Arquivo de 12 de Maio, 2011

Um novo mundo: o facebook

O facebook ou qualquer outro tipo de rede social são um mundo virtual, a que um grande número de pessoas vive atrelado.

 Nestes “mundos” podemos ser quem quisermos, podemos ser de que sexo quisermos, podemos ter o nome e a idade que quisermos, podemos viver em qualquer parte do mundo, podemos ser uma nova e totalmente diferente pessoa. Não há limites, restrições, preconceitos…apenas há uma série de itens a que as pessoas respondem, como quiserem, para entrarem neste rede colossal que é, neste caso, o facebook.

 É nele, que muita gente se refugia, vivendo uma vida virtual… Neste mundo não há problemas, ninguém nos diz o que fazer, podemos interagir com quem quisermos, da maneira que quisermos…Aqui, não há o problema de interacção pessoal, que cada vez mais com a imensidão de pessoas que estão associadas a estas redes, parece existir…

Quando passamos a ser alguém que está tão confortável numa posição, mesmo que esta não seja real, não nos vamos mudar, porque pensando racionalmente, qual é o mal de se ser social, nem que seja apenas na internet? Onde a interacção acontece através de um chat, de algumas publicações, videos e de fotografias, vista de um ecrã de um computador, numa bolha repleta de segurança e sem qualquer fragilidades…

As pessoas tornam-se tão dependentes deste mundo, que não conseguem passar um dia sem entrar na rede, para não falar daquelas que estão o dia todo ligadas nela…Vendo os posts dos chamados amigos virtuais, pois na sua grande maioria não são amigos de verdade, não são pessoas que conhecemos, são apenas pessoas que se associam a nós, ao nosso perfil, mais um num monte de tantos outros, as noticias do mundo, os perfis de outras pessoas, as fotografias, etc.

 O facebook abrange centenas de países, estando milhões e milhões de pessoas ligadas a esta rede, tendo uma outra vida paralela à da realidade, a virtual. Sendo assim, se tanta gente passa o tempo livre ou o dia todo ligado a estas plataformas, como interagem na realidade? Ou serão os amigos virtuais, amigos de verdade??

Inês Oliveira

Informação sem limites!

Hoje em dia estamos rodiados por toda a parte de informação, informação útil e aquela que é completamente desnecessária, informação boa e informação má, se é que se pode chamar à informação de má…

Os media são os grandes responsáveis por esse excesso de informação,  pois, se até à relativamente pouco tempo, existia apenas a informação impresa, as publicações, os jornais, as revistas e a rádio, com o surgimento da televisão tudo mudou, já para não se falar no fenómeno que é a internet. Em apenas um século, deu-se no mundo as maiores e mais significativas mudanças: guerras mundiais, ditaduras, repúblicas, democracias, liberdade! E com a liberdade veio à tona todo o tipo de informação, tudo se viu expresso aos olhos dos outros, sendo essa uma necessidade, a de dar a conhecer!

Hoje em dia, tudo o que se quer publicar publica-se, tudo vai parar à internet, tudo é notícia, tudo é deixado “à vista de todos”, sem qualquer receio ou preconceito. O conceito censura não existe mais! Não há limites na informação a que todos temos acesso…sim, porque todas as pessoas, hoje em dia, têm facilidades em aceder a um programa de informação, a um computador com internet…

Chegam-nos as notícias de todo o mundo, as guerras, os desastres naturais, as politicas, as situações financeiras, os casamentos mais importantes bem como os mais fúteis, o futebol (sobre o qual ninguém passa um dia sem ter uma informação sobre…), etc. Nada mais está restrito a certos escalões sociais, vivemos todos numa era digital, em que a informação excessiva faz parte da nossa sociedade, em que apenas num click estamos perante dezenas de ficheiros sobre o mesmo assunto. Na maioria das vezes, os artigos que encontramos na internet resumem-se a muita informação, ou seja, pouca originalidade, pouca verosimilidade, e muita, mas muita repetição…

 Os media fazem o seu papel na sociedade, o de informar, excessivamente ou não cabe-nos a nós julgar!!

