Arquivo de 2 de Junho, 2010

A Aura no teatro e no cinema

Quando foi discutida a teoria de Walter Benjamin sobre a aura da obra de arte, lembrei-me de uma comparação que pode ser útil para analisar a teoria, afastando-me da ideia de autenticidade de uma obra específica (ex:quadro original) ou da aura de uma obra digital como é o caso do poema de Fernando Pessoa visto na aula.  Sendo assim, debruço-me na  forma cultural como a sociedade encara o teatro e o cinema, residindo aí a comparação. Uma ida ao teatro é vista como um momento único: a sensação, o prazer e o desfrutar do momento presencial. É isso que faz o teatro ter uma aura, porque os actores, o cenário, o ambiente em forma geral criam algo que é fruto do momento e que sucessivamente vai despertar as mais variadas emoções e pensamentos no espectador. Este pode sentir (se estiver devidamente concentrado) que está a viver uma passagem única da vida porque aquela peça mesmo que observada uma segunda vez pela espectador, as  suas sensações serão quase certamente diferentes da primeira vez em que assistiu à peça. Na minha opinião isto acontece porque há uma relação de intimidade entre aquilo que é a aura e em consequência desta aquilo que são as emoções e os pensamentos despertados no espectador. Há uma “aura teatral” que se encaixa na “aura humana” formada no momento. Portanto penso que o teatro é uma expressão artística que transparece uma aura na sua totalidade.

Realtivamente ao cinema este já difere um pouco. Obviamente que uma ida ao cinema basicamente se assemelha em quase todos os aspectos que compoêm a aura do teatro. O filme aqui é apresentado ao espectador (e quando pela primeira vez) como uma obra única que está sujeita á interpretação e análise do espectador e nesse sentido o filme contém um aura. Contudo quando digo que difere do teatro, refiro-me propriamente ao cinema digital e ao seu suporte mais conhecido e utilizado actualmente: o DVD (pelo menos no presente, porque numa questão de tempo será substituído pelo Blu-ray). O aparecimento do DVD fez com que o cinema e especificamente o filme, como obra artística, não perdesse totalmente a aura mas sim que emagrecesse “algumas gramas”. Por um lado a própria manipulação do espaço e do tempo na visualização do filme, através do leitor do DVD, faz com que a aura do filme surja enfraquecida, ou seja, o momento de visualização deixa de ser único e divide-se em vários fragmentos e o filme é visto mais como um objecto físico do que uma concepção artística. Mas por outro lado, o filme ao ser reproduzido no formato DVD pode suscitar um novo olhar que traz uma história e um contexto próprio que de certa maneira proporciona uma nova aura.

Ricardo Pereira

O estudante e a tecnologia

Falar da influência da tecnologia na vida de um estudante é praticamente falar em cada tarefa do seu dia-a-dia. Não consigo sequer imaginar a vida de um aluno do século XXI sem o recurso ao mais básico dos instrumentos tecnológicos. Quando falo em mais básico refiro-me a um computador em que possa no minimo realizar os seus trabalhos académicos.

Mas, a tecnologia na vida de um estudante de hoje vai muito além das páginas do Word. O telemovel, a playstation, o ipod, a calculadora, o retroprojector, são apenas alguns exemplos de tecnologias presentes nos dias dos estudantes. No video estava bem clara a ideia de que alguns hábitos perderam a batalha contra a tecnologia. Um aluno do século XXI escreve mais usando o teclado, do que usando caneta e folha. Os telemoveis criaram um hábito, na minha opinião, péssimo. As conversas dificeis deixaram de se ter presencialmente e o telemovel passou a ser o intermediário para esse momento dificil.

E o que dizer das redes sociais como o facebook e o twitter? São um sucesso entre os jovens e não só. Passou a ser uma forma de contacto com o mundo, com os amigos. O facebook e as suas multiplas ofertas levam os jovens a passar horas frente ao computador. Contra mim falo que também sou uma frequentadora do facebook e muitas vezes dou por mim a perguntar-me o porquê de lá passar tanto tempo.

Então e a televisão tão importante nos dias de hoje? O rádio? Os leitores de dvd? Cada um destes tem lugar cativo na maioria das casas dos jovens do nosso tempo. No entanto, não tenho a menor dúvida de que a tecnologia é uma ajuda preciosa para nós enquanto estudantes, enquanto profissionais de uma qualquer área, enquanto cidadãos deste novo mundo tecnológico.

