Arquivo de 10 de Junho, 2010

As melhores entradas de INM 2010

Jim Andrews, NIO (2001) [captura de ecrã].

Esta entrada contém ligações para os textos publicados no blogue de Introdução aos Novos Média entre Fevereiro e Junho de 2010. A cada participante foi pedido que escolhesse uma das suas entradas para figurar nesta antologia.

Ana Catarina Monteiro [22-03-2010]: A “descoberta” do 3D
Anabela Ribeiro [20-04-2010]: Deadline Now – a sociedade digital
Daniel Sampaio [14-04-2010]: Tool – Vicarious (análise do vídeo)
Joana Santos [02-06-2010]:  Blade Runner
João Miranda [16-03-2010]: A “obsoletização” da tecnologia, o paradoxo da PSP
Juliana Alves [15-05-2010]: A Paródia = Crítica
Maira Carpenedo [02-06-2010]:  ‘Voice Off’ de Judith Barry
Mara Costa [06-06-2010]: O futuro da condução
Márcia Oliveira [11-04-2010]: Cyberbullying, “Uma Linguagem dos Novos Media”?
Marta Pinto Ângelo [10-04-2010]: Facebook, criador de mentes…
Marta Torres [01-03-2010]: “The Machine is Us/ing Us”: influência nas relações humanas.
Miguel Valentim [25-05-2010]: A Evolução de um Indivíduo
Milton Batista [08-03-2010]: Novos Media – Novas Sociedades
Mónica Coelho [07-06-2010]: Telemóveis… necessidade humana?
Mónica Lima [25-04-2010]: Reprodução da obra de arte: a aura permanece?
Ricardo Pereira [08-03-2010]: O impacto ao ver a primeira fotografia…
Sara Godinho [17-03-2010]: O ser humano, um ser social
Sara Oliveira [08-03-2010]: Como é que se convence alguém de que o MacBook Air é o mais fino do mundo?
Sara Queirós [17-04-2010]: YouTube, o novo génio da lâmpada

Pioneiros das “artes digitais”

Num impulso libertino, deu-me uma enorme vontade de fazer uma homenagem ao tão conhecido No Comment da Euronews e deixar unicamente os seguintes vídeos falarem por si:

Oskar Fischinger – Seelische Konstruktionen (Spiritual Constructions) -1927

 

Oskar Fischinger – Studie 6 (1930)

 

Oskar Fischinger – Kreise (Circles) – 1933

 

Era de certa parte uma atitude “transcendental” não deixar nenhuma explicação acerca destes vídeos. Estes pertencem ao alemão Oskar Fischinger, que é considerado por muitos “o pai da animação”. Ele é isso e muito mais: é o grande responsável pela criação e desenvolvimento do cinema experimental e para mim o pioneiro daquilo a que actualmente chamamos de videoclipe e das imagens gráficas computorizadas (ex: Imagens abstractas do Windows Media Player). A associação da imagem ao som numa perspectiva sincrónica e que seria designada por “Visual Music” é uma práctica pensada e iniciada por Fischinger em meados do anos 20, sendo desenvolvida em anos posteriores (como é o exemplo do segundo vídeo). Frequentemente, Fischinger recorria a padrões e formas geométricas virtuosamente sincronizadas com dois géneros musicais: música clássica e “jazz”.  Todo o carácter abstracto que os seus filmes têm e também porque Fischinger dedicava-se à pintura faz dele uma espécie de Kadinsky do cinema. O mais interessante e também umas das razões de eu postar estes videos é que estes induzem o espectador à sensação de estar a visualizar uma obra que é constituída por meios digitais e por manipulação através de um computador. Mas ao constatar a data, mergulha numa realidade passada onde nenhum computador ou meio digital tinha sido desenvolvido e o factor surpresa é surpreendente. Outro facto importantíssimo é o elo de remediação patente nos trabalhos de Fischinger. Ora as suas obras remediam o cinema e a rádio, respectivamente  o cinema como principal véiculo de divulgação de imagens e a rádio como o media fundamental na comunicação do sonoro. Ora, e é neste aspecto que vale a pena debater, os seus trabalhos foram alvo de uma constante remediação no futuro pelos media. Inicialmente foi no cinema que tal se sucedeu com o filme Fantasia de 1940. Vindo da Walt Disney, o filme encorpa animações com alguma dose de abstraccionismo sincronizadas com músicas de Bach, Beethoven, Stravinsky, etc., muito ao estilo de Oskar Fischinger. De seguida, foi a televisão que utilizou um processo de remediação do “cinema experimental” de Fischinger, principalmente na publicidade televisiva, como pode ser exemplificado com o seguinte vídeo:

Oskar Fischinger – Anúncio \”Munz-tv\” (1952)

Ao observar-mos atentamente  certas artes digitais, extraímos toda a essência da obra de Fischinger, quer ao nível do videoclipe, do cinema de animação, video-arte, das imagens gráficas abstractas ou de perfomances com multi-projecção de imagens.

Do ponto de vista feminino, o nome mais sonante é da norte-americana Mary Ellen Bute. A sua dedicação ao cinema experimental abstracto e de animação surge no início dos anos 30, figurando um pouco mais tarde no meio artístico pela mesma altura que Oskar Fischinger. Os seus projectos iniciais resultam de uma colaboração com Schillinger, devido à teoria que este desenvolveu acerca da estrutura musical que reduzia a  música a uma série de fórmulas matemáticas. Schillinger pretendia fazer um filme para provar que o seu sistema de sincronização funcionava na combinação de música com imagens visuais. Bute ficou encarregue de fazer a animação das imagens para esse filme, que acabou por nunca ser finalizado devido à sua enorme complexidade e porque levava imenso tempo para um único animador completar o processo de animação.

O seu trabalho continuou a ser desenvolvido, contribuindo para  evolução do cinema experimental. A sua percepção de sincronia do ritmo musical com as imagens é tal de forma impressionante e fascinante que o conceito de “Seeing Sound” ficou eternamente ligado a ela. Os seguintes vídeos mostram exactamente isso:

Mary Ellen Bute – Synchromy No. 2 (1934)

Ricardo Pereira


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