Telemóveis… necessidade humana?

Nos dias que correm, é praticamente impensável, para a maioria das pessoas, sair à rua sem o telemóvel, quer seja para ir ao café, ao supermercado, a uma livraria, etc. As pessoas já não imaginam a sua vida sem este aparelho.

De facto, o telemóvel é bastante útil, pois permite-nos receber informação em qualquer lugar, a qualquer momento e de forma bastante fácil, mas, se pensarmos bem, não estarão estas coisas ao nosso alcance de outras formas?

Como tal, depois de uma conversa com uma amiga, ambas decidimos não utilizar telemóvel durante três dias. Estávamos, portanto, impedidas de usar tanto o nosso telemóvel, como o de outras pessoas durante estes dias.

Assim, retrocedemos uns anos no tempo e passámos apenas a utilizar o telefone com fios e até as cabines telefónicas quando era necessário comunicar com alguém, coisa que, curiosamente, quase não foi necessária. Isto faz-nos entender como o telemóvel passou, em tão poucos anos, a ser uma habituação e não uma necessidade, como tanta gente pensa ser. Nestes três dias, para nos encontrarmos com alguém combinávamos antecipadamente um local e uma hora, por exemplo. Hoje em dia, para muita gente, isto não é possível. O contacto constante, quer por sms, quer por chamadas de voz leva-os a combinar as coisas no momento, a mudar os planos em cima da hora, etc.

Na verdade, é de notar que as nossas práticas sociais e culturais passam, quase sempre, pelos novos média. Percebe-se, então, que a nossa sociedade é uma sociedade mediada, uma sociedade que está sempre acompanhada pelos novos média, que têm uma forte presença na nossa vida.

Do mesmo modo, este sketch das Manobras de Diversão parodia o uso dos telemóveis. Nele é feita a representação do que Marshall McLuhan denomina por “Era Tribal”, definida pela oralidade, em que na comunicação o que mais importava eram os aspectos sensoriais (que favorecem o envolvimento, a espontaneidade nas interacções e as formas de pensamento holísticas intuitivas). No vídeo, esta é aliada à “Era Electrónica”, também definida por McLuhan como a que utiliza os média electrónicos como objecto (que, de certo modo, promovem a participação e a emergência da Aldeia Global).

Concluindo, tenho a dizer que durante estes três dias prestei muito mais atenção a pequenas coisas que antes me escapavam, talvez por estar, em certos momentos, distraída com o telemóvel. Foi uma experiência tão interessante que decidimos prolongá-las durante mais uns dias.

Mónica Coelho


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