A evolução tecnológica não pára e a tentativa de nos tornar seus “escravos” é cada vez mais forte e mais bem conseguida. Expressões como: ” Eles já nasceram a saber mexer nos computadores”, são exageradas, claro que sim mas dizem muito do estado em que se encontra a nossa sociedade.

Ana Filipa Fonte

Imitation Of Life

Imitation of life é uma canção da banda norte americana REM. Foi o primeiro single do 12º álbum da banda lançado em 2001.
O videoclip da música desenrola-se numa festa em torno de uma piscina onde diversas pessoas executam simultaneamente acções distintas, interagindo com um ou outro que esteja ao seu redor.

O vídeo e a canção foram inspirados no filme homónimo de Douglas Sirk de 1959. O filme aborda as relações familiares e a amizade entre raças distintas. Estas temáticas são oportunamente abordadas em detalhes que vão sendo focados ao longo do videoclip dos REM.
Mas o que me fez escrever sobre esta produção não foram as concordâncias existentes entre ela e o filme, e sim o facto de o videoclip ter sido filmado em apenas 20 segundos. Sim, em 20 segundos!
A filmagem foi feita em Los Angeles sob a realização de Garth Jennings. Foi captada uma única imagem de todo o cenário com uma câmara estática, o resto são detalhes de produção.
As imagens avançam e recuam no tempo, muitas vezes aproveitando os movimentos de afastamento e aproximação.
A tecnologia utilizada chama-se “Pan and Scan”, uma técnica que permite fazer a passagem do formato widescreen (formato cinematográfico) para o formato televisivo e focar apenas alguns componentes de uma imagem.
É o que acontece no desenrolar do vídeo, onde ora são focadas acções particulares, ora a acção geral.

Joyce Lopes

‘Voice Off’ de Judith Barry

De Nova York, chegou a Portugal, mais precisamente ao Museu Berardo, o trabalho de Judith Barry. Toda a sua obra envolve performance, arquitectura, cinema, vídeo, instalção, fotografia, escultura e novos média. Para Lisboa, trouxe a exposição ‘Body Without Limits’ que mostra o percurso pelas suas principais obras desde o final dos anos 70 até ao presente. Uma forte experiência sensorial envolve o visitante assim que dá início a este percurso. É como se entrasse num casulo que transpira videoarte por todos os poros. Judith Barry consegue captar as atenções e fazer com que o visitante se transforme num participante activo.

Um dos seus trabalhos, inserido nesta exposição é ‘Voice Off’, que consiste numa dupla projecção de vídeo. Uma mesma parede que divide um espaço, é projectada em ambos os lados. As pessoas deslocam-se quer para um dos lados, quer para o outro e vêem as projecções que, de início, aparentam não ter um conteúdo semelhante. Á medida que os vídeos avançam, vemos que há uma ligação entre eles. De um lado, existe uma personagem feminina, juntamente com alguns homens e algumas mulheres, que se encontram conversando, cantando ou falando ao telefone num cenário cheio de nevoeiro. Do outro lado, ou seja, do outro lado da tela e na outra sala, é projectada a imagem de um homem sozinho que mostra a sua obssessão pelo barulho e vozes que estão por detrás da parede do escritório onde se encontra. De seguida, o homem tenta partir a parede e, conseguindo, descobre que por trás da parede estão as pessoas da projecção do outro lado. O que acontece aqui é uma espécie de passagem desta personagem, de um lado da parede para o outro. Assim, o som de cada projecção mistura-se e o vídeo passa a transmitir a mesma informação, dando a possibilidade ao espectador de o assistir de dois pontos de vista.

A dupla projecção cria a ilusão de quebra do objecto físico que é a parede. O digital cria uma continuidade entre dois espaços que, na realidade estão separados por uma sólida estrutura.