Inês Oliveira

Debate Digital

Estamos numa altura em que se debate muito sobre qual o verdadeiro papel da internet, ou melhor, das suas possibilidades de ligação, na sociedade em geral. Se é algo que vem revolucionar a nossa forma de comunicar ou falar ou nem por isso; se é algo que irá impulsionar os movimentos intelectuais e a proliferação das democracias por todo o mundo ou se não passa de um meio de propagação da dita cultura de massas; se nos está a ligar cada vez mais ou a afastar-nos uns dos outros drasticamente. Estas são só algumas questões.

E não é fácil conseguir um consenso, nem mesmo entre académicos que estudem áreas relacionadas com estes problemas. Por exemplo, no caso da linguagem. Se por um lado ouvimos e vemos professores de línguas por todo o mundo a tentar evidenciar que as crianças hoje não sabem escrever correctamente porque estão viciadas nas formas textuais que utilizam na internet ou nos telemóveis, por outro Davida Crystal diz-nos que nada disso é novidade. Segundo explicações e estudos deste, as fórmulas de abreviação utilizadas, principalmente pelos adolescentes, são algo que já existe há séculos e, como tal, não há motivos para alerta, como ele explica num vídeo já aqui colocado [no blogue].

Relativamente à questão da proliferação de conhecimento e opiniões intelectuais através da internet, também já vimos aqui um vídeo do jornalista, Evgeny Morozov, onde ele estuda “o que chama de «liberalismo-iPod»- a presunção de que a inovação tecnológica promove a liberdade, a democracia- dando exemplos concretos de formas como a Internet auxilia regimes opressivos a sufocar a dissidência.” – Explica o site da TED acerca da sua palestra.

Pois bem, ainda hoje, e porque estamos praticamente em campanha eleitoral, na revista Visão vem um artigo que aborda a relação que os partidos políticos (do “arco do poder”) têm com a propaganda on-line e com as redes sociais.

As conclusões tiradas são parecidas ao que nos diz EvgenyMorozov, pois este conclui que os regimes opressores acham mais rentável “atolar” a rede de opiniões ou conversas paralelas que proibir simplesmente a troca de ideias, o que conduz ao mesmo objectivo: abafar o diálogo. Mais ou menos o mesmo explica João Tocha, da First Five Consulting, no artigo, evidenciando alguns dos motivos para haver propaganda on-line:

Uma campanha na internet mobiliza nichos de apoiantes; (…) leva à criação de influência junto de opinion makers; (…) pode ter uma função (…) difundindo rumores sobre os apoiantes ou suscitando o debate (…).

In Visão nº 949, O Facebook (ainda) não matou a TV, por Francisco Galope

Mais à frente podemos perceber também que, afinal, não dá para ganhar claramente eleições na internet, pois a taxa de penetração desta ainda é relativamente inferior a 50% da população e nem todos os utilizadores têm idade para votar. Também nos é evidenciado o papel de remediação para que esta serve, pois, como diz Rui Calafate:

 muito trabalho e muitos conteúdos (…) vêm, sobretudo, dos media tradicionais.

Idem

No final, o artigo conclui, novamente, o mesmo que EvgenyMorozov, quando utiliza o exemplo do encerramento da página de Facebook de Fernando Nobre pelos repetidos insultos nos comentários: cancelar uma página para que não haja interactividade é pior que a deixar proliferar.

É claro que a é difícil comparar as campanhas eleitorais on-line com a actuação dos regimes opressores face ao debate na rede. Seria como comparar uma galinha com uma águia. Porém, ambas são aves e têm asas. Ou seja, há pontos em comum.

Se a internet pode promover o contacto entre pessoas de diferentes contextos, a verdade é que ela tem servido mais para criar diversos nichos e grupos restritos, que se relacionam com base na semelhança de ideias e interesses.

Por outro lado, a internet é um meio. E pode ser utilizado para o bem e para o mal. Se há quem organize manifestações para derrubar ditaduras através dela, também há quem organize manifestações de apoio aos regimes através dela ou atentados terroristas convocados por e-mail. Ou simplesmente quem se infiltre nos nichos para confundir opiniões, criar divisão, desviando o essencial para o acessório, dissipando as opiniões.

Por fim, e como ideia de reflexão para outro texto, tudo fica registado para sempre, e à vista.

João Miguel C. Pereirinha


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