou por várias vezes as bilheteiras) este assunto foi tema de discussão em todos os jornai portugueses. A justicação dos neurologistas para aconselharem a que as crianças não visualizem este tipo de filmes relaciona-se com a “forte estimulação sensorial provocada pelo efeito 3D, que poderá ter implicações para o sistema nervoso central”.

Apesar destas  dúvidas, o próximo filme infantil em 3D, o Toy Story 3, já estreou em Portugal,  e prevê-se que seja mais um sucesso. Mesmo com o aparecimento de sintomas como dores de cabeça  e perturbações do sono, devido à persistência no cérebro das imagens tridimensionais, nada  tem parado este sucesso do cinema em 3D. Na edição deste ano do Festival de Cannes foi apresentado o primeiro filme erótico em 3D, o “Kama-Sutra” foi realizado por Mac Dorcel que afirma ter-se inspirado nas palavras de Woody Allen  de que “O 3D seria perfeito para os filmes da Playboy”.

Já para os amantes do 3-D  e do cinema português, o primeiro filme português em 3-D tem já data de estreia prevista para o final do ano, com a longa-metragem de George Felner.

Como nota de curiosidade, a propósito desta ampliação do universo cinematográfico, fica a modalidade do “filme em 4-D”, um conceito ainda desconhecido em Portugal, mas em que países como a Coreia já existem salas de cinema equipadas com o material necessário para apresentar este género de filmes. Entenda-se que o cinema em 4D é uma combinação entre os típicos filmes 3D com efeitos físicos que estão sincronizados com o filme (como por exemplo: chuva, vento, vibração dos assentos..).

Sara Queirós

A informação à distância de um clique

Mcluhan introduziu o conceito de Aldeia Global, e a internet tornou-o numa realidade que, hoje em dia, é acessível a quase todos.

Ao longo das decadas assistiu-se à democratização da informação, o processo que se iniciou com a rádio e televisão, expandiu-se com as páginas de internet. Actualmente, a maioria dos jornais (nacionais e internacionais) publicam nas suas páginas de internet a mesma informação que consta na versão impressa, permitindo um acesso mais facilitado a todo o público. É também neste contexto que surgem noções como “feeds” e “leitores de rss”, que permitem aos seguidores estarem sempre a par da actualidade e oferecem a possibilidade de escolherem apenas ler a notícia que vá de encontro ao seu interesse. Esta nova maravilha da internet, os leitores de notícias rss que agregam todos estes feeds, apresentam o título e a fonte, permitindo ao leitor, através de um simples clique, ir directamente para a página em questão. Em relação aos orgãos de comunicação, para além da democratização de acesso à informação, a internet apresenta ainda uma grande vantagem, a informação pode estar em constante actualização, minuto-a-minuto.

A teoria do sociólogo Marshall Mcluhan previa ainda um mundo que se interligasse e fosse capaz de criar relações económicas, políticas e sociais com base neste universo electrónico.

O canadense viria a morrer na década de 80, não assistindo assim à ampliação da sua teoria. Para as gerações vindouras fica o legado de todos os seus estudos.

Sara Queirós

 

Poéme Electronique

Em 1958, o arquitecto franco-suíço Le Corbusier projectou um edifício para a Expo de Bruxelas, do mesmo ano, chamado Pavilhão Philips. Esta exposição foi a primeira Exposição Universal depois da Segunda Guerra Mundial. Foi a empresa Philips que convidou o arquitecto a desenhar a estrutura e tinha como intenção a propaganda e divulgação comercial dos produtos ligados ao som e à luz/imagem.

As linhas arquitectónicas do edifício foram influenciadas pelas linhas de uma parábola, e era pretendido que fosse possível traçar uma só linha ao longo de todo o edifício. O exterior do pavilhão era em cimento, porque o arquitecto estava interessado em deixar os materiais puros, mas ao mesmo tempo interessado em materiais artificiais.

Aquando da idealização deste pavilhão, outros artistas também tiveram uma participação para a mostra universal, e assim, fizeram deste edifício, o espaço da primeira instalação sonora.