Maira Carpenedo

“Sixth sense”

O Sexto sentido “sixth sense” foi criado por Steve Mann em 1990 e ainda está em estudos de desenvolvimento até aos dias de hoje. É uma interface com informação digital e permite-nos utilizar gestos naturais para interagir com essa informação. É um mini-projector que se coloca ao peito do utilizador, nele está integrado uma câmara, um gps e um telemóvel, este dispositivo trabalha como um computador que tem toda a informação da internet armazenada. Como já mencionei o sexto sentido tem um gps nele integrado ou seja, a pessoa se for a um sitio e não encontre o restaurante onde deseja ir, ao ficar de frente para um espelho ou uma a parede o projector encarrega-se de ampliar a imagem desejada. O utilizador também tem o auxilio de sensores, dedais coloridos que de forma gestual comanda o software, assim, podendo navegar pelos mapas ou até fazer desenhos tendo como ponto de referência a imagem projectada. Este também permite tirar fotografias, como por exemplo quando temos a câmara ao peito, basta fazer em forma de quadrado com os dedos e automaticamente é tirada a fotografia. Este mini-projector tem projecção em qualquer superfície, para fazer uma ligação a própria mão pode servir como superfície de projecção, isto é, projecta-se um teclado numérico na palma da mão e a outra mão encarrega-se de digitar os números. Quando o utilizador deste sistema for ás compras ao segurar num produto a câmara do dispositivo capta a imagem da embalagem e projecta informações variadas do produto, oferece um menu infinito para obter informações adicionais. Ao ler os jornais com esta tecnologia podem ser substituídas as fotos estáticas por um código impresso, o dispositivo consegue projectar um vídeo em movimento no local correspondente á notícia retratada no jornal. Para além de todas estas inacreditáveis funções este sistema também faz o reconhecimento facial de uma pessoa, projecta uma nuvem de tags na própria pessoa que por exemplo iremos cumprimentar, com base nas informações que terá na internet. Esta tecnologia pode ser utilizada em qualquer ocasião até mesmo quando não sabemos as horas nasta desejar um círculo no pulso e imediatamente irá ser projectado um relógio com as horas exactas. Nele está patente a remediação pois o conteúdo do sistema é representado noutro meio, também se pode dizer que está presente a hipermediação pois o meio é visível e torna a sua presença visível, expõe a sua materialidade própria, de um modo geral também se pode dizer imediacia também está neste sistema pois nem sempre a interface é visível. Esta tecnologia está um bocado longe de se tornar realidade, pois ainda está em desenvolvimento, é um dispositivo que pode mudar a maneira como interagimos com o mundo real verdadeiramente dar a todos a plena consciência do ambiente que nos rodeia.

ROMINA NUNES E BENEDITA VICENTE

“A tecnologia nas nossas vidas”

As novas tecnologias ja fazem parte da vida de qualquer pessoa, de uma maneira geral as pessoas tornam-se dependentes dela, e isso torna a vida de qualquer um mais facilitada e proporciona muitas melhorias no seu cotidiano.Hoje, por exemplo, temos o computador que é visto por muitos como uma criação extraordinária do homem, mas, se olharmos para trás , veremos que muitos que no passado foram considerados extraordinários, hoje, porém , são tidos como instrumentos comuns como a televisão, o telefone, o rádio etc.A tecnologia tem o lado bom e tambem o lado mau, o facto do Homem poder viver cada vez mais anos e ter o que possui presentemente, em muito deve à tecnologia. Muitos produtos alimentares são geneticamente modificados para obter uma melhor qualidade, para que estes sejam melhor aproveitados. Os medicamentos (químicos) são outro exemplo da tecnologia. Até mesmo os bens mais essenciais: luz e água, fruto da iluminação controlada e canalização de águas quentes e frias. Por exemplo,hoje em dia dia é quase exigido aos jovens desde cedo que estejam sempre em contacto daí a utilização do telemóvel, e perante a possibilidade da existência de alguma falha que impossibilita a comunicação, instala-se o caos, primeiro entre os familiares e mais tarde entre amigos. É inevitável que estas gerações tenham necessidade do permanente contacto, algo que é confundido com dependência mas que acaba por ser uma mediação tecnológica da mais antiga necessidade humana: comunicar.
A tecnologia é sem dúvida muito relevante para o desenvolvimento do homem, ela determinou intrinsecamente em grande parte a capacidade produtiva da sociedade e os padrões de vida, bem como formas sociais e a sua organização económica. O surgimento da informática trouxe inúmeros factores relevantes para o desenvolvimento do homem, há vários fatores que colaboraram para isso, um deles é a tecnologia internet que deixou a vida humana mais fácil e ágil no que diz respeito à comunicação e também no que se refere a outros aspectos significantes como o social, o econômico e o cultural.A internet , para além de poder ser considerada uma modalidade de transmissão cultural, faz verdadeiramente parte da nossa cultura. Por um lado, é uma proeza tecnológica, utilizada diariamente por milhões de pessoas no mundo inteiro. A tecnologia que usamos e os hábitos que temos são aspectos a considerar na definição da nossa cultura. Por outro lado, a internet é o resultado da vontade política de líderes do mundo inteiro em estabelecer uma ligação com o resto do mundo. Esta vontade (e necessidade) de interligação é também uma faceta cultural da nossa sociedade.Por fim a evolução do homem foi grande até hoje e um sinal disso é a tecnologia possibilitando cada vez mais coisas, que nunca imaginaríamos.

ROMINA NUNES

Daft Punk’s Electroma

Daft Punk é uma dupla de música electrónica constituída pelos músicos franceses Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter. A dupla realizou o filme ‘Daft Punk’s Electroma’, no ano de 2006. O enredo é constituído por dois robôs (com igual caracterização dos membros da banda quando actuam mas interpretados por Peter Hurteau e Michael Reich) que querem tornar-se humanos.

O filme inicia-se com a viagem dos dois robôs no seu ferrari cuja matrícula diz ‘Human’, até chegarem a uma cidade só de robôs. São robôs iguais aos protagonistas, mas de várias idades, existindo também mulheres, e agem como se fossem humanos de uma cidade comum. Os dois robôs dirigem-se a uma clínica que vai moldar o seu rosto, que se assemelha a um capacete, para um rosto humano, através de látex moldado com próteses e perucas. Ao sairem da clínica, os moradores da cidade ficam chocados com a sua aparência humana e perseguem-nos. Um longo e dramático momento se segue, quando, ao fugirem dos moradores, os dois robôs com aparência humana, começam a perdê-la devido ao sol que derrete o látex. Entretanto um dos robôs desfaz o sua ‘máscara’ completamente e incentiva o seu colega a fazer o mesmo. Segue-se uma longa caminhada pelo deserto até o segundo robô se suicidar e o primeiro tentar fazer o mesmo, mas, sem sucesso, decide bater o seu ‘capacete’ no chão até destruí-lo. Com um caco de vidro, concentra-se no sol e consegue pegar fogo á própria mão e o filme acaba com o robô caminhando lentamente com o seu corpo completamente em chamas.

O filme é inteiramente sem diálogos, apenas com música e som ambiente. É bastante visual, com grandes planos de lugares desertos, planos absolutamente contemplativos. É dotado de uma carga dramática muito grande, apesar de aparentemente ter um enredo simples. A verdade é que este enredo, aparentemente simples, apela á reflexão acerca daquilo que somos e a nossa vontade em tornar-nos numa outra coisa, em ter outro aspecto, até em ter outra identidade.

Maira Carpenedo

“Última Ceia”: Obra de Da Vinci?

Todos nós conhecemos o famoso mural da última ceia que Leonardo Da Vinci pintou na parede do refeitório dos frades no Mosteiro de Santa Maria Delle Grazzie entre 1495 e 1497.
A celebre pintura, hoje em dia, parece distanciar-se daquilo que o pintor realizou. Com o passar do tempo sofreu varias agressões como a abertura duma porta na parede que corta parte da pintura, a queda de uma bomba no respectivo salão durante a segunda guerra mundial e a degradação inerente à passagem dos anos. Actualmente depara-se com outro problema, a poluição do ar. As visitas ao mural são inclusivamente feitas em pequenos grupos de pessoas para evitar que se crie uma atmosfera muito pesada em torno da obra.