No final do século XIX foi inventado o fonógrafo, e no século XX já estava alastrado em todo o lado. A invenção do fonógrafo veio alterar de forma abrupta a percepção que tínhamos da música. Tornou-se um objecto para os ouvintes, pois isola a música da experiência musical.

Depois da Segunda Guerra Mundial a patente, que estava sob alçada alemã, da fita magnética fica à disposição de quem a quisesse utilizar ou fazer quaisquer experiências. Então, Edgar Varése, em estúdio gravava sons em fita magnética, e surgiu o conceito de Música Concreta. Tal como uma colagem, eram aglutinados diferentes tipos de sons o que viria a tornar-se música.

Edgar Varése, compositor francês que mais tarde se viria a naturalizar nos Estados Unidos, compôs a obra “Poéme Electronique” para ser escutada dentro do Pavilhão Philips. Obra que poderá estranhar ao princípio, pois não é uma composição tradicional, é a sintetização de vários sons conhecidos e reconhecidos do quotidiano de qualquer um de nós. Alguns dos sons que se podem escutar são: sinos, sirenes, aviões, elevadores, vozes masculina e feminina, broca, explosões, entre outros.  A meu ver, estes sons, isolados deste contexto, são ignorados e esquecidos, mas com esta obra, tornamo-nos mais conscientes dos ruídos que nos rodeiam. Tal como o silêncio, pois há pausas de silêncio durante a obra, só quando este é imposto, é que lhe é dado o valor merecido.

A experiência artística dentro do pavilhão é muito vasta. Desde as linhas arquitectónicas, passando pela música e pelo vídeo. Dentro do edifício foram colocadas 350 colunas, tentando assim, fazer da música, um som natural daquele lugar.

A obra musical tem a duração de 8 minutos, e durante este tempo, eram projectadas nas paredes imagens muito variadas de alguns factos importantes da história da humanidade. Assim, só estes três elementos juntos é que poderão perfazer a experiência que o público da Expo 58 teve oportunidade de assistir.

Joana Costa Santos

Homo Zappiens

Criado por Wim Veen e Ben Vrakking no livro “Homo Zappiens- Educando na Era Digital”, este termo designa a emergência de um novo tipo de sujeito na era digital.

Este novo sujeito não é mais um simples navegador de páginas virtuais. Ele já não sobrevive sem elas, utiliza-as para trabalhar, estudar, jogar, ouvir música, ver filmes, conversar, conhecer novas pessoas e para se entreter. Colabora de forma intensiva para que toda a informação possa estar actualizada e pronta a ser utilizada. Para ele, encontra-se tudo a um simples clique de distância não precisando sequer de se deslocar para obter alguma coisa de que precise.

O seu modo de pensar, de agir e de resolver problemas mudou face ao seu relacionamento com o mundo virtal. São agora inseparáveis.

Em baixo deixo um powerpoint feito por Wim Veen e que aborda as caracteristicas do Homo Zappiens diferenciando-o do Homo Sapiens.

Homo Zappiens vs Homo Sapiens

Ana Catarina Monteiro

Análise do videoclipe “Fell In Love With A Girl”

Numa definição muito curta, um videoclipe é uma mistura de imagens, sons e textos com a finalidade de promover comercialmente uma música, quer pela televisão quer pela Internet.

A animação do videoclipe obedece a dois processos: um analógico e um digital. Respectivamente ao analógico, este consiste na construção manual com os blocos de Lego em certas partes do videoclipe. Estas construções são regidas por uma técnica de animação chamada “stop-motion”, em que o objecto é fotografado fotograma por fotograma, mudando a posição do objecto no intervalo de cada fotograma. De seguida, quando ao ser projectado normalmente em 25 frames por segundo, é criado a ilusão de movimento. A tecnologia digital baseia-se no “efeito de pixelização”. Para se ter uma ideia mais clara, procedeu-se a uma digitalização de imagens filmadas dos elementos da banda “White Stripes”  a tocar, nadar, andar, etç. Depois, essas imagens foram mapeadas numa grelha de pixéis para dar a aparência de construções de Lego. Isto proporciona a dictomia existente entre imediacia e hipermediacia. Há uma relação de imediacia porque essas imagens ao serem “pixelizadas” pretendem tornar um meio único e transparente, ou seja, a percepção de que o espectador está unicamente a ver construções de Lego. A hipermediacia é notória, porque o meio expõe a sua materialidade, respectiavemnte os pixéis.