Aquando da pintura do mural, Da Vinci experimentou uma nova técnica para que a conservação se prolonga-se. Tentou utilizar uma técnica mista; à tradicional forma de pintura mural feita com pigmentos e gema de ovo ou reboco, aliou a técnica de pintura a óleo e vernizes. A tentativa de Da Vinci teve no entanto o efeito inverso e a deterioração do fresco acelerou.
Ao longo dos mais de cinco séculos de existência, a pintura sofreu um grande número de restauros. Foi diversas vezes repintada para que mantivesse as cores vivas e uniformes.
Quando estudámos o ensaio de Walter Benjamin sobre arte e reprodutibilidade deparámos-nos com a seguinte questão: Quais as marcas de autenticidade de uma obra original? As respostas enunciadas na aula foram: Marcas únicas presentes na obra em si (como a assinatura, um defeito, um pormenor escondido) e a inscrição da história na própria obra, isto é, a degradação e as marcas da passagem do tempo.
Sendo assim, até que ponto os restauros não atentam contra a autenticidade da obra? A meu ver isto é uma “faca de dois gumes”. É inegável a importância dos restauros e da conservação e recuperação das peças de arte. Por outro lado, as técnicas de conservação muitas vezes vão retirando o valor e a originalidade do objecto artístico.
No caso da “Última Ceia” os restauros foram muitas vezes inconsciente e abusivos. Actualmente é quase impossível saber o que realmente há de Da Vinci na obra.
As recuperações mais recentes têm procurado remover as camadas de tinta acrescentadas em processos anteriores e por à mostra o que ainda há da alma do pintor inscrito no fresco.

Joyce Lopes

Hawk-Eye

O Hawk-Eye é uma tecnologia utilizada no desporto que permite fazer um rastreio visual do caminho tomado pela bola.
O termo significa “olho de falcão”, provavelmente aludindo à visão prodigiosa desta ave. A tecnologia foi desenvolvida no Reino Unido em 2001 pelos engenheiros Paul Hawking e David Sherry. A eficácia e sucesso do sistema fez com que nascesse a empresa “Hawk-Eye Innovation, Ltd”.
O sistema funciona da seguinte forma: diversas câmaras espalhadas em torno da área de jogo obtêm continuamente imagens a partir de ângulos e pontos distintos do recinto. As imagens são processadas por um sistema informático baseado no principio da triangulação. Cada frame enviada de cada câmara contém um grupo de pixies que corresponde à imagem da bola e que é identificado pelo sistema. O recinto de jogo já se está predefinido no sistema, é então possível ver as movimentações da bola nessa área. É possível também fazer uma previsão do caminho que a bola tomará ao interagir com determinados componentes do recinto, desde que estes estejam previstos na base de dados.
O Hawk-Eye é actualmente utilizado no Criket, no Snooker e no Ténis; neste último já faz parte do sistema de adjudicação. A entrada da tecnologia no futebol já está a ser estudada, no entanto, ainda nenhuma liga integrou definitivamente o sistema.
O vídeo que se segue constitui uma pequena reportagem da ATP (Association of Tennis Professionals) sobre o sistema, e conta com a opinião de alguns jogadores.

O rastreio da bola pode ser impedido quando por exemplo um objecto se interpõe entre a câmara e a bola e não há outra câmara que possa substituir a sua imagem. Conta também com uma margem de erro, no entanto esta é mínima (cerca de meio milímetro) e inferior à do olho humano, principalmente quando a bola se desloca a alta velocidade.

Joyce Lopes

‘No technology make people go crazy’?

Tudo parece tornar-se mais rápido, mais fácil, mais eficaz. O que menos gostamos de fazer, com a ajuda de um dispositivo electrónico pode ser menos maçador. Prefiro uma pesquisa num motor de busca a uma tarde inteira numa biblioteca. Prefiro um telefonema rápido a ter de sair de casa para falar com alguém. Prefiro até ficar horas a conversar com esse alguém através da internet a ir dar um passeio pelo parque e estar pessoalmente com essa pessoa. Prefiro mesmo? Não, não prefiro, mas isso acontece. O que facilita o trabalho, pode condicionar a nossa motivação, a nossa vontade? E pode deixar-nos dependentes ao ponto de não conseguirmos mais fazer algo que não inclua a utilização de um dispositivo tecnológico? Talvez. As pessoas passeiam á beira-mar com phones nos ouvidos. E o mar? Não vale a pena ouvir o mar? As pessoas fazem as suas refeições a ver televisão. Pior: fazem-no mesmo estando a almoçar ou a jantar com outras pessoas, excluindo o diálogo. E os dispositivos multi-funções, como o computador e o telemóvel, são levados para todo o lado, como se fossem algo íntimo e inseparável. Há quem durma com o telemóvel debaixo da almofada. Há quem adormeça com o portátil ao lado e mal acorde pegue nele para fazer algo. Que dependência!

Nem quero defender os livros como muito melhores companhias do que os objectos digitais, acho que toda a gente já sabe disso. Quero frisar a importância de tantas outras actividades que são possíveis de realizar sem a presença de um computador ou um telemóvel. As actividades básicas, por exemplo, como dormir, comer ou mesmo tomar banho. Como passear e observar, como conversar, conviver, dançar, rir. Desfrutamos a sério disto tudo? Infelizmente, acho que a tendência é fazermos o contrário. Fazemos isso tudo muito rapidamente para termos tempo para as ‘actividades electrónicas’.

Parodiando este tema, deixo um pequeno excerto de um episódio da série ‘Simpsons’.

Maira Carpenedo

Blade Runner

Blade Runner surge em 1982 sob a realização de Ridley Scott e veio a tornar-se um fenómeno de culto tanto dentro e fora do género de ficção-científica. Vários foram os elementos que se aliaram para criar uma experiencia cinematográfica tão marcante: as deslumbrantes sequências visuais alicerçadas por uma banda sonora composta cuidadosamente pelo músico e compositor Vangelis continuam hoje a ser motivo de espanto e deleite enquanto espectador.

Baseado no livro Do Androids Dream of Electric Sheep de Philip K. Dick, Blade Runner foge em grande parte ao conto original adoptando um ambiente neo-noir marcado pela densidade assombrosa em que estão envoltas as personagens.

As temáticas narrativas, fiéis aos tempos em que vivemos, permitiram a esta obra manter uma certa intemporalidade. O filme consegue manter a sua actualidade ao abordar questões como o avanço desmedido da ciência ou o distanciamento entre as pessoas numa civilização cada vez mais tecnológica. No entanto, a grande questão que o filme nos coloca e que deixa clara a sua perpetuação ao longo dos anos é a mais velha das questões: o que é ser humano?

Como ponto de partida da narrativa encontramos uma Los Angeles mergulhada num ambiente distópico e futurista. Numa perspectiva aérea, naves espaciais rasgam os céus e prédios colossais exibem focos de luzes incandescentes; cá em baixo, no entanto, o interior mundano e sujo alastra-se pelas ruas de uma cidade pobre e apodrecida. A tecnologia avançou muito, chegando-se a um ponto em que a robótica é capaz de reproduzir fielmente o ser humano em quase todos os aspectos: nasce o andróide, ou como é designado durante o filme, replicante. As semelhanças são notáveis, tanto em termos físicos como em termos cognitivos; em termos emocionais os relicantes só conseguem ser distinguidos da restante população humana quando submetidos a um teste de empatia, em que é “medido” o nível de humanidade em função de um determinado conjunto de perguntas colocadas. Os  replicantes são enviados da Terra para outras colónias localizadas em luas e planetas distantes com o propósito de aí servirem o Homem nas mais variadas tarefas.  No entanto verifica-se que no planeta azul a sua utilização é proibida desde que um grupo de replicantes se revoltou contra os humanos. Qualquer replicante que se encontre, por infortúnio, em solo terrestre está condenado a ser desactivado, ou melhor afastado.

Rick Deckard, interpretado por Harrison Ford, é ex-membro da unidade Blade Runner, à qual compete o afastamento dos replicantes indesejados. Após o “homicídio” de um colega por um possível replicante, Deckard vê-se envolvido em mais uma perseguição ao andróide. O que Deckard desconhece à partida é que esta caça não será como as outras.

Rutger Hauer interpreta Roy Batty, um replicante revoltado e em busca de respostas para a sua existência que provará até ao final do filme que o que de facto nos faz humanos não é essa carne e ossos que biologicamente nos conferiram esse estatuto, mas antes a busca incessante por um estado maior e mais abrangente desse “ser humano”.

A importância do amor em qualquer história de conquistas é aqui personificado por Rachel Rosen (Sean Young), uma jovem desconfiada que se vê envolvida com Deckard numa viagem em que ambos se redescobrirão.

Blade Runner entrou para a história do cinema, tanto pela beleza da sua concepção futurista, como pelo seu enredo apaixonante.

Joana Costa Santos


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