As imagens não são uma simples animação, uma vez que elas têm a preocupação de revelar ao espectador as figuras humanas que pretendem retratar, nomeadamente Jack White e Meg White. Qualquer espectador que tenha informações adquiridas e uma relação visual com a banda anteriormente, reconhece-os devido à forma como o movimento animado dado às peças representam fielmente a actuação dos músicos na realidade. O reconhecimento também é possível através da disposição dos elementos, um na guitarra (Jack White) e outro na bateria (Meg White).

Além da exploração na capacidade que o pixel tem em gerar formas visualmente identificáveis, as cores também sofrem de uma exploração na sua potencialidade, gerando diferentes associações interpretativas. As cores frequentemente utilizadas são as primárias (vermelho, amarelo e o azul), juntamente com o branco e o preto. As duas últimas têm um papel importante na identificação real das personagens do videoclipe. O branco representa o rosto e a pele branca, e o preto representa os cabelos compridos e escuros, ambos característicos da constituição física real dos artistas.

No que diz respeito à narratividade, o videoclipe incia com um miúdo (a única referência ao meio real) a fazer uma construção com peças de Lego, as quais passado instantes ganham autonomia e tornam-se animadas. Esta sequência inicial é bastante veloz, funcionando como uma introdução à velocidade frenética que é constante em todo o videoclipe. Nesta sequência nota-se a remediação da televisão através da contagem crescente dos números 1, 2, 3. Este efeito televisivo era utilizado essencialmente em programas de televisão antigos e tinha a finalidade de  fazer a contagem para dar o início da emissão do programa. Neste caso, os números servem para introduzir o espectáculo visual e musical da banda White Stripes e marcar a passagem do mundo real para o mundo ficcional. Falando de remediação, também é importante salientar que o videoclipe transparece um aspecto gráfico “retro” muito parecido com os primeiros videojogos existentes (Atari)  e que de uma certa maneira todo o videoclipe confere a sensação ao espectador que recua no tempo e recorda-se dos seus momentos de lazer e vivências infantis/adolescentes marcantes.

O mecanismo utilizado para proporcionar a velocidade estonteante em todo o videoclipe é a montagem paralela. Também é empregado o processo de colagem de imagens do quotidiano dos grandes centros urbanos, tais como de um autocarro, de vias públicas com automóveis ou de sinais de trânsito, assemelhando-se assim o ritmo frenético da vida urbana como o ritmo alucinante da própria canção.

Abordando a letra, constata-se que a canção tem como temática um amor frustado e não correspondido mas que não é tratado de forma habitual. Enquanto que nas canções de amor “pop” existe alguém que sofre pela pessoa amada e enaltece-a, mostrando sentimentos profundos, nesta canção acontece o oposto em estilo de paródia. Os sentimentos carecem dessa profundidade, como é o exemplo do verso “Fell in love once and almost completely”. A paródia à repetição abundante utilizada nas músicas pop também é notória, principalmente através do verso “And I said once but it bears repeating”.

No geral, este videoclipe é recheado de uma grande criatividade artística própria de Michel Gondry (realizador do videoclipe), conhecido por realizar famosos videoclipes de Bjork (“Army of Me”; “Human Behavior”); Chemical Brothers (“Star Guitar”, “Let Forever Be”) e de anúncios televisivos (“Drugstore” – anúncio da Levi’s, “Smarienberg – anúncio da Smirnoff). Contudo toda a sua criatividade atingiu o esplendor na cinematografia, nomeadamente em filmes como “Human Nature” ; “O Despertar da Mente” e “A Ciência dos Sonhos”.

Ricardo Pereira


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